Tudo Aconteceu em Um Inverno - Dramione escrita por Grind


Capítulo 3
Capítulo 2 - Padaria




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Tudo Aconteceu em um Inverno – Dramione / Capítulo 2 – Padaria

POV Draco Malfoy

– Já está acordada? – Perguntei enquanto arrumava o cabelo com as mãos devidamente vestido.

–Sabe melhor que ninguém que eu acordo cedo. – Ela resmungou enquanto arrumava sabe se lá o quê na pia. Já tínhamos nos estabelecido, todo o caminho até aquela 'cabana' - porque realmente, era uma cabana - em uma cidadezinha pequena no meio nada tinha sido feita em completo silêncio.

Eu bufei. Por que ela tinha que começar com a grosseria já cedo? O dia mal começou!

– Eu vou comprar pão - A adverti enquanto vestia o casaco.

Ela largou o que estava fazendo. E quando se virou na mesma direção que eu tive que me controlar para não observá-la de baixo a cima.

Maldito sejam os vícios.

– Não eu vou comprar o pão.

– Por que eu não posso ir comprar? – Ergui os braços, inconformado.

– Por que você não sabe comprar pão direito. Nunca comprou pão direito. – Ela começou a colocar o próprio casaco

– Comprar pão direito? – Eu ri cínico – E tem como comprar o pão errado?

Foi à vez dela de rir cínica.

– Ah, acreditei, tem sim. Eu não sei o que você fala pra moça da padaria, mas sempre que você comprava o pão parecia que você comprava o de duas semanas antes.

Eu revirei os olhos. Ela saiu. Eu bufei, passei a mão no rosto andando de um lado pro outro.

Era só o que me faltava!

Sai atrás dela.

– Qual é o seu problema? Eu já disse que eu vou comprar o pão. Por que não faz alguma coisa que presta, volta, e para de me perturbar!

– Eu estou te perturbando? – Eu apontei para mim mesmo – Você também não é nenhuma santa Granger!

Ela revirou os olhos. Não sei se dava pra situação piorar, a casa que aparentemente era longe de praticamente tudo. Isolada.

Em outras circunstâncias até seria algo agradável. Se ela não estivesse presente pra me perturbar. A padaria ainda estava há umas 4 quadras de pura neve. Nem parecia que estávamos usando algum casaco, se deixasse era como se a neve se infiltrasse por entre as minhas roupas.

Ela deveria estar na mesma situação, eu via o modo como ela se respirava, mas Granger era orgulhosa demais pra assumir qualquer coisa. No entanto o meu casaco ainda era mais grosso que o dela. Se havia algo que eu tinha percebido em tantos anos casado com essa desnaturada era que não havia ninguém no mundo que era tão sensível ao frio do que ela. Eu havia me acostumado naquela época ao fato de ela estar sempre com algumas das minhas blusas ou casacos na parte dela do guarda roupa.

Quando enfim chegamos à padaria, o frio não diminuiu, ela caminhou até o balcão para pedir o pão e eu fui pegar outras coisas. Chegamos ao caixa ao mesmo tempo, e ela começou novamente com a sua implicância.

– Por que pegou o pacote de suco de laranja?

Franzi o cenho.

– Pra beber talvez?

Ela bufou tirando da minha mão e colocando-o de lado.

– Hugo não bebe suco de laranja. Por isso – Ela me mostrou o pacote de suco de morango – Eu peguei esse.

– Por que ele não gosta de suco de laranja? – Franzi o cenho outra vez.

– Se passasse mais tempo com ele saberia.

Revirei os olhos e passei a mão no rosto cansado.

– Não quero discutir isso aqui Granger - O maxilar travado.

Ela suspirou colocando as coisas sobre o balcão. A moça começou a passar os produtos. Eu tirei o pacote de bolacha e água e sal do meio das coisas e Granger me olhou furiosa. Sorri sarcástico.

– Rose não gosta de bolacha de água e sal.

Ela arrancou o pacote de minhas mãos com voracidade.

– Não é pra ela idiota, é pra mim.

Eu balancei a cabeça indignado.

– Bom, se você pode levar - Eu peguei o pacote de suco de laranja – Eu vou levar o suco pra mim.

Ela revirou os olhos.

– Nossa Malfoy, você parece criança. Ninguém merece. A garota do caixa nos observava atenta, tentando esconder um sorriso. Granger tateou os bolsos e bufou.

– Você paga Malfoy.

– Por que eu? - Ergui uma sobrancelha.

– Eu esqueci a carteira em casa. Você paga – ela foi pegando as sacolas.

Bufei irritado e a moça outra vez segurou o riso enquanto eu tirava a carteira do bolso de trás da calça.

– Eu não acredito nisso... Quanto foi que deu?

– 25. – Ela sorriu terna.

Granger saiu da padaria com todas as sacolas na mão.

– E pare de cantar a balconista! - Ralhou descendo os degraus apressada.

– Granger espera.

Ela me ignorou se afastando.

– Granger! - A minha voz ecoou pela rua.

Ela continuou caminhando.

– Porra de mulher malcriada... – Eu coloquei uma nota de 50 sobre o balcão – Pode ficar com o troco - No que eu sai da padaria escutei a garota do caixa rir enquanto eu corria apressado.

– Granger! - O berreiro tinha começado, e eu não estava nem um pouco paciente.

Ela bufou e quando estava prestes a acelerar o passo, um de seus pés afundou na neve, e um grito estridente se fez audível com o susto que nós dois tomamos.

E quando parei a sua frente não consegui controlar o riso.

– Ai Granger, tanta pressa. E acabou atolada na neve.

– Cala boca Malfoy, me ajude a sair daqui - Ela começou a se remexer, sem sair do lugar.

Eu coloquei as mãos na cintura e ergui uma sobrancelha.

– E por que eu deveria?

– Eu sou a mãe de seus filhos desgraçado, ta frio, eu to quase morrendo, me tira daqui de uma vez! - Ela não parava de se chacoalhar.

Eu sorri cruzando os braços.

– Peça, por favor.

– Malfoy... – Resmungou.

Eu peguei as sacolas e dei indícios de que iria embora.

– Malfoy! – Ela gritou nervosa conforme eu me afastava – Por favor, droga!

Sorri me virando em sua direção e voltando a parar na sua frente.

– O que disse? Desculpe, eu não ouvi.

Ela resmungou com a voz chorosa.

– Malfoy, eu to com frio.

Suspirei colocando as sacolas de lado e a ajudando a se soltar.

No exato instante em que ela se soltou e eu dei um passo pra trás eu escorreguei, e na queda eu a levei junto, rodamos no ar, e eu cai por cima.

–Oh... – Ela resmungou contendo o riso – Minha coluna foi por água a baixo.

Eu ri afundando o rosto em seu pescoço.

Ah, aquele perfume.

Quando a sessão risos acabou, e eu voltei a me levantar ela se encolheu toda, abraçando as próprias pernas.

– Droga Malfoy – Falou com dificuldade – Minhas botas ficaram presas na neve...

Eu olhei para as botas nela ainda afundadas na neve atrás de mim e em seguida para seus pés descalços.

–Droga Granger! – Eu a peguei no colo – Tinha que escolher logo hoje pra morrer congelada!

– Malfoy... – Ela falou abraçando os próprios braços.

– O que foi? – Resmunguei.

– As sacolas...

(...)

–Pai? Onde é que você estava? – Rose desceu as escadas enquanto eu me virava pra abrir o porta. – O que aconteceu com a mãe?

– Rose corre pega algo quente lá em cima!

– Mas...

– Qualquer coisa! - A minha voz soou desesperada.

Eu corri até a sala, as sacolas ficaram jogadas na porta de entrada, e eu me sentei o mais rápido que pude em frente à lareira acesa.

Scorpius, que estava jogado no sofá da sala se responsabilizou por isso, enquanto eu tentava manter Granger o mais quente possível, já que ela só batia os dentes resmungando o meu nome.

– Mas o que ta acontecendo aqui? –Hugo parou ao nosso lado com uma das sobrancelhas erguidas.

Hermione soltou leves risadas enquanto eu tirava o casaco as pressas enrolava-o em seus pés, e em seguida esfregava seus braços.

–Você acha isso engraçado Granger?- Perguntei sorrindo contendo o riso – Eu não acho engraçado! A menos que você queira perder os pés, porque falta pouco pra virarem pedra.

Ela me mostrou a língua, os lábios roxos por causa do frio.

Eu revirei os olhos.

– Sabe de um coisa Granger? Cresce.

Ela tentou sorrir, sem sucesso.


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