>>o Ponto de vista: Clary
– Bye, bye Itália. - falei triste do avião.
– Ah não fique assim, Clary. Nós vamos voltar muitas vezes aqui. Não se preocupe.
– Não estou preocupada. Estou levemente tensa. - falei e ele se virou para me encarar.
– O que aconteceu?
– A coroação.
– Sim, eu sei. E o que tem?
– Eu vou virar a rainha de um país. Você não acha isso nem um pouco estressante?
– Um pouco, mas eu tive 22 anos para me acostumar.
– O que não é o meu caso.
– Não se preocupe com nada. Eu estarei lá para te ajudar.
– Não é com isso que eu estou preocupada.
– E o que te preocupa? - eu não respondi, apenas olhei pela janela e me deixei escorregar pelo banco uma última vez (uma coisa que eu aprendi com Angelina é que a rainha sempre mantêm a postura).
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– Estávamos com tanta saudade. - falou Angelina abraçando o Harry com a força de um urso.
– Foram apenas sete dias, mãe. Não exagere.
– Eu não estou exagerando, eu sou mãe. - eu sorri e ela me abraçou também.
– Sua mãe também estava enlouquecendo, mas ela não é tão dramática quanto eu. - eu ri.
– Onde ela está?
– Está nos esperando em casa. E sua amiga, a Júlia também. Ela parece um furacão.
– Sim, ela parece.
No caminho do aeroporto para casa, eu não soltei a mão de Harry. Agora que éramos casados, parecia que nada poderia nos separar o que era um pouco intenso demais, mas eu simplesmente não me importava.
No pátio de entrada, estavam o rei, meu pai, minha mãe, Júlia e Tiago nessa ordem lado a lado nos esperando. Embora nem todos ali fossem da realeza, a aura era a mais nobre.
– Eu simplesmente não me aguento. - falou minha mãe correndo para me abraçar.
– Eu também senti saudade. - ela riu.
– Não sentiu, mas não tem problema. Eu entendo! - eu sorri e abracei meu pai que permanecia calado (acho que parte dele sabia o que disse acontecido na lua de mel e não estava tranquilo com isso, sempre serei sua filhinha). E por fim, a Júlia.
– Amiga... - ela não disse nada demais e nem precisava.
– Eu sei, eu sei. - nos abraçamos por um momento.
– Depois que descansar da viagem, precisamos conversar.
– Claro, me dê algumas horas. - ela assentiu.
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Depois de contarmos histórias e rimos um pouco, eu e Harry fomos para o Nosso quarto. N-O-S-S-O! Eu simplesmente não acreditava ainda que estava casada.
– Então quer dormir? - perguntou Harry com um sorriso zombeteiro.
– Estou cansada, honey. - seu sorriso diminuiu, mas assentiu.
– Está certa, você precisa dormir. Amanhã é o dia.
– Sim, eu sei. - eu estava estressada, o que era esquisito já que tinha acabado de chegar de uma viagem maravilhosa.
Comecei a tirar as almofadas e os lençóis da cama já com a cabeça cheia de pensamentos, Harry foi ao banheiro e voltou sem a camisa e arrancando a calça. Eu sorri involutariamente, eu queria e sabia disso. Meu cansaço estava indo para o espaço.
– Harry. - chamei, ele me encarou e eu o chamei com apenas um dedo. Ele sorriu.
– Você não disse que estava cansada?
– Eu sei o que eu disse. - seus olhos estavam me avaliando. Eu queria sentir seu calor e carinho mais uma vez e de novo, e de novo, e de novo...
Harry já chegou perto de mim arrancando minha blusa, seu olhar estava tomado de desejo assim como eu. Antes que eu percebesse estávamos na nossa cama, entre beijos e carícias.
– Sabe, honey, se continuarmos nesse ritmo vamos ter muitos filhos. - ele sorriu.
– Lady, se for pra continuar nesse ritmo eu tenho quantos filhos quiser. - eu ri.
– Não se preocupa com isso?
– Para quê? Somos ricos e reis da Inglaterra. Agora, por favor, fique quieta.
– Com prazer!
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– Por favor, estejam vestidos. - eu revirei os olhos.
– Espera aí. - eu me espreguicei e levantei. Não sabia há quanto tempo estava dormindo, mas parecia apenas 10 minutos. Abri a porta de calcinha e sutiã, Júlia me encarava com "aquela" cara.
– Ah sua danadinha.
– Olá para você também.
– Vim te chamar para tomar um cappuccino, mas pelo jeito cheguei em uma hora inoportuna.
– Estávamos dormindo. - ela levantou uma sobrancelha incrédula. - Pelo menos quando você bateu na porta, sim.
– Sei, coloca uma roupa rápido. Posso entrar?
– O Harry está dormindo e... é... não está vestido. - ela riu.
– Mas eu posso entrar?
– Júlia!
– Okay, isso é um não. Estou te esperando bem aqui, seja rápida.
Fechei a porta e caminhei para o closet, algumas roupas minhas já estavam lá o que era um alívio. Peguei uma calça, uma blusa e um casaco de moletom com a bandeira do Reino Unido, prendi o cabelo e encarei o Harry dormindo mais uma vez. Ele parecia sereno, estava com um sorriso simples no rosto o que me fez sorrir também, seja lá o que ele estivesse sonhando, era bom.
– Vamos? - perguntei assim que saí do quarto.
– Claro. Quer ir á uma cafeteria?
– Não, eu prefiro que fiquemos aqui. Não quero encarar as pessoas. - ela assentiu e fomos em direção a cozinha.
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– Então, como foi a lua de mel? - perguntou Júlia assim que sentamos em uma poltrona em um pátio qualquer do castelo com as xícaras de cappuccino.
– Maravilhosa. Veneza é linda, inacreditavelmente irresistível e Verona é romântica até não poder mais.
– Entendo. E o Harry? Ele ainda é maravilhoso?
– Sim e mais, muito mais. - ela sorriu.
– E o sexo, Clarisse? - eu fiquei rapidamente vermelha. - Por que está sem graça? Está casada querida. Casada!
– Eu sei, eu sei.
– Então... - eu sorri bobamente.
– Inacreditável. - falei tão pausadamente que ela riu.
– É, ele tem cara de que sabe...
– Júlia! - ela riu mais ainda.
– Desculpa, foi só um comentário.
– Sei, um comentário muito invasivo. - ela apenas me encarou.
– O que está te preocupando? - eu a encarei surpresa.
– Eu não... - comecei, mas não adiantava enganá-la. Se eu não fosse sincera com ela, com quem mais seria? - Estou enlouquecendo.
– Então me conte o que está acontecendo.
– A coroação. Não sei se estou pronta. - ela suspirou.
– Clarisse, você sabia que junto com o Harry vinha a Inglaterra. Essa responsabilidade estava no pacote.
– Mas eu não sei se eu consigo aguentar o que vem junto. - ela riu sem humor.
– Não acha que devia ter pensando nisso antes de aceitar se casar com ele?
– Eu sei, mas só agora que estou casada parece real. - Júlia apoiou a xícara na mesinha na nossa frente e eu fiz o mesmo. Ela pegou as minhas mãos e segurou com força.
– Clarisse, você tem uma escolha. Todo mundo tem! Só que a sua vai ser definitiva. Você pode escolher não querer ser a rainha, largar o Harry e voltar a ser apenas mais uma garota brasileira ou ficar com o Harry, ser a rainha e superar os medos com a ajuda dele.
– Você falando assim parece uma escolha fácil.
– E é, Clary. É uma escolha fácil. Você sempre foi medrosa, sempre teve medo de arriscar. Acho que puxou isso da sua mãe. De qualquer maneira, a primeira fez que comete uma loucura, quer andar para trás? Você merece mais do que uma vidinha mais ou menos. - eu não respondi, apenas encarei o vazio. - Acho bom escolher logo porque é amanhã. E depois não pode voltar atrás.