Eu havia confiado no Tiny. Iria convidá-lo para fugir, comigo e com Max. Eu também confiei no Alan, e ele me traiu. Assim como todo o resto. Será que a gata gigante Lorenza não faria o mesmo? Ou o meu duende querido? Ah, a vida é tão injusta. E estou preso nela.

Confesso que estava furioso, e acho que isso é percebível. Mas, 50 % do meu corpo espragatado também ansiava por respostas. O que o Tiny havia feito? Então, sai correndo (não literalmente, é claro) do escritório, sem nem dar explicações para o meu chefe pudim. Enfiei-me em um táxi especial para cadeirantes e gritei para o motorista “siga aquele carro!” apontando para a viatura da agente Viviane, não muito longe.

Foi muito emocionante, todo o percurso. O motorista rosquinha era barrigudo e se chamava Brad Cruise, mas era também bom no volante. Ele furou sinais, quase atropelou marshmallows (me senti vingado), entrou em ruas na contramão e conseguimos chegar à delegacia. Dei-lhe uma boa gorjeta. Gosto de viver a vida perigosamente.