Minhas roupas,meus calçados,meus ursinhos de pelúcia,minhas fotos,minhas lembranças olhei uma última vez para o meu quarto,o lugar que havia sido meu refúgio por dezesseis longos e sofridos anos.Eu estava indo por uma causa maior,eu lutaria ao lado de outras pessoas pela nossa sobrevivência.

–Rose? (A voz de Erick se fez presente no quarto)

Eu me virei,e lá estava ele com seus olhinhos de criança cheios de lagrimas não derramadas me encarando.

–Eu vou te ver de novo,não é? (Ele perguntou temeroso)

Infelizmente eu não tinha resposta para sua pergunta,eu abri meus braços e ele prontamente entendeu meu jesto,correu até mim e jogou seus braços a minha volta,suas lágrimas molhando minha camisa verde,meus olhos arderão em lagrimas,mais eu não podia fraquejar,não agora,eu deveria ser forte por mim e por ele.

–Hey,está tudo bem. (Eu disse)

O soltei ,ele revirou o bolso de sua calça jeans até achar um papel amaçado e estenden-lo em minha direção.

–Isso é pra você nunca esquecer de mim. (Ele disse)

Eu abri o papel e nele havia um desenho muito colorido,uma garota de cabelos negros soltos ao vento e ao seu lado segurando sua mão estava um garoto,tudo bem que para Erick de nove anos isso poderia ser considerado um pouco infantil,mais eu havia amado,e por um bom tempo seria a única coisa que eu teria para lembrar dele,mais antes de sair pela porta eu fiz uma promessa que não tinha certeza se iria cumprir.

–Essa não é a última vez que agente vai se ver. (Eu disse segurando suas mão)

–Filha,já está na hora. (Disse minha mãe parada na porta)

Eu assenti,de mãos dadas com meu irmão desci carregando uma mala enquanto a outra já me aguardava na sala,meu pai se aproximou de mim,mesmo com nossas discussões diarias, e nossos batebocas ele era meu pai afinal,e eu o amava,ele sorrio.

–Sempre estive preparado para dizer Adeus para você,mais nunca achei que fosse dessa forma. (Ele disse)

Eu sorri,eu era muito parecida com ele,cerca de 45% de mim vinha de meu pai.

–Também te amo pai. (Eu disse)

Ele me abraçou,forte.

–Eu te amo,nunca jamais se esqueça disso ok? (Ele disse)

Eu assenti,meus olhos se enchendo de lágrimas novamente,prometi a mim mesma eu teria que ser forte,pelo menos por hora,pelo menos por eles.

–Isso não é um Adeus. (Disse minha mãe)

Eu assenti.

–É claro que não. (Eu disse)

E nos abraçamos,fortemente em um jesto cheio de emoção,e eu sabia que para ela como Mãe ver sua outra filha sair pela porta de casa para nunca mais voltar,era dificil.Ela beijou cada lado de minha bochecha.

–Eu te amo mãe,Pra sempre. (Eu disse)

A porta foi aberta sem qualquer cerimonia e homens de preto entrarão por ela,um simples balançar de cabeça já significava que eu deveria sigui-los,mandei um beijo sobre o ombro para meus familiares enquanto os homems pegavam em minhas bagagens,olhei uma última vez para trás e senti quando uma pequena lágrima desceu por meu rosto,eu não a parei,talvez assim ela levasse com ela minha dor da perda.