El juego del destino escrita por Liz


Capítulo 29
Capítulo 29 - A dor da realidade


Notas iniciais do capítulo

Dedico esse capítulo a todas as leitoras que estão acompanhando e, principalmente, comentando a história. Espero que não fiquem chateadas comigo por causa desse capítulo, mas era algo planejado há algum tempo.

Boa leitura!



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Carlos Daniel narrando:

Desde que vi Paulina sentada à mesa de minha casa, junto a meus pais e sendo esposa de Rodrigo, fiquei com sentimentos divididos. Se por um lado, tê-la como cunhada e fingir que não a conhecia foi algo doloroso, o amor que sinto por Paulina não me permitiu odiá-la.

Não entendi sua atitude comigo, pois quando tentei conversar com ela, demonstrou estar brava e não me disse o motivo, mas parecia ser algo realmente grave. Insisti em saber, marquei um jantar com a esperança de que, então, poderíamos conversar, mas não obtive sucesso em minha ideia.

Apesar de tudo, não imaginei que, em um domingo qualquer, uma verdadeira reviravolta fosse acontecer em nossas vidas.

Mesmo depois de deixar o sacerdócio, mantive o costume de frequentar a missa todos os domingos com meus pais. No entanto, ao chegarmos na igreja, minha mãe percebeu que havia esquecido a bíblia que sempre trazia consigo e pediu para que eu voltasse para buscá-la.

Assim que entrei em casa, ouvi gritos de Paulina pedindo socorro a Rodrigo e subi correndo para ver o que acontecia. Porém, quando abri a porta do quarto de meu irmão, a encontrei sozinha e inconsciente, em meio a uma grande quantidade de sangue.

Inicialmente, fiquei em choque ao vê-la naquele estado, mas sabia que teria de agir rápido. Chamar uma ambulância seria o correto, mas o tempo que o veículo demoraria para chegar poderia ser fatal. Por isso, peguei Paulina em meus braços e rapidamente a coloquei deitada no banco de trás do meu carro para que chegássemos o mais rápido possível até o hospital. O desespero começou a tomar conta de mim ao perceber o quão grande estava o trânsito, mas rezei baixinho o caminho todo, pedindo a Deus que não desamparasse minha amada.

No momento em que chegamos, parei o mais próximo possível da porta do hospital e corri para chamar os enfermeiros na recepção. Logo, trouxeram uma maca e levaram Paulina por aqueles enormes corredores. A acompanhei até onde me foi permitido, depois só me restou esperar.

Fiz o cadastro de Paulina, sentei em uma das cadeiras da sala que me foi indicada, baixei a cabeça e chorei baixinho, continuando a rezar por sua saúde. Não fazia ideia do que tinha acontecido, mas algo me dizia que Rodrigo tinha algo a ver com isso, já que somente os dois ficaram em casa e, quando cheguei, não havia nem sinal dele.

Cerca de 40 minutos se passaram, comecei a andar de um lado para outro em busca de notícias, mas nada. Mesmo que estivéssemos separados, a sensação de que poderia perder o amor da minha vida estava acabando comigo.

– Familiares de Paulina Martins? - assim que ouvi a voz do médico, me aproximei

– Por favor doutor, me diga como ela está! - disse de imediato

– O senhor deve ser o marido dela, correto? - perguntou-me

– Sim. - naquele momento, não poderia dizer outra coisa e correr o risco de que o médico não quisesse me explicar o quadro de Paulina. - Sou Carlos Daniel.

– Por favor, me acompanhe. - pediu-me.

Seu semblante não era nada animador e, enquanto nos dirigíamos ao consultório do médico, um frio percorreu minha espinha. Nunca havia sentido tanto medo como naquele momento.

– E então, doutor? - perguntei, nervoso, assim que nos sentamos – Ela está bem, não está?– perguntei com lágrimas nos olhos

– Sabe me informar o que aconteceu com sua esposa?

– Bem... é... saí para dar uma volta bem cedo, quando voltei a encontrei caída. Não sei o que aconteceu. - respondi, sem muitos detalhes, até mesmo porque não os tinha

– Apesar do susto, conseguimos conter a hemorragia e Paulina está bem, só um pouco fraca. No entanto, lamento informar que a criança não resistiu.

– Criança? - arregalei os olhos, surpreso

– Sim, sua esposa estava grávida. O senhor não sabia?

– Não, ela não tinha me contado. - mal podia acreditar no que ouvia, nesse momento uma dúvida surgiu em minha mente, e tive que esclarecê-la. - De quantas semanas é... era a gravidez?

– 8 semanas.

A partir daí, não ouvi mais nada, foi como se meu chão sumisse. Não pude mais segurar o choro, cobri o rosto com minhas mãos e deixei que as lágrimas caíssem. Não podia estar enganado, o filho que Paulina esperava era meu! Mas por que não me procurou para dizer?

Com certeza teve medo, mas eu nunca a rejeitaria... nunca.

– Senhor, por favor, acalme-se. - uma enfermeira tocou meu ombro, fazendo com que a olhasse – Beba isso, precisa se tranquilizar para dar a notícia a ela. - disse enquanto me alcançava um copo com água.

– Tem razão... eu mesmo devo contar. – bebi um pouco daquela água e pedi ao médico que me levasse ao quarto onde Paulina estava.

Sem dúvidas, tinha um grande desafio pela frente, mas não seria justo que outra pessoa desse a ela essa notícia dolorosa. Portanto, levantei a cabeça, limpei os vestígios de lágrimas e fiz o máximo possível para permanecer forte.

O médico abriu a porta do quarto e lá estava ela, acordada, porém pálida e visivelmente debilitada. Assim que me viu, com certo esforço se sentou na cama, com as costas apoiadas na cabeceira.

– Deixo vocês a sós! - disse o médico antes de se retirar, fechando a porta em seguida

Aproximei-me da cama e, em silêncio, segurei sua mão direita.

– Carlos Daniel... - sua voz soava um pouco rouca – foi você quem me trouxe até aqui? Tem tantas coisas que precisa saber...

– Shh – toquei seus lábios com meu dedo indicador – Sim, eu te trouxe, mas teremos tempo para conversar sobre tudo que quiser. Antes sou eu quem precisa te dizer algo... - sentei-me no canto da cama, de frente para Paulina – Me assustei muito quando te vi desacordada e cheia de sangue, vim pra cá com você o mais rápido que pude, mas já era tarde. - o nó que se formava em minha garganta fez com que meu tom de voz fosse diminuindo ao longo da frase.

– Não, me diz que não é o que estou pensando, por favor! - seu olhar apavorado e as lágrimas em seu rosto suplicavam para que eu dissesse o contrário, porém não me restava outra saída que não fosse ser sincero.

Não consegui pronunciar as palavras que deveria. A abracei forte, pois sabia que isso, infelizmente, serviria como resposta.

Paulina enterrou seu rosto na curva de meu pescoço e desabafou toda sua dor, enquanto eu acariciava seus cabelos, embora também não conseguisse mais controlar minhas próprias lágrimas.

– Era nosso filho, Carlos Daniel. Nosso filho! - sua voz abafada e entrecortada em meio ao choro confirmou aquilo que eu acabava de descobrir

– Eu sei, meu amor. Agora eu sei. - sussurrei

– Eu mereço isso, é um castigo pelo que eu queria fazer quando descobri a gravidez! - murmurou; se não estivéssemos tão próximos, não conseguiria entender o que dizia

– Calma, calma... depois falaremos disso, não se culpe por nada. - tentava, inutilmente, acalmá-la

Paulina afastou-se apenas uns poucos centímetros e, com o olhar carregado de agonia, olhou em meus olhos e disse:

– Eu quis abortar! Não mereço perdão! - sem conseguir sustentar o encontro de nossas miradas, voltou a me abraçar ainda mais forte.


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Notas finais do capítulo

:'(



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