A Escolha escrita por Leticia R


Capítulo 10
Capítulo 10 ♛ Opressão


Notas iniciais do capítulo

Queridas! Voltei da minha viagem ~ EHHHHH. Ai, eu amo o Rio Grande do Sul! - Para quem mora ai... Eu estava lá - HAHAHAHAHAHA
Mas fazer o que, né? A copa do mundo tá ai, mas a vida continua galera (risos) Então... Vamos lá!
Desculpem qualquer errinho...
Boa Leitura!



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Como foi pedido pela a nossa fiel leitora: Marie Melissa

Aqui está a trilha sonora – Pelo menos, do que eu acho que seja uma trilha sonora – Da fanfic!

One Republic:

Secrets

What You Wanted

If I Lose Myself

Para quem não gosta da banda. Desculpe gente. Afinal, meu gênero preferido é Rock Indie. Porém, nós sabemos que quando a banda é do coração... Nada nos faz mudar de opinião. Se eu encontrar outras musicas que me lembrem a fic... Eu coloco aqui, tudo bem?

Estão libertadas!

♛♕♛♕♛

Segurei a mão de Alex...

Como explicar o que estava acontecendo aqui? Bom... Alex estava morrendo – Não literalmente, claro. Mas eu percebia que ele não se aguentava em pé. Enquanto ele tentava se levantar, sua cabeça girava. Girava bem longe de tudo. Coloquei minha outra mão em seu tórax e senti um leve empurrão. Ele havia me prendido entre seu corpo, e árvore. Lá vamos nós de novo...

– Ei, espere... – Disse olhando para os seus olhos – Se não conseguir ficar de pé voc...

Um estrondo bombardeou o céu.

Assim que o som foi emitido. Alex gritou. Ele agarrou o meu corpo e o trouxe para um abraço. Seu rosto se afundou em meus cabelos e suas lagrimas caiam sobre eles. Segurei a sua mão e a apertei. Sentido o seu nervosismo. Enterrei a minha cabeça em seu corpo e me aninhei a ele.

Outro estrondo.

Alex gemeu.

– Por favor... Faça parar... – Ele me apertou ainda mais – Me machuca...

Levantando a cabeça, eu observei seus olhos. Alex estava desesperado, seus olhos estavam vermelhos e suas sobrancelhas estavam arqueadas. Me desfazendo do abraço, eu puxei o terno preto de camurça e o trouxe para mim. Alex ainda me olhava agoniado.

– Faça parar Kat, mande isso parar... – Ele passou a mão em minha bochecha e acariciou lá.

Sentindo as mãos de Alex em mim. Eu o puxava vagarosamente para dentro do palácio. Estávamos quase no meio do caminho. Alex caminhava sem entender o que estava acontecendo. Algumas vezes, ele sussurrava palavras indecifráveis, e outras, ele suplicava para o céu parar.

Era hora do almoço. Meus pais já estariam almoçando juntos com os selecionados, assim, como os empregados. O que isso significava? Sem ninguém nos corredores ou quartos.

Puxando-o cada vez mais, Alex se contorcia de dor. Os altos barulhos e a chuva que caia sobre nós me fez estremecer. Temos que chegar rápido... Se alguém ver isso...

– Vamos Alex... Você consegue chegar lá, só mais um pouquinho... – Disse a ele.

Alex continuava chorando. As lagrimas que caiam de seus lindos olhos me deixavam tão deprimida. Ele estava chorando de novo, ele estava mais uma vez sensível... Meu deus, eu queria cuidar dele.

Alex começou a parar de locomover.

– Não, não... Alex, venha... – Segurei seu terno com mais força. Senti meus pés tocando a plataforma. – Veja, chegamos...

Quando pisei no degrau. Alex se jogou em mim. Agarrou a minha cintura e me abraçou fortemente, me deixando sem ar. Ele deixava os gemidos de tristeza escaparem enquanto me apertava contra o seu peito. Ele estava mais que desesperando. Ele estava perdendo a cabeça.

Outro estrondo.

Ficamos por mais ou menos cinco minutos abraçados. Apenas isso. Alex estava com a cabeça enterrada em meus cabelos e eu estava com a minha em seu peito.

Suspirei quando ouvi o sinal tocar.

Daqui alguns instantes, os empregados voltariam ao trabalho. Tínhamos que sair dali antes que algum deles nos flagrassem. Ou pior, antes que algum dos guardas nos flagrassem.

Levantando a minha cabeça, eu sussurrei.

– Vamos Alex... Vou levar você para o seu quarto.

E assim... O fiz.

♕••♛

Depois de deixar Alex em seu quarto, corri para o meu. Almocei aqui, na companhia do meu livro e meus pertences divinos. O dia inteiro trancafiada só para não encarar os olhos de Alexander. Não queria esquecer o beijo. Afinal, ele foi bom, ou melhor, excelente! Sim, eu me senti a mulher mais feliz do mundo. Eu sonhava com esse dia desde pequena, e agora... Aconteceu.

Suspirei e sorri para mim mesma.

Podia sentir meu corpo se contorcer de alegria. Estava totalmente eufórica por causa de hoje. O beijo, os olhos de Alexander, seu lado sensível... Eu sei que errado gostar de ver uma pessoa triste. Mas Alex triste... Oh Deus! Era lindo.

Soltei um pequeno grito eufórico.

Escutei o soar do toque de recolher. Apanhei o livro de minha cama e o depositei na mesinha de canto – Ou criado-mudo. Escorreguei para baixo do edredom e me afofei no delicioso travesseiro de plumas. Assim que ergui a mão para desligar o abajur, escutei passos.

Paralisei no mesmo instante.

Os mesmos passos, os mesmos sapatos e o mesmo assoalho. Estava acontecendo de novo. Como naquela vez... Escutei o ruído chegar cada vez mais perto da minha porta, e então, levantei a cabeça. Me fixei nela, esperando o som chegar até a extremidade.

Engolindo a saliva, eu senti minhas mãos tremerem, meu rosto suar e meu coração acelerar. Nunca tive medo de assombrações. Mas isso não era uma... Certo?

Os sapatos pararam em frente à minha porta. O som estava lá, pronto para ser tocado novamente. E a pessoa, estava a minha frente, separada por um bloqueio. Com as mãos tremulas, eu me levantei devagar, para evitar qualquer misero barulhinho. Com os pés no chão, eu dava passos largos e destemidos até a porta. Pronta para abrir.

Quem quer que fosse, não me faria mal. Afinal, eu gritaria, espancaria e bateria se essa pessoa tentasse encostar em mim. Segurei a maçaneta, como na última vez. Respirei em silêncio e apertei o trinco com força.

Abri a porta.

Meus olhos procuraram por alguém, e nada. Não havia ninguém lá. Assim como na última vez. Mas a pergunta era... Como? Afinal, eu tinha certeza que havia sim, alguém parado em frente à minha porta. Alguém estava me vigiando. Alguém me esperava.

Virei meus olhos para o lado esquerdo.

Ainda tremendo, eu passei pelo limite do quarto, e segui para o corredor. Observei a enorme janela e vi ponto de luz reluzente sobressair pela cortina. Meus olhos foram direto em contato com aquela luz. Caminhei devagar até a janela, com passos cautelosos. Meu pijama era extremamente quentinho e comprido. Mas os tremeliques que eu estava tendo estavam me deixando com frio. Passei as mãos em meus braços na tentativa de me aquecer.

Assim que cheguei a janela, eu observei lá fora. Tudo estava em silêncio. O vento, as árvores... Minhas camélias. Tudo estava tranquilo. Manei a cabeça e virei meu corpo para voltar ao quarto. Assim que virei, paralisei.

Havia um homem ali.

Seus cabelos castanhos e seus olhos azuis me assombraram. Ele era enorme, parecia ter mais de dois metros de altura, e sua enorme cicatriz na sobrancelha era horrenda. Seu cabelo curto e desgrenhado o deixavam atraente. Assim como a roupa cortada, que deixava seu peitoral a amostra – Como também seus bíceps. Ele sorriu para mim. Com os seus dentes brancos e maldosos. O sorriso que me lembrava alguém... O sorriso que me lembrava um homem...

Recuei até a janela e soltei um grito abafado quando encostei nela.

– Oh, por favor, não grite. Não queremos acordar o restante da realeza. – Disse o homem.

Meus dentes começaram a tremer. Minhas mãos estavam freneticamente descontroladas e meu sangue estava extremamente quente, fervendo. Estava com medo. Estava assustada e agora mesmo... Eu queria o meu pai.

– Q-quem é... É v-você? – Perguntei ainda batendo os dentes.

Ele sorriu mais uma vez. O homem, cujo o nome eu não sabia. Circulou pelo corredor e me avaliou, como um certo homem fez uma vez. Ele tinha em seu rosto um sorriso debochado, porém, ao mesmo tempo, sério. Sua sobrancelha arqueada e seus braços extremamente fortes me lembravam Alexander. Ah sim, ele me lembrava Alexander.

– Hum... – O homem parou de circular e então aprofundou seu olhar no meu. - Katherine Singer Schreave... Posso ver como é bonita, tem os traços de seu pai querida.

Engoli a minha saliva me escorei na janela.

– Olhos grandes e claros... Cabelo ruivo... Hum... – Ele ficou sério – Acho que estou apaixonado.

O homem riu. Colocou as mãos na cintura e gargalhou para mim. Com seus olhos sombrios, ele os pairou sobre mim. Observei o seu andar. Ele estava se aproximando aos poucos...

– Mas não sei quem chega a ser mais bonita... – Ele sorriu ainda mais – Se é a rainha mãe, ou a doce princesinha...

Abri a boca e soltei um grito. Mas logo, fui impedida. O homem, já estava com a mão em minha boca. Sua outra mão estava em meu cabelo, o agarrando. Eu senti uma força bruta puxar parte de trás dos meus fios, e então, soltei uma lagrima do olho.

– Shiii! Bem quietinha princesa... Bem quietinha – Ele levantou minha cabeça até o seu rosto e me forçou a olha-lo nos olhos – É melhor nem ousar em fazer algum barulho, ou terei que machucar você. – Sorriu.

Ele tirou a mão da minha boca, e a moveu para o meu pescoço. Seus dedos foram descendo ainda mais, até chegarem em uma região em que era fatalmente proibida.

– O que e-está f-fazendo?! – perguntei desesperada com os olhos arregalados.

O homem retirou os dedos de perto do meu seio e voltou a me encarar. Mas dessa vez, em senti o que era a força bruta. Ele me prensou na janela me fazendo gemer de dor. Meu cabelo foi puxado ainda mais. E novamente, fui forçada a olhar para os seus olhos.

– Ah... Sinto cheiro de virgem aqui... – Ele me apertou ainda mais – Como é que o Diego pode gostar desse tipo de garota, tão frágil... Parece até que vai quebrar. – Ele ironizou.

O homem se afastou fortemente de mim. Sentindo minhas pernas bambas eu me encolhi no chão e comecei a soltar lagrimas. Meu medo transpareceu para ele. Escutei passos vindo em nossa direção, então, levantei a cabeça procurando o som.

– Droga! – O homem sussurrou escutando os passos. Virou seus olhos para mim e chegou um pouco mais perto. - Quero que preste muita atenção meu anjo – Ele se agachou e me fintou profundamente – Diga ao imbecil do seu pai, que se ele acha que está seguro só porque as malditas castas caíram, ele está enganado. Seu avô que é ainda mais imbecil é quem deveria estar pagando por isso. Mas já que o velho nem aguentou o tranco, terei que atacar o seu querido papai. – Ele passou os dedos sobre a minha bochecha.

– É melhor eu ir – Ele disse – Talvez eu volte para te ver... Talvez, com o passar do tempo... Você até goste de mim – Zombou.

Senti o rápido movimento. O homem deixou o corredor e virou a esquerda da janela. O vi correr, e então... Gritei. Os guardas subiam as escadas velozmente. Com armas nas mãos, eles olhavam para mim assustados, com medo que tivesse acontecido algo.

– Princesa Katherine – Um deles segurou os meus braços e me levantou. Demorei um pouco para reconhecer o seu rosto... – A senhorita está bem? – Ewan perguntou desesperando. Sean e outros dos guardas olhavam o local. Claro que, eu não sabia o nome de todos eles. Apenas dos que eu tinha mais contato.

– Para onde ele foi Katherine? – Sean, um dos guardas mais antigos e que eu mais tinha afinidade perguntou para mim. Sem cerimônia de nomes e sem frescuras. – Vamos Katherine, me responda! – Balancei a cabeça assimilando o que estava acontecendo.

Com a mão erguida, eu apontei como uma flecha para o local onde o homem saiu correndo. Sean assentiu e chamou os outros guardas que estavam vistoriando o local. Ewan ajudou-me a ficar de pé.

– Ewan – Sussurrei. Ele me olhou com seus olhos castanhos e preocupados. – Me leve até o meu pai.

Então caminhamos em silêncio.

♛♕♛♕♛

– O que você sugere? Que eu esconda a minha filha?! – Maxon perguntou nervoso.

Aspen o olhava com desdém. Ele estava bravo. Bravo com o que aconteceu. Afinal, quem em seu juízo perfeito deixaria isso acontecer?! Não que ele estivesse culpado Maxon por isso, não, claro que não. Mas ele estava extremamente raivoso com ele. Pelo fato do próprio rei, não saber o que se passava no próprio palácio.

– Espere Aspen, vamos com calma... – America, com suas mãos abanando pausou a conversa – Sei que está bravo, mas não pode crucificar Maxon por algo que não foi culpa dele.

Aspen passou a mão no rosto e bufou fortemente. Georgia e August chegariam em instantes. E logo iram concordar com ele. Maxon era um bom pai. Um excelente pai em sua opinião. Porém, o sentimento revoltoso que estava nascendo em seu peito por causa desse episódio, fez Aspen ficar furioso.

– Não Meri, não é simplesmente ter calma. – Aspen trincou os dentes – Vocês me disserem: “Não é a primeira vez que os guardas encontram um homem suspeito pelo os corredores”. Desde quando isto está acontecendo? Quando foi a última vez que ele foi visto vagando por aqui?

Tyler então, deu um passo à frente.

– Os guardas, pensaram que haviam visto alguém vagando pelos jardins. Mas sempre que chegavam até a ”sombra” ela sumia. Semana passada, Ewan pensou ter visto alguém passar pela porta da princesa. Mas quando foi investigar, não havia nada. O homem, pelo o que eu suponho. Tem conhecimento do palácio. Foi a única conclusão que conseguimos chegar. – O guarda disse.

Maxon negou.

– Mas isso não é possível! Como alguém poderia ter conhecimento do palácio? Isso não tem cabimento. – Ele bufou – O homem que atacou a minha filha não passa de um imundo rebelde. Se é o que eu posso concluir.

Aspen estudou em silêncio. Rebelde...? Poderia até ser. Pensou. Mas por que um rebelde entraria no palácio para brincar com a princesa. E isso, era suspeito.

– Talvez você tenha razão. – Aspen opinou – Mas por que o homem iria ao encontro de Katherine? Se fosse um rebelde, ele certamente roubaria o que fosse de seu interesse ou armaria alguma emboscada. Mas eu duvido, que ele iria à procura de Kat. Isso soa estranho...

– Mas quem sabe, ele apenas tenha trombado com ela. – America disse – Pensem bem, Katherine disse que ela havia saído do quarto e caminhado até a janela, quando se virou, ele estava lá... A sua espera... – America abaixou o tom de voz assim que percebeu que não havia coerência em sua frase.

– Exatamente Meri. – Aspen disse – Ele estava a sua espera. Disseram que Katherine já havia escutado o homem passar pela sua porta. Ou seja, como se fosse um teste... Ela abriu a porta, e não seguiu adiante. O que o fez recuar. Mas na segunda tentativa, ele encurralou ela.

Maxon passou a mão no rosto.

– Mas quem é esse homem?! – Maxon perguntou – Desconheço qualquer tipo de revolta para tal ato. Não a explicação para o ocorrido. Afinal, o que o homem iria querer com a minha filha? Que tipo de mente doentia iria atrás de Katherine ao invés de mim? – Maxon perguntou feroz.

– O tipo de homem que sabe que Katherine não passa de uma princesa ingênua. O tipo de homem que sabe que Katherine não teria reação. O tipo de homem que sabe que Katherine é frágil. Se ele fosse a você, o que aconteceria? Você o deteria. Mas o que a Kat fez? Sentou e chorou. Foi isso o que ela fez. – Aspen disse.

Com o cavanhaque levantado, Maxon encarou os olhos de Aspen. E por um momento, uma indiferença passou entre os dois. Aspen estava insinuando algo. Insinuando algo que Maxon não gostava.

– Não me diga que você está concluindo que a minha filha não passa de uma princesa ingênua? – Maxon perguntou se controlando. Ele olhou para America, que já erguia a palavra.

Aspen negou.

– Não é isso Maxon. Não é nada disso. – Aspen se apressou em dizer – O que eu estou dizendo é: Katherine, é a princesa. E foi criada como tal. Ela não tem opinião crítica sobre o assunto “Pessoas”. Afinal, o que ela conhece do mundo exterior? Nada Maxon. Ela não conhece nada. Katherine não conhece a maldade das pessoas. E por isso, esse homem foi a ela e não a você. O que Katherine faria? Bateria nele? Mas é claro que não, Katherine é uma princesa e foi criada de forma fina e elegante, uma bonequinha projeta para ser inocente e venerável – Aspen bateu com força os pés no chão.

– Espere Aspen, não diga que a minha filha é um a bonequinha projetada. – America levantou-se da cadeira. – Não questione a forma que criamos ela. Aquele... Monstro, atacou a minha filha! Ele segurou o seu cabelo, sussurrou palavras sujas em seu ouvido e tocou-lhe os seios. Esse homem é uma aberração Aspen! E você ainda questiona a forma que estávamos protegendo ela?!

Aspen se levantou também.

– Não Meri, eu não questiono. Mas eu estou ao ponto de fazer isso. – Ele olhou para Maxon e para America – Vocês não entendem o que está se passando pela a cabeça de Katherine? – Ele perguntou aos dois. Que não responderam. – A garota nunca saiu do palácio. Nunca conheceu a verdadeira raça humana. Por quanto tempo vocês irão deixa-la viver no mundo da fantasia e dos contos de fadas? Katherine tem dezoito anos. Ela não é mais uma adolescente de quatorze anos que procura o seu príncipe encantado, mas agora mesmo, vocês estão fazendo ela pensar que é uma! – Aspen cuspia as palavras – Olhe para ela Maxon. Olhe para a sua filha e me diga que tipo de mulher você quer que ela seja. Uma eterna garotinha com pensamentos ridículos fantasiosos ou uma mulher madura com cabeça para governar um país?!

Maxon levantou.

– Está então insinuando que a culpa é minha agora. Só porque Katherine é uma garota inocente?

Aspen riu ironicamente para Maxon.

– Viu? Você mesmo refere a sua filha como uma garota e não como uma mulher. – Aspen se revoltou ao ouvir isso. – Maxon, eu amo a Katherine mais que tudo. Mas eu não posso chegar a pensar que Katherine não teve reação pelo simples fato de ser quem ela é. Preste atenção em mim: Me diga, por quanto tempo, vai cria-la pensando que o mundo é bom é as pessoas são boas? – Maxon não respondeu – Vamos! Me diga! Quando você vai mostrar a Katherine que toda a sua ingenuidade será tão fatal para ela no futuro?

America abriu a boca para falar. Mas então, a fechou...

– Céus! – Aspen se jogou na poltrona e olhou firmemente para os dois – Me diga, quando Katherine irá crescer e se tornar uma mulher de verdade? – Aspen perguntou.

Sean, o guarda, entrou no escritório de Maxon.

– Georgia e August chegaram Majestade. – Disse a Maxon.

Ele assentiu e agradeceu.

Aspen passou a mão em seu rosto já suado e negou sentindo que iria gargalhar na ironia. Olhou para America, e viu um pequeno rubor em sua bochecha.

– Eu não estou criticando a forma que criam Katherine – Aspen dizia isso especialmente a America. Ela o olhou e ruborizou mais ainda – Só estou dizendo: Se Katherine continuar a ser a princesa dos contos de fada. Ela nunca irá a lugar nenhum. A sua inocência nunca será quebrada. Nunca.

– O que você espera que eu faça? – Perguntou Maxon – Quer que eu a jogue para fora dos portões e diga que as pessoas são cruéis. Quer que eu diga que metade dos homens naquele salão estão aqui pela coroa e pelo os seus prazeres do que ela. Quer que eu diga a nossa filha que existe perversão e ambição nos homens perante a ela, Aspen? É isso que você quer? Correr a Katherine e dizer a ela: “Querida, muitos daqueles homens só querem o seu corpo”. É isso que você quer? – Maxon perguntou levantando a voz.

Aspen suspirou e se levantou da poltrona.

– Eu quero que vocês abram os olhos da filha de vocês. Isso que aconteceu agora, não deixa de ser um aprendizado. O que aquele homem faria se os guardas não viessem? Já pensaram nisso? Ou melhor, já pensaram no que esses trinta e cinco, vinte ou... Não sei quantos homens tem dentro daquela sala... Já pensaram no que eles fariam a Kat?

America limpou uma lagrima escorrida.

– Mostrem a filha de vocês a verdade. Mostrem a ela que o amor não cai do céu. Mostrem para ela que o desejo, é puramente a perdição. E mostrem a ela que a ingenuidade, não passa de uma fraqueza. – Aspen agarrou o cassaco – Se ela continuar vulnerável desse jeito. Ela nunca será uma rainha de verdade. E você – Ele apontou para Maxon – Sabe disso.

Aspen então se despediu, e saiu da sala.

♛♕♛♕♛

Eu agarrei meu braço e mordi enquanto gritava. Tudo para abafar o choro. Então era isso que eu era? Uma ingênua bonequinha que não conhecia a real natureza do ser humano. E tenho que admitir. Eu fiquei feliz em escutar as palavras de repreensão do meu tio Aspen, do que do meu pai.

Tio Aspen nunca estava muito presente no palácio. Mas quando estava, ele me mimava. Me abraçava, me beijava e dizia que me amava. Mas nunca, em momento nenhum, ele me tratou como uma garotinha. Sempre que nos víamos, ele olhava para os meus olhos e dizia: “Como está a mulher mais linda desse mundo? ” Ou “ Que saudade da minha rainha”. Mas nunca, ele se referiu a mim como uma criança.

Minhas lagrimas caiam. Eu não sabia se ficava assustada pelo o que aconteceu a instantes atrás. Ou pelo o que eu acabara de ouvir. Estava encostada na porta dos fundos do escritório de meu pai. E eu ouvi tudo. Ouvi o que tio Aspen havia dito. Ouvi o que papai havia dito. E eu estava desesperada.

Por um momento eu lembrei de Alex: “O seu jeito inocente e inconsequente de agir, me toca”. Então todos sabiam que eu assim. Todos sabiam que eu não passava de uma imbecil burra, ingênua, inconsequente, bonequinha projeta e princesinha dos contos de fada.

Limpei minhas lagrimas.

Então, estava na hora de mudar a rota dessa história. Está na hora de mostrar que Katherine Singer Schreave – Lembrei daquele homem dizendo meu nome completo. Não é apenas um bebezinho, não é?

Chegou a hora de... Abrir os olhos.

Apertei as mãos fortemente.

♛♕♛♕♛

Alexander olhava para o céu...

Lembrara das histórias que sua mãe contava quando ela ainda morava na Alemanha. Ele colocava as mãos no rosto e arregalava os olhos de surpresa quando ela dizia algo emocionante. Sua sobrancelha arqueava e seus pelos até arrepiavam.

Ele tinha que agradecer a Maxon pela foto. A única coisa que Alexander tinha da mãe, era a carta que ela escrevera em seu aniversário de doze anos. Ele recebeu a carta uma semana depois de ela ser escrita. Mas ele se lembrava, assim que havia recebido, correu para tia Olga e chorou de emoção.

Alex pegou a foto do bolso.

Os olhos de Camélia... O azul intenso e seus cabelos escuros eram tão contagiantes. Suas sardas e a sua pele branca deixavam ela com aparência de criança. Como Alexander gostaria de ver um sorriso dela... Pela a última vez...

– Olá Diego.

Guardando a foto no bolso...

Alex arregalou os olhos ao ouvir essa voz. Virando levemente o tronco, ele observou Dante o encarando. Era impressionante como Dante sempre optava por usar a roupa rasgada. Para transparecer medo? Talvez...

Mas que diabos você está fazendo aqui?! – Alexander perguntou desesperado.

Dante sorriu, e caminhou para perto de Alex. Observando suas vestes, Dante, gargalhou quando percebeu que Alex usava um terno. Nunca pensara que um dia isso aconteceria.

– Eles deram um jeito em você, em? – Dante colocou a mão no ombro de Alex – Você está lindo usando essa... Essa... Coisa.

Alexander, ferozmente retirou a mão de Dante do seu ombro e o encarou com os olhos em chamas.

– Eu perguntei: O que você faz aqui?!

Dante suspirou.

– Vim visitar a princesa. – Os olhos de Alex se arregalaram – E tenho que admitir, que garota linda. – Ele sorriu – Estou apaixonado por ela, Di.

Alex apertou as mãos com força. Se Dante não fosse o Dante, ele acabaria com ele agora mesmo.

– Fico impressionado como ela é perfeita, claro... Não passa de uma princesinha inútil e idiota mas... Ela é muito tentadora.

Alex sentiu seu sangue queimar.

– Não toque nela Nick. – Alex chegou mais perto – Você prometeu que não faria nada com ela, e nem com ninguém se eu...

– Exatamente Di. Se você conseguir o que eu quero. – Ele afirmou. Dante suspirou e cruzou os braços – Não me chame de Nick.

Alexander deu de ombros.

– Não me chame de Diego.

Escutando barulhos, Alexander virou seus olhos para as árvores. Os guardas, estavam vindo procurar Dante. Alex rapidamente segurou o pulso do homem a sua frente e disse:

– O que você fez?! Não me diga que os guardas estão atrás de você?!

Dante sorriu.

– Pois é. Mexer com a princesa traz riscos. Mas, eu consegui me safar. – Dante segurou a mão de Alex e o trouxe para perto. – Vou ser claro Diego: Consiga o que eu quero, e eu não machuco ela e nem ninguém. Mas caso você falhar... Ah Diego... Vou marcar o seu corpo mais do que ele já é marcado. Vou fazer você gritar quando eu queimar o selo real no seu peito. E também... Terei que machucar a princesa... – Dante o soltou.

– Pense que você é privilegiado. Eu iria mandar Nathan fazer o seu trabalho, mas como você tem o temperamento mais sutil... – Dante sorriu. – Agora vá e se esconda. Não quer que os guardas te peguem, não é?

Alexander recuou alguns passos e se escondeu nas árvores. Observou os guardas chegando cada vez mais perto. E então, Dante correndo até o muro.

Só não machuque ela... Pensou Alex.


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Notas finais do capítulo

Então... Capítulo grande, né?
ATENÇÃO: Se a história não tiver mais de 10 comentários... Eu não vou postar rapidamente. Ouviram? Ah sim, Leticia voltou muito capetinha da viajem... HSAHSAHSHA (Olha a chantagem ae tia!)
Mas enfim... Estão avisadas.
Um enorme beijo para vocês minhas camélia felpudas!
Leticia R.