Te Odeio Por Te Amar escrita por TamY, Mazinha


Capítulo 29
Capítulo 29 - "Campos Elíseos"


Notas iniciais do capítulo

Eeeeeeeeeeeh meninas, mais ummmm uhuuull.. Queremos muuuuuuitos comentários pq esse capitulo foi muuuuuuito dificilll! Mas por vcs e por nós mesmas, nós tentamos fazer o melhor... Obrigada a todas por tanto carinho e amor pela fic... Obrigada mesmo!



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#Carlos Daniel Narrando#

– Confesso que nunca poderia imaginar que você é a filha do Sr. Martins! - Disse enquanto a olhava fixamente parada, estava tão tensa e palida que parecia ter visto um fantasma.

– Sr.Bracho? Você? - Ela finalmente perguntou franzindo a testa ainda assimilando as descobertas que acabara de fazer.

Talvez para ela não tenha sido tão agradável descobrir que eu era o sócio de sua fabrica quanto estava sendo para mim descobrir que ela era a filha do Sr. Martins. Não me sentia mais tão irritado com o Sr. Martins por ser um irresponsável.

– Pode me chamar apenas de Carlos Daniel! - Disse divertido enquanto a olhava sem poder desviar meu olhar.

Demonstrava uma segurança ou até mesmo uma indiferença que estava muito longe de sentir, mas por dentro meus sentimentos estavam uma confusão. Estava me sentindo quase eufórico por tê-la em minha presença.Como já poderia sentir sua falta se a tinha visto na noite passada?

– V-você é o nosso sócio? - Ela perguntou ainda sem poder acreditar. – Não pode ser! - Exclamou enquanto se afastava de mim andando pela sala pensativa.

– É tão ruim assim? - Perguntei enquanto me encostava em minha mesa cruzando os braços sobre o peito sorrido divertido.

– Não... Não é ruim... É péssimo! Como eu não imaginei?! - Dizia mais para si mesma do que para mim. – Você é o nosso sócio... Meu Deus! – Continuava com os olhos bem abertos, seu semblante ainda era de total incredulidade.

– Não vejo nada de ruim. É sempre bom fazer negócio com pessoas que já conhecemos e temos uma certa... Intimidade! - Provoquei.

Queria ver as mesmas chamas que vi na noite em que a beijei pela primeira vez na frente de sua casa, queria deixá-la brava, queria vê-la enfurecida, queria provocá-la apenas para ver o quão linda ela fica quando está nervosa e lá estava ela me lançando um olhar mortal enquanto tentava ignorar minha provocação.

– Bom... Você é nosso sócio e acho que não tenho muita escolha, então será que podemos começar logo essa reunião? - Paulina me perguntou demonstrando em seu tom de voz a ansiedade que estava de sair dali.

Não tinha muitos argumentos, então apenas a acompanhei até a sala de reuniões onde Rodrigo já nos aguardava, essa reunião seria apenas para que firmemos o nosso contrato após serem apresentados os novos projetos e implantações para a fabrica Martins.

Paulina me entregou um relatório minucioso sobre seus planos, um trabalho brilhante eu diria, fiquei muito surpreso com sua desenvoltura ao explicar tudo que estavam fazendo e o que pretendiam fazer com o dinheiro investido ali, estava conhecendo um lado que sequer havia imaginado que Paulina tivesse, o seu lado profissional.

*Paulina narrando*

Fiquei completamente desajeitada com toda essa situação. Nunca imaginaria que o mesmo Carlos Daniel provocador, insistente, irritante fosse o mesmo Sr. Bracho que apostou em nossa fábrica e acreditou que podíamos sair da lama. Apresentei todos os planos que tínhamos para um novo desempenho de nossa fábrica e sugeri que modernizássemos todo o maquinário, também matéria prima, clientes e sobre as peças que fabricávamos. Durante todo esse momento, Carlos Daniel me avaliava detalhadamente sem disfarçar e conhecendo-o como eu já o conhecia, sabia que em sua imaginação também havia um tanto de malicia quando ele esboçava aquele sorriso de canto que me tirava do chão e mesmo tentando ser o mais profissional possível, não podia deixar de fazer o mesmo que ele provavelmente fazia, imaginarmos num momento só nosso, envolvendo-nos naquela intimidade que só a gente sabia que existia entre nós.

Rodrigo começou o seu discurso sobre as propostas que a fábrica Bracho também tinha para a nossa fábrica e procurei prestar ao máximo de atenção no que ele dizia, mas alguém estava me desconcentrando enquanto me olhava fixamente, tirando a minha atenção por completo. Não faço idéia do que estava passando por sua mente quando parecia que ele ria e ao mesmo tempo ficava sério enquanto me olhava. Confesso que ele fica ainda mais sexy como presidente de uma empresa e falando sobre trabalho e isso me chamou muito atenção porque eu pude ver que ele não é apenas aquele cara irritante, safado e insistente que eu conheci e me apaixonei, e sim que ele também era um profissional sério e aparentemente comprometido com o seu trabalho. Ele era realmente muito influente em seus negócios e conseguiu conquistar esse patamar tão elevado por seu próprio suor e também por sua inteligência. Rapidamente me veio à tona alguns momentos em que passei com Sophia e comentamos sobre ele sem saber de fato quem era, ou será que Sophia sabia e não me contou?! Branca também já comentou sobre algumas característica do “sócio” e eu não tinha ligado nenhuma dessas pistas, estava completamente ausente da realidade durante esse tempo todo enquanto pensava nele quando o cara que vai investir em nossos negócios é ele. Ahh se Sophia e ele sabiam de tudo e estavam tramando às escondidas... Eu vou ter uma conversa muito séria com aquela mocinha!!! Pensava enquanto olhava para Carlos Daniel sem realmente enxergá-lo, e tenho certeza que tinha uma expressão que me entregava porque logo fui interrompida de meus pensamentos com o seu representante me chamando:

– Srta. Paulina, tudo bem? – Olhei rapidamente para ele enquanto corava, sentia em Carlos Daniel o sorriso por perceber que eu não estava prestando atenção no que Rodrigo me dizia, não sei porque, mas naquele momento não me senti preocupada com o que ele pensaria, me senti irritada.

– Sim, tudo bem. – Respondi rapidamente.

– Tem certeza? – Perguntou mais uma vez. – Quer uma água?

– S-sim... Sim... Por favor. – Sorri sem graça e em seguida olhei novamente para Carlos Daniel que me olhava agora com seu sorriso malicioso e não dizia nada. Aquilo parecia mais uma tortura para mim.

– Vou pedir que tragam, enquanto isso, podemos ir assinando toda a papelada. Os contratos estão aqui. É bom que leia cada informação contida neles antes de assinarmos e se estiver de acordo, após as assinaturas podemos finalizar a nossa primeira reunião.

– Tudo bem. – Sorri e analisei os documentos que estavam diante de nós, Carlos Daniel fez o mesmo enquanto Rodrigo nos orientava.

– Com licença... Trouxe a água da senhorita – Ouvi uma voz sexy e ao mesmo tempo melosa soar muito próximo de nós e ao levantar o meu olhar, pude deparar com uma figura que com certeza era a dona dessa voz. Ela trazia uma bandeja média com a água que Rodrigo tinha pedido para mim e me serviu imediatamente e com ar de deboche olhou para mim enquanto falava com Carlos Daniel. – Deseja alguma coisa, Carlos Daniel? – Perguntou aproximando-se a ele, passando a mão rapidamente por cima da sua que segurava uma caneta de ouro fino deixando-o desconsertado ao perceber que eu estava olhando a cena e vendo o quão audaciosa ela era. Que intimidade!!! Afinal, o que ela era para ele? Era uma funcionária ou mais uma de suas conquistas? Me perguntei extremamente irritada com o que acabara de ver.

– Não e por favor, saia. A reunião ainda não acabou! – Disse seco afastando sua mão rapidamente após pigarrear, olhando-a sério. Não esperei que ele fosse dizer algo nesse tom, mas não pude deixar de sentir a satisfação em vê-la sair com raiva dali. Ela era uma mulher até bonita, mas extremamente sexy, era magra e tinha cabelos castanhos cumpridos e usava um vestido preto decotado que valorizava o volume de seus seios e quase sem comprimento que destacava bastante suas pernas torneadas. Uma mulher dessas trabalhando com Carlos Daniel... Não consegui evitar sentir uma raiva me dominar quando percebi que aparentemente esta era a mulher que estava na festa ontem com ele de uma forma muito... Intima! Esses tipos de coisas eu não toleraria, ele sai com uma funcionaria que está todos os dias em sua cola seduzindo-o, com certeza era apenas por diversão mas isso é inadmissível, não podia me relacionar com um cara que tem casinhos no próprio trabalho. Não me permitiria passar novamente por certos tipos de problemas. Tentei ao máximo não transparecer tudo o que comecei a sentir depois de ver esta mulher tão vulgar e constatar que eles tem uma relação que vai além do profissionalismo. Mas e se ela fosse sua esposa e eu estivesse errada em todos os meus julgamentos? Não sabia bem como pensar, não sabia o que era aquilo que tinha visto e não sei se agora queria uma explicação, não sei se me sentia no direito de pedi-la.

# Carlos Daniel narrando #

– Bom, acho que terminamos! - Disse Rodrigo ao terminar de verificar toda papelada da reunião com maior atenção.

– Srta Martins... Eu poderia lhe falar em particular? - Perguntei rapidamente enquanto ela organizava rapidamente os seus papeis e os guardou junto com seu computador em sua pasta. Procurei ser discreto e neutro ao fazer esse pedido, mas Rodrigo nos olhou com curiosidade.

Eu apenas ignorei os olhares e mantive meu olhar voltado para ela, que me olhava com surpresa e talvez um pouco de apreensão. Provavelmente já imaginava qual seria o tema de nossa conversa.

Ela não me respondeu, apenas permaneceu parada no lugar esperando que Rodrigo saísse e nos deixasse a sós, estava na defensiva, e isso não me surpreendia em nada...

– O que deseja Sr. Bracho? - Perguntou-me em tom seco quando Rodrigo saiu, nos deixando sozinhos.

– Hum... Não acho que agora que estamos sozinhos precisamos de toda essa formalidade! - Disse calmamente enquanto a olhava sem conseguir esconder meu sorriso, era uma situação divertida. Passamos a reunião inteira nos tratando como dois estranhos.

– O que quer? - Perguntou impaciente levantando-se rapidamente.

– Sente-se! - Pedi apontando para sua cadeira.

– Estou melhor assim! - Rebateu rapidamente. – Agora diga logo o que quer! - Pediu olhando-me, estava irritada.

– Apenas conversar! Temos muito o que conversar, deixamos muitos assuntos sem resolver... - Disse olhando-a seriamente.

– Já resolvemos todos os assuntos que tínhamos em comum na reunião de hoje, se tiver alguma duvida, fale com o advogado da fabrica e ele vai te esclarecer... - Dizia ela desconversando, mas eu a interrompi colocando-me de pé e aproximando-me sem quebrar nosso contato visual.

– Sabe muito bem do que estou falando Paulina, mas insiste em mudar de assunto, desconversar... Porquê? Porquê foge das coisas assim? - Perguntei parando em sua frente olhando-a nos olhos.

Pude ver que alguma coisa impedia que ela se abrisse comigo, que como eu, ela também carregava uma dor e queria descobrir o que foi que lhe aconteceu para que haja dessa forma, para que fuja de seus sentimentos.

– Você não sabe do que está falando, eu não estou fugindo de nada nem de ninguém! Apenas não sou o tipo de mulher com a qual você esta acostumado a lidar! - Rebateu com raiva.

– Você consegue ser ainda mais cabeça dura que eu! - Disse olhando-a fixamente.

–Adeus Sr. Bracho! - Disse bufando de raiva desviando o seu olhar do meu e já ia saindo quando a segurei pelo braço e com um movimento rápido a puxei fazendo com que nossos corpos se chocassem e a segurei ali, em meus braços. Não deixaria que fugisse mais uma vez antes de conversarmos direito.

– Me conta, o que te aconteceu? – Perguntei. Nossos rostos muito próximos, podia sentir seu perfume invadindo meus sentidos.

– Me... Me solta! - Pediu enquanto tentava me empurrar.

– Vou soltá-la depois que me responder! - Rebati decidido. – Porque fugiu do que sentia naquela noite? – Perguntei voltando a olhá-la nos olhos mesmo que ela ignorasse o meu olhar e olhasse para todos os lados menos para mim.

– Eu não fugi! - Rebateu com a voz tão baixa que quase não pude ouvir. – Só não poderia me permitir me transformar em apenas mais uma das suas amantes! - Retrucou olhando-me rapidamente.

– Está mentindo! - Disse seriamente enquanto ainda a mantinha em meus braços. – Agora não sei se está mentindo para mim ou para você mesma! - Completei.

– Você não sabe de nada! - Disse tentando manter-se longe.

– Sei... - Respondi aproximando-me de seu ouvido. – Sei muito mais do que você imagina... Sei que você deseja estar comigo... Que deseja meus beijos e que agora, mesmo tentando não demonstrar, está tremendo por dentro por estar assim em meus braços! - Sussurrei cada palavra em seu ouvido e pude senti-la realmente estremecer diante da verdade.

– Você pode ter qualquer mulher que quiser, porque não me deixa em paz? - Me perguntou com dentes cerrados enquanto mais uma vez tentava impor alguma distancia entre nossos corpos.

– Porque a única que eu quero é você! – Respondi de uma vez olhando-a nos no fundo de seus lindos olhos verdes e por um instante ficamos em completo silencio, apenas nossas respirações aceleradas preenchiam o silencio daquela sala.

– Por quanto tempo? - Ela me perguntou quebrando o silencio. – Até se satisfazer? – Completou irônica, sua voz em um tom a baixo e os olhos brilhando de uma forma diferente. “Estaria ela querendo chorar?” Me perguntava sem poder acreditar, nunca a vi chorar, sempre tão valente...

Por um instante fiquei em silencio me fazendo as mesmas perguntas... “Por quanto tempo?”

– Eu... – Procurei uma resposta para essa pergunta, mas não encontrei. Queria poder dizê-la que estar ao lado dela por uma eternidade ainda parecia pouco para mim, mas de minha boca não saiu nada. Me vi confuso naquele momento.

– Você é patético! – Disse com sarcasmo. – É um estúpido mulherengo!

– Você poderia me ajudar a mudar! - Sugeri olhando-a intensamente. – Poderíamos tentar! - Insisti.

– Não posso mudar as pessoas, ninguém pode! - Disse com um tom de decepção.

– Acredite em mim... As pessoas mudam! Eu não era assim, eu me tornei assim! - Disse sem desviar meu olhar do dela, sem conseguir esconder a amargura de minhas palavras.

Paulina ficou em silencio, apenas me olhando, parecia pensativa e aproveitei essa pequena trégua para admirá-la, estávamos muito próximos e podia ver os traços escuros em forma de raios entre o verde azeitona de seus olhos, sua pele clara como o leite... Não me contive e me perdi olhando seus lábios, poderia beijá-la agora mesmo se quisesse, mas não me atrevi, se começasse a beijá-la agora não me contentaria com apenas isso e não queria deixar as coisas piores do que já estavam entre nós.

– Você poderia trazer o antigo Carlos Daniel de volta! - Disse a ela enquanto me arriscava com uma caricia leve em seu rosto, sentindo a textura macia de sua pele. – Você poderia! - Disse isso mais para mim mesmo do que para ela e não pude conter um sorriso bobo em meus lábios enquanto a olhava.

– Pode por favor me soltar? - Ela perguntou ignorando o que eu tinha acabado de dizer.

– Está bem... - Aceitei afastando-me. – Mas nossa conversa ainda não acabou! - Insisti olhando-a de forma seria, dando a entender que não desistiria.

– Já disse que... – Ia dizendo algo, mas foi interrompida pela porta que se abriu.

– Victoria! – Exclamei surpreso ao vê-la entrar. – O que deseja? Não sabe bater? - Perguntei irritado.

– Oh perdão! Não sabia que estava com alguém! - Disse Victoria medindo Paulina de cima a baixo com um olhar de desprezo.

– Eu já estava de saída! - Disse Paulina aproveitando-se da presença de Victoria para mais uma vez fugir, mas a segurei pelo pulso impedindo que ela fosse embora.

– Victoria nos dê licença! - Pedi educadamente, mas meu olhar para Victoria não era nada educado.

Victoria olhou para minha mão segurando o pulso de Paulina e por um instante pensei que ela faria uma cena de ciúmes ali, mas pareceu ter compreendido meu olhar, porque saiu bufando pela porta nos deixando a sós novamente.

*Paulina narrando*

– O que é isso? – Perguntei olhando para a mão dele que estava segurando o meu braço firmemente. Fiquei ainda mais irritada com a entrada daquela mulher novamente, pela forma que ele falava com ela, impossível que ela fosse sua esposa, era com certeza uma das que ele se divertia, mas não conseguia esconder a minha raiva.

– Eu preciso que fique, precisamos falar. – Disse rapidamente desfazendo a pressão que sua mão fazia em meu braço.

– Me solta, por favor Carlos Daniel. Me deixa ir embora! – Respirei fundo sem encará-lo.

– Sabe Paulina, eu realmente não te entendo. Não sei porque você age assim quando eu estou tentando conversar com você de uma forma educada, quando eu quero dizer para você o que está acontecendo e saber o porque você age dessa maneira tão bruta e incompreensível.

– Bruta e incompreensível?! – Perguntei repetindo as suas palavras. Ele não me conhecia e não sabia os meus motivos, não tinha o direito de me dizer isso.

– Isso mesmo! Bruta porque você age de uma forma que não tem como te impedir, você sempre está irritada ou séria, eu adoro não posso negar, mas você não consegue se abrir e dar espaço para eu me aproximar de você. Você também está sempre fugindo! – Disse de uma vez após soltar o meu braço, sem tirar os olhos de mim, me deixando desconsertada. – Incompreensível porque eu não consigo te entender ainda e todas as vezes que eu tentei falar com você sobre o que está se passando, você sai ou me repreende. Como posso entender você se nem sequer essa oportunidade você me dá?

Não imaginei que ele me diria coisas assim tão rapidamente. Ele não estava errado e eu estava sendo injusta, não podia culpá-lo por meus problemas, mas ele também não podia me julgar sem saber os meus motivos.

– Você não me conhece! – Disse mais uma vez ríspida e senti naquele momento que meus olhos marejaram. Senti uma amargura em meu coração e já não podia disfarçar. Senti também que podia estar desperdiçando fora a grande chance de recomeçar.

– Então me dê a oportunidade de te conhecer, Paulina! – Disse baixinho ao aproximar-se mais uma vez de mim, segurando as minhas mãos fazendo-me olhá-las. Eu não respondi nada, apenas fiquei parada por um tempo tentando entender o porque que ele insistia tanto em mim assim e porque eu o desprezava...

– E-eu não sei se é uma boa idéia... – Respondi com voz trêmula. Fui sincera, não sabia realmente se era algo que deveríamos fazer, ainda mais sabendo agora que ele é nosso sócio.

– Nunca saberemos se não tentarmos... – Disse levando nossas mãos para mais próximo de seu rosto em direção a seus lábios, depositando um suave beijo em minhas mãos fazendo-me olhar para ele.

– Tudo bem! – Suspirei vencida. – Eu posso me arrepender profundamente disso, mas... – Soltei as suas mãos e sem pensar muito, busquei meu celular em minha bolsa e digitei rapidamente o endereço do meu apartamento e enviei para o seu numero como mensagem de texto. No exato momento seu celular tocou com a chegada de minha sms. – Me encontre neste endereço hoje às 8h. – Disse e o olhei rapidamente ao sair praticamente correndo deixando-o com um sorriso de canto nos lábios antes que mudasse de idéia ou que ele me agarrasse ali mesmo.

# Carlos Daniel narrando #

Com a saída de Paulina, fiquei sozinho e imediatamente busquei meu celular no meu paletó e lá estava seu SMS com o endereço de onde nos encontraríamos, fiquei ali, sozinho olhando aquele endereço feito um bobo. Talvez nosso encontro de hoje a noite pudesse significar grandes mudanças em minha vida e por mais que tenha tentado negar que não queria mudanças, que não queria mudar, agora, depois de nossa conversa eu as queria, queria me arriscar e não me sentir irritado, com medo ou confuso. Pela primeira vez em muitos anos eu queria, queria esta com uma mulher, queria esta com Paulina...

...Essa mulher extremamente confusa assim como eu, talvez isso, talvez essa resistência, sua decência são o que a tornava tão atraente para mim, além é claro, de sua beleza que era inegável mas com Paulina pela primeira vez me sentia diferente, e não pude deixar de recordar das minhas palavras quando a tive presa em meus braços... “Você poderia trazer o antigo Carlos Daniel de volta!” , sorri com a perspectiva de que não disse essas palavras da boca para fora...

– Você talvez seja a única mulher capaz de me trazer de volta, Paulina! - Disse a mim mesmo enquanto olhava o endereço brilhando no visor de meu celular.

Mensagem Recebida: Paulina

“Campos Elíseos, 87, Dpto 901, Polanco Miguel Hidalgo

Continuei olhando para aquele endereço por mais um tempo sem conseguir disfarçar o sorriso bobo que brincava em meus lábios, logo mais estarei com ela ali e finalmente poderei começar a ver um outro lado de Paulina, um lado que pode me fazer ainda mais encantado e enfeitiçado por ela.


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Notas finais do capítulo

Pronto, gatinhas! Agora os comments! hehe...
Bjs e até o proximoo!