Verão Para Alunos Recuperáveis escrita por Coralino


Capítulo 2
Meu nome é Molly Evan


Notas iniciais do capítulo

Heey vocês! ~



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Meu nome é Molly Evan. Uma das coisas mais estranhas da minha vida foi entrar para esse colégio. Eu era diferente de todas aquelas pessoas dedicadas e cegas pelo estudo. E foi questão de tempo até eu acabar provando isso a todos a minha volta.

A mão quente segurava firmemente meu pulso, o dono da mão não parecia ligar para o fato de eu estar carregando uma mala pesada, e nem ligando para o fato de outra pessoa nos seguia. De repente o corredor parecia ser eterno. Perdi o senso de direção, conseguia sentir apenas a respiração leve do dono daquela mão. Não sabia mais se aquele garoto ainda estava me seguindo.

Finalmente senti alguém abrir uma porta e fui puxada para dentro dela. Comecei a ficar com medo, por que diabos alguém estava me levando para uma sala escura enquanto todos os outros estavam no saguão?

Comecei a pensar na pior das possibilidades sobre aquilo. Deveria gritar, correr pra longe daquela pessoa, fugir daquela escola antes mesmo que começasse as aulas de verão. É o que eu precisava, algo que me mante-se longe de tudo aquilo.

Então finalmente ligaram a maldita luz. Fazendo meus olhos perderem o foco e lacrimejar. Esfreguei o rosto como se tivesse acordado agora, então notei as pessoas a minha volta. Todos me encarando de forma intimidadora, como se eu fosse um sapo na aula de ciências.

Eu estava em uma enorme biblioteca. Meus olhos brilharam de curiosidade, embora eu não tenha tanto interesse em livros. Com mesas de madeira e cadeiras vermelho rubi, estantes altas totalmente ocupadas com livros. No meu tempo de escola antes de ser convidada para o V-PAR, nunca tinha vindo a este lugar.

Consegui contar quatro pessoas. Entre eles a garota que ainda segurava meu pulso, possuía um cabelo punk preto, repicado e uma única mecha de cabelos da cor vermelha chegava em seu ombro, no lado direito tapando sua orelha. A orelha esquerda era decorada com diversos pircings, seus olhos negros cintilavam a luz da sala. Usava uma camisa roxa amassada, e um short curto.

–Molly Evan, meu nome é Joe. – Sua mão deslizou até encontrar a minha, em um aperto firme. – Temos que desaparecer dessa escola.

Assenti brevemente, assustada e comovida pela ideia de desaparecer.

Entre os outros três, havia um cara com apenas uma de suas sobrancelhas levantadas, pele oleosa, cabelos castanhos bagunçado e roupas amassadas. Uma garota ruiva com roupas apertadas e um rabo de cavalo. E outro garoto, asiático de cabelos loiros, esse era o único que sorria, de modo amigável, em volta dos seus olhos havia manchas que lembravam vagamente um panda.

Olhei para trás. O garoto que soprei a nuca não estava lá.

–Você podia ser mais delicada! – Zombou o garoto moreno de cabelos bagunçados.

–Olá Molly. – Disse a ruiva. – Seja bem vinda aos... – Então ficou em silêncio, um silêncio embaraçoso. Corou levemente.

–Irrecuperáveis Amy, irrecuperáveis. – Completou o garoto panda.

–Vocês são da V-PAR também? Ela já começou o discurso. – Disse, ignorando os fatos deles serem extremamente suspeitos e saberem meu nome sem eu ter dito.

–Sim sim, ela já começou aquela maldita falação sem fim. Anoite já deve ter acabado. – Disse a garota punk chamada Joe. Ela possuía uma voz rouca e baixa.

–Ela só vai acabar anoite? – Perguntei assustada. -Por que...

–Olha é uma grande história! – Disse o garoto de cabelos bagunçados. – Depois te contamos loirinha, agora por que você não vem com a gente pra podermos sair de perto dessa louca varrida? Não estou falando de você Amy.

A ruiva se irritou levemente, pensando em rebater, mas desistindo.

O garoto asiático, de cabelo curto, continuava olhando pra mim, com um sorriso animado que pareceu se alargar mais, – se é que é possível - depois do comentário da louca varrida.

–Pare com isso Colin, você vai assusta-la. – Disse Amy se levantando da mesa em que estava sentada. Era estranho ver alunos sentando em mesas da biblioteca, aquilo era sem dúvida proibido na escola, mas, a ruiva não parecia dar a mínima. Vai ver foi assim que veio parar na V-PAR.

–Vocês querem fugir da escola? – Perguntei tentando entendê-los.

–Temos que ir logo. – Disse o garoto de cabelos bagunçados chamado Colin. – Ela pode ter mandado os instrutores checar os corredores do colégio para garantir que ninguém perca o discurso.

Os outros na sala assentiram.

Senti vontade de ir. Parecia loucura, um bando de estranhos me chamando para fugir da srt. Clary e seus instrutores. Perguntei-me pra onde vamos se quebrarmos regras na V-PAR, já que já estamos sendo punidos. Mas fugir com eles, nem que seja para receber novos sistemas de aprendizado quem sabe nas férias do meio do ano, parecia uma ideia bem mais atraente do que ouvir a falação toda e estudar como uma louca durante o verão inteiro.

–Eu... vou com vocês! – Disse hesitante.

–E quem convidou você? Chamamos você aqui só pra ficar de isca mesmo. - Disse Colin sorrindo maliciosamente.

–Colin! Para com isso! – Rebateu Amy aborrecida. Ela parecia ser do tipo que se irritava fácil.

–Vamos logo Molly, antes que cheguem. – Disse Joe.

Tentei ser discreta com a mala, tentei mesmo. Mas aquele peso todo, com coisas metálicas estalando a cada vez que passávamos por uma ondulação no chão de madeira era como se fosse um convite para que nos encontrassem.

A garota punk, Joe, foi na frente adentrando na biblioteca. Eu estava fascinada com tudo aquilo, será que alguém puxaria um livro na estante e acharíamos uma passagem secreta? Ou usaríamos um alçapão? Quem sabe o tubo de ventilação.

Mas a garota Punk parecia adentrar na biblioteca como se procurasse o livro mais raro de todos, até que entramos num corredor mais estreito que os outros, e no final havia uma porta de madeira com uma plaquinha escrita bibliotecária.

Em geral, sempre pensei que bibliotecárias tinham sua mesa cheia de livros bem perto das mesas retangulares de madeira que os alunos usavam para estudar. Para que pudesse fazer shiu! De cinco em cinco minutos. Mas, nessa escola ela tinha sua própria sala.

Antes que entrássemos, Amy soltou um gritinho baixo. Ela estava por último, quando nos viramos alguém segurava o braço dela. O garoto que soprei a nuca. Havia esquecido dele.

Seus olhos negros transmitiam insegurança.

–Se importa se eu... – Começou ele.

–O que esse cara tá fazendo aqui Amy? – Perguntou o garoto panda.

–E-eu não consegui buscar ninguém, eu não o trouxe. – Disse ela hesitante.

Minha voz saiu sem minha permissão.

–Eu o trouxe. – Disse em bom som.

–Como? – Começou Colin – Esqueça, não temos tempo pra isso, quanto mais gente melhor.

–Mas nem conhecemos a ficha dele! – Disse Amy perplexa.

O garoto tentava falar durante o tempo todo, mas era interrompido com a discussão deles, e no final decidiu manter-se calado e apenas segui-los.

–---x----

Quando entramos na sala o lugar estava um breu. Tateei o chão com pé, tentando inutilmente não tropeçar no piso de madeira envelhecido.

Joe ligou a lanterna fazendo o garoto panda cobrir seu rosto com a mão.

No mesmo instante encaramos uma garota pálida que cochilava em uma cadeira, com os braços e o rosto na escrivaninha a frente. O lugar estava cheio de livros, a parede tinha uma textura verde escuro, com lustres nos dois cantos do local.

A garota acordou com a luz, seus olhos sonolentos encararam cada um de nós por um breve momento. Nenhum de nós se moveu, e quando a garota teve certeza de que estávamos ali levantou-se bruscamente, caindo da cadeira e soltando um gritinho.

A garota ainda abaixada se escondeu atrás da escrivaninha.

–Quem é essa? – Perguntou alguém finalmente.

–Eu... não faço a mínima ideia. – Disse Joe franzindo a testa.

–Então, vamos? – Sugeriu Leo.

Nenhum deles pareciam se importar com o fato dela estar ali, pouco eu. Então Joe virou a lanterna e vimos uma escada caracol da cor dourada no canto da sala.

–---x----

Quando subimos a escada, o garoto panda tirou um pedaço de ferro fino e conseguiu destrancar a porta de madeira a frente, senti o cheiro de mofo de imediato, um grande salão cujo a luz da lanterna não era forte o suficiente para ver o fim.

–Essa escola é bem maior do que parece. – Disse fascinada.

Mais livros. O lugar parecia que não era visitado a bastante tempo, o suficiente para ler todos os 200 livros que uma instante de lá possuía.

–Onde estamos? – Perguntou Amy, olhando pra Joe e Colin.

Eu imaginei que ela já conhecesse o lugar de alguma forma, afinal, parecia estar com eles a mais tempo que eu e o garoto que soprei a nuca.

–Andar superior da biblioteca. – Informou Joe. – Esse lugar é proibido a todos no colégio. Incluindo os professores e qualquer outro que seja superior aos alunos. Que eu saiba só os fundadores do colégio estiveram aqui.

–Os arquivos que conseguimos sobre a escola informavam esse lugar. – Completou Leo. - Não pensei que fosse tão fácil chegar aqui.

–E aquela garota lá na entrada? – Disse o garoto da nuca, em voz baixa, com medo que ela nos ouvisse.

–Ela não parecia grande ameaça. – Zombou o garoto panda. – Provavelmente é só mais uma pobre alienada desse colégio.

–Como assim? – Perguntei.

–Ela deve ter informado algum superior, vamos, de pressa. – Disse Joe começando a correr.

Ainda estava carregando a mala, assim como o garoto que eu trouxe também carregava sua mochila cheia de bottons e chaveiros legais.

–É bom que você tenha mesmo noção de onde fica a passagem. – Cuchichou Leo, em tom que nós pudêssemos ouvir.

–Eu sei. – Disse Joe irritada.

Mas, Joe não tinha trago os documentos com o mapa daquele lugar.


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Notas finais do capítulo

Iai gostaram? Sobre os nomes deles, eu sei que Joe não é nome de garota, mas, eu queria uma Joe menina nessa história, convivam com isso haha. Alguns personagens vão ter nomes estranhos, como eu já tinha avisado nas notas da história, e alguns não terão nomes.



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