O diário de Mari escrita por Filha da Sabedoria


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oii! Já vou postar o segundo capítulo, porque diferente da Jessie, eu não estou num bloqueio criativo! hahaha
Ah, falando-se em Jessie, eu fico feliz em agradecer o apoio que você está me dando! Obrigada!
E também à Luisa Stoll!

E ao meu leitor fantasma, eu não mordo, tá? Pode comentar que eu vou amar!

E você que não está gostando, pode mandar críticas construtivas!

P.S.: Eu mudei a idade deles, porque estavam muito novos! Enfim, espero que gostem!

Agora, ao segundo capítulo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/484438/chapter/3

Chegando na casa dele, cumprimentei a mãe dele, com a maior cara de santa, é claro. Depois que passamos dela, ele revirou os olhos pra mim.

“Minha mãe sabe que você não é nenhuma santa.”, falou com falso desdém.

“Se a sua mãe fosse colocada pra escolher quem é mais santo, sendo as opções eu e um anjo, ela com certeza me escolheria. Eu sou uma ótima atriz, Gê.”, eu ri, convencida.

Subimos para o quarto dele, que, como de costume, estava uma puta duma bagunça. Como a mãe dele podia estar sempre de bom humor tendo que limpar a sujeira dele? Peguei uma mala no guarda-roupa e comecei a remexer as roupas dele.

Camisa social. Não.

Manga comprida. Não.

Ahá! Quatro camisetas de manga curta bem legais. Iam pra mala.

Duas calças jeans, duas bermudas. Mala.

Três tênis, um chinelo. Mala.

Quatro pares de meias. Mala.

Hora de pegar as cuecas. Estava abrindo a gaveta quando fui barrada.

“Nem pensar.”, ele olhou pra mim com cara de reprovação.

“Ah, vai cagar. Gê, você sabe que cueca e sunga são a mesma coisa. E eu já dormi aqui. Quando você tava no banheiro eu fiquei mexendo na sua gaveta de cuecas.”, falei e dei risada.

Abri a gaveta comecei a escolher algumas cuecas boas. Ele com certeza precisava de algumas novas. Tinham umas desbotadas, umas com uns furos e uma com... Sapinhos? Não consegui conter o riso que ao ver aquilo. George corou.

“Você ainda usa isso?“, perguntei, rindo.

“Af, vou deitar, me avisa quando acabar aí.”, ele falou, virando-se em direção à cama.

“Ok!”, peguei umas cinco cuecas. Nunca se sabe o que pode acontecer. Esbocei um sorriso com o pensamento.

Fui até um canto do quarto onde tinha deixado a mala e levei uns dez minutos pra arrumar tudo. Quando fui até a cama, Gê estava apagado. Dez minutos, mongoloide. Dez minutos pra apagar. Deitei ao lado dele e me acomodei. Não era a primeira vez que a gente ficava assim. Mas era normal. Nós éramos melhores amigos há quatro anos, então não fazia diferença. Ele acordou comigo mexendo nos cabelos dele. A primeira coisa que ele fez foi dar um gritinho, bem gay, de susto. Aí ele murmurou alguma coisa, acho que um insulto e foi pro banheiro. E eu tive que rir. Era impossível não rir da cara de ‘acabei de acordar’ dele.

Ele voltou pro quarto.

“BOM DIA, BELA ADORMECIDA!”, falei me enrolando nas cobertas.

Ele tentou responder, mas saiu alguma coisa tipo:

“Mffnhamm”

Ele estava sem camisa e ele era, tipo, muito gostosinho. Sim, eu tenho que admitir, eu tinha um desejo secreto por ele. Mas era apenas físico. Nada de romance.

“Esqueceu como se fala?”, perguntei ironicamente.

Outro grunhido.

Aí ele respirou fundo, e perguntou:

“Vai cagar, Mari. Porra, já arrumou a mala?”

“Sim! Tava me subestimando, amore?”, falei com uma dose extra de mel na voz.

“Que eu me lembre, foi você que disse que era demorado pra arrumar a mala.”, disse ele.

“Ai, que stress!”, falei.

Ele grunhiu de novo e deitou na cama, olhando pro teto.

“Olha, eu me lembro de ter entrado em uma casa, não num chiqueiro. Porque, se a minha memória está em ordem, são porcos que emitem esses sons que você está fazendo.”, disse, irritada.

Ele grunhiu de novo. Então virei-me para ir embora, mas ele agarrou meu pulso. Nós ficamos muito perto um do outro, até ele lamber a minha bochecha e eu começar a gritar de nojo.

“Ninguém mandou me chamar de porco!”, disse ele, rindo.

“Ninguém mandou ficar agindo igual a um porco!”, falei, limpando meu rosto.

“Quer melancia?”, ele pediu.

“Quero. E traz uma vassoura.”, falei, catando umas roupas do chão.

“Sim, Cinderela.”, ele falou e saiu do quarto.

Levantei e levei todas as roupas do chão pra lavanderia. Era roupa demais pra pouco chão.

Era roupa demais pra pouco George, isso sim.

Ele voltou pro quarto com dois pedaços de melancia e uma vassoura.

“Toma, Cinderela.”, ele disse, me entregando a vassoura e se sentando na cama.

HÁ HÁ! Quem disse que eu vou limpar? Pode ir, Gata Borralheira.”, falei, rindo sarcasticamente.

“O QUE?”, perguntou ele, tacando um travesseiro na minha cara.

Ataquei o travesseiro de volta e joguei a vassoura nele.

“Vamos! Depressa!”, ordenei, com um sorriso de canto de boca.

Ele se levantou, grunhiu (de novo), pegou a vassoura e começou a varrer o chão com a mesma vontade que ele tinha pra arrumar malas. Ou seja, nenhuma. Mas ele sabia que não adiantava discutir comigo.

“Mari, você ainda me paga!”, ameaçou.

“Ai. Que. Meda! UUUUI!”, falei com a boca cheia de melancia.

“VACA, COMEU A MINHA MELANCIA! E A SUA! VAI BUSCAR MAIS!”, gritou ele, com uma cara de indignado.

Ele era uma piada. Sério.

“Eu não! Tenho cara de ser tuas nega?”, perguntei, rindo.

“Olha...”, ele começou.

“NEM VEM!”, gritei, pulando da cama e tapando a boca dele.

Ele conseguiu se soltar e falou com uma voz um pouco feminina.

Ai, George, olha, eu sei que a gente se conhece há pouco tempo, mas... hum, você quer namorar comigo?”

“Gê, eu tinha doze anos.”, falei, voltando pra cama.

Ele riu.

Aí eu imitei ele com uma falhada tentativa de fazer uma voz masculina:

Nossa, você é gata mesmo. Vamos sim. Eu aceito! Vem.”

“VAI SE FODER!”, ele gritou.

“Tá irritadinha, Dercy?”, perguntei, rindo.

“Falou a “mais santa que um anjo”. Só se for um anjo corrompido.”, falou ele.

A mãe de George entrou no quarto.

“Ai, eu acho tão fofo vocês dois assim, juntinhos!”, ela falou e George passou, em uma escala de segundos, pra uma cor vermelho muito forte.

“Mãe!”, ele disse enquanto eu ria.

“Dona Flor, nós somos apenas amigos!”, continuei rindo da expressão dele, que continuava igual. Olhos arregalados e boquiaberto. Ai, ai, ele era uma figura.

“Eu sei, mas, eu acho! Oras, George e Mari, eu não tenho direito de achar as coisas?”, fingiu estar irritada.

E eu ri ainda mais quando George quase caiu, por conta das palavras da mãe.

“Tem, mas, nós somos melhores amigos. O grude é natural, Dona Flor!”, falei, acalmando a expressão dele.

“Hum, tá bom. É, vocês têm razão, nunca dariam certo juntos! Querem mais melancia?”, ela disse e mudou de assunto.

“Sim, mãe, por favor. A obesa ali comeu o meu pedaço também e, ainda por cima, me fez limpar o meu quarto!”, falou indignado.

“Ah, sim, muito obrigada, querida. Por que você não é como ela, George? Olha que amor de menina!”, ela falou e retirou-se do quarto, para pegar mais melancia pra nós.

Ele revirou os olhos.

“Eu te falei.”, ri mais ainda.

“Bah! Terminei.”, disse ele, me entregando a vassoura.

“Nananinanão. Tsc tsc, senhor George. Ainda tem que passar o espanador nos armários e arrumar essa montanha de cobertas e travesseiros que você chama de cama. Ah! E esvaziar o lixeiro, que tá cheio de tralhas!”, falei em tom de reprovação.

Ele revirou os olhos:

“Sim, senhora minha ama. Quer massagem também?”, fez uma reverência, brincando.

Eu ri muito. Ele saiu para levar a vassoura para a lavanderia, me olhou, pegou o lixeiro e levou para fora, para esvaziar. Aquele menino não tomava jeito. Todas as vezes que eu ia lá, eu fazia ele arrumar tudo.

Ele voltou com um espanador, espanou os armários, arrumou a cama, levou o espanador pra fora e sentou-se ao meu lado, no chão, no momento em que a mãe dele chegou com mais melancia.

“Pronto, senhora minha ama. Agora vamos comer. E você já está no terceiro pedaço! Eu que tinha que ter direito a mais dois! Olha o que você me fez fazer no meu quarto!”, falou ele, comendo um pedaço de melancia.

“Não fez mais que a sua obrigação.”, ri da cara dele.

Olhei no relógio. Já estava ficando tarde. 18:30 e eu precisava estar em casa antes das 19:00. Então comi rápido a minha melancia, dei um beijo na bochecha dele, me despedindo, passei pela cozinha pra agradecer à Dona Flor por tudo e saí.

Quando cheguei em casa, minha mãe me esperava, parada à porta, com os braços cruzados e uma expressão séria. Lá vinha bronca. E das feias.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Reviews? Beijinhos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O diário de Mari" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.