Immensity escrita por miojo


Capítulo 10
Culpa




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/48453/chapter/10

 

Segurei sua face com uma de minhas mãos, e com outra afastei o cabelo, deixando a mostra um enorme hematoma que tomava conta de seu queixo inteiro. O ódio ferveu em mim, e senti tudo tremendo, os olhos me evitando. Eu senti que não iria suportar, meu corpo inteiro entrou em colapso.

 

 

Seth

 

Eu me afastei da Lisa, tudo em mim tremia. Pela primeira vez desde que descobri que era um lobo eu entraria em fase sem querer, perdendo o controle. Eu dei mais um passo para trás, não queria machuca-la, eu tive a certeza que não conseguiria parar. Cada músculo do meu corpo se contorcia, lutando para se transformar. Fechei os olhos esperando pela transformação.

 

Braços finos e frágeis envolveram meu corpo que tremia como louco. Não podia permitir isso. A transformação com a Lisa tão próxima não seria como a da Emily, Lisa teria sorte se seu corpo não fosse completamente dilacerado. A idéia de provocar dor a Lisa me fez lutar.

 

De alguma forma os tremores foram se silenciando, aos poucos a violência foi se desfazendo e então abri os olhos. Lisa estava com a cabeça em meu peito, as lagrimas estavam frias. Ela apertava os olhos fortemente, ela estava com medo.

 

Meus braços já não tremiam tanto, consegui abraça-la. Tentar acalma-la.

 

“Shiii, não vai acontecer nada.” Eu alisava seus cabelos.

 

“Só não vire aquele monstro.” Ela me pedia, mas era difícil separar, o lobo fazia parte de mim.

 

“Shiii...” eu tentava não assustar ainda mais a pobre criatura.

 

Os minutos se passaram e ambos estávamos calmos, razoavelmente calmos. Ela se afastou de mim devagar, lançando os cabelos para frente do rosto novamente, mas a atitude provocou a reação contraria que ela esperava.

 

Meus olhos se pintaram com a cor da fúria. O hematoma grotesco voltando a minha mente. Eu me controlei ao maximo para se quer tremer, quase consegui. Um leve tremor percorreu meu corpo, parando logo em seguida.

 

Lisa me olhava de cabeça baixa, por cima dos olhos. Eu me doía, era como se eu tivesse apanhado não ela. respirei fundo e movi os lábios, tentando conter o volume da minha voz irada.

 

“Quem fez isso com você?” ela não respondeu.

 

“Lisa responda.” Eu prendia a mordida.

 

O silencio. Isso me consumia, ela não pode se negar a falar. Eu respirei fundo novamente,  erguendo o rosto dela com o dedo indicador logo em seguida. Os olhos cinzas estavam escuros, escuros pela dor.

 

“Eu cai.” Ela mentiu, era claro isso.

 

“Pessoas não caem e se machucam desse jeito.” Eu cuspi.

 

“Ingleses sim.” ela tentou fazer piada, mas seus olhos estavam tão apagados.

 

“Lisa.” eu praticamente rosnei.

 

“Eu escutei alguma coisa na floresta e resolvi correr, mas eu tropecei e cai.” Ela sustentava a mentira barata.

 

“Quem você esta encobrindo?” eu a soltei.

 

Ela esta encobrindo alguém isso é lógico, mas quem? Eu não esperei respostas, ela era boa de mais para isso, para entregar um agressor. Mas minha raiva era ainda maior que a bondade dela. Eu odiava quem ousou tocar a face dela com tamanha covardia. Eu que nunca odiei ninguém, nem mesmo os vampiros estou odiando uma pessoa invisível, uma sombra.

 

Ela estaria com medo? Medo de quem fez isso com ela? talvez ela estava coagida. Ela é tão facilmente amedrontada. Tão facilmente derrotada. Só um ser sem coração teria coragem de fazer isso a ela, ela não causa dor a ninguém, muito pelo contrario ela é quem sofre a dor.

 

“Eu só cai.” Ela teimou.

 

“Por que Lisa? Porque você esta mentindo? Para que? Eu vou descobri. Ninguem vai te tocar” Eu rosnava sem perceber, quem que tenha feito isso a ela vai pagar e caro.

 

 

“Pare te tentar se matar! Eu só cai.” Ela bateu o pé.

 

Tentar se matar, ela não estava com medo por ela, era por mim. ela tinha medo que eu me machucasse, ela não estava se importando com o que aconteceria com ela, e sim comigo. Usaram o bom coração dela para silenciá-la. o ódio me invadiu outra vez, esse sentimento tão rude, que eu sempre consegui excluir, agora se torna presente.

 

Ela me olhou nos olhos, se aproximando, encostando a cabeça no meu peito. E então o fogo se acendeu dentro de mim. O amor. Outro sentimento desconhecido ate então. A dor causada pela aceleração dos batimentos. O transtorno pela enorme bola crescendo dentro de mim a cada toque dela. O sentimento puro. Não era com o amor que eu senti pela minha família, pelo bando. Era algo assustador. Se eu não tivesse sentido  os imprints dos outros lobos, eu juraria que isso era um. 

 

Dois sentimentos inexploráveis por mim ate então. O doce e puro amor, conquistado com um olhar e ampliado a cada sorriso e o ódio, que explodiu no meu peito no instante em que vi seu rosto ferido.

 

E uma enorme sensação de culpa surgiu. Eu falhei, eu a machuquei, mesmo sabendo que não tinha sido eu a dar o golpe, eu sentia como se tivesse sido. Ela estava machucada e a culpa caia sobre mim como um a manta pesada, me impedindo de levantar da sarjeta onde me encontrava.

 

“Seth.” Ela me chamou, me erguendo de uma só vez da escuridão.

 

Encarei novamente os olhos sem vida, a agonia me preenchendo. Os olhos dela se fecharam vagarosamente e ela se ergueu nas pontas dos pés, alcançando minha nuca, ela me beijou. Meu coração falhou

 

 

Lisa

 

Eu senti os labios dele se encaixando aos meus. Meu maxilar doía a cada movimento, mas eu não me importava. Eu necessitava dele mais do que tudo nesse instante, mas do que qualquer coisa. Eu tinha medo, mas o medo da dor física era sucumbido pelo medo da perda. Perda essa que só demoraria alguns dias, horas, minutos...

 

Eu me esforçava para me manter na altura de sua boca, era bem mais facil quando ele se curvava. E então como se ele estivesse ouvindo meus pensamentos ele se curvou, agarrando minha cintura com força, e ao mesmo tempo com delicadeza. De um modo que ninguém nunca havia feito, nem mesmo Steven.

 

Meus braços enroscados em seu pescoço o puxavam para mim, tentando faze-lo chegar mais perto. Seria possível? Mas eu queria. Eu me fundia a ele, de um modo único. Era como se fossemos parte de algo maior.

 

Minhas mãos não se contentaram com sua nuca, e desceram percorrendo todo o seu peito sobre a camisa, ele se afastou para tornar o toque mais fácil, mais amplo. E foi. Minhas mãos contornavam cada músculo do seu peito, descendo para os do abdômen, a minha liberdade gerou liberdades para ele também.

 

As mãos corriam por todo o meu lado, descendo ate a linha do meu joelho e subindo ate as minhas costelas. O toque das pontas dos dedos trazia um arrepio a minha espinha. Meu copo inteiro ansiava por algo mais, era como se eu não pudesse parar agora.

 

Demorei três anos para tomar a decisão de me entregar ao steven e agora parecia ser a única escolha, me entregar ao Seth. Não tinha duvidas nem receios, so desejos.

 

Minhas mãos ainda desvendavam as linhas bem trabalhadas do abdômen, chegando a bainha da camisa. Meu dedos deslizaram suavemente para debaixo da camisa, fazendo  caminho inverso. Senti cada músculo com as pontas dos dedos, sem nenhum tecido impedindo.

 

Seth invadia minha boca com urgência, a explorando. Suas mãos percorriam meu contorno com ardência,  evidenciando o desejo suprimido. E então ele parou, arfando, me encarando.

 

“Nós não... não devemos.” Ele tentava me manter afastada dele, mas eu não conseguia minhas mãos ainda desenhando seu peito.

 

“Não pare Seth.” Eu pedi.

 

“Lisa.” ele me encarou.

 

 

Seth

 

 

Os olhos dela brilhavam, todo o nevoeiro que ali se mantinha a poucos segundos tinha se ido. O olhar ingênuo,  o desejo aflorando. Eu estaria mentindo para mim se dissesse que conseguiria parar. Eu não queria parar.

 

A puxei com ânsia ate mim. ela sorriu. As pequenas mãos ainda passeavam pelo meu peito, de um jeito delicado, carinhoso. Minha camisa erguida ate a metade do peito, me atrapalha os movimento, então a tirei de uma vez. ela pareceu apreciar a iniciativa e se grudou em mim, me beijando ainda com mais sede.

 

Dei um passo para trás, tateando o ar com uma das mãos, enquanto a outra mantinha a Lisa grudada em mim. enfim toquei o encosto do sofá, me virei delicadamente, deixando a Lisa de costas para o sofá. Apoiei meu joelho esquerdo sobre o braço do sofá e comecei a deitar a Lisa, ela parecia estar com pressa, pos deixou o corpo cair de uma vez  so me puxando com ela.

 

Tomei cuidado para não deixar o peso do meu corpo cair sobre o dela, ela é delicada de mais. Ela afastou os joelhos, dando espaço para eu me deitar sobre ela. ela não tinha experiência, e eu também não tenho muitas, nessa altura isso não importava mais. Tudo estava sendo movido pelo desejo, pela cobiça.

 

Me apoiei sobre um dos cotovelos, evitando ao maximo depositar meu peso sobre o dela. Meu corpo já gritava por isso a muito tempo,e agora ficava impossível conter todo o desejo explodindo, avancei em sua mandíbula, explorando seu pescoço com a lingua, ela ofegava em meu ouvindo, me fazendo ser mais apressado, mais sedento, mas sem deixar a delicadeza e o amor de lado. Ela merecia isso, merecia tudo o que pudesse dar a ela. da melhor forma possível.

 

As mãos brancas desciam pelas minhas costas e voltavam, os dedos trêmulos, contornavam o cós da minha calça, tentando abrir o botão, ela não conseguia. Me ajoelhei rapidamente, abrindo o botão e zíper, e logo voltei a me inclinar sobre ela. deixaria o resto para ela, quando ela estivesse pronta.

 

Minhas mãos acariciam seus seios sobre a camiseta, mas a ânsia de toca-los pele a pele era voraz de mais, comecei a retirar a camiseta. Todo o desejo foi transformado em raiva, ela tinha hematomas nos braços, próximo ao ombro. Hematomas pretos formando os dedos e palma de uma mão. Mão essa que pelo tamanho só podia pertencer a um lobo. E eu sabia a que lobo pertencia. Tido fez sentido.

 

 

Lisa

 

Seth se levantou cambaleando, eu fiquei assustada  o que tinha acontecido? Meu corpo ainda estava anestesiado, pelo prazer prometido e não dado. Seth socou a parede, o que fez a casa dar uma leve tremida, e meu corpo uma longa tremida. Olhei para os meus ombros e então veio a resposta. Ele já sabia de quem se tratava. Todo o meu esforço para impedir que ele soubesse foi em vão.

 

“Seth!” eu clamei, ele não olhou para mim enquanto corria pela porta já tremendo por inteiro.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews?