Tinha esfriado bastante, Catherine ainda estava ocupada com o caso do hacker. Nick não podia ajudar muito já que não estava aparte do que estava acontecendo. Então depois que seu treinamento acabou ele não podia fazer muito mais do que esperar. Porém esperar estava se mostrando uma tarefa complicada, já que ele não parava de pensar nela. Ele passou em frente a sua sala e observou que ela não estava lá, nem seu assistente.

Ele, então, resolveu se sentar no lugar do assistente atrapalhado e verificar seus emails. Ele abriu o navegador e digitou o endereço de email. Havia uma janela fixa a barra de ferramentas e por curiosidade, Nick clicou sobre ela. Havia pastas com o nome de cada um dos funcionários da equipe de Catherine, incluindo o dela e outra pasta escrita “prédio”, ele a abriu e encontrou a planta do prédio do FBI, desde a localização das câmeras até os dutos do ar condicionado. Mas quando ele clicou sobre uma pasta chamada “operação Destoar” a tela ficou preta e uma mensagem apareceu “você está acessando uma área restrita” e então o computador desligou.

– o que está fazendo? – o assistente perguntou.

– eu só queria verificar alguns emails. – Nick se levantou da cadeira e saiu de trás do balcão.

– não pode sair acessando qualquer computador, temos dados confidenciais aqui. – o rapaz disse indo até o computador e o religando.

– desculpe, eu não sabia. Viu a Catherine por ai? – ele disse caminhando para longe. Nick tinha que avisá-la.

– ela está na sala de reunião. – Nick se virou e foi em direção as escadas, não queria arriscar andar de elevador. Em poucos instantes ele saberia que Nick descobriu todo seu plano. Pulando dois degraus por vez ele chegou rapidamente ao andar de cima e comaçou a procurar freneticamente por ela em todas as portas que encontrava abertas, o que eram poucas.

– hey senhor? Precisa de alguma coisa? – uma moça de cabelo negro e comprido o parou.

– preciso da Catherine, é uma questão de segurança. – ele já estava começando a se desesperar, ele precisava encontrá-la.

– ela está em uma reunião importante, só vai le...

– corta essa, estamos correndo risco de vida, não entende? – ela o analisou apreensivamente por um segundo.

– tudo bem, por aqui. – ela o levou até uma sala com paredes de vidro. Nick pode vê-la falando com outras pessoas que mexiam no computador enquanto a ouviam. A mulher tentou abrir a porta, mas a identificação do seu cartão deu negativo. Ela tentou de novo, outra falha.

– o que foi? – ele perguntou, Catherine notou a movimentação do lado de fora e caminhou até a porta.

– não consigo abrir. – disse a mulher. Catherine tentou seu crachá, mas o mesmo erro ocorreu duas vezes. Ela digitou uma sequencia de números no painel. “sequencia incorreta, acionando travas de segurança.” – uma voz computadorizada anunciou e o barulho de trancas foi ouvido.

– o que diabos está acontecendo? – ela se virou para as pessoas que a acompanhavam na reunião. Nick não podia ouvi-la.

– é o hacker de novo. – disse um dos homens na sala. Nick se virou ele precisava dizer a ela. Ele caminhou até uma mesa e pegou papel e um pincel preto. Ele escreveu “É O SEU ASSISTENTE” e correu de volta a sala batendo no vidro para chamar a atenção deles. Ele colou o papel no vidro e ela leu, Nick viu a surpresa em seus olhos e a raiva por ser alguém tão próximo.

– James, tire ele do nosso sistema. – ela ordenou e o rapaz começou a mexer no computador, mas antes que ele pudesse dar inicio a sua busca, todos os computadores desligaram.

– ele desligou os computadores.

– desgraçado, o que ele quer? – Catherine se perguntou. Os computadores ligaram novamente, mas foram direcionados para a imagem do assistente sociopata.

– o que está acontecendo? – Davi perguntou se aproximando de Nick.

– é incrível como vocês não sabem o que acontece embaixo dos seus narizes. – Nick retrucou.

– o que está insinuando rapaz?

– o seu hacker é o assistente da Catherine, ele sabe que descobrimos sobre ele e agora trancou todo mundo, ninguém sai nem entra.

– ele ainda está no prédio?

– é provável que sim, acabei de vê-lo.

– e o deixou escapar? Qual é o seu problema? – Davi falou mais alto que o necessário e colocou o dedo no rosto de Nick que empurrou sua mão para o lado. Catherine assistia tudo do lado de dentro.

– não grite comigo, eu não sou um dos seus funcionários. – Davi saiu de perto, pegando seu celular, mas estava sem sinal. – eu odeio esse cara. – Nick sussurrou para si mesmo.

– você – Davi apontou para um dos curiosos no corredor. – junte o máximo de pessoas que conseguir e faça uma busca por Jean Foster, vivo ou morto, eu não me importo. – ele disse e se voltou para ficar ao lado de Nick.

– o que ele está fazendo? – ele perguntou se referindo a imagem que aparecia em todos os televisores dentro e fora da sala.

– parece que o presidente vai fazer uma proclamação. – Nick respondeu se voltando para uma televisão fora da sala.

– hoje eu vou revelar a vocês, Americanos medíocres, a mentira que governa suas vidas. – ele começou a falar.

– isto está sendo transmitido no mundo todo. – disse James que conseguiu se conectar a rede por um computador remoto.

– droga, você tem que Pará-lo! Esse cara tem informação para criar uma terceira guerra mundial.

– vocês estão sendo enganados descaradamente enquanto pintam a bandeira de uma nação seja no peito...

– pronto, tirei ele do ar. – anunciou James para alivio geral.

– como fez isso?

– da mesma forma que ele, hackendo. Se ele quer jogar sujo, nós vamos jogar. – ele disse e Catherine sorriu para ele. – tive que desativa nossa torre de sinal e cortar todas as redes de conexões, estamos completamente isolados.

– ótimo ao menos ganhamos tempo. – ela disse e olhou para fora da sala. Nick estava olhando para ele, a preocupação era perceptível em seus olhos e ela sorriu tranquilamente para ele. O silencio foi preenchido rapidamente por um barulho de um motor ligando, logo o ar começou a circular mais depressa.

– ele ligou o ar condicionado? – James perguntou.

– ele vai nos congelar. – Catherine disse.

O ar na sala estava ficando cada vez mais gélido. James não conseguia invadir a base de controle para pará-lo. E eles continuavam sem conseguir abrir a porta. Nick observava do lado de fora, quando ele notou que o ar estava ficando esfumaçado e o vidro estava embaçando, parecia uma geladeira de cadáveres e Nick via isso todos os dias.

– abre essa porta! – Nick disse. – eles vão congelar lá dentro, tem que abrir essa porta.

– não posso, ele mudou os códigos de segurança. – Davi disse.

– eu vou quebrar esse vidro. – ele disse procurando por uma cadeira para jogar contra o vidro.

– não dá é a prova de balas. – Nick começou a se desesperar, como ele iria tirá-la de lá? Ele se voltou para o vidro e a viu mais próxima. Ela desembaçou o vidro e ele pode vê-la melhor.

Ela estava tremendo, abraçando seus braços. Sua boca já estava arroxeada. O desespero tomou conta dele, ele precisava tirar ela de lá, a qualquer custo. Ela ficou olhando em seus olhos, como se tudo estivesse acabando. Nick queria esmurrar aquele vidro que os separava, ele não podia deixar isso acontecer, ele não podia deixá-la. Ele a amava. “eu amo você” ele pode ler quando seus lábios se moveram, ele colocou a mão na dela sobre o vidro gelado. Isso não ia ser dessa maneira.

– precisa tirar ela de lá. – Nick disse alto se virando para Davi.

– eu não posso. – ele respondeu abaixando a cabeça. Nick só não deu um soco na cara dele por que tinha coisa mais importante para fazer. Ele tomou o crachá da mão da moça que continuava observando tudo. Ele colocou na fechadura eletrônica e rezou que ele tivesse um dia de sorte, mas não adiantou. A luz só piscava vermelha e a porta não se abria.

– qual é o código?

– não posso te dizer.

– 9517534682 – a mulher disse e Nick fuzilou Davi com o olhar de puro ódio. Ele digitou o numero, mas a voz irritante continuava a repetir “sequencia incorreta” a todo o momento. De repente como se um anjo tivesse sussurrado ao seu ouvido ele teve uma ideia. Uma tentativa que tinha que funcionar.

– eu preciso de álcool, alguém me trás o máximo de álcool que puderem. – ele gritou e as pessoas começaram a se mover, logo litros de álcool usado em escritório foi se acumulando no chão.

– alguém aqui fuma? – uma mulher lhe entregou uma caixa de fósforos. Com a ajuda de algumas pessoas ele carregou os litros para uma sala próxima a que Catherine estava e começou a espalhar o álcool pelo chão e moveis, quando estava tudo bem úmido ele riscou o fósforo e jogou no chão. O fogo se espalhou rapidamente e ele correu para a porta da sala onde ela estava. Ele pôs a mão na porta e pediu a Deus com todas as forças, por que Deus sabe de tudo e Ele sabe que Nick não pode viver sem ela e que ela não merece isso.

Após segundos agonizantes o alarme de incêndio disparou, as duchas no teto soltaram jatos de água para apagar o fogo. Nick empurrou a porta, ainda fechada. Era para a porta abrir, sempre quando o alarme de incêndio é acionado as trancas se abrem. Nick empurrou seu corpo contra porta e ela se abriu.

Ele procurou por ela desesperadamente. Sua mão agarrou a dela, estava gelada e ele a levou correndo para fora da sala. Ela estava tremendo e ele a envolveu em seus braços. Catherine se agarrou a ele.

– pronto, peguei você. – ele sussurrou em seu ouvido, tentando cobrir o máximo dela com seu corpo, como um cobertor. Sua pele estava parecendo gelo e ela ainda não parava de tremer, um homem tirou seu terno e entregou a Nick que cobriu seu corpo e agradeceu com um sorriso.

– está tudo bem. – ele disse esfregando sua mão em suas costas, tentando aquecê-la. Uma lágrima de alivio rolou no rosto dela e ela se afundou em seu pescoço.