Sobreviventes do Apocalipse escrita por SuzugamoriRen


Capítulo 27
Resgate - Parte II




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/486317/chapter/27

O tiro dado por Eli alertou não somente os Zumbis que rodeavam a entrada. Alertou também suas duas companheiras a aquele recinto. Júlia interrompeu o que estava fazendo no setor inabitado do hospital enquanto que Isadora desesperou-se vide a ausência de notícias. Via a luta de Jaqueline para sobreviver bem como a luta de seus amigos a salvar um ente querido das garras da morte. Isa sentou-se, clamando por ser uma inútil por não fazer nada, ainda que ficasse para trás a proteger o corpo das ameaças externas.

E ela apareceu, até de forma surpreendente a mineira.

– Elaine? – indagou Isa tomando uma posição defensiva. Sua colega de grupo encontrava-se em uma atitude muito intimidadora a seu gosto.

A catarinense por sua vez não respondeu. Era até muito bonita com seus cabelos arrumados, lisos e longos juntamente a olhos penetrantes, contudo aquela beleza de capuz e roupas negras causara arrepios na, agora sim, amiga de Júlia.

– O que aconteceu? Você está bem?

Sem murmurar uma palavra Elaine literalmente foi para cima de Isa. Desferiu um soco, um cruzado com a mão direita. A companheira de Elileudo por quase todo o tempo do apocalipse esquivou-se abaixando, entretanto não teve tempo de respirar, pois sua oponente tentou uma joelhada visando seu rosto. Defendeu este golpe usando as duas mãos a absorver o impacto e, após isso, rolou para trás. Queria por uma distância considerável. Não estava entendendo as atitudes da garota meiga e fofa que ela conhecera no grupo de mensagens instantâneas em um aplicativo no celular antes de tudo aquilo começar.

– O que foi isso Nani? – levantou-se devagar olhando diretamente a garota que acabara de atacá-la.

– Vim terminar o trabalho que o Anderson começou – retrucou com uma voz quase que mecânica. Isso deixava Elaine mais assustadora na visão de Isa.

– E qual seria esse?

– Aniquilar com os seres cujo sangue possua o gene da divergência

– E por que, justamente você, faria isso?

– Ordens... Acho que você não sabe o que é isso, já que passou tanto tempo vivendo em um estado de anarquia, sem regulação moral do certo ou errado tornando sua personalidade e atitudes obsoletas.

– Está se ouvindo Elaine? Essa não é você...

– Essa sou eu, Isa. A democracia acabou – a garota de cabelos acaju abriu os braços – Precisamos de um líder forte, que nos leve a ascendência novamente. Que nos faça sobreviver e superar esses ridículos seres que nos querem levar a aniquilação.

– E você acha que o Anderson é esse líder?

– Não. O governador é. O futuro imperador é. Diferente do Obreiro que é irmão do homem que criou o vírus o qual nos fazem sofrer atualmente. Diferente da Júlia que sacrifica tudo por seus amigos... Péssimos exemplos de liderança.

– Salvar seus amigos é um péssimo exemplo?

– Esse não é o papel de um general, uma pessoa no comando. Isso me faz pensar se não é uma tentativa forçada de criar uma imagem de uma pessoa altruísta. Se morrer, vira um mártir. Se viver, é um herói ou heroína. Julia, por exemplo, não tem nada a perder e por conta disso pode por toda uma unidade em risco.

– Você tem uma visão muito antiquada das coisas não é Nani? – Isa caminhou a fim de encurtar a distância entre ela e a catarinense. Parecia estar decidida naquele momento. – Isso não atrapalha em nada, ajuda até sabia?

– É mesmo? Como?

– Você não concorda que essas ações tomadas nos torna realmente seres humanos e não somente máquinas de execução das ordens? Eu morreria feliz se pudesse salvar uma pessoa que gosto. Um amigo que me importo. Não estamos pondo em perigo ninguém se não a própria humanidade. Temos que salvá-la e não simplesmente escolher quem deve viver e morrer. Isso não nos cabe.

– E isso torna minha visão antiquada? É essa mesmo sua resposta?

Depois dessa pequena discussão, as duas se encararam em silêncio por alguns segundos. Elaine retirou seu casaco, evidenciando uma blusa sem mangas branca – levemente suja. A calça de lycra facilitava os movimentos das pernas. A garota estava realmente se preparando a um duelo. Já Isadora não ficou para trás e preparou-se do seu jeito. Sabia que a vantagem se punha ao lado de sua, agora, inimiga devido a que ela poderia atacar desonestamente a inerte Jaque abrindo uma abertura a fim de nocauteá-la. Isa lutava por si e por usa amiga. Sentia naquele momento o que Júlia frequentemente sentia. Uma decisão sua poderia salvar vidas, ou acabar com a sua própria.

– Vamos ver quais das resoluções é a mais forte.

– Não é essa a questão. É uma vida que está em jogo!

Elaine tentou um chute com o objetivo de atingir o rosto de Isa, que deu uma cambalhota para frente. A catarinense então, assim que firmou seu pé no chão tentou uma rasteira. Mas a mineira pulara a fim de evitar o golpe. Parecia que a subordinada de Anderson, convertida após tortura, somente usava as pernas numa luta séria. As mãos serviriam para a defesa, alguns contra-ataques e estabilização do corpo. Dessa forma o alcance da bela garota nascia em Florianópolis era maior que o seu e isso, tendo em vista a não utilização por parte dela de um estilo próprio, fazia com que Isadora estivesse em desvantagem. Todavia se sobrevivência contasse, ela estaria e muito em vantagem sobre sua oponente.

E, para completar a chamada cereja do bolo, muita gente afirmava que quando se tem algo para proteger, sua força duplicava. E era nesse ditado que ela confiava. Iria vencer e colocar algum senso na cabeça da distorcida Elaine.

***

Vinicius não teve muito tempo para descanso. Bruno o levantou exatamente no momento em que eles chegaram ao porto da cidade, ainda incólume a invasão a cidade. A frota estava intacta ainda. Porém, na visão do general dois homens carregavam outro levemente pesado e que precisavam de um meio de transporte urgente. Assim que o líder daquela base da resistência notou aquilo, reconheceu o homem ferido e que estava sendo carregado. Era Cássio Fernandes, segundo em comando do famoso obreiro de acordo com o mesmo.

– Vini... Acho que estão sequestrando seu vice-líder.

Ainda cansado e com as pernas latejando de dor por causa da corrida que dera a fugir de seus captores, Vinicius retirou do banco traseiro um rifle FAL, de uso exclusivo do exército brasileiro e uruguaio. O armamento pertencia à coleção base de Bruno Portinari e ainda era equipado com uma mira infravermelha. O general nunca andava a nenhum lugar sem seu rifle, ainda que ele fosse camuflado e escondido em seus meios de transportes.

– Cássio é uma pessoa importantíssima a meus planos. E ele toca guitarra. Será um grande uso para a frota do rei.

Arqueando em turnos, e morrendo de dores nas pernas – câimbras na panturrilha irrompiam – ele decidiu empunhar aquela arma. Colocou o cabo da arma apoiado contra seu ombro para dar uma maior estabilidade e tentou concentrar-se nos tiros que ia dar naquele momento.

A resolução do homem que ajudava havia mudado.

Teria que fazer de tudo para fazer os outros sobreviverem. Nem que matasse outras pessoas. Não acreditava realmente naquilo, pois cada indivíduo separado consistia em uma presa fácil a qualquer morto-vivo, todavia unidos poderiam ter uma chance de se virar contra aqueles que os estavam oprimindo de certa forma. Só que Thanatos mudara drasticamente sua mente desde o ataque de mais cedo. Não lutaria das maneiras convencionais afinal nunca aprenderia em pouco tempo, mas usaria as armas que tinha direito.

– Sabia que uma bala dessa arma pesa gramas? – disse, aguentando as limitações que seu corpo impunha a aquela missão – Veja o que gramas podem fazer com um homem de cerca noventa quilos!

– Não! – gritou Bruno – Isso vai deslocar e quiçá destruir seu ombro. Você nunca mais poderá atirar assim...

– Não importa.

– Por que não?

– Por que estarei salvando uma vida. Eu acho.

O tiro disparado por Vinicius foi certeiro. Atingiu a perna do mais forte dos homens, precisamente em seu joelho, que se espatifou em pedaços. O homem se contorceu de dor enquanto que o outro não poderia levar o paraense sozinho. Era pesado demais para isso. Abandonando o sequestrado, o amigo do atingido pela bala de Vinicius malmente olhou para trás. Cássio Fernandes encontrava-se salvo.

Só que as consequências daquele tiro...

... Seriam devastadoras.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sobreviventes do Apocalipse" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.