Te Odeio Por Te Amar escrita por TamY, Mazinha


Capítulo 22
Capitulo 22 - À flor da pele


Notas iniciais do capítulo

Oie meninas, demoramos mas estamos aqui com mais um capitulo bombástico. Esperamos que gostem.... Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/486594/chapter/22

# Carlos Daniel Narrando #

Enquanto seguíamos até a casa de Paulina, seguíamos em completo silencio, não sabia o que dizer depois de tudo que contei a ela naquele mirante, isso era uma coisa muito curiosa e ao mesmo tempo confusa, contei coisas que jamais consegui dizer ao meu próprio analista, e foi algo tão natural, fácil de falar e ela me escutou, prestou atenção, não que John não prestasse atenção no que eu dizia, mas ele fazia isso por obrigação, Paulina não. Ela o fez sem interesse algum e depois de contar tudo isso me sentia como se tivesse tirado de minhas costas um grande peso que ha anos carregava sem descanso.
Enquanto seguíamos pela madrugada, a chuva se intensificava e o frio aumentava ainda mais, então liguei o aquecedor do carro quando vi Paulina passando as mãos nos braços tentando se aquecer.
– Por favor, vai mais devagar! - Ela pediu quebrando o silencio.
O céu brilhava com os relâmpagos e o silencio do carro era preenchido pelos estrondos dos trovões, a visibilidade não estava das melhores, então, como Paulina havia pedido diminui a velocidade e redobrei minha atenção na estrada.
Vez por outra lançava um rápido olhar para Paulina que permanecia em silencio e me perguntava se estava se sentindo desconfortável depois de tudo que a contei, queria saber o que se passava por sua cabeça, queria que ela não me afastasse como sempre faz, como estava fazendo nesse exato momento.
– No que está pensado? - Perguntei quebrando o silencio.
– Não sei... - Ela disse suspirando enquanto me dava um rápido olhar. – Não sei o que pensar!
– Como não sabe o que pensar? - Perguntei rindo da confusão de sua resposta.
– Lembra que no restaurante disse que opiniões eram feitas para serem mudadas? - Perguntou em tom suave enquanto me olhava no escuro.
– Lembro! - Respondi sorrindo ao lembrar de nossa conversa no restaurante.
– Então... Você conseguiu mudá-la! - Ela disse franzindo a testa. - ...Mas agora me sinto confusa!
– Espero que sua opinião tenha melhorado então! - Disse divertido enquanto a olhava rapidamente.
Ela não disse nada, apenas permaneceu em completo silencio observando a janela, decidi que era melhor deixá-la quieta e um sorriso bobo ficou brincando em meus lábios enquanto seguia pela estrada escura, a chuva parecia ter aumentado e então seguimos o resto do caminho todo em silencio.

* Paulina narrando *

O caminho de casa parecia não acabar, eu estava numa confusão infinita dentro de minha cabeça, aquele momento que acabamos de passar juntos me deixou muito pensativa. “Ele não parece ser esse cara aproveitador que eu ignorei desde o dia em que conheci... Ele também tem suas fragilidades e uma história de vida... Porque eu não consigo ser diferente e me dar a oportunidade que preciso?” Minha mente enviava estas e mais milhares de justificativas que favoreciam Carlos Daniel. Todo o caminho fomos em silencio, eu não sabia o que dizer, não conseguia colocar direito as minhas ideias em uma ordem, apenas pensava e pensava e pensava. Por uns momentos me senti um tanto frustrada, principalmente quando ele lançava olhares questionadores para mim, parecia se questionar de algo e eu não estava errada ao cogitar, ele me perguntou no que eu estava pensando tirando-me desse conflito interno e eu realmente não tive uma resposta óbvia no momento. “Eu o havia julgado demais sem conhecê-lo e esses julgamentos refletiam na minha maneira de trata-lo. Ele não é um cara ruim, e ao contrário dos outros, não desistiu de me levar para jantar. Sei que me levar para jantar não é grande coisa, mas é algo que tornou-se uma raridade em minha vida. Depois desse jantar muita coisa mudou nos meus conceitos sobre ele e isso me incomodava de certa forma porque eu sentia que havia algo de errado mas não sabia exatamente o que era, só tinha uma quase certeza naquele momento, eu tinha que baixar um pouco a guarda.

Disse à ele sobre a minha opinião que estava mudando e ele pareceu feliz, isso escapou de minha garganta antes que eu pudesse continuar guardando para mim mesma e me contive com sua resposta de que “espera seja positiva essa minha nova opinião”. Ele estava me vencendo.

# Carlos Daniel narrando #

– Chegamos! - Disse dando um fim ao silencio assim que estacionei em frente aos grandes portões de sua mansão.
Ela me olhou alarmada, parecia estar distante, pensativa demais para notar que havíamos chegado. Toque a buzina algumas vezes esperando que abrissem os portões para que entrasse na mansão e evitasse assim que Paulina se molhasse muito até chagar em casa.
– Estranho! - Disse Paulina olhando os portões fechados.
– Não deve ter ninguém ou não ouviram com essa tempestade! - Disse olhando-a seriamente.
– Não faz mal, tenho as chaves! - Ela disse enquanto as procurava na bolsa.
– Vai sair com essa chuva? - Perguntei enquanto a observava procurar por suas chaves.
– O que tem de mal nisso? - Ela perguntou em tom impertinente.
Ai estava a Paulina que eu conhecia, conclui com um sorriso divertido nos lábios enquanto a olhava.
– Eu te acompanho então! - Disse a ela assim que ela já ia saindo. – Vista isso! Disse pegando meu paletó e entregando-lhe.
Ela pegou agradecida, não seria muito útil, mas eu era um cavalheiro apesar de tudo. Saímos embaixo da tempestade e enquanto Paulina lutava com as chaves para abrir o portão estávamos ensopados pela chuva forte que caía sobre nossas cabeças.
Seguimos correndo até a varanda da mansão e mais uma vez Paulina teve de travar uma luta com suas chaves já que sua mãos tremiam tanto pelo frio que a simples tarefa de abrir uma porta parecia quase impossível.
– Vamos molhar tudo! - Disse rindo enquanto esfregava minhas mãos uma na outra quase congelando.
– Não se preocupa, depois limpo! - Disse enquanto retirava meu paletó encharcado de seus ombros e me entregava.
Não pude me conter em percorrer meu olhar por seu corpo, olhei com afinco cada centímetro de seu físico e engoli em seco ao notar seus seios arrepiados pelo frio, com a chuva seu vestido estava todo colado em seu corpo revelando sua forma delicada e a olhei desejoso.
Só sai de meu transe quando a vi cruzar os braços cobrindo os seios e me olhar seriamente.
–Bom, está entregue! – Disse-lhe dando um sorriso cafajeste. – Espero que possamos sair novamente em breve! - Disse olhando-a nos olhos esperando por uma resposta.
– Quem sabe... – Ela respondeu deixando a frase morrer.
Não queria se comprometer, apesar do momento que passamos juntos pude sentir que ela ainda queria me manter distante dela, não a culpava por isso, se eu fosse ela também desejaria isso...
– Bom, eu já vou! - Disse sorrindo enquanto seguia até a porta deixando para trás uma poça de água onde estive parado.
– Obrigada pelo jantar! - Ela disse antes que eu atravessasse a porta.
– Foi um prazer! – Respondi sorrindo enquanto me virava parando a sua frente. – E não vou desistir de conseguir te levar para jantar novamente! - Continuei divertido.
– Carlos Daniel eu... – Ela ia dizer, mas antes que pudesse continuar a interrompi aproximando-me rapidamente e colocando o dedo indicador em seus lábios.
– Boa Noite... Paulina! – Disse-lhe enquanto percorria seu rosto com o olhar, estávamos tão próximos que poderia beija-la naquele exato momento, mas não o fiz.
Me aproximei com calma e rocei meus lábios nos dela e em seguida lhe dei um beijo no rosto bem próximo a boca, uma provocaçãozinha de minha parte, e ao sentir seu corpo estremecer me afastei com um enorme sorriso no rosto.
– Nos vemos em breve! - Disse enquanto me afastava.
Corri pela chuva e antes que chegasse aos portões da mansão a vi parada na porta ainda olhando me afastar, atravessei os enormes portões e segui até meu carro embaixo da tempestade que ainda iluminava o céu escuro.

– DROGA! – Resmunguei comigo mesmo quando procurei pelas chaves do carro sem encontrá-las e quando olhei pela janela as vi na ignição do carro.
Estava trancado do lado de fora sobre uma forte chuva e para piorar meu celular estava no carro também, entrei novamente pelos portões da mansão e segui correndo pela chuva até a porta e toquei a campainha torcendo para que Paulina me atendesse.

* Paulina narrando *

Nem percebi que havíamos chegado por causa dos grossos pingos de chuva que caíam sobre o carro e tapavam a visão do lado de fora e por causa da escuridão da noite mas principalmente porque a minha mente estava cheia de devaneios que estavam ligados ao homem que estava bem do meu lado. Pensei que o porteiro estaria em ali para abrir o portão e Carlos Daniel buzinou, o que foi em vão, ninguém apareceu. Estranho. Mas estava muito tarde e também com essa chuva, não poderia exigir que fossem me receber, dei de ombros e busquei as minhas chaves mesmo tentando criar coragem para enfrentar as grossas gotas que caía sem parar do negro céu.

Imaginei que ele iria me acompanhar até a porta principal de casa e rapidamente ele se prontificou em me emprestar seu paletó para que me protegesse da chuva fazendo o meu coração querer saltar com sua atitude e confesso que adorei o seu gesto, ele pode até ser um cafajeste, mas tem todos os atributos de um cavalheiro nato. Ele me olhava com tanta intensidade que eu não sabia exatamente como reagir diante de seus olhares minuciosos e apesar de estar chovendo bastante, o meu nervosismo contribuía muito mais para que eu não conseguisse abrir o portão, por sorte estava fazendo muito frio e meu corpo reagia mais por estar molhada, agradeci aos céus por ele não perceber que eu estava nervosa por ele estar ali comigo prestes a entrar novamente em minha casa, querendo ou não, a cena de quando nos conhecemos invadiu os meus pensamentos e aquelas lembranças me deixavam tensa, foi ali na porta que demos o nosso primeiro beijo.

Estávamos completamente encharcados quando chegamos à porta principal de casa, e não deixei de observar como ele conseguia ficar ainda mais lindo com os cabelos molhados que já estavam bagunçados, sua camisa colada em seu corpo revelando seus bíceps e abdômen másculos tiraram a minha atenção enquanto eu o entregava seu paletó tentando disfarçar a minha admiração por aquele homem maravilhoso.

Estremeci sentindo uma corrente elétrica percorrer rapidamente pela minha espinha quando o vi detalhando o meu corpo parando o olhar numa parte que não deveria, não conseguia evitar o que todas as mulheres passam quando estão com frio e a presença dele ali ainda pode me deixar mais desconfortável e o fiz perceber a sua impertinência quando cobri os meus seios com os meus braços, tirando a sua atenção descarada de mim. Ele não deixava nada passar, naquele momento sabia que estava se aproveitando da situação para me lançar mais uma vez aquele olhar de cafajeste que ele tinha e que de certa forma me tirava da órbita e me deixava irritada ao mesmo tempo.

Agora sim minha mente estava mais confusa, ele acabara de dizer que queria me ver novamente, eu não sabia como reagir, queria mais que qualquer coisa poder vê-lo novamente mas não consegui agir de tal forma e por um lado preferi que fosse assim, ainda não sabia bem o que queria e ele me intrigava demasiadamente, ele demonstrava de verdade que estava interessado mas eu não podia enxergar, não queria e quando ele se aproximou novamente daquela forma tão intima e colocou seu dedo em meus lábios impedindo que eu pronunciasse mais alguma palavra, meu coração pulou várias batidas, sentir o seu cálido hálito sobre os meus lábios me deixou sem chão e eu mais uma vez ansiei por tomar daqueles lábios tão saborosos, mas mais uma vez pude me segurar e me contive apenas com aquele roce de lábios, o que não era nada fácil quando se queria provar do doce sabor de sua boca.

Quando ele saiu, de imediato eu me lamentei, me lamentei porque não tive coragem de pedir que ele ficasse, por não conseguir dar o passo que Célia aconselhou dar, por ser tão covarde e ter medo de enfrentar algo que o meu coração pede que faça. Ali estava a minha oportunidade de tentar, de provar pra mim mesma que eu não sou o que o meu passado jogou em minha cara mas eu não pude, por um mínimo instante fiquei parada encostada na porta fechada com meus olhos fechados, tentando absorver mais uma vez a ideia de que poderia valer a pena tentar e de que ele é um cara bacana, que preciso dar a ele e principalmente a mim uma oportunidade.

O frio voltou a dominar o meu corpo e me despertei daquele transe que os meus conflitos interiores me causavam e subi correndo para o meu quarto e entrei em meu banheiro retirando rapidamente meus sapatos e meu vestido ensopado antes que ficasse resfriada, apenas tive tempo de ir ao closet e vestir uma camisola e um roupão seco quando fui interrompida pela campainha que soava desesperadamente. “Quem será uma hora dessas?”Me perguntei e corri para o telefone mais próximo para testá-lo caso fosse necessário por alguma “emergência” antes de abrir a porta e para a minha quase surpresa dar de cara com ele que estava ainda mais molhado, sem graça por estar de novo na porta de casa, era a primeira vez que o via assim sem graça quando sempre demonstrava ser um tremendo cara de pau.

# Carlos Daniel narrando #

– O-o que está fazendo aqui? - Ela perguntou confusa enquanto me olhava surpresa.
– Tranquei meu carro com as chaves e o celular dentro! - Disse sorrindo sem graça.
– E-entre! - Ela disse me dando passagem.
– Obrigado! – Entrei e parei a seu lado enquanto fechava a porta.
– Acabei de testar os telefones e não estão funcionando, deve ter acontecido alguma coisa! - Ela dizia enquanto seguia até as enormes escadas.
– Com certeza deve ter acontecido alguma coisa com essa chuva forte! - Disse enquanto a seguia deixando respingos de chuva por onde passávamos.
– Vou te arrumar toalhas para se secar ou vai acabar doente! - Dizia enquanto seguíamos por corredores longos cheios de flores e com um tapete persa que seguia por todo o corredor, pude notar algumas fotos de família pelos corredores mas não dava pra ver nitidamente devido ao escuro da casa.
Entramos em um quarto e ela seguiu direto para o banheiro, fiquei parado enquanto observava tudo com curiosidade e começava a me perguntar a quem pertencia aquele quarto, era totalmente organizado, pude notar uma bancada cheia de cosméticos, uma porta que supus ser o closet, uma enorme cama de casal em dossel, o quarto era amplo, todo em cores claras e um agradável perfume floral.
– O banheiro fica ali! - Ela disse saindo com algumas toalhas em mãos.
– Está bem... Obrigado! Disse enquanto seguia até o banheiro.
O banheiro era todo em branco, o porcelanato com alguns desenhos de flores, uma enorme banheira, uma ducha e mais uma enorme bancada com um espelho grande e mais cosméticos, começava a me perguntar porque tantos cosméticos e sorri ao ver o vestido de Paulina jogado em um canto do banheiro e conclui que aquele era seu quarto.

Estava em um lugar muito particular dela, tirei minha camisa encharcada pela chuva e me sequei como pude, a deixei pendurada para que secasse e segui de volta ao quarto com a toalha pendurada em meu pescoço, apesar do frio que fazia, preferi ficar sem a camisa, acho que com ela úmida no corpo sentiria ainda mais frio.

* Paulina narrando *

O convidei para que entrasse e como num impulso o conduzi para um lugar que não era para tê-lo conduzido, o meu quarto, mas não tinha mais volta. Busquei algumas toalhas limpas para que ele se secasse e o entreguei e enquanto ele se secava, fui até o meu closet rapidamente e quando o ouvi chamar o meu nome, fui em direção à ele quando deparei-me com algo totalmente inesperado, o que deixou as minhas pernas sem sustento, as borboletas que estavam até então quietas em meu estômago levantaram vôo e ficaram completamente alvoroçadas, meu coração acelerou e meu rosto esquentou, não podia evitar, ELE ESTAVA SEM CAMISA, seus músculos sensualmente expostos brilhavam com o reflexo da luz nas pequenas gotículas de água que ainda estavam ali, fazendo-me encará-los detalhando-os, seu cabelo úmido espalhado e uma toalha em seus ombros que deixava ainda mais atraente, engoli em seco e a vergonha tomou conta de mim porque não conseguia agir de outra maneira que não demonstrasse a minha inquietude e nervosismo diante dele e quando ele fez menção de se aproximar, fugi rapidamente afastando-me, procurando uma desculpa para não cair na tentação maior do que a de tê-lo ali no meu quarto e dessa forma.

# Carlos Daniel narrando #

– Paulina? - A chamei quando não a encontrei no quarto.
– Não vo... - Dizia ela quando saia do closet e parou de repente me olhando com olhos arregalados.
Não pude deixar de sorrir ao vê-la desviar o olhar rapidamente e seu rosto corou violentamente e não pude deixar de fazer mais uma de minhas provocaçõezinhas e me aproximar dela enquanto a olhava intensamente.
– V-vou a-rrumar uma roupa do meu pai emprestada! - Gaguejou nervosa afastando-se de mim rapidamente. – ...Deve servir em você!
– Não precisa se incomodar! - Disse sorrindo enquanto me aproximava novamente.
– N-não é incomodo! - Retrucou nervosa enquanto olhava para todos os lugares, menos para mim.
Ela saiu tão rápido, fiquei sozinho em seu quarto e aproveitei para dar uma olhada, já que estava ali aproveitaria para descobrir um pouco mais dessa mulher e sorri ao ver uma foto dela e de Sophia mais novas, Paulina sempre foi linda e parecia muito unida a sua irmã, segui até a bancada cheia de cosméticos e notei algumas jóias delicadas, maquiagens de todos os tipos, cremes e muitos perfumes, ela era bem vaidosa também.
Segui até o closet e me surpreendi, tudo impecável e muito organizado, Paulina era uma mulher muito controlada em todos os sentidos, eu diria, e não pude deixar de notar uma pequena peça de roupa intima fora do lugar, com a pressa em se trocar ela deve ter esquecido e minha imaginação voou imaginando-a usando uma dessas peças.

* Paulina narrando *

Corri para o quarto de papai silenciosamente para pegar alguma roupa seca que pudesse servir em Carlos Daniel e para a minha surpresa e também um pouco de alívio papai não estava. Surpresa porque era muito tarde para papai estar na rua, ainda mais com aquela tempestade lá fora e aliviada porque Carlos Daniel estava ali e eu não queria que eles se encontrassem. Procurei o necessário e o que eu imaginava que servisse e quando voltei para o meu quarto, ele estava dentro do meu closet e olhava fixo para uma gaveta especifica, a de roupas intimas, eu sabia muito bem o que ele estava olhando e corri para fechar a gaveta que revelava uma de minhas roupas intimas exposta. Não imaginei que um homem entraria em meu quarto, muito menos Carlos Daniel, a fechei rapidamente despistando-o e o entreguei as roupas de papai e tentei evitar ao máximo aquele olhar indiscreto que ele me lançava sem disfarçar e que me deixava tão inerte.

# Carlos Daniel narrando #

– O que faz aqui? – Perguntou entrando rapidamente olhando-me séria enquanto seguia até a gaveta aberta fechando-a.
– Nada... Só estava olhando! - Respondi divertido com a cara mais deslavada do mundo.
– Vista isso, acho que deve servir! - Ela disse me entregando uma muda de roupas.
As peguei, mas ainda permaneci parado olhando-a, ela estava usando um robe de seda longo e de mangas compridas e tentei imaginar o que estaria usando embaixo daquela peça, senti uma pontada de desejo me atingir, ela estava me enlouquecendo e deixando as coisas ainda mais difíceis para mim.
Ela ao me notar olhando-a com os olhos escuros de desejo saiu rapidamente me deixando sozinho para que me trocasse, levei apenas alguns segundos para trocar minha calça molhada pela calça do pai dela, serviu.

* Paulina narrando *

Saí dali rapidamente deixando-o sozinho para que se trocasse, minha cabeça estava girando. O que eu mais queria aconteceu, ele estava ali dentro de meu quarto, não precisava de muita coisa para estar nos braços dele e comecei a andar de um lado para o outro em meu quarto quando me veio à tona a minha conversa com Célia... “Você tem que se dar uma chance. Talvez esse cara seja o cara que vai te levar ao altar, que vai te dar uma “família”, aquela que você tanto sonhou...” ... Ai meu Deus, o que eu faço! Me ajuda! Pensava por cima das lembranças... “...e se você deixar escapar essa oportunidade? Vai deixar que o seu suposto “futuro” desapareça de sua vista só por causa de uma insegurança boba?” Será? Aquelas palavras me devastavam como um furacão... “...Deixa rolar, amiga! Você sabe que nada acontece por acaso e esse bonitão ter aparecido assim na sua vida e ter te reencontrado assim da maneira que você me disse, você acha que é algo que não se deve descartar ou parar e pensar que pode ser jogadas do destino?” Mas será que Célia tem razão? Será que eu deixo as coisas irem acontecendo?.... “...Não o deixe escapar, minha amiga! Se não for ele, você saberá mas apenas se tentar.” Toda a conversa rebobinava em minha mente quando ele me tirou de meus pensamentos chamando a minha atenção novamente, fazendo mais uma vez um calafrio percorrer pelo meu corpo ao notar que ainda estava sem camisa, Deus, este homem vai me enlouquecer! Pensava, tentando demonstrar o máximo de naturalidade possível diante daquela visão dos céus... Inútil, eu sei, mas sei também que ele estava procurando os motivos para me deixar daquele jeito, papai não tinha a mesma estatura que ele e muito menos um corpo daquele, mas a camisa que eu escolhi tinha tudo para caber nele, tentei não transparecer que não acreditei nele, mas quando ele sentou sobre a minha cama, por um misero momento eu pude imaginar todas as coisas que podíamos fazer somente eu e ele ali, imaginei imediatamente que o sonho que eu tive numa noite dessas poderia tornar-se realidade, a mais prazerosa realidade que um dia eu poderia viver. Não acreditava que minha imaginação conseguia maquinar todas aquelas coisas insanas só de vê-lo daquele jeito, voltei a andar de um lado para o outro ainda nervosa e ele só conseguia me provocar ainda mais com suas insinuações e sugestões, estava ficando louca, parecia uma adolescente boba, como se nunca tivesse tido um homem em minha frente sem camisa... Na verdade eu nunca tive um homem como Carlos Daniel assim desse jeito à minha frente em minha cama, muito menos um que mexesse tanto comigo, fazendo com que todos os meus sentidos tornassem contraditórios.

# Carlos Daniel narrando #


– A camisa não serve! – Disse-lhe quando ela me olhou seriamente.
– Sei! - Retrucou desconfiada.
– Esse é o seu quarto? - Perguntei sentando-me em sua cama, me sentia bem à-vontade ali.
– S-sim! - Ela gaguejou ainda nervosa.
– Seu pai não vai gostar de saber que trouxe um homem para cá! - A provoquei enquanto lhe dava um sorriso de canto de boca.
– Meu pai ainda não chegou e não estamos fazendo nada de errado afinal! – Rebateu enquanto eu me levantava rapidamente.
– Mas poderíamos! - Sugeri erguendo uma sobrancelha com um olhar intenso.
– Mas não vamos! – Rebateu prontamente andando nervosa pelo quarto.
Fiquei em silencio observando-a, enquanto isso, lá fora o mundo parecia acabar, a chuva não cessava e eu até me sentia grato por isso.
– Do que tem medo? – Perguntei-lhe enquanto me aproximava muito lentamente mantendo nossos olhares presos e pude ver sua surpresa com minha pergunta.
– Não tenho medo de nada! - Retrucou irritada demais para notar que a cada instante mais próximo eu estava.
– Não é o que está me parecendo! - Disse sorrindo de canto. – Você está... nervosa, inquieta e me olha como se tivesse medo! - Insisti enquanto parava a sua frente com apenas alguns centímetros nos separando, olhando-a intensamente.
– Eu não tenho! - Ela rebateu irritada.
– Então me prove! - Pedi enquanto dava mais um passo em sua direção acabando com a pouca distancia.
– Não tenho que te provar nada! - Retrucou de forma impertinente enquanto me olhava séria, sem desviar o olhar, me desafiando em silencio.
Céus, o que essa mulher estava fazendo comigo? Me perguntava enquanto corria seu delicado rosto com o olhar, seus lábios vermelhos convidativos, tudo nessa mulher me atraía e sem dizer uma só palavra a envolvi pela cintura.
– O que... O que está fazendo? - Perguntou alarmada enquanto tentava me afastar.
E o simples toque de suas mãos em meu peito nu enviou sensações que a muito não sentia...não a beijei, apenas fiquei ali com ela em meus braços esperneando que eu a soltasse, não queria ter de me afastar, era estranho, mas de Paulina o que eu menos queria era distancia, ao contrario das outras mulheres que tive em minha vida.
– Carlos Daniel! - Ela disse meu nome num tom mais sério. – Me solta AGORA! - Pediu olhando-me nos olhos.
– Porque faz isso? - Perguntei olhando-a de volta. – Porque me afasta dessa forma?
– Não afasto... Só nunca te dei liberdade! - Respondeu tentando se manter distante.
Ela estava certa, nunca me deu liberdade, mas eu a estava tomando por minha própria conta, eu queria estar com essa mulher, queria senti-la, queria ter uma noite cheia de caricias, o desejo que sentia por essa mulher em meus braços era algo muito diferente do que eu ultimamente sentia e queria descobrir a intensidade que essa sensação poderia chegar.
– Você também quer! - Disse olhando-a no fundo dos olhos. – Você quer tanto quanto eu! - Continuei sorrindo com minha descoberta.
– Você está maluco! - Ela retrucou desviando o olhar.
Eu estava certo, pude ver por apenas alguns instantes seus olhos verdes escurecerem de desejo, e ela não poderá negar que seu corpo estremeceu com apenas o simples fato de estarmos tão próximos.
Fiquei olhando-a em silencio enquanto Paulina tentava de todas as formas fugir do meu olhar, não mais lutava para sair dos meus braços tinha as mãos ainda apoiadas em meu peito, minha pele queimava com esse simples contato e isso só me fez desejá-la mais.
– Estou maluco sim! - Confirmei sua afirmação. – Estou maluco para ter você gemendo de prazer em meus braços! - Disse enquanto observava sua reação ao que eu dizia.
Ela me olhou de forma assustada e abriu e fechou a boca em busca do que dizer, mas a vi apenas corar tão encantadora e desviar o olhar.
– Porque reage assim? - Perguntei observando-a com curiosidade.
– A-acho m-melhor você ir e-embora! - Ela disse gaguejando enquanto tentava me empurrar para longe.
Em um movimento rápido colei nossos corpos acabando com o pouco de distancia que ainda existia, e poder sentir sua delicada forma se moldando ao meu corpo me fez ficar a um fio de perder o pouco de autocontrole que me restava...
– Nunca escondi meu interesse! - Disse sorrindo quando a senti tremer em meus braços e seu nervosismo aumentou ainda mais.
– E eu sempre deixei bem claro que não sou o tipo de mulher com a qual você está acostumado! - Ela rebateu enquanto podia vê-la travando uma luta consigo mesma para se acalmar, sua respiração estava completamente descontrolada, e seu rosto estava de um tom rosado.
– Posso ajudá-la a mudar de opinião! - Disse sorrindo enquanto mirava seus lábios entre abertos.
– Não quero! - Ela rebateu teimosa. – Quero que me solte agora mesmo! - Insistiu mais uma vez.
Tinha de admitir, essa era uma mulher de fibra de verdade, ao contrário das outras que se diziam mulheres e se rendiam antes mesmo do primeiro beijo.
– Não vou te soltar até que tenha provado de seus lábios mais uma vez! - Disse encarando-a.
E sorri divertido quando ela virou o rosto tentando me impedir de beijá-la, me perguntava porque de tanta resistência? Mas sabia aproveitar das poucas chances que tinha e lhe dei um beijo molhado no pescoço deixando-a arrepiada e então ela me olhou de forma alarmada e antes que pudesse protestar capturei seus lábios faminto, com fogo, a beijei com fúria enquanto minhas mãos a apertava contra mim de forma possessiva, minha boca mordiscava e sugava seus lábios enquanto ela tentava bravamente não corresponder.
– Te quero tanto, Paulina! - Sussurrei em seu ouvido com a voz rouca quando interrompi o beijo para respirarmos e arrematei com uma mordiscada em sua orelha.
– Por favor... Não! - Ela pediu com um fio de voz, mas ignorei, ela não queria que eu parasse, sua mente talvez, mas seu corpo não, seu corpo reagia aos meus toques.

...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?? hehe .. Comentem, opinem, divulguem, recomendem... Queremos saber de vcs!
Obrigada a Same que fez essa linda montagem em homenagem a nossa história!