Te Odeio Por Te Amar escrita por TamY, Mazinha


Capítulo 31
Capítulo 31 - "Momento especial" / "Minha vida"


Notas iniciais do capítulo

E aí meninas, como vão?
Tá aí mais um capitulo prontinho pra vcs! [n/a M] Quero agradecer a todas vcs que acompanham e nos incentivam tanto a continuar escrevendo... Agradecer o carinho de Suh, Nini e Michellinha e dizer que lhes dedico este capitulo especialmente, e à todas as outras também... Obrigada por tudo, vcs são maravilhosas! Amo vcs!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/486594/chapter/31

* Paulina narrando *

O tempo passou mais rápido do que eu imaginei, já eram quase 7h da noite e eu precisava correr contra o tempo. Avisei a Adelina para que não me esperasse para o jantar e peguei estrada rumo a Polanco Miguel Hidalgo, onde fica o meu apartamento.

Durante o caminho ia tentando manter a calma, não queria criar muitas expectativas em cima do que poderia acontecer essa noite, mas era impossível. Meu estômago gelava apenas em pensar que eu o veria em pouco mais de uma hora e que iríamos conversar sobre nós, eu precisava manter a calma e me controlar para não fazer besteiras, precisava controlar também os meus impulsos para não estragar tudo. Já estava chegando e respirei fundo e entrei no estacionamento de um supermercado que ficava no bairro, estacionei e entrei rapidamente no grande estabelecimento para comprar algumas coisas para o jantar, com certeza não teria nada em casa para preparar.

Comprei tudo o que precisava e segui rumo ao meu destino. Ao chegar, acionei os portões e entrei com o carro na grande garagem que ficava no subsolo do prédio.

– Dona Paulina! Que prazer ver a senhorita por aqui! – Disse seu Chico ao me ver quando fui de encontro a ele numa pequena guarita do prédio. – Fiquei muito surpreso ao ver o seu carro entrando aqui. – Continuou com um largo sorriso nos lábios. Seu Chico era um senhor já de idade, tinha cabelos brancos e barba também, olhos azuis e dono de uma simpatia sem igual, ele era o porteiro do edifício.

– Olá seu Chico, o prazer é todo meu! – Devolvi o sorriso. – Sim, tem muito tempo que não venho aqui... – Disse percorrendo o meu olhar por aquele lugar.

– E como está? Pelo visto muito bem porque a cada dia está mais bonita! – Disse empolgado.

– Obrigada. – Sorri. - Estou bem e o senhor, vejo que continua o mesmo seu Chico de sempre! – Disse sorridente.

– Estou velho, mas continuo firme e forte e ainda sou pau pra toda obra! – Sorriu quase a gargalhadas, fazendo-me rir também.

– Claro que sim, isso é muito bom!

– A senhorita precisa de ajuda para levar estas sacolas? – Ofereceu ao ver as sacolas de supermercado em minhas mãos. – Devem estar pesadas.

– Não obrigada, seu Chico. Muito gentil... O que eu quero dizer é que às 8h virá uma pessoa me procurar aqui e peço que o deixe subir. O nome dele é Carlos Daniel.

– Claro que sim, senhorita! Assim o farei. – Sorriu e brincou gesticulando continência.

– Obrigada seu Chico. Agora preciso ir, já estou um pouco atrasada e preciso correr contra o tempo. – Disse agradecendo-lhe e apertei o botão do elevador que, por sorte, estava no térreo.

Há tanto tempo que não venho aqui... Pensei em voz alta antes de abrir completamente a porta do apartamento. Entrei com pé direito após respirar fundo, precisava de muita luz e sorte, neste lugar vivi muitas coisas maravilhosas e intensas, mas foi aqui também que vivi os momentos mais frustrantes de minha vida, mas não tive muita escolha a não ser conversar com Carlos Daniel aqui mesmo, independente de qualquer coisa, este era o meu lugar, o meu “canto” e aqui eu sentia a liberdade que com certeza não sentiria em outro lugar.

Olhei em volta e estava tudo intacto, do mesmo jeito que eu havia deixado há quase dois anos e também estava super organizado e limpo. Continuei olhando em volta e segui para a cozinha para deixar as sacolas sobre a mesa.

#Carlos Daniel narrando#

Quando dei por mim já estava atrasado e ainda tinha que passar na adega para pegar um vinho. Escolhi um de uma das minhas melhores safras, um de meus preferidos e esperava que Paulina o apreciasse também. Sem muito tempo para pensar nisso, peguei minhas chaves e segui até a garagem para pegar meu carro e tomar meu rumo até o endereço que estava em meu celular. Cheguei com apenas alguns minutos já que o transito estava fluindo bem e desci de meu carro para me identificar na portaria do grande prédio.

– Olá, me chamo Carlos Daniel e Paulina está à minha espera! - Disse em tom seco ao senhor que me olhava com curiosidade.

– Senhor Carlos Daniel, sua entrada já está liberada! - Disse me oferecendo um sorriso simpático. - O apartamento da senhorita Paulina é o 901 no ultimo andar! - Informou.

Agradeci e retornei ao meu carro, em seguida os enormes portões da garagem foram abertos e eu segui em frente descendo por uma enorme rampa onde dava para um amplo estacionamento no subsolo do edifício. Reconheci o carro de Paulina estacionado e depois de conferir minha imagem no retrovisor do meu carro desci e fui até o elevador apertando o botão para chamá-lo e o direcionei para o ultimo andar.

Sentia-me ansioso e respirei fundo tentando me acalmar, não estava me reconhecendo, nunca tinha me sentido assim em um encontro, sempre fui muito seguro de mim e agora essa mulher já tinha mudado minha vida, não pude deixar de sorrir com esse pensamento. Parei na porta de seu apartamento e toquei a companhia, agora era hora de voltar a ser quem eu era, sem medo, sem nervosismo, confiante. Era hora de ter ela para mim e para isso precisava de toda minha segurança de volta.

* Paulina narrando *

Fui até a sala para abrir as janelas e assim convidar o ar a entrar. A doce brisa da noite invadiu os meus poros fazendo-me respirar fundo enquanto contemplava as luzes das estradas lá em baixo e desfrutava daquele ar fresco. Sentia-me livre e plena enquanto o vento batia sobre os meus cabelos movimentando-os, fechei os olhos...

“Sentia a brisa gelada tocar o meu rosto enquanto respirava aquele ar puro e apreciava o céu escuro totalmente estrelado...

– Hmmm... Que saudade... - Ele sussurrou em meu ouvido enquanto me abraçava por trás, fazendo ondas de arrepios percorrerem de meu pescoço até o estômago... Sorri e virei-me para olhá-lo nos olhos e ele capturou os meus lábios com ousadia me deixando completamente rendida.

– Pensei que não viria mais...- Disse olhando rapidamente o meu relógio de pulso no meu braço em volta de seu pescoço.

– E deixar você assim toda linda sozinha neste apartamento tão grande e vazio? - Disse esboçando seu sorriso encantador olhando em volta e em seguida parando seu olhar no meu.- Não mesmo! Hoje a noite pertence a duas pessoas apenas... -Riu malicioso e nos beijamos mais uma vez.

– É que você demorou e... - Dizia depois que finalizamos o beijo enquanto ele me puxava para a sala segurando uma de minhas mãos...

– Ah coração, você conhece o transito dessa cidade neste horário e sabe que está impossível chegar na hora combinada nos lugares.

– Mas é que você está atrasado quase duas horas e...

– ...E eu estou aqui, não estou? - Me interrompeu rapidamente. - E meu amor, vamos aproveitar, deixa de lado essas bobagens que fazem a gente brigar, não vamos estragar essa noite... - Continuou acariciando o meu pescoço, puxando-me para mais um beijo ardente. “.

Preciso fazer o jantar!Impus a mim mesma afastando aquelas lembranças de minha memória, se eu permitisse que continuassem rondando a minha mente, poderia estragar tudo essa noite. Desci rapidamente em direção a cozinha para fazer o rápido jantar.

“- O que achou da comida? Está boa? - Perguntei após terminarmos de comer algo que eu havia preparado para nós dois aquele dia.


– Oi?... Sim, está boa. - Ele parecia estar em outra dimensão, estava distraído e distante, não falou muito durante o jantar e quase não tocou na comida, notei que algo estava acontecendo, mas não sabia se era certo ou se era apenas coisas de minha cabeça.


– E como foi no trabalho hoje? - Perguntei interessada, estes eram os momentos em que era para desfrutarmos um do outro e eu me preocupava com ele, queria saber de seus interesses, queria participar de sua vida.


– Foi... Foi bom... - Respondeu sério e esperei que alguma pergunta sobre mim fosse feita, mas não aconteceu isso.

– Não está com fome? – Perguntei após olhar o seu prato praticamente no mesmo estado em que estava quando nos sentamos para comer.

– Por quê? – Perguntou olhando-me rapidamente.

– Porque não comeu nada, desde que sentamos você parece distante.

– Ah meu amor, é que eu comi no trabalho. – Disse sorrindo e levantou-se dando a volta sobre a mesa, indo até mim. - Mas estou com fome de outras coisas... Vem, vamos para outro lugar. – Continuou fazendo-me levantar e me conduziu até a sala, olhando-me nos olhos, me beijou possessivamente descendo seus lábios até o meu pescoço rapidamente.

– Espera, Mauricio! – Pedi tentando me afastar, mas ele não escutava. – Agora não...- Ia dizendo mas ele possuiu novamente os meus lábios impedindo-me de pronunciar qualquer palavra sequer, dominando os meus sentidos.

– Te adoro, Paulina e quero você todinha pra mim. – Sussurrou em meu ouvido deixando um rastro de arrepio por meu pescoço.

– Eu também te adoro, mas... Quero... – Não pude falar, ele me levantou em seus braços e me conduziu até o quarto mais próximo de nós, ele me beijava tão rapidamente que não conseguia pensar em mais nada, apenas correspondi...”

Voltei a despertar com o ferver da água que indicava que podia colocar as batatas. Com o jantar em andamento, aproveitei para ir pôr a mesa lá na sala.

Cobri a mesa com uma toalha de seda em tons brancos e vermelhos, é uma cor que faz lembrar o amor e a paixão, mas era a mais bonita que tinha. Em frente à mesa tinha um móvel de madeira preto e de lá tirei um aparelho de jantar também vermelho e branco, era da minha mãe e tinha muito bom gosto nele, lembranças iam vir à minha mente, mas tratei de afastá-las logo. Ia pegar nos guardanapos de papel, mas achei que a ocasião merecia algo mais delicado e optei então por uns guardanapos brancos de pano. Poderia pôr os pratos em cada ponta da mesa como a ética manda, mas ficaria melhor um na ponta e outro à sua direita. Como teríamos entrada e prato principal, coloquei dois pratos, um maior que o outro, e em cima do menor coloquei os guardanapos enrolados em um anel de prata. Tinha a certeza que ele ia trazer uma bebida, por isso coloquei duas taças de cristal, uma para a água e outra para vinho. Coloquei os talheres e por ultimo as flores para ajudar na decoração e as coloquei no centro da mesa para dar mais harmonia nela. Optei por não colocar velas desta vez, poderia dar uma falsa intenção.

Com a mesa já terminada, olhei para ela de todos os ângulos para ter a certeza que não faltava nada, tinha cuidado de cada detalhe e esperava que ele o notasse.

Ao olhar para o relógio preto e branco que havia na parede, vi que estava bastante atrasada, fui correndo para a cozinha, tirei as batatas da água e as coloquei numa travessa redonda, fiz um gratinado de maizena e coloquei nas batatas acrescentando no final queijo ralado. Coloquei no forno e deixei aquecer para derreter. Verifiquei se a sobremesa estava boa e pus os camarões para fritar. Um agradável aroma flutuava no ar embriagando os meus sentidos. Coloquei-os num prato e desliguei o forno. Fui correndo até o quarto para trocar de roupa, por sorte a Phia tinha me convencido a trazer outro vestido, pois este só cheirava a comida. Retoquei a minha maquiagem, arrumei o meu cabelo e pus perfume, cruzava os dedos para que não cheirasse a peixe!

Colocava a ultima gota quando a campainha soou. Meu Deus, é ele! Suspirei fundo e desci as escadas tentando controlar a minha ansiedade e nervosismo por vê-lo novamente e num lugar tão particular meu, a sós.

Passei rapidamente por um espelho e conferi se estava tudo em ordem, não podia recebê-lo de qualquer jeito e precisava checar se estava realmente tudo OK. Respirei mais uma vez fundo tentando controlar a minha respiração e girei a maçaneta da porta abrindo-a.

Não consegui disfarçar o que senti no momento em que nossos olhos se encontraram, tenho certeza que ele percebeu. Meu coração deu um salto e as borboletas que já repousavam em meu estômago levantaram vôo violentamente. Ele estava incrivelmente lindo e estava diferente, nunca o vi vestir-se daquele jeito tão despojado. Usava calça jeans e uma camisa social cor grafite com mangas ¾ que revelavam ainda mais os seus músculos firmes, também pude notar que sua camisa entreaberta revelava a leve camada de pêlos que ele tinha no peito moreno e senti o meu rosto esquentar com tal constatação, olhei rapidamente para os seus olhos que estavam fixos em mim e assim ficamos por algum tempo, nos olhando.

# Carlos Daniel narrando #

Minha resolução de ser seguro foi por água abaixo quando a porta foi aberta, senti o ar faltar e meu coração parar por um momento, percorri meu olhar por sua bela figura com um encantamento fora do comum, ela estava simplesmente perfeita, maravilhosa, linda e mesmo vestida de forma tão simples podia esbanjar toda sua beleza e charme com seu porte elegante.

Usava um vestido em um tom rosa claro acima dos joelhos, com alças que destacavam seus busto e ombros, os cabelos presos e a parte mais marcante, seus olhos, seus incríveis olhos verdes atraíram meu olhar e por um momento nos perdemos um no outro.

– Ah... D-esculpe!- Disse saindo de meu transe um tanto embaraçado. - Trouxe um vinho! - Ergui a garrafa em minha mão sorrindo-lhe.

– Perfeito! - Disse devolvendo o sorriso de forma contida e então me dando passagem para que adentrasse o apartamento. Atravessei a grande porta preta pivotante e fiquei admirado com o quão aquele ambiente tão iluminado chamou a minha atenção na entrada por suas luzes brancas, paredes em tons branco, bege e rosa claros, flores também se faziam presentes naquela decoração, o que ao mesmo tempo denotavam sofisticação, beleza e sutileza naquele lugar, a sala era extensa do outro lado e uma parede cor-de-rosa choque também me chamou atenção pela característica feminina que dava ainda mais aquele bonito lugar que era ocupado também por sofás em couro, esculturas, porta-retratos em cima de uma peça que combinava com todos os moveis da sala, sem esquecer de mencionar a janela de vidro fumê que estava aberta e dava acesso a vista da cidade lá fora por dentro.

Não pude deixar de notar também o cheiro maravilhoso que invadiu meus sentidos e lancei um olhar questionador em direção a Paulina, por um instante ela pareceu se sentir desconfortável com meu olhar e então entreguei o vinho aproximando-me para cumprimentá-la melhor.

– Você está muito linda! - Disse próximo ao seu ouvido em um tom grave, dei um beijo suave no canto de sua boca e afastei-me rapidamente, notei um tom rosado em suas bochechas.

Encantadora! Isso me encantava em Paulina, ela era tão diferente...

– Você pode abrir o vinho? - Paulina perguntou nervosa passando rapidamente por mim evitando me olhar e seguiu até um pequeno bar que havia ali na sala.

– Claro! - Respondi enquanto um pequeno sorriso surgia no canto de meus lábios, descobri um grande prazer em desconcertar Paulina dessa forma.

Enquanto ela procurava pelo abridor aproveitei para admirá-la, parecia um pouco nervosa com minha presença e eu não era diferente, apesar de ter conseguido recuperar-me depois de nossa introdução.

– Aqui está! - Disse entregando-me o abridor enquanto no armário pegava duas taças de vinho. Rapidamente encarreguei-me de abrir a garrafa, servi nossas taças e rapidamente as peguei e me aproximei para entregar-lhe a sua. – Brindemos! – Sugeri e o fizemos.

Enquanto levava a taça até as narinas, sem desviar meu olhar de Paulina e sem conseguir esconder minha satisfação em apenas observá-la tomei um pequeno gole degustando a maravilha que era aquela safra, Paulina seguiu meu exemplo e nesse momento fixei meu olhar em seus lábios e senti minha boca seca, mesmo tendo acabado de tomar do vinho tinto, queria degustar daquele sabor em seus lábios e ao pensar isso não me contive em me sentir frustrado.

– O vinho é maravilhoso! - Afirmou fitando-me rapidamente e em seguida tomando mais um gole, pude notar que parecia tensa e com certeza o vinho aliviaria sua tensão.

– Que bom que gostou, é de uma de minhas safras especiais! - Disse sorrindo enquanto a observava.

– Não era necessário trazer um vinho de sua safra, temos vinhos aqui! - Disse apontando para o pequeno bar.

– Sim, não duvido, mas momentos especiais pedem um vinho à altura! - Disse calmamente enquanto mais uma vez me aproximava tirando a taça de suas mãos e essa pequena aproximação fez meu corpo arrepiar e minhas mãos formigarem.

– E-esse não é um momento especial! - Ela rebateu desviando seu olhar do meu e dando um passo para trás ganhando uma pequena distancia entre nossos corpos. – Apenas vamos conversar um pouco...

– Bom, para mim é muito especial. Cada momento em que estou com você é especial! - Disse afastando-me e seguindo com sua taça quase vazia, enchendo-a novamente.

Esperei que me respondesse alguma coisa, mas permaneceu em silencio, então voltei a me aproximar e estendi sua taça até ela novamente e quando Paulina ergueu a mão para pegá-la de volta, em um movimento rápido a levei até meus lábios tomando um gole do vinho de sua taça exatamente onde tinha a marca do batom de Paulina e pude vê-la engolir em seco, surpresa com meu gesto.

– Te vejo tensa! - Disse sorrindo travesso e ofereci-lhe sua taça novamente.

– Impressão sua! - Respondeu sorrindo sem graça pegando-a de minha mão e afastando-se novamente.

– Não costumo errar em minhas impressões! - Disse seguindo-a e parando em sua frente.

– Fiz o jantar! – Declarou mudando de assunto de forma brusca. - Está com fome? - Indagou olhando-me com olhos bem abertos.

– Muita! - Disse fitando-a com olhar penetrante e eu não me referia em nada a comida e pela forma com que quebrou nosso contato visual e corou rapidamente, sei que entendeu bem o que eu queria dizer.

– Então vamos para a mesa! - Propôs distanciando-se imediatamente colocando a taça de vinho sobre uma pequena mesa de centro, Paulina já ia saindo quando me levantei colocando-me em sua frente a impedindo que seguisse em sua fuga.

– Vamos terminar o vinho primeiro! - Sugeri enquanto dava um passo em sua direção pegando sua delicada mão, levando-a de volta para o sofá onde nos sentamos. Sentei-me ao seu lado, peguei sua taça sobre a mesinha de centro e a entreguei à ela para que tomasse mais um pouco de vinho.

– Está tentando me embebedar? - Ela indagou olhando a taça sorrindo.

– Me descobriu! - Disse sorrindo de canto enquanto a olhava bobo com o quão linda ela fica quando ri.

– Bom saber... Assim, não passo muito da conta! - Disse descontraída enquanto tomava um pouco mais de seu vinho.

Fiquei em silencio, tive receio de dizer algo que estragaria aquele momento, que a tornaria distante novamente, que estragasse nossa noite, não poderia agir como agia antes de saber o quão fortemente desejo tê-la ao meu lado.

– Está calado! - Afirmou franzindo o cenho.

– Estou pensando! – Respondi tomando o resto da bebida de minha taça de uma só vez.

– Em quê? Posso saber? - Perguntou olhando-me com curiosidade.

– Em como não estragar esta noite! - Respondi sem desviar meu olhar dela e sem pensar muito no que fazia aproximei-me, sentando-me ainda mais junto a ela.

Paulina pareceu surpresa com minha resposta e sem saber como responder voltou sua atenção à sua taça, e por alguns instantes parecia estar a quilômetros de distância. Aí está! Eu a tinha afastado novamente.

– Você também está muito pensativa! - Disse trazendo-a de volta.

Paulina me olhou rapidamente e sorriu, parecia estar nervosa, e então, inquieta levantou-se e seguindo até o bar serviu-se de mais vinho e aproximei-me com minha taça vazia erguendo-a até ela que a encheu sem me fitar.

– Me desculpe se pareço distante, é que hoje não foi um dia muito bom para mim! – Explicou finalmente me olhando.

– O dia pode não ter sido bom, mas a noite pode ser maravilhosa! - Disse segurando sua mão levando-a até meus lábios, louco por sentir sua pele.

Ela mais uma vez me deixou sem saber o que pensava, não respondeu ao meu comentário, mas nem mesmo pareceu se incomodar com o que eu disse, apenas retirou sua mão da minha delicadamente e me olhou encolhendo as sobrancelhas com um pequeno sorriso brincando em seus lábios.

– Você é um homem muito difícil de entender! - Disse sorrindo apesar de mostrar sua confusão com minhas atitudes.

– Isso não é bom? - Perguntei sorrindo de volta brincalhão.

– Não, não é! - Respondeu rindo.- Não gosto de me sentir confusa ou perdida, gosto de estar sempre no controle das coisas! – Explicou ainda rindo.

– Bom, ninguém melhor que eu para ajudá-la a me entender! - Sugeri olhando-a com encantamento.

– Não creio que você seja confiável! - Debochou dando uma gargalhada, Paulina estava bem mais relaxada, as três ou quatro taças de vinho pareciam estar fazendo efeito.

Não conseguia parar de admirá-la! Tão linda... Hoje era a primeira vez que a via assim, relaxada, sorridente e isso me encantou profundamente, acho que ver seu sorriso, escutar sua risada me dava ainda mais prazer do que vê-la brava.

– Por que está me olhando assim? - Questionou já se sentindo incomodada com a forma intensa com que a olhava.

– Porque descobri que fica ainda mais linda quando ri! - Retruquei olhando-a nos olhos e o pequeno sorriso que brincava em seus lábios desapareceu não deixando nem sombra de sua existência.

– Porque não passamos para a mesa de jantar? – Sugeriu ao corar inquieta enquanto desviava seu olhar.

– Porque o único sabor que desejo sentir essa noite é o único que... Acho que não terei! - Disse contemplando seus lábios com desejo e aproximei-me parando em sua frente, nossos rostos a apenas alguns centímetros um do outro, podia sentir sua respiração acelerada.

– Não apressemos as coisas, por favor! - Ela pediu apoiando uma de suas mãos em meu peito queimando-o onde tocou, fazendo meu estômago revirar em uma alvoroçada de milhões de borboletas, impedindo que me aproximasse mais.

– Está bem! - Disse em um suspiro – Acho melhor... - Dizia, mas minha atenção foi capturada por algo, uma fotografia. – ...quem é aquele? - Perguntei sentindo meu sangue ferver ao ver a foto de Paulina abraçada muito intimamente, eu diria, com um homem. Poderia ser um irmão ou amigo, mas pareciam muito íntimos para isso, então pensar que poderia ser um namorado ou ex, que aquele cara um dia a teve, que a beijou, que a tocou, me enchia de ódio.

Rapidamente Paulina virou-se para a direção que eu olhava e foi quando vi seu rosto perder a cor e pensei que poderia desmaiar. Ela bem que tentou dizer alguma coisa, mas apenas aproximou-se da fotografia e a pegou olhando-a, novamente estava distante e então sem dizer nada saiu com aquela foto em mãos e eu a segui sem entender muito bem o porquê daquela reação.

Ela seguiu por um enorme corredor e entrou em um quarto, não tive muito tempo para admirar a beleza daquele cômodo porque me sentia preocupado. Paulina entrou no enorme banheiro e jogou com raiva o porta retrato contra a parede, fazendo com que se partisse em mil pedaços voando cacos de vidro por toda a parte e em seguida não se importando com a possibilidade de se ferir com o vidro, pegou a fotografia e a rasgou por completo e ainda com fúria a jogou na lixeira. Aproximei-me e ajoelhei a sua frente segurando suas mãos.

– Tudo bem, minha vida...- Essas palavras me saíram sem ao menos me dar conta, quando vi já as tinha dito e Paulina me olhou por um instante com os olhos marejados. – Não precisa ficar assim! - Disse acariciando suas mãos geladas.- Vamos jantar? - Perguntei lançando-lhe um sorriso reconfortante. Achei que esse não era um bom momento para fazer perguntas.

– V-vamos! - Paulina disse com um fio de voz e levantou-se rapidamente. – Será que... Que pode me dar um tempo? - Pediu sem me olhar.

– Está bem. O tempo que precisar! - Disse aproximando-me e lhe dando um beijo rápido no rosto. – Estarei te esperando lá na sala! - Disse e em seguida saí, respeitando o seu pedido, deixando-a sozinha por um momento.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Só postaremos outro se tiver mais duas recomendações e muitos comentários! Não é apenas chantagem, é para garantir se estamos fazendo um bom trabalho. Queremos suas opiniões!
Não é pedir muito, ué! kkkkk
Beijos e queijos!

Tamy e Marta.