Era anoitecer do dia 19, eu já estava no hospital fazia um dia e soube pelo o meu pai que eu e a Allison ganharíamos alta na manhã seguinte. Allison era a perfeição em forma de bebê, era tão calminha mas também era muito enérgica quando queria algo ou estava com fome, já vi tudo, herdou o gênio Stark.

Eu estava deitada ( se lê esparramada ) na cama, vendo tv e James estava fazendo Allison dormir mas ela estava mais interessada em balbuciar coisas sem nexo, ela conversava e conversava com o pai e James dava corda no falatório, era muito fofo de se ver. Enquanto eu trocava de canal eu ouvi uma comoção no corredor, olhei para James confusa e ele me devolveu o olhar de confusão. Aquela gritaria toda não podia ser nenhuma grávida histérica pois aquela andar estava reservado apenas para os Stark, tinha algo errado.

— James ... — Eu o olhei e ele entendeu na hora, ele colocou a nossa filha no meu colo com delicadeza e foi ver o que era aquela gritaria, Allison parece ter pressentido que algo estava errado pois começou a choramingar. — Oh meu amor, não chora, isso não é nada — Eu comecei a cantarolar Hey Jude, sua canção de ninar, e ela se acalmou, um dia de vida e já tinha um ótimo gosto musical, era minha filha mesmo. Allison adormeceu mas eu não a coloquei no seu bercinho, fiquei com ela nos meus braços, confesso que eu estava nervosa com toda aquela gritaria. Meu pai surgiu e vi que ele estava bravo — O que aconteceu pai ?

— Ãh ... nada não baby girl — Desconversou e eu arqueei a sobrancelha. — Credo, você parece a Pepper com esse olhar, dá medo — Falou e eu não pude deixar de sorrir. — Ok, era o Fury querendo armar o barraco, eu, o picolé I e o picolé II o botamos para correr.

— E o que ele queria ?

— Ver a Allison, sei lá, mas não consigo ver ele fazendo um visita social apenas para ver uma bebê recém-nascida, tinha segundas intenções no meio.

– E a gritaria todo foi por causa disso ?

— Foi, a Maria estava junto e não gostou do jeito que tratamos o Fury, já falei para aqueles dois se assumirem mas não, ninguém me escuta — Meu pai bufou e eu ri, ele ficou sérios por alguns segundos mas depois riu também. — Ela dormiu com essa barulheira toda ?

— Aham, cantei Beatles e ela ferrou no sono.

— É minha neta mesmo.

oOo

— Pegou tudo James ? — Perguntei enquanto terminava de arrumar Alisson, finalmente iríamos para casa. Minha garotinha estava quietinha e parecia que iria dormir a qualquer momento, terminei de fechar o seu body com a estampa do AC/DC e a enrolei na manta com bordados de rosas vermelhas e caveiras, seu cabelinho escuro estava enfeitado com uma tiara preta com uma flor adornando e calçava all star. Eu vestia um vestido azul escuro que ia até metade das coxas com manga comprida e um cinto adornando, eu usava botas e o meu cabelo estava rebelde e solto.

— Peguei sim — Ele segurava a minha bolsa, a bolsa da Allison e mais os presentes que eu havia ganhado dos meus amigos.

— Ai, lá vamos nós enfrentar os abutres da mídia — Suspirei e coloquei os óculos escuros, James fez o mesmo. Saímos do quarto e no caminho cumprimentamos as enfermeiras que cuidaram de mim e da Allison tão atenciosamente. Fomos para o estacionamento onde Happy já nos esperava, entramos no carro rapidamente pois o local começou a ficar cheio de paparazzos que lutavam para tirar uma foto da Allison, eu tinha coberto o seu rostinho com a manta para a proteger dos flashes. Coloquei Allison no car seat e Happy deu a partida, eu pude enfim respirar mais aliviada.

A viagem foi bem tranquila e foi com grande alegria que coloquei os pés na torre novamente, tudo estava como a dois dias atrás menos a parte que o meu pai tinha pendurado uma grande faixa no meio da sala com os dizeres em letras garrafais grandes " Bem-vinda Allison " e com letras menores embaixo " Pequena futura vingadora " ah isso foi muito fofo. Subi as escadas com James logo atrás e parei na porta que era do quarto da Allison, eu não sabia como ele era pois Pepper quis fazer uma surpresa, na verdade ninguém sabia como era o quarto.

Girei a maçaneta dourada e afastei a porta de mogno devagar, arquejei surpresa pois o quarto era divino. O quarto era em tons de rosa claro e marrom, as paredes foram forradas com um papel de parede com estampa floral e o chão era de madeira clara assim como os móveis, o berço era de madeira pintada de cor de rosa e havia um sofá de couro defronte ele, ainda tinha um closet enorme já cheio de coisinhas e um lustre pendia do teto.

— Meu deus — Falei, Pepper tinha se superado com aquele quarto.

— Minha nossa — James falou boquiaberto. Entramos no quarto e James largou as coisas da Allison no sofá, eu coloquei Allie no berço, retirei os all star, a tiara que ela usava e a fiquei admirando, eu não cansava de babar nela, era perfeição demais para um ser tão pequeno. — Eu ainda não me acostumei com a ideia de que esse ser tão pequeno, perfeito e frágil é nossa filha — James murmurou, eu nem tinha me tocado que ele estava do meu lado.

— Nem eu — Murmurei enquanto ajeitava a mantinha que cobria a Allison, ela dormia serenamente. — Olhando para ela agora eu nem me lembro mais de tudo o que eu passei naquele inferno, aquilo é insignificante perto dela, ela faz tudo valer a pena — Eu disse e senti o braço do James sobre os meus ombros. Ficamos babando a Allison por mais alguns minutos antes de irmos arrumar as coisas dela no closet, coloquei Beethoven para tocar bem baixinho, peguei a babá eletrônica, apaguei a luz e saímos do quarto.

Fomos para a sala e encontramos o caos, Fury estava lá juntamente com Maria e dois brutamontes que tinham mais corpo do que cérebro, meu pai estava a um ponto de avançar no Fury e os vingadores tentavam acalmar o meu velho.

— Que diabos está acontecendo aqui ? — Perguntei em um tom de voz relativamente alto, todos me olharam mas continuei firme.

— Senhorita Stark — Fury começou e eu o encarei sem emoção. — Estou aqui para levar a senhorita Barnes para a sede da S.H.I.E.L.D — Falou e eu senti o sangue fugir do meu rosto.

— VOCÊ O QUÊ ? — Berrei e senti James me segurando.

— Eu quero levar a senhorita Barnes para a sede da S.H.I.E.L.D, ela precisa ser examinada o quanto antes.

— COMO ASSIM EXAMINADA ? ELA É SÓ UM BEBÊ RECÉM-NASCIDO.

— Pode até ser mas não sabemos como vai ser no futuro, não preciso lembrar que ela é uma super soldado, temos que a estudar para nos precaver — Falou e eu uivei de fúria.

— ME SOLTA JAMES, EU QUERO ARRANCAR O OLHO DELE — Eu me debatia, eu nunca iria deixar Fury colocar as mãos na minha filha.

— SAIA DA MINHA CASA FURY — Meu pai berrou. — SE QUISER PEGAR A MINHA NETA VAI TER QUE PASSAR PRIMEIRO POR MIM.

— E por nós — Os demais vingadores falaram o que me deixou mais calma, eu parei de me debater mas James não me soltou, ele ainda temia que eu arrancasse o olho do Fury.

— Espero que saibam onde estão se metendo, se essa criança vier a se aliar a HIDRA um dia e destruir o mundo eu vou estar lá para dizer "Eu avisei" — Falou sem um pingo de emoção antes de ir embora junto com os seus capangas. Respirei bem fundo e me soltei dos braços musculosos do James. Eu agradeci os vingadores pelo o apoio e abracei o meu pai, ele tinha o dom de me acalmar com apenas um abraço.

oOo

— Não sei se isso é uma boa ideia — Falei enquanto dava de mamar para a Allison, estávamos todos reunidos na sala vendo Teen Wolf e meu pai sugeriu vender as primeiras fotos da Allison para uma revista. Minha neném tinha 15 dias e estava cada vez mais encantadora, a cada dia que passava ficava cada vez mais parecida com o James.

— É uma ótima ideia Meg, assim esse abutres param de nos encher o saco e nos deixam em paz, além disso você poderia usar o dinheiro para ajudar o Greenpeace, eu sei que você gosta de ajudar eles — Meu pai falou e eu refleti por alguns minutos, vendo por esse ângulo ...

— O que você acha James ? — Perguntei.

— Até que é uma boa ideia Meg — Falou e eu suspirei vencida.

— Tudo bem pai, vamos prosseguir com a sua ideia, quem está interessado nas fotos ?

— Quase todas as revistas estão mas a People ofereceu a maior quantia.

— Então peça para alguém ligar para eles e marque a sessão de fotos.

A sessão de fotos ficou marcada para uma sexta feira, o cara que iria tirar as fotos era um fotógrafo amigo do meu pai e eu e James ainda daríamos uma pequena entrevista, não sei o por que disso mas tudo bem, era por uma boa causa e eu iria salvar baleias com o meu gesto.

O dia da sessão de fotos chegou e eu arrumei a Allison de um jeito bem fofo: Um tip top vermelho com o reator Arc desenhado no peito, uma tiara combinando e all star preto com detalhes vermelhos. Eu vestia um vestido tomara que caia preto com um cinto cor de rosa adornando e sapatos de salto alto combinando, James vestia calça jeans escura, uma polo branca e sapatos, o cabelo estava todo arrepiado e estava grandinho.

O fotógrafo chegou, arrumou o set na varanda e nos chamou para a sessão de fotos, ao todo levou quatro horas para ele tirar todas as fotos que ele queria mas então veio a entrevista, as perguntas eram boas e graças ao bom Odin não perguntaram sobre como eu tinha conhecido o James ou até mesmo sobre o meu sequestro.

Já era início de noite quando demos tudo por encerrado, dei um banho na Allison, coloquei o seu pijama e a botei para dormir, o que não levou muito tempo, no quesito dormir ela era igual ao avô, dormia feito uma pedra.

Assim que ela pegou no sono eu a acomodei no berço e saí do quarto com a babá eletrônica na mão, fui para o meu quarto, tomei um banho relaxante e vesti algo mais confortável, eu estava cansada mas estranhamente feliz. Eu estava deitada na minha cama quando ouço alguém bater na minha porta.

— Entre ! — Falei e James surgiu de calça jeans, descalço e sem camisa. — A que devo a honra da sua visita senhor Barnes ? — Perguntei bem humorada e ele pulou na minha cama rindo.

— Vim te fazer companhia — Falou e eu ri, ele fechou o livro que eu estava lendo e colocou na mesa de cabeceira.

— Seu cabelo tá grande — Falei enquanto passava os dedos pelas as madeixas castanhas.

— Vou cortar ele logo menos — Disse com um sorrisinho enquanto me encarava com aqueles olhos verdes lindos. Ele se aproximou e me beijou mas daquela vez foi diferente, não foi como o selinho no hospital. Nos separamos minutos depois ofegantes, eu sorria bobamente e ele também. Ele de fato ficou ali me fazendo companhia.