Te Odeio Por Te Amar escrita por TamY, Mazinha


Capítulo 3
Capítulo 03 - "Você ainda não viu nada!"


Notas iniciais do capítulo

Oiii girlsss, em primeiro lugar agradecemos à todas que estao nos acompanhando e comentando, estamos muito felizes!
Aí lhes deixamos mais um capitulo, que desfrutem!
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/486594/chapter/3

* Paulina narrando *

— Boa noite, linda... – Dizia um homem loiro alto, forte e extremamente LINDO ao meu ouvido depois de ter se aproximado tão intimamente de mim, fazendo um calafrio percorrer toda a extensão do meu pescoço.

Eu não respondi, apenas o olhei séria e fingi não notar a sua presença, isso sempre me acontecia e eu confesso que não entendia muito bem o por quê da minha recusa, já tinha perdido as contas de quantos caras eu rejeitei por causa desse meu ‘jeito’.

— ...linda e cheirosa! – Continuou ele com um ar sedutor, mas aquilo só me causou irritação.

Eu não conseguia mais olhar os homens como antes, para mim, todos eles não passavam de cafajestes aproveitadores, sedutores baratos que apenas querem levar a mulher para a cama e depois de satisfazer desejos carnais, agirem como se nada tivesse acontecido, como se fosse um brinquedo e, apesar de muitas se deixarem “usar’ por eles, se algum dia algum desses “cafajestes” chegar a pensar ou insinuar que eu sou igual a essas outras, eu não responderei por mim. Eu não sou esse tipo de mulher, não mesmo!

Continuei com a minha frieza, fazendo de conta que aquele rapaz não estava perto de mim, não deixaria um desconhecido se aproximar tanto assim, mas ultimamente tenho sido muito bruta e não quero passar essa má impressão, não ali, no aniversário de minha irmã. Estávamos em uma boate que alugamos apenas para esta festa em Cancún e ali estavam muitos amigos dela. Ela decidiu que este ano comemoraria os seus 17 anos assim e eu não consegui convencê-la do contrário e, provavelmente ele era um de seus amigos, não queria tratá-lo mal, tinha que, pelo menos uma vez na vida, fazer um pouco as vontades da Sophia, dar um pouco de alegria a minha irmã já que estávamos enfrentando por momentos muito difíceis em nossa família. Tinha absoluta certeza de que ela falou de mim para este rapaz e, no mínimo, pediu que ele se aproximasse de mim e me ‘paquerasse’ mas eu realmente não estava com cabeça para romances, já me desiludi o suficiente para me deixar focar em um “novo amor”, me preocupava muito com o nosso pai e com a nossa situação financeira que parecia a cada dia mais ir à lama.

— Posso lhe oferecer uma bebida? – Ele perguntou aproximando-se mais ainda de mim, começava a invadir meu espaço e eu bem que tentei me segurar para não tratá-lo mal porque depois eu seria a culpada, mas ele estava insistindo.

— Poderia me deixar em paz? - Pedi de maneira educada o olhando rapidamente e pude ver a surpresa em seu olhar, afinal. O que ele pensou? Que eu seria uma conquista fácil? Sophia deve ter se esquecido de descrever meu gênio antes de mandá-lo até aqui.

— Desculpe, mas...

— Mas nada, se a Sophia te mandou aqui, está perdendo seu tempo! – O interrompi olhando-o irritada.

— Bom, sua irmã disse que você é um pouco difícil, mas não imaginei que fosse tão grosseira! - Ele disse sorrindo, um sorriso cafajeste daqueles que me fazia ter vontade de tirar de seu rosto com uma bofetada.

— Você ainda não viu nada! - Retruquei tentando manter uma distância segura para que eu não voasse em seu pescoço e arrancasse aquele sorriso da cara dele, ele parecia estar se divertindo com minha irritação.

— Sabe de uma coisa? - Ele me perguntou dando mais um passo em minha direção, realmente não sabia com que estava se metendo. – Você é tão linda que eu daria qualquer coisa para ter a sua atenção. Adoro desafios e tenho certeza que até o final dessa festa...

— Você estará com a marca dos meus cinco dedos na sua cara! - Rebati o olhando irritada antes que ele pudesse continuar.

Amigaaa!— Fui interrompida por Célia, minha amiga, ela mais uma vez me salvava de armar um escândalo na festa da minha irmã.

— Acho melhor você ir embora! - Ela sugeriu ao rapaz, que continuava parado nos olhando.

— Não sou de desistir fácil! - Respondeu sorrindo.

— Viu Célia? - Disse a olhando. – Depois eu é quem sou a culpada! - Rebati irritada. - Quer saber? - Perguntei ao rapaz. – Hoje você está com sorte, não quero estragar a festa da minha irmã, então eu irei me retirar... - Disse sorrindo enquanto segurava Célia pelo braço. –...e se eu cruzar com você aqui, finja que não me viu! - Disse saindo com pressa praticamente arrastando a Célia pelo caminho.

— Ai Célia muito obrigada, você me tirou de mais um provável desgosto e eu não posso brigar com a Sophia hoje. Hoje é o dia dela e eu não quero ouvir conselhos amorosos de uma adolescente, apesar de ela estar certa, prefiro não deixar ninguém se aproximar de mim por agora, não quero...

— Eu sei Lina, te conheço bem e, apesar de morrer de remorso por ter te tirado da frente daquele gato, eu sei dos seus sentimentos e entendo que você não queira “conversar” com um homem lindo e sexy... - Disse ao revirar os olhos. - Não, eu não entendo, pra falar a verdade, e assim como a Sophia, eu acho que você deve se dar a oportunidade de conhecer uma nova pessoa, mas não posso obrigá-la e eu não ia te chamar, juro, mas estava observando de longe e vi o quanto você estava incomodada. – Explicou seriamente.

Célia estudou comigo no ensino médio, também moramos juntas durante o período em que estávamos na faculdade. Quando nos formamos, ela quis abrir um negócio e me convidou para ser sua sócia, mas eu não tinha as mínimas condições de me aliar a alguém, não podia me envolver em um novo negócio quando tinha que focar principalmente na empresa de meu pai, que logo estaria decretando falência se eu não fizesse algo para ajudá-lo. Precisava cuidar do que era meu e de minha irmã, pretendia reerguer nossas finanças e conseguiria, só não sabia como, mas estava determinada. Ela havia comprado um apartamento na capital bem próximo de onde morávamos eu e minha família e estávamos nos encontrando mais freqüentemente, eu adoro a amizade e companhia dela, ela tem um senso de humor incrível e, por termos vivido alguns anos juntas, ela me conhecia muito bem.

— Obrigada por não me compreender, amiga! – Disse sorrindo dando-lhe um tapinha no ombro em forma de cumplicidade, ela estava certa, mas não interferia em minhas decisões, não mais.

Ela viu o tanto que sofri por ter me entregado aos sentimentos e, apesar de sempre me aconselhar a “pegar uns gatinhos” e “me divertir com os errados enquanto não encontrava o certo”, eu não pensava assim. Sou uma mulher romântica e, mesmo estando nos tempos modernos, eu era à moda antiga e passei por algumas coisas que me esforço não recordar, então prefiro me privar de certos aborrecimentos, de me magoar e me machucar novamente, se um dia eu acreditei no amor, isso já não era mais possível acontecer.

Célia sorriu de volta pra mim e seguimos conversando de volta à boate, tínhamos que aproveitar o restante da noite e eu voltei feliz para desfrutar da melhor companhia de todas, a de Sophia.

— Ah Lina, eu estou tão feliz... Sonhei com este momento, me sinto tão... Livre! – Dizia minha irmã Sophia ao me abraçar afoita de felicidade, nem precisava dizer que ela estava bem, notava-se pelo seu olhar brilhante.

— Êpa senhorita, sei muito bem o que você quer dizer com esse “livre” e pode ir tirando este cavalinho da chuva porque ainda não é dona de seu nariz e há muito que aprender e viver! – Disse-lhe advertindo-a em tom de brincadeira, era o seu dia e não podia estragar com meu ar de ‘irmã protetora’, não dessa vez, apesar de me preocupar muito com o seu bem estar.

Quando a mamãe faleceu e ela estava entrando na adolescência e eu continuei cuidando dela, ainda quando estive fora, não deixávamos de estar juntas e a mulher que ela se tornou hoje me causa um certo orgulho porque eu sei que sou parte disso. Apesar de sermos diferentes, Sophia sabe bem como viver a vida e acho bonita a forma como ela encara as dificuldades, ela é forte. Nosso pai também esteve muito presente em nossas vidas e sempre nos ajudou e aconselhou em tudo, mas depois que nossa mãe morreu, ele se tornou um homem depressivo e então se dedicou aos jogos, acho que ele via nisso um refúgio para afogar as suas tristezas e anseios tentando amenizar a dor da perda de nossa mãe, e desde então se tornou distante e áspero. Ele se isolou o suficiente para nos fazer sentir falta da presença paterna mesmo tendo-o por perto.

Eu sentia pena de meu pai, sentia que não era apenas pela perda da mamãe que ele se tornara assim e, mesmo estando tão revoltada, muitas vezes sabendo da causa de muitos de seus problemas, eu estava sempre ao seu lado e estava disposta a enfrentar todas as dificuldades junto com ele, iria encarar tudo de frente. Depois do vício de meu pai, o segundo maior problema que tínhamos era a situação da nossa fábrica e isso era muito preocupante, mas sempre precisávamos ter fé, sermos confiantes, e é isso o que eu sempre faço.

Sei que haverá uma luz no fim do túnel, sempre há.

...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

hehehe, eaí... O que acharam da Lina? Bravinha ela hein? kkkkkkk

Comentem, opinem, divulguem, recomendem... rsrss.. Beijos e até o próximo capitulooo....