El juego del destino escrita por Liz


Capítulo 7
Capítulo 7 - Lugar especial


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora!



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Paulina narrando:

Carlos Daniel secou com seu polegar as lágrimas que ainda percorriam minha face. O silêncio nos dominou, e foi então que percebi que estávamos próximos demais, como se houvesse algum tipo de ímã que atraísse nossos rostos, mais precisamente, nossos lábios, que estavam a míseros centímetros de distância.

Quando me dei conta de nossa proximidade, me senti desconfortável, não sei se pela curta distância que nos separava, ou pela troca de olhares intensa que definitivamente me deixava sem chão.

Um pouco desajeitada, o abracei, tentando disfarçar a situação.

– Obrigada por tudo, de verdade. Você...quer dizer... o senhor foi um ótimo amigo! - admiti envergonhada quando nos separamos

Acho que a emoção do momento me fez esquecer a forma que deveria chamá-lo... ótimo, uma altura dessas meu rosto já devia estar feito pimenta de tão vermelho.

– Não precisa agradecer, fiz de coração.– ele sorriu - Ah, e mesmo nos conhecendo há pouco tempo, acho que já temos intimidade suficiente para nos tratarmos sem tanta formalidade, de acordo?

– Mas o senhor é padre e... - dizia estranhando sua atitude, mas fui interrompida

– Não acabou de dizer que fui um ótimo amigo? Pois então, é isso que quero, que sejamos amigos! E para isso, nada mais justo que possamos nos tratar como tal, ou não concorda?

Confesso que fiquei surpresa ao ouvi-lo falar assim, mas ao mesmo tempo muito feliz, pois conversar com ele me fazia bem, e saber que queria continuar me vendo fez meu coração disparar, ainda que eu não entendesse o porquê.

– De acordo, Carlos Daniel! - sorri ao pronunciar seu nome

Algo me dizia que ali se iniciava uma grande amizade...

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Carlos Daniel narrando:

Desde a cena que presenciei no hospital, meu coração dizia que eu deveria ajudar Paulina. E assim o fiz, estive ao seu lado durante o maior tempo possível, e quando a vi sair correndo daquele cemitério tive que sair em sua busca.

Quando finalmente a encontrei, chorando sozinha sentada em um banco, mais uma vez senti a necessidade de apoiá-la. Não sei exatamente se foi a fragilidade do momento ou apenas uma impressão minha, mas acabamos ficando com os rostos tão próximos que poderia jurar que... não, isso é impossível!

Disse a ela que gostaria de ser seu amigo, e que portanto poderíamos deixar as formalidades de lado. Afinal não há nenhum mal nisso, minha condição de padre não me impede de ter amizades. Percebi que Paulina ficou surpresa com minha "proposta", mas logo aceitou e me enchi de felicidade...

– Paulina, aceitaria que eu te levasse a um lugar? - perguntei após um tempo de conversa

– Que lugar? - disse-me desconfiada

– Confia em mim? - segurei em sua mão

– E-está bem! - respondeu com certo nervosismo e logo afastou nossas mãos

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Paulina narrando:

Estar tão próxima dele me deixava com um misto de sentimentos, fiquei nervosa quando pediu para levar-me a um lugar e logo senti seu toque sobre minha mão direita... sei que não tenho motivos para ficar assim, entre nós dois jamais poderia haver algo mais que amizade, mesmo ele sendo tão lindo e... meu Deus! Não posso pensar dessa maneira a respeito de Carlos Daniel, não posso!

Tratei de afastar essas ideias bobas e logo seguimos caminho até esse "lugar" que ele havia mencionado. Chegamos em uma rua paralela à igreja, calçada com pedras irregulares, então andamos mais um pouco... estava ficando curiosa.

No fim dessa rua avistei um lago, muito belo por sinal. Realmente nunca havia andado para esses lados, então não conhecia nada. Continuamos andando, agora por um gramado, e então paramos em uma árvore, bem em frente ao lago.

– Chegamos! - disse-me animado

– Aqui? - perguntei sem entender

– Sim, não nota nada de diferente?

Só então parei para analisar com calma. Havia muitas outras árvores ali nas proximidades, mas nenhuma se comparava a essa. Era bem mais alta e frondosa, além disso, suas folhas estavam metade amareladas, metade verdes, talvez pela chegada do outono, que estava próxima.

Árvore

– É linda!–exclamei admirada- Mas por que me trouxe aqui?

– Vem, sente-se! - ele fez sinal para que nos acomodássemos próximo ao tronco da árvore

– E então? - voltei a perguntar após nos sentarmos um ao lado do outro, estava bastante curiosa

– Não sei exatamente o motivo, mas desde menino, quando descobri esse lugar, venho aqui quando me sinto angustiado, triste, ou mesmo quando tenho vontade de ficar sozinho. É como se essa árvore tivesse algum tipo de poder, pois sempre acabo me sentindo melhor. Pensei que pudesse funcionar com você também, para aliviar um pouco todos os acontecimentos de hoje... fiz mal?

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Carlos Daniel narrando:

Quando terminei de explicar para Paulina o porquê de tê-la levado ali, percebi que algumas lágrimas saíam de seus lindos olhos verdes... comecei a achar que realmente estava fazendo alguma coisa de errado.

– O que foi? Se preferir podemos ir embora! - falei preocupado

– Não, pelo contrário! - ela secou as lágrimas– É que enquanto você falava eu comecei a imaginar que minha mãe pode estar em algum lugar bonito e calmo como esse, e como sou uma boba, me emocionei! - sorriu, acho que porque percebeu o quão preocupado eu estava

– Não foi minha intenção te fazer chorar, meu anjo! - argumentei olhando em sua íris verde

Mais uma vez as últimas duas palavras saíram de minha boca sem pensar, ela me olhou um pouco surpresa por chamá-la assim novamente. Preciso parar de falar de maneira impulsiva, não tenho nenhum direito de referir-me a ela de uma maneira que não seja seu próprio nome.

– Por que me chama assim? - perguntou-me séria


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Notas finais do capítulo

Será que a Paulina ficou brava?

Comentem!!!