Impossible escrita por Bebê Panda


Capítulo 24
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Heeey! Eu sei que demorei novamente, kay? Mas desta vez o motivo da minha demora se chama de escola, sim? E ontem começaram as minhas férias e agora eu tentarei postar com mais frequência, kay?
Boa leituraaa!



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POV Jade West

Beck passou o resto do dia metido nos seus pensamentos e ignorando-me a mim e a Angela. Eu tenho a certeza de que ele não gostou da ideia de eu ter um animal de estimação, mas já é muito tarde para mudar qualquer coisa, porque ficar com Angela já é definitivo.
O que mais me incomoda de isto tudo, é que eu não sei no que Beck está a pensar. É estranho isso me incomodar, já que no inicio do mês eu não queria nem sequer saber da existencia de Oliver e agora ele se tornou a pessoa mais importante na minha vida, e agora não saber no que ele está tão metido me parece levemente desesperador.
– Vamos ver um filme? - Perguntei sentando-me no sofá de couro bege do escritório onde Beck costuma 'trabalhar' em coisas da empresa do seu pai.
– Queres ver um filme, agora? - Perguntou e eu assenti.
– Sim, eu quero ver um filme agora. - Respondi e ele suspirou.
– Já é muito tarde, e como hoje o dia foi cheio de emoções, deverias ir dormir. - Falou secamente e eu revirei os olhos.
– Qual é o teu problema? - Resmunguei e ele revirou os olhos.
– O meu problema? - Ele riu, mas foi um riso mais que forçado. - Eu não tenho nenhum problema, West. - Respondeu e eu suspirei pesadamente.
– Quando estivermos casados, vais parar de me chamar pelo meu sobrenome? - Perguntei e ele deu de ombros.
– Não sei... - Murmurou indiferente.
– Porquê te estás comportando assim? - Perguntei.
– Eu me estou comportando normalmente, Jade. Eu sempre me comporto assim! - Falou levemente irritado.
Eu acho que eu sou o motivo de ele começar a ficar irritado... Isto é estranho. Eu não fiz nada para que ele me tratasse assim tão friamente e para que brigasse comigo. Eu não entendo o que está passando hoje com ele, e comigo. Desde que começamos a conviver juntos, nós nunca brigamos tanto... Nunca brigamos tanto em um único dia. Alguma coisa está a correr mal.
– Se não queres contar o problema é teu! - Gritei e levantei as mãos em sinal de rendição e sai do escritório.
– Jade! Espera! - Ouvi Beck gritar atrás de mim, mas ignorei-o e desci as escadas rapidamente.
– O que queres agora, Oliver!? Não eras tu que estavas muito ocupado com os teus pensamentos que nem tens tempo para a tua noiva!? - Gritei, virando-me para encará-lo.
– Ah, então agora queres passar tempo comigo. - Sussurrou. - E onde estiveste toda a tarde? - Perguntou.
– Eu... Eu estive aqui, em casa. - Respondi confusa.
– Sim, mas aí tu estavas muito ocupada com a tua nova bichinha de estimação e não estavas a prestar nenhuma atenção em mim, e agora, queres que eu preste atenção em ti! - Falou e eu revirei os olhos. - Eu simplesmente me estou comportando como tu te comportas comigo! - Gritou novamente.
– Mas eu não te ignorei! - Resmunguei irritada. - Eu simplesmente estava a cuidar de Angela, porque, tu bem viste o estado em que ela estava quando a encontramos. - Falei e ele deu de ombros.
– Eu não me importo. - Murmurou. - Sabes o quê? Podes ficar aqui, com ela, ver um filme. - Falou indo em direção da porta da garagem.
– Beck! - Gritei. - Onde pensas que vais!? Tu não podes fugir sempre que nós estamos tendo uma discussão! - Falei seguindo-o.
– Posso sim, e é exatamente isso que eu vou fazer! - Falou e eu arregalei os olhos.
– Isso é ridículo! - Resmunguei e ele entrou dentro do carro. - Vamos Beck, somos dois adultos e tenho a certeza de que podemos resolver os nossos problemas... - Murmurei.
– Os dois somos adultos, mas tu precisas de madurar mais! - Ele falou, elevando levemente a voz. - Porque... És demasiado infantil. Eu não sei como posso conviver com uma pessoa assim!
Terminando de dizer isso, ele fechou a porta do carro e saiu da garagem a toda a velocidade. Ele me tinha acabado de chamar infantil! E ele também disse que não podia conviver com uma pessoa assim! Mas se ele não podia conviver com uma pessoa assim, como ele consegui conviver comigo até agora?
Senti o meu lábio inferior tremer e, em questão de segundos, os meus olhos ficaram marejados. Respirei fundo, tentando engolir o choro o que agora parecia muito difícil... Como Beck podia dizer coisas assim sobre mim? O que havia de errado com ele hoje? Primero a briga desta manhã e agora isto? Ele deve estar passando por um stress 'antes do casamento' muito forte.
Nunca ninguém me tratou assim como ele agora. Nunca ninguém me disse que eu era... Infantil. Os meus pais passavam os dias dizendo-me que eu era inmadura, mas isso nunca soou tão ofensivo como o fato de eu ser “infantil demais” na opinião de Beck.
Senti alguma coisa fofa se esfregar nos meus pés e olhei para baixo, vendo a Angela com uma carinha triste. Será que ela entendia que eu estava mal e me queria consolar? Oh, isto é tão irracíonal da minha parte! Abaixei-me e peguei-a ao colo, aconchegando-a no meu peito e caminhei para dentro de casa.
As coisas poderiam ir ainda pior hoje? Eu espero que nada mais aconteça hoje, porque o meu limite de problemas por dia já foi esgotado por culpa do idiota do Beck! Como ele se atreveu a dizer-me que eu sou infantil? Argh, eu tenho que me vingar de algum jeito de essa criatura ingrata que em três dias estará casada comigo.
Deixei a Angela no sofá e dui até á cozinha, mais especificamente, até á geladeira. Eu tenho a certeza de que nós temos que ter algum sorvete aí e... Não, eu estou profundamente enganada. Nós não temos nenhum vestigío de sorvete... Devo telefonar a Beck e pedir-lhe “educadamente” que me compre um sorvete quando decidir voltar para casa, se ele quiser voltar para casa algum dia, porque isto poderia ter sido um fim na nossa relação, não?
Eu definitivamente preciso de um sorvete e de um filme de terror que já tenha visto mil vezes e... Também preciso do chato de Beck. Preciso que ele este ao meu lado, que me diga o que eu tenha que fazer, que resmungue comigo, que me abrace e que diga que tudo ficará bem... Enfim, eu preciso que ele apenas este aqui, comigo.
Quando percebi, estava de volta á sala, sentada no sofá e a chorar. Angela me olhava, como se eu fosse alguma coisa muito importante.
– Nunca tenhas nenhuma relação, Angela. - Murmurei olhando para ela. - Qualquer tipo de relação é muito difícil de se suportar e cria muitos problemas e lágrimas e problemas. - Sussurrei. - Enfim, no teu lugar eu ficaria solteira para o resto dos teus dias.
Suspirei pesadamente e Angela se moveu para o meu colo. E se beck ficou zangado comigo porque eu quis ficar com Angela? Ele pode ter algum tipo de trauma com gatos, mas não se atreveu a dizer-me isso e preferiu ficar zangado e... Isso é uma teoria estúpida!
– O que eu fiz para merecer tudo isto, Angela? - Perguntou e ela me encarou. Perfeito! Eu cheguei a um ponto tão baixo da minha vida, que a única criatura viva no planeta Terra com qual eu posso falar é um gato! Um gato! Eu nunca pensei chegar a um ponto tão baixo na minha vida, mas o que eu mais poderia esperar de mim? Afinal, sou eu e como Beck disse, eu sou uma pessoa demasiado infantil e eu tenho a certeza que é por isso que ninguém quer ser meu amigo, ou amiga... Eu devo parecer uma pessoa muito solitária...

POV Beck Oliver

Eu tinha brigado com Jade. Eu tinha brigado com ela porque eu tinha ciúmes de que ela passou o dia inteiro cuidando de uma gata que ela tinha encontrado no meio da rua... Agora, mais que nunca, isto parecia muito estúpido, demasiado estúpido! Como eu pude brigar com ela por um simples animal de estimação?
Eu não sei o que deu em mim para brigar com ela por causa disso. Eu não devia ter brigado com ela por isso. Eu não devia ter-lhe dito que ela é infantil e que eu não sei como posso conviver com uma pessoa assim. Isso é mentira... Ela pode ser muito chata, irritante... Mas, é por isso que eu a amo.
Voltei para casa e estacionei o carro dentro da garagem. Saí do mesmo e caminhei até á sala, que era o único lugar de onde vinha uma luz fraca. Jade estava deitada no sofá, abraçada a uma almofada e parecia que estava a... Chorar. E tudo isto era por minha culpa.
– Jade? - Perguntei e ela sentou-se rápidamente no sofá, deixando a almofada cair ao chão.
– Beck? - Murmurou olhando na minha direção e depois começou a rir histéricamente. O que estava a acontecer com ela?
– Jade, o que se passa? - Perguntei indo rapidamente até ela e ajoelhando-me na sua frente.
– O que se pasa? - Ela repetiu confusa. - Nada, eu juro que não se passa nada! - E voltou a rir... Ela tinha bebido. Era fácil perceber isso pelo cheiro de alcóol que vinha dela.
– Tu bebeste? - Perguntei e ela parou de rir.
– Só um pouquinho, muito pouquinho. - Murmurou sorrindo.
– E eu posso saber quanto é o teu 'um pouquinho'? - Perguntei e ela suspirou.
– Foi assim de pouquinho. - Falou, fazendo um gesto estranho com as mãos. Ela estava muito bebeda.
– Não podes beber sempre que nós brigamos, Jade. - Sussurrei, sentando-me ao seu lado no sofá.
– E tu podes sempre fugir quando nós brigamos!? - Gritou e eu bufei.
– Eu nunca fugi! - Respondi. - Eu precisava de um tempo para pensar nas coisas. - Expliquei e ela riu.
– Eu também precisei de um tempinho para pensar e o alcóol me ajudou muito em organizar os meus pensamentos. - Falou. Sim, com certeza foi isso mesmo que o alcóol fez.
– Promete que nunca mais vais beber quando brigarmos. - Pedi.
– Eu não posso prometer uma coisa e depois não cumpri-la. Isso é muito feio. - Ela gargalhou e eu suspirei.
– Eu sinto muito por tudo que eu disse. - Falei e ela me encarou séria.
– Sério? - Perguntou e eu assenti. - Mas isso não muda nada. - Murmurou.
– E o que queres que mude? - Perguntei e ela suspirou lentamente.
– Tu disseste que me achas infantil e que não sabes como podes viver com uma pessoa assim. As tuas desculpas nam mudam nada, porque tu continuas achando que eu sou demasiado infantil e... Nao sabes como podes conviver com alguém assim como eu. - Falou com os olhos levemente marejados.
– Jade, não... Isso é mentira. - Falei e ela negou rapidamente.
– Não! Eu ouvi como tu disseste isso! - Resmungou e eu bufei.
– Mas isso não é verdade, eu juro que não é verdade, eu só estava zangado contigo e... Foi nisso que deu. Eu realmente sinto muito por tudo que eu disse, Jade. Acredita em mim, por favor... - Pedi e ela respirou fundo.
– Como eu posso ter a certeza de que isso não é nenhuma mentira? - Perguntou. - A vida é muito injusta... E está feita de mentiras. - Ela riu histéricamente, novamente. Quase me tinha esquecido do fato que ela estava demasiado bebeda para ter alguma conversa lógica.
– Jade, eu acho que deves ir dormir. Estás muito bebeda. - Tentei, mas ela me interrompeu.
– Porquê eu tenho que fazer aquilo que tu queres!? Quem és tu para mandar em mim, Oliver? - Perguntou e eu revirei os olhos.
– Tu podes não fazer o que eu te peço, mesmo que isso seja o melhor que possas fazer. E eu não sou ninguém para mandar em ti, eu simplesmente quero cuidar de ti. Eu preciso cuidar de ti, Jade... - Falei e os olhos dela se encheram de lágrimas.
– Eu estou triste. - Murmurou, piscando várias vezes. Eu acho que ela estava tentando evitar as lágrimas.
– E... Porquê estás triste, bebé? - Perguntei e ela bufou.
– Porque... Porque tu não me amas. - Respondeu e eu a olhei incrédulo.
– O quê!? De onde tiraste essa ideia tão idiota, pequena? - Perguntei e ela deu de ombros.
– Das nossas brigas. - Respondeu e algumas lágrimas escorreram pelas suas bochechas. - Em todos os filmes, quando alguém se ama, nunca briga! A relação entre eles é perfeita! - Resmungou.
– Mas isso são filmes, e como tu sabes, nada do que acontece nos filmes é real. - Falei e ela bufou.
– Como podes saber isso!? Alguma vez procuras-te sobre as origens de algum filme, foi? - Perguntou e eu neguei lentamente.
– Não, mas isso é lógica. Achas que na vida real, as coisas podem ser tão simples e perfeitas como nos filmes? - Perguntei e ela limpou algumas lágrimas com o dorso da mão.
– Sei lá! - Murmurou. - Tudo pode acontecer, né? - Sussurrou.
– Sim... Mas é muito pouco provável que a vida de alguém seja igual que um filme. - Respondi e ela suspirou.
– Eu tenho sono e a minha cabeça está começando a doer, por isso eu acho que vou dormir. E, ah, a próxima vez que saires, compra sorvete, kay? - Pediu levantando-se e saindo do meu campo de visão.
O dia de hoje tinha sido muito estranho. Jade e eu brigamos a maior parte do dia, porque a outra parte do dia nós dois estavamos em quartos ou lugares diferentes. E quando eu voltei para casa, pronto para pedir desculpas a Jade, encontrei-a bebeda. Não que isso seja muito mau, mas nós discutimos novamente e não pelo fato de que ela tenha bebido. Se não, pelo que eu disse antes, o que é uma mentira. Eu tenho a certeza de que ela nunca se irá esquecer do que eu disse.
Eu acho que estas brigas todas são por causa do stress do nosso casamento que acontecerá em três dias. Este mês passou tão devagar, e tantas coisas aconteceram. Eu aceitei casar com Jade e não sei porquê fiz isso e durante este mês me apaixonei por ela, e ela por mim. Até parece alguma história de amor de um filme ridículo qualquer. Não é normal nada de isto acontcer com pessoas normais, o que faz de mim e da minha bebé pessoas anormais, não?
Apaguei a televisão e fui para o meu quarto. As luzes já estavam apagadas e pude perceber que Jade já estava deitada na cama, debaixo de vários cobertores. Será que ela ainda está zangada comigo?
– Jade? - Murmurei ligando um pequeno abajur do quarto e apenas recebi um resmungo indecifrável vindo da parte dela. - Jade, estás zangada comigo? - Perguntei tirando a minha roupa e deitando-me ao lado dela.
– Vai à merda, Beck. - Resmungou Jade e eu ri.
– Eu já disse que sinto muito. - Falei e ela fez uma careta.
– Não é isso, kay? - Falou e eu olhei-a confuso.
– Então o que é, Jade? - Perguntei.
– Eu acho que nunca mais na minha vida vou ingerir qualquer bebida alcóolica. - Respondeu.
– E com nunca mais queres dizer até ao dia do nosso casamento, né? - Pergunto e ela assente lentamente, movendo-se para mais perto de mim.
– Sim, isso mesmo, Beck. - Murmura bocejando e fechando os olhos lentamente.
– Boa noite, meu amor. - Sussurro no seu ouvido e fecho os olhos.


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Notas finais do capítulo

E então... O que acharam?
Comentem, kay?