El juego del destino escrita por Liz


Capítulo 28
Capítulo 28 - Enfrentamento


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez quase não demorei, espero que gostem do capítulo!



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Paulina narrando:

Respirei fundo e, temendo o imprevisível, cliquei em “play” para executar o primeiro vídeo.

Não sabia ao certo como reagir com o que estava diante de meus olhos. As imagens mostravam claramente a entrada de Rodrigo no correio, minutos depois de que me retirei do local. Depois, sua saída de lá, com um envelope em mãos.

Não seria necessário nem mesmo que eu visse o segundo vídeo para entender o que estava claro. Não sei como o fez, mas Rodrigo interceptou minha carta e ela não chegou ao seu destino.

Nunca me senti tão enganada como nesse momento. O que mais me aguardava?

Cliquei no segundo vídeo e minha revolta só aumentou. Agora, via imagens daquele mesmo dia, porém horas mais tarde, quando ele regressou com um envelope que logo tratou de colocar no bolso, enquanto olhava para todos os lados.

Dois vídeos tão curtos e com tantas revelações... como pude ser tão tola? Rodrigo foi capaz de armar tudo para que eu pensasse ter sido o próprio Carlos Daniel!

Soquei minha mesa com força, tentando de alguma forma extravasar minha raiva. Não sei se odiava mais a Rodrigo ou a mim mesma, por ter duvidado do amor de Carlos Daniel, ter pensado em algum momento que aquelas palavras horríveis eram verdadeiras... não pude evitar as lágrimas ao lembrar de como o rejeitei quando conversamos na mansão e ele confessou ter deixado a igreja por mim.

Tentei me tranquilizar na medida do possível, peguei minha bolsa e decidi ir para a mansão. No caminho, tentei pensar com clareza e planejar como confrontaria Rodrigo, já que não seria adequado fazer um escândalo na frente de seus pais, dos empregados e, principalmente, de Carlos Daniel. Minha vontade era de arrumar minhas coisas e ir para qualquer canto, mas também não poderia fugir e ser covarde como fui tantas vezes.

Cheguei por volta das 19:00, estava começando a anoitecer e notei que havia recebido várias ligações de Rodrigo durante a tarde, porém não me importei. Decidi conversar com uma das empregadas e perguntar sobre a rotina da família, assim saberia quando exatamente conversaria com Rodrigo.

Para minha sorte, fui informada que no domingo seria o dia de folga dos empregados e que, pela manhã, a família toda – incluindo Carlos Daniel – costumavam ir à missa. Como já era sexta feira, teria que esperar menos de 48 horas para finalmente enfrentar meu marido.

“Marido”... mal posso acreditar que pude me casar com alguém tão inescrupuloso como ele. Serão as horas mais longas de vida, mas esperarei o momento indicado e então irei embora daqui. Depois, falarei com calma com Carlos Daniel e espero sinceramente que ele possa me perdoar, embora não saiba se poderemos ficar juntos um dia.

Subi as escadas com a intenção de ir direto para o meu quarto e ficar lá, não sentia a menor fome para descer para o jantar e não me sentia em condições de ver nenhum dos irmãos Bracho.

– Onde estava? - Rodrigo me abordou no corredor – Te liguei várias vezes, fiquei preocupado!

– Na fábrica, sua mãe não te avisou? - disse, séria. Tive que me controlar para não jogar tudo na cara dele ali mesmo.

– Sim, mas pelo horário imaginei que já tivesse saído de lá.

– Imaginou errado. - o olhei, contendo minha raiva

– Está de mau humor, Paulina? - tentou se aproximar e acariciar meu rosto, mas dei um passo atrás

– O dia foi cansativo, só isso. - forcei um sorriso – Avise a todos que não vou jantar, não me sinto muito disposta. - disse e saí

Entrei no quarto, tomei um banho quente, vesti meu pijama e me deitei. Antes de dormir, enviei uma mensagem para Célia agradecendo por tudo e disse que depois que eu resolvesse tudo, conversaríamos.

"Um salão enorme, iluminado a luz de velas... dançávamos eu e ele, ao som de uma música ambiental.

Eu, com a cabeça recostada em seu peito, e ele com as duas mãos em minha cintura. Dávamos pequenos passos em ritmo lento.

De repente, o som deixou de existir e o silêncio tomou conta do salão. Paramos de dançar, nos afastamos alguns centímetros e, olhando em meus olhos, sussurrou:

"Ontem te vi e você me abraçou. Senti o seu perfume mais uma vez. Queria que o momento fosse eterno ali, mas num instante percebi que seu cheiro era só uma lembrança e seu abraço uma ilusão de sonho. Voltei a dormir, queria essa ilusão pra mim."

O mirei confusa e, em um piscar de olhos, sumiu de minha frente, como se nunca tivesse estado ali. Olhei para todos os lados, chamando seu nome, mas não obtive resposta. As luzes das velas se apagaram. Vi-me sozinha, no escuro, perdida..."

– Carlos Daniel! - gritei seu nome involuntariamente no momento em que despertei

Ainda era madrugada. De certa forma, aquele sonho refletia minha situação atual... sinto que, por minha estupidez, perdi o amor de minha vida.

Demorei a dormir novamente. Até quando terei que viver nesse tormento?

...

Como imaginava, o sábado passou lentamente. Pedi que uma das empregadas fizesse a gentileza de levar comida no meu quarto, fiquei praticamente o dia todo trancada. Parecia uma prisioneira, mas não tinha ânimo algum para sair dali. Apesar de parecer contraditório, a apreensão do que estava prestes a acontecer me deixava ainda mais ansiosa para pedir o divórcio e ir embora.

Enfim, chegou o dia esperado. Levantei bem cedo, certifiquei-me que, de fato, não havia ninguém em casa além de mim e Rodrigo e então bati à porta de seu quarto.

– Rodrigo, está acordado? - chamei-o

– Sim, meu amor, pode entrar!

Assim que entrei, percebi que ele estava sentado na cabeceira de sua cama, lendo um livro. “Como é possível que esteja tão tranquilo, sem um pingo de culpa?” - Pensei

– Precisamos ter uma conversa séria. - tentei ser o mais objetiva possível

– O que houve? - percebi o estranhamento em seu rosto – Sente-se! - fez sinal para que eu me sentasse no sofá que havia encostado na parede em frente a sua cama

– Estou melhor em pé.

– Está começando a me preocupar, o que houve? – levantou-se e parou próximo a mim

– Quero o divórcio. - afirmei olhando em seus olhos

– Como assim o divórcio? Eu te amo, Paulina. Além disso, acabamos de nos casar, você está grávida, temos uma vida para construirmos juntos.

– Não quero construir nada com você! Posso me virar muito bem com o meu filho! - não queria me exaltar, mas foi inevitável

– Não sei o que pode ter feito você desejar isso, fiz algo que não te agradou? Se for isso, me diga que posso consertar, sabe que faria tudo por você!

– Disso, não duvido. Tudo, inclusive passar por cima de seu irmão.

– O que? - certamente, Rodrigo não esperava que eu tivesse descoberto, seu nervosismo ficou evidente– Não sei o que você soube, mas garanto que não é verdade.

– Deixa de ser cínico! Como pôde? - meus olhos marejados começavam a embaçar minha visão – Primeiro, violou uma correspondência que não era sua, depois, falsificou uma carta para que eu odiasse seu próprio irmão! Você é um delinquente!

– Não, Paulina, juro que não! - ainda tinha a covardia de negar

– Eu deveria ter desconfiado, sou uma tonta, acreditei em você!

– Tem que continuar acreditando, Paulina. Eu não sou um monstro!

– É o pior de todos os monstros. - afirmei com um ódio que nem mesmo eu sabia que seria capaz de sentir

– Cuidado com o que fala! - pela primeira vez, via claramente o lado agressivo de Rodrigo – Quer ir correndo atrás do seu querido e amado Carlos Daniel? Não vou permitir isso!

– A partir de hoje, o que eu faço ou deixo de fazer da minha vida não te importa, mas se quer mesmo saber: Sim, o amo e estou disposta a lutar para recuperar esse amor. Agora mesmo vou embora dessa casa!

– Você não vai a nenhum lugar, não terminamos nossa conversa! - segurou meu braço com força

– Está me machucando!

– Nunca vou te dar o divórcio!– ainda segurando meu braço, apertou-o mais e me lançou no chão, fazendo com que eu caísse sentada e batesse as costas no sofá

– Ai! - com o impacto da queda, senti uma forte pontada na barriga

– Mas que droga Paulina, por que tinha que estragar tudo? Íamos ser felizes!

– Acha mesmo que uma relação a base de enganos e mentiras pode ser feliz? Tenho nojo de você! - tentei me levantar, mas outra forte pontada me impediu – Ai! - exclamei outra vez

– Sabe de uma coisa? Vai pro inferno! – Sem ao menos se importar com meu estado, saiu batendo a porta com força

A dor em meu ventre se tornou quase insuportável, mas meu susto maior foi quando olhei para o chão e percebi a pequena poça de sangue que começava a se formar ali.

– Não, meu filho não! Socorro! - comecei a gritar, entrando em desespero – Rodrigo! - chamei por ele, não tinha outra opção no momento – Rodrigo! - tentei outra vez, e nada

Chorava sem saber o que fazer, rezando para que nada de mal me acontecesse, mas sentia minhas forças diminuindo gradativamente, enquanto a quantidade de sangue aumentava.

Ouvi o som de passos andando pela casa.

– Socorro! - tive tempo de gritar mais uma vez, antes de perder a consciência.




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Notas finais do capítulo

:o

E agora?



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