Te Odeio Por Te Amar escrita por TamY, Mazinha


Capítulo 25
Capítulo 25 - "Desânimo"


Notas iniciais do capítulo

Oláááá meninas!!! Mais um cap exclusivo da fic pra vcs!
O titulo tá horrivel, como sempre, mas não consigo pensar em titulos, isso é horrivel fazer... n/aM
Muito obrigada pelos comentários e por não desistirem da fic... Vcs são demais!



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*Paulina narrando*

Passei o meu domingo inteiro trancada em meu quarto, não podia evitar estar deprimida, andava de um lado para o outro por diversas vezes tentando apagar a frustração que ainda sentia e também a falta que ele já me fazia, segurava o meu telefone o tempo todo esperando alguma mensagem ou chamada dele, não podia negar a mim mesma que isso era tudo o que eu mais queria naquele momento, mas ele não me ligou e nem me escreveu nada. Desanimada estava durante todo aquele dia voltou a ficar nublado dando a entender que cairia uma chuva novamente. Sophia e Adelina tentaram me animar, mas disse que minha cabeça doía e lhes pedi que me deixasse sozinha, elas me entenderam e não me chamaram mais. Fiquei ali o dia inteiro refletindo sobre tudo e tentando colocar meus sentimentos e pensamentos em ordem, logo a noite chegou e assim também chegaria o dia, um novo dia e com ele viriam coisas novas também, assim eu esperava. Logo a noite chegou e tomei um calmante que praticamente me apagou e dormi profundamente, esquecendo por aqueles momentos de alguém que havia me dominado por inteiro.

Acordei mais uma vez com Adelina me chamando, tinha perdido a noção do tempo e não percebi que havia dormido demais. Já era hora do almoço e ela veio me chamar porque presumiu que eu estivesse atrasada para o trabalho, estava certa, como sempre, agradeci e me levantei correndo para tomar um banho rápido e me arrumar. Era para eu estar na fábrica o mais cedo possível, eu tinha muito trabalho na fábrica e ultimamente tenho trabalhado pouco, com esses atrasos o trabalho cada vez mais se acumulava e o nosso sócio não vai gostar de nada se souber o quão dedicados estamos para o novo desempenho da fábrica.

Tomei o meu banho e quando fui para o meu closet me trocar, me deparei com algo que eu não sei se gostaria ou não de evitar, a camisa dele estava ali pendurada em um dos cabides, já estava seca e ao notá-la parei por um instante, todas aquelas lembranças da noite passada me vieram à mente mais uma vez, ele fuçando as minhas coisas, ele sem camisa, ele me beijando, ele me enfrentando, questionando... Ai meu Deus, eu estava obcecada ou o quê?

Tentei expulsar aqueles pensamentos quando peguei aquela camisa rapidamente num gesto impensado e ao perceber que estava abraçada a ela, me despertei daquele tormento como num estalar de dedos e coloquei a camisa dentro do meu armário, agradeci aos céus por não me deixar ali por mais tempo, aquele seria o meu castigo? O que estava acontecendo comigo se eu não conseguia mais parar de pensar neste homem e tudo o que tem a ver com ele só faz me perseguir ao invés de me deixar em paz? Minha mente dava muitas voltas naquele momento e corri contra o tempo quando percebi que estava demorando demais pra me arrumar, me apressei vestindo algo mais leve e formal porém despojado, me maqueei rapidamente mas tentei fazer o possível para esconder todas as olheiras que a noite anterior havia me presenteado, consegui, e desci correndo para ir à fábrica.

– Boa tarde, Lina! – Disse Sophia na ponta da escada me esperando enquanto eu descia.

– Boa tarde, Phia! Como está? – Cumprimentei-a com um beijo rápido.

– Estou ótima! – Disse sorridente. – Mas e você, está bem?

– Estou sim. – Sorri sem graça, não poderia demonstrar o meu estado de animo aquela hora da tarde, sem esquecer que Sophia iria me interrogar até o fim.

– Não é o que parece! – Disse analisando-me como sempre faz, franzindo a testa. – Como foi o jantar? Quero saber tudo, me conta! – Disse rapidamente puxando a minha mão, empolgada.

– Foi normal. Eu preciso ir, Phia! Estou atrasada! – Disse em tom seco tentando fugir daquele assunto que pra mim era desagradável, contando com a ultima parte, claro.

– Não Lina, eu quero saber agora! – Insistiu.

– Eu não posso Sophia, já devia estar na fábrica! Tenho que ir. – Soltei minha mão e desviei meu olhar, não podia transparecer o que estava sentindo. Queria contar que o jantar foi ótimo, mas tive medo de chegar até a parte desagradável da história e isso eu não conseguiria esconder, mas também não saberia como contar a minha irmã.

– Ai Paulina, deixa de ser chata! Ontem você se trancou no quarto o dia inteiro e não pudemos conversar, era só dizer se foi bom e pronto! – Disse com reprovação, cruzando os braços, mudou também rapidamente o seu humor de empolgado para chateado.

– Você viu o papai? – Perguntei mudando rapidamente de assunto. – Há dois dias que não o vejo, onde ele está?

– Você também não sabe? – Perguntou surpresa. - Eu não sei aonde o papai se meteu, ele saiu ontem e até agora não chegou. – Respondeu-me com má vontade, mas estava preocupada.

– Papai não sairia assim e ficaria todo esse tempo fora sem nos avisar, será que aconteceu alguma coisa? – Disse preocupada, papai não poderia fazer de novo... Eu não conseguia nem pensar, vários sentimentos dominavam o meu ser, a raiva, a decepção, o desprezo, todos estes sentimentos me corroíam.

– Ele já chegou, meninas! – Disse Adelina vindo ao nosso encontro. – Desculpem, mas acabei ouvindo o que vocês estavam conversando. – Seu pai chegou hoje de manhã e está dormindo, não se preocupem.

– E como ele está, Adelina? – Perguntei um tanto aliviada, mas tive medo de sua resposta.

– Ele está bem, Lina! Pelo menos pareceu bem.

– E ele disse onde estava e o que estava fazendo? – Perguntei ainda apreensiva.

– Não, não disse nada. Apenas tomou um café forte e subiu.

– Tudo bem, Adelina. Olha, eu não vou almoçar aqui, não se preocupe que estou sem fome e quando sentir, como alguma coisa lá na fábrica – Disse-lhe dando um raso sorriso e após cumprimentá-las me despedindo, saí.

Não questionei Adelina naquele momento, acredito que ela podia estar escondendo algo de mim e de Sophia quanto ao modo em que papai chegou em casa, ligaria para ele depois ou perguntaria pessoalmente, não queria ficar pensando besteiras até saber de fato o que aconteceu para que papai passasse a noite fora sem nos dar uma satisfação sequer. Papai era mais calado e principalmente depois que nossa mãe faleceu, ele tornou-se um homem mais quieto, além de fazer coisas que estavam fora de sua rotina e de sua índole, ele também nos escondia muitas coisas e, apesar de eu querer sempre questioná-lo, sabia que odiava interrogatórios e o respeitava.

Entrei em meu carro e mais uma vez aquelas lembranças me dominavam, o interior do carro estava impregnado com o cheiro dele e eu agora não sabia se era o cheiro dele de fato ou se eu estava ficando maluca, se a minha fissura por ele era tamanha que estava me levando a sentir coisas que não tinham nada a ver.

Fui o caminho inteiro pensando nele, por mais que eu tentasse, não podia, não conseguia afastá-lo de meus pensamentos e tudo o que vivenciamos desde o dia em que nos conhecemos até hoje me deixou muito pensativa e por mais que eu quisesse pensar o contrário, uma conclusão rondava a minha mente, não queria pensar nisso agora, não queria sentir isso agora, não quando a minha vida começava a caminhar em seus devidos trilhos, minha mente girava e temia não conseguir trabalhar em meio à todos estes pensamentos.

# Carlos Daniel narrando #

Sentei-me em minha cadeira virado para a enorme janela do meu escritório, a vida seguia para todos como se não existissem problemas, as pessoas sempre felizes e sorridentes... Eu poderia ter um motivo para sorrir hoje, mas não tenho, o sentimento de frustração não me abandona, não no sentido de não ter conseguido ter Paulina em meus braços, mas por ela não ter se rendido ao que sentia, porque tenho certeza absoluta de que ela queria.

As palavras do Dr. Jonh insistiam em rondar meus pensamentos e eu fiz de tudo para afastá-las, passei horas remoendo minha raiva, por ter estado tão perto de torná-la minha por aquela noite e não ter alcançado meu objetivo e me perguntava se tinha errado em alguma coisa, e por mais que refizesse todos os meus passos na noite não conseguia encontrar nada.

– Olá meu amor! - Fui tirado de meus pensamentos por uma voz sexy, mas profundamente irritante.

– O que você quer agora Victoria? - Perguntei virando-me para olhá-la, ou melhor, fuzilá-la com os olhos, dando um recado claro de que não estava a fim de suportar estar em sua presença.

– Nossa... É assim que me trata depois de todos os momentos que tivemos juntos? - Ela perguntou fazendo seu “draminha” de sempre, dando uma de ofendida.

– Sabe muito bem que nunca significou nada! - Rebati me colocando de pé, nervoso. – Agora me diga logo o que quer e retire-se!

Já estava irritado antes de Victoria chegar, agora estou a ponto de arrastá-la para fora da minha sala pelos cabelos.

– Vim apenas para te ver, meu amor! - Ela disse aproximando-se de mim e envolvendo seus braços em volta de meu pescoço.

– Não me chame de amor... Não sou nada além de seu chefe! - Adverti retirando suas mãos de mim. – Agora retire-se! – Disse-lhe em tom ainda mais sério.

Victoria ficou parada me olhando em silencio por alguns minutos, parecia tentar assimilar o que tinha lhe dito, e assim desapareceu pela porta. Sentei-me novamente em minha cadeira ainda mais irritado do que já estava e mesmo não querendo fazer isso, comecei a comparar Paulina com as outras mulheres, sempre criei uma barreira entre mim e essas mulheres, sempre as afastava depois de conseguir o que queria, sempre me sentia enojado e precisava tomar um banho e tirar de mim seu perfume, mas com Paulina era diferente, queria tê-la me abraçando, me beijando, queria que ela como as outras se jogassem em meus braços, queria ter seu perfume impregnado em meu corpo e ela não me permitia sequer me aproximar...

Obriguei-Me a afastar Paulina dos meus pensamentos e me concentrar no trabalho quando Rodrigo veio até a minha sala para resolvermos assuntos sobre a fábrica que estava à beira da falência.

– Bom, já passou um mês desde o investimento na Fábrica Martins! - Disse Rodrigo concentrado enquanto analisava alguns papéis em suas mãos sem se quer me olhar.

– Marque uma reunião com o senhor Martins! - Disse tentando focar em qualquer coisa que tirasse Paulina dos meus pensamentos. – Acho que já está na hora de ele nos dizer como vão as coisas na fábrica! - Conclui olhando Rodrigo seriamente.

Rodrigo falou por horas a fio sem parar, tudo o que ele disse eu não faço nem idéia, por mais que lutasse contra meus pensamentos eles sempre queriam ir de encontro a Paulina, não conseguia deixar de pensar nela e por conseqüência pensar nas palavras do Dr. Jonh...” Será que eu estava mesmo apaixonado?”

Podia sentir um frio percorrer minha espinha em apenas cogitar a possibilidade de estar novamente apaixonado, a única e primeira vez que me apaixonei por uma mulher não acabou nada bem e jurei nunca mais voltar a me apaixonar, não correria esse risco novamente.

– Rodrigo! - O interrompi enquanto ele me passava alguns números da contabilidade. – Será que podemos continuar com isso amanhã? - Perguntei cansado enquanto já me colocava de pé vestindo meu paletó e seguindo até a porta.

Não fiquei para esperar pela resposta de Rodrigo. Segui com passos largos até o elevador e enquanto apertava o botão por diversas vezes e sem pensar muito segui ate Victoria que me olhava com um olhar ressentido pela forma que a tratei mais cedo...

– Está livre essa noite? - Perguntei aproximando-me e parando a sua frente.

– Para quê? - Ela perguntou cruzando os braços, olhando-me séria, curiosa. – Para me humilhar novamente?

– Por nada demais...Quero apenas te convidar para irmos tomar alguma coisa! - Disse olhando-a seriamente.

Seu tom me deixou profundamente irritado e minha vontade era voltar atrás em meu convite, talvez minha noite ao lado de qualquer outra mulher fosse mais agradável do que ao lado de Victoria, mas agora era tarde demais para isso porque ela praticamente gritou pelos corredores que aceitava sair comigo essa noite. Nos despedimos muito rapidamente porque assim que as portas do elevador se abriram, eu praticamente me joguei dentro dele.

– Não posso deixar que Paulina domine minha vida! - Disse a mim mesmo tentando me convencer que tinha tomado a decisão certa ao convidar Victoria para sair.

Antes de existir toda essa minha fixação por Paulina era exatamente assim que eu agiria, levaria uma mulher bonita e sexy para beber alguma coisa e terminaria a noite com ela em minha cama.

*Paulina narrando*

– Alô Célia! – Disse ao ouvir a voz de minha amiga ao telefone. Estava muito aflita no trabalho e precisava conversar com alguém sobre tudo o que havia acontecido e que estava acontecendo comigo. Alguém que me entendesse, não me julgasse e me dissesse algo tranqüilizador para me livrar desse peso que a frustração me causava.

– Lina, que alegria te ouvir! Como você está? – Perguntou-me empolgada, como sempre.

– Eu estou bem e você? – Sorri ao ouvir a minha amiga, ela conseguia me transmitir sua alto-astral mesmo por telefone, graças a Deus.

– Estou ótima, melhor impossível! – Sempre estive feliz por Célia, ela é aquele tipo de mulher que merece ser muito feliz, é uma pessoa excepcional, uma amiga incondicional e tem muito valor, nunca a vi de cabeça baixa, desanimada, e olha que ela já tem motivos para isso, mas ela não deixava que seus problemas a afetassem. Uma mulher admirável.

– Que bom, amiga! Adoro te ver assim... – Disse-lhe sorrindo.

– E eu também adoro te ver assim Lina, mas sua voz me parece um tanto desanimada... O que foi? – Agora seu tom era um tanto preocupado. Não queria sempre lhe contar problemas, mas eu realmente não tinha a quem recorrer, ela era a minha única “salvação”.

– Eu quero conversar com você, será que a gente pode se encontrar hoje? – Perguntei-lhe com um tanto de vergonha, ultimamente só nos encontramos para que eu desabafe e eu realmente não gostava de incomodá-la assim.

– Mas é claro que sim, amiga! Olha, eu posso passar em sua casa hoje à noite e conversamos, estarei livre!

– Não, Célia... Prefiro ir até a sua casa...

– Tudo bem, pode ir, te esperarei lá em casa então. – Ela entendeu o motivo de eu querer estar longe de casa, me conhecia perfeitamente bem e creio que tenha imaginado que o assunto não era lá dos mais agradáveis.

Nos despedimos e eu voltei ao trabalho, tinha inúmeras coisas para fazer e me perdi no horário quando me dei conta que já estava no fim do expediente com uma ligação repentina que Branca havia transferido, era da fábrica Bracho, a fábrica que estava associada à nossa.

– Olá senhorita Martins, sou Rodrigo Paiva, advogado do senhor Bracho. – Disse uma voz masculina ao telefone.

– Pois não senhor Paiva, estou às suas ordens.

– Estou entrando em contato porque o senhor Bracho precisa confirmar a presença do senhor Martins na reunião que terá com ele amanhã.

Reunião...? – Pensei em voz alta, não devia ter feito isso...

– Sim, senhorita! – Estou concluindo a pauta desta reunião e é necessário que confirme a sua presença amanhã às 15h.

– T-tudo bem... – Gaguejei sem perceber, realmente não sabia sobre aquela reunião. Papai não me contou ou esse sócio que inventou essa reunião de ultima hora? Me perguntava confusa enquanto estava ao telefone. – Sim, pode confirmar, ele estará presente. – Disse firme, mas temi, papai não podia dar vacilo desta vez.

– Creio que o senhor Martins não saiba, pois não consegui contato direto com ele desde ontem e o meu patrão é um tanto “imprevisível”, ele decidiu sobre essa reunião um pouco em cima da hora. – Justificou parecendo estar sem graça.

– Não se preocupe senhor Paiva, o meu pai estará nesta reunião. Obrigada por ligar. –

Nos despedimos e falei com Branca sobre essa reunião e ela me disse que transferiu a ligação para mim devido a ausência de papai, e como ele não estava tão atento aos negócios como eu, preferiu que eu confirmasse. Até dizer que não achava o mais indicado que papai fosse à essa reunião ela me disse, pois, o homem que havia nos comprado as ações era um homem exigente e de caráter forte, que já tinha ouvido algumas coisas sobre sua personalidade e que apesar de ser um homem que não volta atrás em sua palavra, também é um homem que pode tomar outras decisões em cima do que já está feito se por acaso ele não se agradar com alguma coisa, disse também que ele não gosta de investir seu dinheiro com o que não lhe trará retorno e se ele perceber por um momento que fez um mau negocio, adeus sociedade. Entendi o que Branca quis dizer e assenti pensativa, ela tinha razão.

#Carlos Daniel narrando#

Cheguei mais cedo do que de costume em casa e mais um problema me aguardava.

– Quantas vezes disse para não vir me procurar aqui? - Perguntei entrando na enorme sala em minha casa e me jogando no sofá escuro.

– Onde quer que te procure então? - Ela me perguntou em tom indignado. – Você é meu filho apesar de querer negar isso para o mundo inteiro! - Completou encarando-me.

– Não vamos começar de novo com essa discussão! - Disse dando de ombros para suas lamúrias. – O que você quer? - Perguntei colocando-me de pé impaciente.

– Lembrá-lo de que está chegando o aniversário da sua avó Piedade e ela faz questão da sua presença no jantar! – Disse minha mãe em um tom de advertência. O que ela queria dizer era “não ouse faltar”.

– Eles vão estar lá? - Perguntei com um gosto amargo na boca evitando olhá-la nos olhos.

– Não... Infelizmente não, eles não poderão comparecer! - O tom pesaroso na voz de minha mãe me deixou profundamente irritado, então me coloquei de pé impaciente, segui até o bar e me servi de um copo de Whisky que virei na boca em de uma só vez sentindo o liquido queimar em minha garganta.

– Seu lembrete já foi feito, agora se me dá licença tenho que sair! - Rebati irritado.

Não suportei ver a decepção em seu rosto, ela nem ao menos escondia a falta que eles faziam para ela, me retirei da sala e segui até as enormes escadas deixando-a sozinha.

Entrei embaixo do chuveiro deixando que a água quente relaxasse meus músculos tensionados e levasse embora minha raiva... Impossível.

As visitas de minha mãe apenas me serviam para trazer recordações que eu com todo custo tentava apagar de minha memória, e mesmo que eu lutasse não conseguia afastar de minha mente meu passado.

=====Inicio do flashback=====

– Amo estar assim! - Disse enquanto a puxava pela cintura colando nossos corpos um no outro. - Amor tê-la em meus braços! - Disse sorrindo enquanto depositava beijos por seu pescoço.

– E eu amo estar em seus braços! - Ela disse me oferecendo o sorriso mais encantador do mundo. – Me sinto tão amada com você! - Completou enquanto me olhava nos olhos e acariciava meu rosto sem desviar o olhar. - Eu te amo Carlos Daniel!

Fiquei em completo silencio enquanto a olhava, gravava em minha memória cada detalhe de seu rosto, a maciez de sua pele sobre a minha, cada detalhe de seu corpo... Queria ter tudo nos mínimos detalhes em minha mente.

– Casa comigo? - Perguntei quebrando o silencio enquanto a olhava com expectativa.

Nunca tive tanta certeza do que queria em minha vida e queria esse mulher ao meu lado pelo resto dos dias que ainda me restava, ela e mais ninguém poderia me fazer um homem feliz, desde o primeiro momento que coloquei meus olhos nela entreguei a ela meu coração de uma forma que pensei nunca ser capaz.

– É o que eu mais quero!... - Ela me respondeu com um sorriso largo e seus lindos olhos castanhos brilhavam pelas lágrimas que surgiam.- ...Me tornar sua, somente sua! - Concluiu abraçando-me forte.

==== Fim do flashback ====

Acordei de meus devaneios com o som do meu celular tocando, ainda estava embaixo do chuveiro e me assustei quando me dei conta do tempo que tinha demorado ali.

– Alô? - Perguntei por não reconhecer o número.- Alô? - Perguntei mais uma vez sem obter resposta alguma da pessoa que estava na linha.

Desliguei o telefone na cara de quem quer que fosse e segui direto para closet em busca de uma roupa. Estava molhando todo o carpete do quarto, saí com tanta pressa para atender ao telefone que mal tive tempo de me secar, apenas amarrei uma toalha na cintura e a única ligação que esperava receber era provavelmente a ultima que receberia.

Coloquei um paletó Armani preto com uma camisa cinza por baixo e na tentativa de parecer menos formal dispensei a gravata.

– Senhor Carlos? - Matilde me chamou batendo na porta do meu quarto e pedi que entrasse.

– Diga Matilde! - Dizia enquanto terminava de pentear cuidadosamente meu cabelo.

– A senhorita Victoria está lá embaixo! - Informou torcendo o nariz desgostosa pela presença de Victoria.

Bom, não podia culpá-la...

– Diga que já vou descer! - Disse me apressando.

Em poucos minutos já estava pronto e descias as escadas e seguia para a sala em busca de Victoria que, quando me viu, me cercou rapidamente.

– Eu disse que a buscaria! - Disse seriamente.

– Vim apenas para garantir que não desistiria! - Ela respondeu sorrindo enquanto me olhava de forma sedutora.

– Certo! - Disse dando de ombros.

– Como estou? – Perguntou-me fazendo uma pose provocativa.

Percorri meu olhar por sua figura buscando o interesse que tinha por essa mulher... Bom, esse interesse definitivamente se transformou em poeira.

– Está... Bonita! - Disse em tom seco enquanto seguia até a porta para sairmos logo dali.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? E fomos rapidas com este capitulo né? hehehe
Comentem bastante porque quem sabe agilizamos com o proximo tbm... hahaha
Beijos à todas!
Tamy e Marta