El juego del destino escrita por Liz


Capítulo 13
Capítulo 13 - Perdição


Notas iniciais do capítulo

Conforme prometido, estou postando o capítulo hoje. Acredito que irão se surpreender :D

Recebi mais uma recomendação, obrigada Luna Lari!

Boa leitura...



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Carlos Daniel narrando:

Assim que o avião pousou, lembrei-me que havia saído tão apressado de casa, que nem ao menos tinha perguntado à Maria em qual hospital meu pai estava internado. Por sorte, consegui me comunicar com minha mãe, que me informou o local.

– Mãe! - exclamei assim que a vi, enquanto me aproximava. Percebi que tinha um machucado na testa.

– Filho! – abraçou-me - Por que está sem a batina? - questionou, me olhando dos pés à cabeça

– Como está o papai? Me conte melhor sobre o acidente! - pedi, mudando de assunto

– Vem, vamos sentar. - disse, me puxando pela mão e guiando-me até uma das cadeiras da sala de espera O susto já passou, graças a Deus não foi nada grave. Estávamos vindo passar alguns dias de férias, mas no caminho um outro carro cortou nossa frente e acabamos batendo. Porém, seu pai conseguiu frear e o choque não foi muito forte. Na hora ele desmaiou, fiquei nervosa e chamei o socorro, mas já fui informada que não houve fratura grave e que o estão examinando apenas para confirmar o diagnóstico, não há risco de vida.

– Menos mal. - suspirei aliviado

Depois da conversa com minha mãe, falei com o médico e logo pude ver meu pai, apesar dele estar dormindo. Tranquilize-me.

Eram 17:00, o sol estava forte e ainda tinha tempo de pegar um voo de volta para casa, mas mamãe pediu que eu ficasse e me hospedasse no mesmo hotel que ela reservou para a estadia dela e do papai, e afirmou que ficaria no hospital acompanhando-o toda a noite. Concordei, e com o endereço em mãos, chamei um táxi e parti.

Assim que cheguei ao hotel, notei que era bastante luxuoso. É, parece que mamãe não havia perdido o costume de esbanjar...

Adentrei o hall e logo pedi um quarto, há mais de 24 horas que não dormia, estava precisando descansar.

Peguei a chave do dormitório e segui pelo enorme corredor principal, que dava acesso aos elevadores. Entretanto, quando estava há poucos metros de distância, meu coração falhou uma batida ao ver sair de um dos elevadores aquela que eu menos esperava encontrar ali, embora desejasse tanto vê-la: Paulina.

Vestia um short jeans e uma camiseta de mangas curtas. Seus cabelos estavam soltos e os belos olhos estavam escondidos por um par de óculos escuros. Simples, mas tão encantadora...

Ela ainda não tinha me visto, por isso apertei o passo e fui rapidamente ao seu encontro. Precisávamos conversar, e se o destino tinha nos guiado até aquele hotel, não podia ser em vão.

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Paulina narrando:

Depois de tanta indecisão, acabei comprando o pacote da agência de viagens e cá estava. Deixei a fábrica nas mãos de gente de confiança, pedi que me avisassem caso ocorresse qualquer imprevisto e peguei um voo logo cedo. Depois de descansar um bom tempo no quarto, resolvi descer para dar uma volta, afinal deveria ou, pelo menos, tentaria me divertir um pouco.

Desci do elevador e caminhava pelo corredor do hotel, distraída, quando ouvi alguém me chamar. No mesmo instante, não tive a menor dúvida de quem era. "Como ele me achou aqui?" foi a única coisa que tive tempo de pensar antes de que se aproximasse.

– Paulina! Não acredito que nos encontramos! - afirmou sorrindo, fazendo meu coração disparar

Tirei meus óculos escuros e levei um tempo analisando-o. Seu sorriso era radiante, vestia uma camisa social azul e calça jeans. Era a primeira vez que o via sem batina, e era impossível negar o quanto estava atraente.

– Realmente, inacreditável que você tenha vindo até aqui, quando eu disse que tínhamos que nos afastar. - falei assim que me recuperei do "impacto", tentando parecer indiferente

– Por incrível que pareça, nosso encontro não passa de uma ótima coincidência! - respondeu-me, segurando em meu braço e guiando-me para um canto, já que estávamos no meio do corredor e todos que ali passavam podiam nos ouvir.

– Coincidência ou não, minha vontade continua sendo a mesma. Por favor, não me procura mais. - outra vez mentia, meus olhos já ardiam pelas lágrimas que ameaçavam cair

Quando fiz menção sair dali, novamente Carlos Daniel segurou meu braço, impedindo-me. Nossos corpos então ficaram frente a frente, muito próximos, assim como nossos olhares.

– Escuta, Paulina. Meu pai sofreu um acidente e está internado em um hospital próximo daqui, esse é o verdadeiro motivo da minha vinda.

– Ah... desculpe. - percebi a mancada que tinha dado – Ele está bem?

– Sim, não passou de um susto. Mas sei de outras pessoas que não estão nada bem.

– Do que es-está falando? - fingi não entender, embora minha voz trêmula me denunciasse

– Por favor, não fuja mais dos seus sentimentos, não fuja de mim. - Carlos Daniel deslizou suavemente seus polegares sobre minhas bochechas. Aquela simples carícia despertou tantas coisas em mim, e aflorou em mim uma enorme vontade de unir nossos lábios.

– Repito, não sei do está falando. - dei um passo atrás e afastei-me, em um lapso de consciência

– Janta comigo essa noite, aqui no restaurante do hotel. Tem muitas coisas que precisa saber.

Seu convite me pegou totalmente desprevenida, não sabia o que responder ou argumentar. Permaneci em silêncio.

– Te espero às 20:30! - sorriu confiante e logo voltou-se em direção ao elevador, como se meu silêncio significasse um "sim".

Fiquei parada no mesmo lugar, observando-o sumir de meu campo visão. Assim que isso aconteceu, coloquei a mão em meu peito e senti meu coração batendo em um ritmo que até então, eu desconhecia.

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Dia seguinte - Paulina narrando:

6:00. Um “bom dia” sussurrado em meu ouvido me desperta. O ar quente daquela boca que tocou meu pescoço estremeceu a pele do mesmo. Por um instante, achei que sonhava: ver aquele rosto tão perto do meu, aqueles olhos castanhos me olhando... só devia ser um sonho mesmo. Mas não, tudo foi real... de repente comecei a relembrar a noite passada.

Não sei se foi medo ou covardia... acho que um pouco dos dois. O fato é que mesmo que o coração dissesse outra coisa, segui meu lado racional e não fui ao jantar. Era o correto, afinal o que ele me diria de tão importante? Que tudo foi um erro e que seguiria sendo sacerdote? Ou pior, me acusaria de tê-lo seduzido? Não estava preparada para ouvir isso de seus lábios, preferia decepcioná-lo e fazer com que esquecesse de mim.

Estava tão certa de que meu "plano" funcionaria, que não soube o que dizer quando escutei o som da campainha do meu quarto e o vi pelo olho mágico.

Lembro-me de ter aberto a porta com a respiração acelerada e de ter ficado segundos sem fala, porque simplesmente não sabia o que dizer, mas tinha que algo pronunciar. Não o fiz, as palavras sumiram. Foi então que Carlos Daniel quebrou o silencio que havia entre nós dois com um “posso entrar?”.

– Entre. – enfim, disse algo.

– Paulina, estou sufocando, e sei que você está como eu. – sua voz tremia – Não aguento mais, sei que tentamos escapar um do outro, mas isso não resolveu nada, e nem resolverá. Não sei mais o que fazer, perdi meus planos de vida.

– Carlos Daniel... eu... – E novamente perdi a fala.

– Não, não diga nada. Quero terminar o que vim dizer. – Fui conduzida até a cama, onde sentamos os dois juntos. - Eu... – Carlos Daniel me olhava fundo nos olhos, minha pele queimava apenas pela proximidade. Seus olhos falavam por si só, e na profundeza daquele olhar, esqueci qualquer conceito de "certo" e "errado", qualquer circunstância que nos impedisse. Palavras já não mais eram necessárias, me deixei levar totalmente e só uma coisa poderia responder a presença daquele homem ali: um beijo.

Calei a voz de Carlos Daniel, eu sei que desejava tanto quanto eu, e assim fiz: colei meus lábios nos seus, a suavidade daquele toque foi minha perdição. Segundos depois e o oxigênio nos fez falta, então o beijo cessou.

– Sim, também estou sufocando. Juro que desejava que tudo fosse diferente, mas desde que ouvi sua voz pela primeira vez naquela igreja, não pude mais ficar sem ela, sem a presença do dono dela. – cansei de negar, e disse tudo de uma só vez. – Carlos Daniel, eu te...

– Amo. – Ele completou a frase, e mais uma vez estava com minha boca colada na sua. E tudo foi se intensificando, já sabia que não seria só um beijo, e quando notei, já não estávamos mais sentados na cama.

Senti suas mãos deslizando sobre minha pele. Estiquei o braço em direção ao interruptor que ficava perto da cama, para apagar a única luz que ainda clareava aquele quarto. E na escuridão da noite, uma paixão que corria em nossas veias foi, enfim, liberada, com cada toque, cada arrepio e beijo.

Fui desabotoando cada botão da camisa de Carlos Daniel, enquanto o mesmo subia minha blusa. Senti arrepios em seu beijo molhado em meus braços, subindo até o pescoço. Podia sentir ambas as respirações mais aceleradas. “Eu te amo, meu anjo.” foi sussurrado em meu ouvido. Um suspiro, finalmente nossos lábios se encontraram.

Não sabia o que ocorreria depois daquela noite, a única coisa que realmente sabia era que eu estava apaixonada por Carlos Daniel, e ele por mim.


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Notas finais do capítulo

Não poderia deixar de dar os créditos para a Valéria, que escreveu praticamente toda a parte final. Se quiserem segui-la no twitter: @LeriaSSilva

E aí, gostaram? O que vai acontecer a partir de agora?

Comentem, favoritem, recomendem!!