Te Odeio Por Te Amar escrita por TamY, Mazinha


Capítulo 32
Capítulo 32 - "Quero ficar com você!"


Notas iniciais do capítulo

Olááá, garotass!!! Aqui lhes trazemos mais um cap "BOMBA" pq em minha humilde opinião tá bomba kkkk Enfim, queremos MUITOS, MUITOS E MUITOS COMENTÁRIOS... Tá?
Que desfrutem... Boa leitura! :*



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*Paulina narrando*

Não pude evitar, precisei ficar sozinha pelo menos por uns instantes para colocar em ordem os meus pensamentos que ficaram inundando a minha mente, precisava desabafar a angústia que sentia naquele momento, peguei rapidamente um pouco de papel toalha que havia ali no banheiro e tentava deter as lágrimas que insistiam invadir a minha face antes que acabasse com toda a minha maquiagem e respirei fundo ao me olhar através do espelho e lembrar que meus olhos poderiam inchar ou que no mínimo bolsinhas seriam reveladas sob eles por causa do choro, também podiam ficar vermelhos. Lembrei também que do outro lado daquela porta estava um homem maravilhoso e que estava ali com um propósito, que provavelmente não merecia que eu estivesse isolada chorando por algo do passado quando ele estava ali apenas por mim.

– Paulina, está tudo bem? – Ouvi ele dizer, sua voz abafada do outro lado. Demorei uns segundos pra responder. – Paulina?!

– S-sim, está. Estou indo! – Respondi com voz embargada.

– Tem certeza? – Perguntou com preocupação.

– Sim, tenho. Me espera só mais um pouco, por favor. – Respondi agora com um pouco mais de firmeza em meu tom de voz, respirei fundo e me olhei novamente no espelho.

Não posso deixá-lo assim, e o que ele pode estar pensando de mim? Preciso sair daqui e saber o que será de nossas vidas, não posso decepcioná-lo por tal atitude, não me perdoaria se estiver deixando escapar a chance de ser feliz. Pensei enquanto via minha imagem pelo espelho.

Após mais uns poucos minutos quando me senti segura o suficiente para enfrentá-lo e possivelmente explicar-lhe o que aconteceu, abri a porta devagar e segui até a sala.

– Paulina! – Exclamou rapidamente ao correr até mim e me puxou em seus braços dando-me um caloroso abraço, embalando-me em seus braços fortes com carinho, embriagando-me agora de seu delicioso cheiro. – Fiquei tão preocupado com você! – Disse baixinho acariciando os meus cabelos com uma de suas mãos enquanto a outra afagava as minhas costas. Correspondi ao seu abraço, me senti acolhida naquele momento, poderia ficar ali pra sempre.

– Desculpe por minha atitude, Carlos Daniel. – Disse enquanto saía de seu abraço lentamente, senti meu rosto esquentar quando ele me olhou nos olhos, a apreensão nítida em seu olhar. – Eu...

– Não precisa se desculpar, minha vida... – Estremeci ao escutá-lo me chamar de “minha vida” mais uma vez sem se dar conta. -...Vem, vamos sentar... – Disse segurando minhas mãos levando-me até o sofá, induzindo-me a sentar e assenti.

Nos sentamos e ele com toda delicadeza continuava afagando as minhas mãos, olhando-me fixamente, estava pensativo enquanto me fitava e eu sabia que ele estava se perguntando o porque eu agi daquela maneira, devia estar pensando muitas coisas, inclusive em como se livrar de alguém tão complicada como eu. Não conseguia olhá-lo dentro de seus olhos, sentia vergonha de lhe dizer o porquê de minha atitude, não tinha coragem de falar sobre tal assunto, muito menos quando o propósito de nosso encontro ali fora outro. Estava decepcionada comigo mesma por não ter visto antes aquela fotografia ali e ter dado um fim nela e principalmente por ter sido fraca e ainda por cima diante de Carlos Daniel.

–...Quer conversar sobre o que aconteceu, Paulina? – Me perguntou enquanto segurava o meu queixo entre seus dedos, fazendo-me olhá-lo nos olhos. Inspirei fundo e senti minha visão embaçar pelas lágrimas que já ameaçavam encher os meus olhos. – O que esse imbecil te fez para te deixar assim? – Perguntou entre dentes, senti a raiva em seu tom de voz.

– N-não foi nada Carlos Daniel, eu que sou uma boba. Deixa isso pra lá. – Forcei um sorriso.

– Tudo o que tem a ver com você me interessa, Paulina. E se esse cara te fez algum mal eu...

– Por favor, Carlos Daniel. – O interrompi imediatamente. – De verdade, não se preocupe, está tudo bem. – Segurei firme uma de suas mãos transmitindo-lhe verdade.

– Você ainda sente algo por ele? – Indagou apreensivo.

– NÃO! Não há absolutamente nada! – Respondi com precisão.

– Fico feliz então! – Esboçou um lindo sorriso e acariciou as minhas bochechas. – Mas se ele fez algo contra você eu juro que...

– Shh, não diga nada. – O interrompi novamente colocando meu indicador sobre seus lábios. - A vida sempre nos dá oportunidades para seguir em frente e temos que agarrá-las, não é? – Disse enquanto acariciava seus lábios e olhava seus lindos olhos castanhos e percorri meus olhos até a sua boca tão bem desenhada. Senti o bater do meu coração tornar-se frenético quando meu olhar novamente se encontrou com o dele que estava desejoso, a ousadia estava presente nas minhas palavras e não voltaria atrás com elas porque agora tinha certeza do que estava falando.

– Tem razão. – Respondeu num sussurro e lentamente roçou seus lábios nos meus. – Tem toda razão... – Disse baixinho enquanto dava leves beijos nos cantos de minha boca e finalmente a entreabri dando-lhe total acesso para que se apoderasse dela invadindo-a com sua cálida língua.

O beijo começou lento e calmo, ele segurava o meu pescoço com delicadeza puxando-me cada vez mais contra sua boca tomando mais e mais posse de mim, me senti flutuar em seus braços e me deliciei de seu doce sabor, do qual sentia tanta necessidade e ânsia. As nossas mãos pareciam ter vida própria, elas percorriam com delicadeza os nossos pescoços, os nossos rostos, os nossos dedos pareciam penas e a cada roçar um delicioso arrepio nos percorria. Ele tinha os lábios mais suaves e fortes que conhecia, sabia como beijar e deleitar uma mulher. Aquele beijo estava colocando os nossos corpos em chamas, eles suplicavam por mais, muito mais, mas ainda era prematuro. Nenhum de nós queria romper aquela magia, mas o ar começava a nos fazer falta e fomos terminando com suaves beijos menos profundos e mais delicados.

– O que fez para o jantar? – Perguntou sorrindo quando recuperamos o ar pós-beijo ardente. Sorri também.

– Salmão ao forno com batatas. Uma de minhas especialidades. – Sorri animada, gostei do fato de ele ter se interessado pela comida. – Algo leve, gostoso e de rápido preparo. Não pude preparar algo mais de mais requinte por causa do tempo. – Expliquei.

– Hmm... – Murmurou apetitoso. – Parece delicioso e o cheiro também está divino!

– Então vamos comer? – Sugeri animada.

– Por favor! – Respondeu brincalhão, levantou-se e, segurando a minha mão me conduziu até a mesa do jantar, puxando a cadeira para que me sentasse à mesa posta.

Senti que a partir de agora, teríamos apenas momentos bons e aquela noite ficaria marcada em nossas memórias. Ele agiu como se nada tivesse acontecido anteriormente e me deixou completamente à vontade e conseguiu mudar rapidamente o meu humor. Não me sentia irritada e muito menos incomodada com a presença dele ali, agora desfrutava de sentimentos diferentes diante dele, sentia prazer em estar ao seu lado.

– Você caprichou na decoração. A mesa está linda, bem de acordo com esta noite. – Sorriu segurando a minha mão e levando-a até seus lábios.

Ambos nos servimos e nos deliciamos com a comida e o vinho, em todo momento falávamos do que mais gostávamos de fazer, contei sobre algumas travessuras de Sophia e ele também me contou algumas sobre sua irmã Malu e de seus melhores momentos juntos, contou-me também sobre como se sentia nervoso por nosso encontro desta noite e rimos com essa revelação. Ele apreciou bastante a comida e falava o tempo todo sobre o quão deliciosa estava e que gostaria de provar mais de meus “dotes culinários”, disse também que já imaginava que eu era amante da gastronomia, um fato sobre mim. Revelou que também cozinhava quando mais jovem, mais um fato desconhecido e interessante sobre ele, ele é muito mais do que eu imaginava, vejo que deste homem ainda há muito que saber, aprender, valorizar. Por diversas vezes, Carlos Daniel abandonava o seu talher para segurar minha mão e entrelaçar seus dedos nos meus, o que me deixava levemente ruborizada, não estava acostumada com esses tipos de tratamentos e ainda com um homem como ele que me tirava da órbita, mas o correspondi de igual forma, nossos olhares também se encontravam e com eles podíamos dizer tudo o que as palavras não diriam naquele momento. Terminamos de comer e enquanto conversávamos, ele me ajudou a tirar a mesa mesmo depois de eu tanto ter insistido que não precisava, mas insistiu que queria compartilhar comigo de cada momento, até mesmo quando se tratasse de colocar pratos e taças sobre a pia.

Para servir a sobremesa, pedi a ele para me esperar na sala de jantar, não queria que visse logo o que preparei. Ele docilmente obedeceu com um sorriso malicioso e se retirou.

Retirei o espumante do frigobar assim como a sobremesa que coloquei meticulosamente em duas taças de cristal fumê vermelho. Com o coração batendo velozmente me dirigi à sala, ele não estava sentado, mas sim observando as estátuas que decoravam o movél em frente à mesa. Fiquei parada uns momentos observando as suas largas costas, as suas pernas que se notavam musculosas naquelas calças, ele deve ter sentido o meu olhar fixo sobre ele e se virou sorridente.

– Linda coleção! – Observou apontando para aquelas estátuas em bronze.

– Obrigada, são fruto das minhas diversas viagens. – Agradeci orgulhosa e me dirigi à mesa.

– Humm, tiramisu de morango, a minha sobremesa favorita! – Exclamou com um olhar guloso sentando-se à mesa. – Este espumante é dos melhores! – Voltou a exclamar após ler o rótulo da garrafa. Abriu-a e uma leve espuma começou a sair, ele levou os labios até o gargalo e sugou um pouco aquela espuma branca olhando-me nos olhos. O meu olhar não podia se desviar dos seus lábios e senti a minha garganta secar.

– Uma delícia! – Disse retirando os seus lábios e servindo aquele liquido dourado com bolhas nas nossas taças.

– Ainda bem que gostou. – Saí finalmente de meus devaneios.

– O tiramisu está sensacional, parabéns, volto a comprovar a boa cozinheira que você é. – Elogiou-me fazendo-me corar.

– Obrigada. – Ia provar do meu quando ele aproximou a sua colher à minha boca. O seu olhar era brilhante, expectativo, malicioso. Abri os lábios e provei aquela musse que se fundia na boca e fechei os olhos deliciando-me com aquele sabor exótico.

# Carlos Daniel narrando #

Enquanto saboreávamos aquela deliciosa sobremesa com os olhares sempre conectados, minha mente voou tentando desvendar a incógnita que era Paulina Martins. O que escondia por trás desse sorriso? Me perguntava enquanto a admirava.

– Está pensativo! - Ela disse quebrando o silencio que havia se instalado.

– Estou tentando te desvendar! - Disse enquanto a olhava seriamente em busca de uma pista que pudesse me levar às respostas as minhas perguntas.

– Me desvendar? - Perguntou demonstrando surpresa.

– Sim... É uma mulher que esconde muitas coisas! - Disse de maneira vaga, afinal não podia culpá-la, eu não era em nada um livro aberto com os meus assuntos.

– Não escondo! - Rebateu seriamente. – Apenas há coisas que é preferível que enterremos no fundo de nosso coração e esquecê-las para sempre! - Dizia enquanto provava mais um pouco de sua sobremesa demonstrando indiferença.

– Então espero um dia conseguir o mesmo! - Disse enquanto a olhava surpreso com sua resposta.

– Conseguir o quê? - Perguntou enquanto me olhava franzindo o cenho.

– Guardar certos assuntos no fundo de meu coração e esquecê-los! - Disse enquanto a olhava nos olhos.

– Acredite em mim, é a melhor coisa a fazer! – Afirmou devolvendo-me o olhar.

– Será que posso pegar mais um pouco dessa sobremesa? - Perguntei mudando bruscamente de assunto, sentia que esse assunto estava tornando as coisas mais pesadas entre nós.

– Hum... Deixe-me pensar... - Ela disse com um sorriso travesso. – É claro que pode! - Disse rindo quando a fitei com expectativa.

Me servi de mais sobremesa e voltamos a ficar em silencio enquanto comíamos, as trocas de olhares eram como algo vital para ambos. Passava em minha mente nossa conversa de agora a pouco e nada, nenhuma pista do que Paulina pode estar escondendo de mim. Aquilo tudo havia me deixado completamente intrigado e sentia uma preocupação por ela que era inevitável. Depois de muito pensar, mesmo querendo ajudá-la, protegê-la, teria de deixar que quando ela se sentisse pronta para me contar o fizesse...

– A sobremesa, o jantar... Estava tudo maravilhoso! – Elogiei quando terminamos de comer a sobremesa.

– Fico feliz que tenha gostado! - Disse sorrindo.

Caímos em um silencio constrangedor, essa coisa de encontro com jantar era “nova” para mim, há anos não o fazia e acho que desaprendi como fazê-lo bem, como agir...

– Porque não me apresenta seu apartamento? - Sugeri quebrando o silencio.

– Ah sim, claro! – Sorriu amavelmente. – Não há coisas interessantes que mostrar, mas vamos lá.

Estendeu sua mão em minha direção, a segurei, e ela me guiou até um curto corredor com paredes em tom pastel e seguimos até uma grande porta dupla preta que ficava no final deste corredor na horizontal a qual eu não tinha percebido antes.

Ela abriu as duas partes da porta arrastando-as para lados opostos com suas duas mãos, o que me deixou surpreso, pois ali do outro lado havia uma sala de TV pequena, mas muito aconchegante por sinal, a casa de Paulina era muito acolhedora, tudo era muito bem decorado e tinha um pouco dela em cada ambiente que eu conhecia. Na sala havia duas poltronas em couro branco que ficavam de frente a um painel feito aparentemente em pedra natural cor clara que comportava uma TV de 60¨ e um home theater, e frente a elas e ao painel tinha uma pequena mesa de centro de vidro em cima de um tapete felpudo branco e sobre ela algumas delicadas esculturas de cristal. Na parede oposta à TV, uma lareira também em pedra e à sua frente grandes almofadas sobre o chão que eram mais que convidativas. Na parede oposta à TV uma lareira também em pedra à sua frente grandes almofadas sobre o chão que eram mais que convidativas. Na parede de que ficava atrás das poltronas um quadro enorme com um desenho simplesmente incrível e colorido de uma bela mulher que aparentemente olhava para um horizonte, não pude apreciá-lo com precisão, mas creio que há um significado maior naquele quadro e isso me chamou atenção, Paulina é uma mulher de muito bom gosto e com certeza existe uma razão de ter este quadro em sua sala.

– Foi um presente de uma amiga que pinta. – Disse sorrindo enquanto olhávamos juntos para o quadro.

– É... É lindo! – Apreciei deslizando os dedos levemente pela moldura do quadro e olhei para Paulina devolvendo-lhe o sorriso.

– Sim, muito!

– Ela parece tão...

– Serena. – Respondeu rapidamente completando a minha frase.

– Sim, ela consegue transmitir algo de sereno com este olhar, parece positiva, pacifica... – Disse pensativo.

– Sim, também sinto o mesmo quando olho para esta imagem. – Disse afastando-se rapidamente em direção ao lado oposto da parede onde tinha um grande sofá branco também em couro e foi para trás dele fazendo-me percorrer o meu olhar em sua direção. – Mas acho que você vai preferir essa vista aqui... - Disse acionando uma cortina blackout, surpreendendo-me mais uma vez com os possíveis segredos que aquele lugar escondia. Aquela parede era toda em vidro, como no meu escritório e fiquei perplexo com a linda visão que contemplava ali. Não se tratava apenas das luzes da cidade, ou dos carros, ou do céu estrelado, se tratava de Paulina parada de frente àquela magnífica vista natural da noite dando asas a minha imaginação fazendo-me vê-la completamente nua instigando-me a tomá-la em meus braços e conduzi-la até o sofá, a tomar posse de seu corpo e assim fazermos amor ali mesmo sob a luz da lua.

– É linda, perfeita! – Disse rapidamente forçando-me a sair de meus pensamentos e me aproximei a ela para juntos admirarmos aquela maravilhosa vista antes que ela me perguntasse mais uma vez no que estava pensando e eu acabasse falando o que não devia.

– Sim, muito! E esta foi uma das razões pela qual comprei este apartamento na cobertura. – Disse com um sorriso angelical olhando através do imenso vidro.

– Um dos motivos? – Perguntei sorrindo, curioso.

– Uhum... – Assentiu me olhando com um brilho em seus lindos olhos.

– E qual foi o outro motivo? – Perguntei erguendo uma de minhas sobrancelhas.

– Vem, vou te mostrar.

Paulina me guiou mais uma vez até uma outra porta que dava acesso à um mini bar super discreto e para entrar ali precisava atravessar uma pequena bancada que tinha uma passagem lateral, uma meia porta e três cadeiras de cada lado entre a bancada, as bebidas ficavam numa espécie de adega de vidro, e copos de vários tipos pendurados em um suporte dourado no alto da bancada, tudo muito bem organizado e delicado. De frente ao bar, uma escada de mármore bege com corrimãos dourados e subimos até um lugar de realmente tirar o fôlego, a cobertura do apartamento.

– Ótimas razões para comprar essa cobertura! – Disse-lhe depois que atravessamos as grandes portas de vidro fumê até a incrível sacada do apartamento, olhei em volta e apreciei bastante o que havia ao nosso redor. Ali havia uma mesa de palha e madeira com cadeiras ao redor, plantas e flores, duas espreguiçadeiras e algo que mais uma vez tomou conta de meus mais íntimos sentidos levando embora completamente a minha lucidez, uma banheira de hidromassagem do outro lado, não pude deixar de pensar mais uma vez em nós dois ali nos amando como se não houvesse amanhã, ambos desfrutando apenas um do outro.

– Obrigada! – Disse aproximando-se ao guarda corpo de vidro na fachada da grande sacada. – Foi o meu melhor investimento. Concluiu pensativa olhando o horizonte, Deus ela podia ficar ainda mais linda tentando se conter com o vento soprando a sua delicada franja.

– Você comprou este apartamento? – Perguntei surpreso, cada momento ela me surpreendia mais com sua independência e autonomia.

– Sim, conseqüência do meu próprio suor. – Sorriu orgulhosa.

– Você sempre trabalhou com o seu pai na fábrica? – Indaguei curioso.

– Ah não, foi com outra coisa...- Esboçou de seus lábios um meio sorriso. – A fábrica eu gerencio há pouco tempo. – Disse pensativa. – Quero que experimente algo! Me espera só uns segundos e já volto. – Exclamou rapidamente e saiu às pressas deixando-me confuso e como disse, não demorou. Voltou trazendo duas taças e uma garrafa de vinho em suas mãos.

– Acho que tem alguém bebendo além da conta aqui... – Disse quase a gargalhadas enquanto ia em sua direção e pegava a garrafa de sua mão para abri-la.

– Gostaria que experimentasse este, é o preferido de minha mãe e meu também. – Sorriu olhando-me nos olhos.

– Se é assim, tá liberada! – Sorri de volta divertido fazendo-a rir de meu gesto.

Após abrir a garrafa e servir nossas taças, pousei a garrafa em cima da mesa e após brindarmos mais uma vez perdendo-nos em nossos olhares, voltamos a nos encostar lado a lado no extenso guarda corpo daquela incrível sacada.

– Não é tão bom quanto o que você trouxe? - Ela perguntou enquanto me observava tomar o pouco do vinho.

– É bom! – Afirmei a olhando.

– É bom? – Indagou olhando-me com a testa franzida.- Só bom? Nada mais? - Sorriu divertida.

– Não sou um bom conhecedor de vinhos! - Disse devolvendo-lhe o sorriso enquanto a olhava.

– Ah não? - Perguntou demonstrando uma surpresa fingida.

– Não! - Respondi a olhando seriamente agora. – Mas sei como posso fazê-lo melhor que qualquer vinho desse mundo! - Disse olhando-a fixamente enquanto lhe lançava um sorriso maroto.

Paulina apenas riu de meu comentário...

– Duvida? - Perguntei desafiando-a.

– Creio que misturar o vinho com qualquer coisa que nem posso imaginar o que seria... - Dizia enquanto ria. – ...não o deixaria nada agradável!

Eu apenas concordei com um acenar de cabeça enquanto tomava um gole grande e então rapidamente me aproximei mais e com o polegar a fiz com que me olhasse, com meu toque em seu rosto o sorriso que ali brincava desapareceu, nossos olhares se conectaram e naquelas ires verdes pude ver tantas coisas refletidas... Ali haviam paixão, fogo, desejo, incerteza, medo...

Tomei um gole do vinho e então a beijei ferozmente, invadindo sua boca com ardor, e eu estava certo, esse se tornou o melhor vinho que já provei em minha vida. Nossas bocas conectadas moviam-se com pressa, com desejo de sentir mais do sabor do outro e em um movimento rápido a trouxe para mais perto e com uma das mãos em sua nuca e a trouxe para aprofundar ainda mais aquele beijo.

O beijo que começou cheio de ardor aos poucos foi se tornando calmo, nossas línguas se moviam lentamente, sentindo a maciez de nosso toque, nossas respirações no mesmo ritmo acelerado, se fosse possível nunca quebraríamos aquele contato.

– Esse é o melhor vinho que já provei! - Disse com a voz grave quando nos separamos.

Paulina apenas se afastou com o rosto corado e ali em seus lábios o vestígio de nosso beijo, os lábios vermelhos e levemente inchados pelo nosso ato.

– Não poderia sequer imaginar que você fosse uma pessoa tímida! - Disse provocando-a.

– Bom, você não me conhece! - Ela disse me lançando um rápido olhar.

– Tem razão, eu não te conheço, mas quero conhecê-la! - Disse a olhando seriamente. – Quero muito! - Completei.

Paulina apenas se moveu agitada ao meu lado, mas permaneceu em silencio...

– Paulina! - A chamei para ganhar sua atenção e quando ela me olhou devolvi o olhar de uma maneira mais intensa, demonstrando a seriedade das palavras que viriam logo a seguir. - Eu quero tentar! Afirmei olhando-a com expectativa.

– Eu não sei se te compreendo, Carlos Daniel! - Disse enquanto me olhava com um semblante confuso.

– Quero ter uma chance, quero ter você! - Confessei enquanto a olhava com ainda mais expectativa.

Paulina permaneceu em silencio, parecia ainda tentar entender os significados de minhas palavras.

– Não vou para a cama com você! - Rebateu afastando-se de mim, parecia ofendida.

– Não é a isso que eu me refiro, Paulina! - Retruquei aproximando-me dela. – Disse que quero tentar! - Expliquei enquanto pegava a sua mão.

– Seja mais direto, Carlos Daniel! – Disse de uma vez nervosa enquanto tirava sua mão da minha lentamente. – O que você realmente quer?

– Quero ficar com você, que seja minha companheira da vida! -Expliquei, essas palavras simplesmente invadiram meus lábios.

– Por quanto tempo? Até se satisfazer e depois que cansar de mim me descartar? - Ela me questionou na defensiva, pude notar que em seus olhos havia ameaçadoras lágrimas.

Passei a odiar essa frase “por quanto tempo?”. Era a segunda vez que ela me fazia essa mesma pergunta.

– Pelo tempo que durar, eu não sei, não podemos estipular um tempo para algo assim! – Respondi tentando ser menos vago possível, sem saber o que responder ou como responder.

Mais uma vez Paulina voltou a ficar em silencio, pensativa...

– Como? – Perguntou em tom embargado. – Como pôde? Até ontem seu interesse era apenas me levar para cama! - Disse enquanto andava de um lado a outro.

– “Até ontem” ninguém nunca tinha se recusado a ir para cama comigo! - Rebati fazendo-a parar de andar e me olhar. – Você foi a primeira mulher que me rejeitou!

– Isso não explica essa sua mudança de atitude! - Rebateu.

– Com sua recusa descobri como sentir prazer com a companhia de uma mulher sem precisar transar com ela! - Disse da forma mais natural que pude e vi seu rosto tomar um tom vermelho.

– N-não te entendo! - Gaguejou enquanto evitava meu olhar.

– Deixá-la desconcertada me dá grande prazer, se quer saber! - Confessei sorrindo enquanto a olhava com um sorriso bobo nos meus lábios.

Como Paulina permaneceu em silencio, mesmo depois de minha provocação continuei...

– ...Há tempos não tinha um momento como esse com uma mulher e com você descobri que sinto falta de tudo isso! – Tentava me justificar enquanto a olhava, com o intuito de ela me olhar nos olhos para ver a veracidade de minhas palavras em meu olhar. - Antes de te conhecer eu não tinha motivos para sorrir e depois que você entrou em minha vida tudo mudou, várias vezes eu me peguei sorrindo sozinho apenas por pensar em você e agora eu vejo que tudo tem um novo sentido, você é este novo sentido! – Dizia enquanto sentia minha visão embaçar, respirei fundo e ela finalmente olhou em meus olhos surpreendida. Continuei dizendo. – Que a desejo? Sim, e muito! - Disse sendo o mais sincero possível. – Quero senti-la, tocá-la, quero beijá-la, quero fazê-la minha, Paulina, sentir o seu calor... Quero te dar prazer e ter prazer em seus braços...

Enquanto era sincero quanto aos meus desejos mais profundos Paulina me olhava com surpresa, mas não entendia o porque se ela sempre soube o quanto a queria porque eu sempre dei a entender isso, só nunca tinha dito de forma tão clara.

– Eu não sei Carlos Daniel... – Disse com um fio de voz baixando desviando o seu olhar, pensativa mais uma vez. – Eu...

– Tenho minhas necessidades e você também tem, apesar de tentar negar você também quer... – Disse rapidamente interrompendo-a antes que falasse mais alguma coisa, segurando firme as suas duas mãos. -...mas saberei esperar quando estiver pronta para dar esse passo! - Expliquei enquanto a olhava.

– Perdoe-me Carlos Daniel, mas eu não consigo acreditar em você... Você está dizendo isso da boca para fora! - Insistiu desviando seu olhar novamente do meu.

– Paulina, acredite, eu passei por tantos desenganos em minha vida que jurei a mim mesmo que nunca mais me envolveria com uma mulher seriamente, mas conheci você e por mais que eu tentasse manter o meu juramento, eu não consegui e você tomou conta de meus pensamentos e fez uma reviravolta em minha vida, meus conceitos e meus sentidos. – Confessei de uma vez, já não me importava mais com a dor que passei, para mim o que importa agora é o presente, o que seria o nosso passo para o futuro.

– Entendo, Carlos Daniel, mas você não suportaria nem um mês se eu me recusasse a dar-lhe o que deseja! – Explicou olhando-me seriamente apertando as suas sobrancelhas.

Ficamos em silencio em uma troca de olhares...

– Quero correr esse risco, adoro desafios! - Disse com precisão em tom grave enquanto um sorriso de canto nascia em meus lábios.

– Quer transformar isso em um desafio? - Ela perguntou expressando incredulidade.

– Não, mas seria uma boa maneira de provar a sinceridade de minhas palavras, que o que quero de você vai muito além de uma atração física! – Argumentei enquanto a olhava.

Paulina não me respondeu, permaneceu em silencio, pensativa...

– ...E então? - Perguntei aflito enquanto a observava. – Vai deixar que eu prove o quanto desejo tentar? - Voltei a perguntar a olhando com expectativa.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Bora comentar?! Precisamos de seus comentários, muitos comentários com detalhes para saber o que vcs realmente estão achando... Precisamos melhorar em algio? Por favor, expressem as suas críticas! :D Obrigada

Tamy e Mazinha