Mais que amigos - Um Amor em NY escrita por Lucena


Capítulo 7
Capítulo 7




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̶ Casa comigo!

Eu não acreditei no que acabara de ouvir. Ricardo, me pedindo em casamento. Ele deve estar brincando comigo, se bem... Ele nunca foi muito de brincar. E não brincaria agora, no meio de uma discussão como essa.

̶ Ricardo, você está me pedindo em casamento. É isso mesmo?

A expressão em seu rosto mudou. Ele não estava mais com o rosto transtornado, agora estava iluminado, esperançoso. Um entusiasmo tomou conta dele.

̶ É Emma. A gente se casa, você pode até ir pra Nova Iorque, mas só por alguns meses. Depois você volta e nós ficamos juntos. Assim, você aproveita essa chance e eu posso ficar tranquilo.

Foi aí que eu percebi qual era a intenção dele.

̶ Você quer se casar comigo pra poder ficar tranquilo? É isso mesmo, Ricardo?

̶ Pensa bem, Emma. A gente já tá junto há algum tempo, esse seria o nosso próximo passo mesmo! Nós só vamos adiantar um pouco as coisas.

̶ Meu Deus do céu! Será que você não percebe o que está dizendo!

Ele parou por um instante, me olhou, depois desviou o olhar.

̶ Você não me ama.

̶ Não é essa a questão, Ricardo.

̶ Não! Essa é sim a questão Emma! Se você me amasse, nem hesitaria em aceitar ao meu pedido.

̶ E se você me amasse, não precisaria casar comigo pra confiar em mim! Você acabou de me dizer que só assim ficaria tranquilo. O que você acha? Que eu iria chegar lá, e na primeira oportunidade iria te trair? É isso? Me diz, Ricardo, é isso o que você acha que eu faria? É essa a pessoa que eu sou pra você?

Quando me dei conta, as lágrimas estavam escorrendo pelo meu rosto e eu estava aos gritos com ele.

̶ Me desculpe por tentar te manter na minha vida.

Eu odiei ouvir aquilo com tanta ironia e certa dose de amargura.

̶ Mas eu não estou te tirando da minha vida.

̶ Ah, certo! Você acha o quê Emma? Que nosso relacionamento vai sobreviver com essa distância? Por quanto tempo mesmo? Ah, sim, MESES! São meses, não dias!

̶ Eu estaria disposta a tentar, mas pelo visto você não.

̶ Boa sorte pra você Emma!

̶ Ricardo!

Ele bateu a porta com força e encerrou nossa “conversa”. Senti um cansaço maior do que pude aguentar e desabei no sofá do escritório de meu pai. Já estava cansada dessas confusões na minha vida!

̶ Emma.

Annabella estava parada, na porta do escritório. Esperou que eu desse consentimento pra que entrasse.

̶ Você está bem?

Eu respirei fundo.

̶ Pra falar a verdade, não.

̶ Pelo visto a conversa não foi muito boa...

Eu olhei pra ela com um olhar “Sem ironias, por favor!”, ela entendeu o recado.

̶ Desculpe.

̶ Ele estava estranho. Não parecia ser o Ricardo dos últimos anos.

̶ Emma, eu imagino que tenha sido difícil pra ele.

̶ Eu sei. Eu nunca achei que seria uma conversa fácil, mas a reação dele... foi desproporcional! Não havia motivo pra tanta revolta, tanta acusação...

̶ Ele não te fez nada, não é? Você estava chorando...

Ela pareceu assustada.

̶ Não. Ele só me agrediu moralmente. Ele me disse que eu iria trocá-lo por outro.

̶ Nossa! Pensar que você ia trair ele? Isso foi pesado. Você só pensa em trabalhar!

̶ Anna!

̶ Ahh, desculpe!

̶ Você acredita que ele me pediu em casamento?

̶ o quê? Nãããão! E o que você disse?

̶ Ele queria me prender. Digo, para ele seria uma garantia de que eu não o trocaria por outro.

̶ Caraca! Até parece que se você quisesse fazer isso, estar casada impediria.

̶ Anna! Você acha que casamento é namoro?

̶ Certo, ficaria um pouco mais difícil. E bem mais difícil sendo você, tão certinha!

̶ Isso foi uma crítica?

̶ Não. Chega de críticas, de brigas...

̶ De ironia também?

̶ Ah, aí também não!

Nós rimos.

̶ Tudo bem, você seria uma chata sem suas provocações. Só não pegue pesado, ok?

̶ Ok.

Ela ficou me olhando, como se estivesse criando coragem pra dizer algo.

̶ Tá tudo bem.

̶ Não, não está. Me desculpe, Emma. Por ter sido estúpida com você nos últimos dias, e no momento que você precisava de apoio.

̶ É, você extrapolou um pouquinho, mas tudo bem...

̶ Não foi tão ruim assim, não é?

̶ É, não foi. Ruim mesmo seria viajar pra Nova Iorque sem ter uma estilista pra analisar meu guarda-roupa. Tenho certeza que estaria perdida!

̶ Ah, sua interesseira!

̶ O que? Quando você quer ajudar com suas contas, seus investimentos, você corre pra quem?

̶ Ah, isso foi golpe baixo, Emma!

̶ Aprendendo com você, maninha!

...

Anna e eu ficamos um bom tempo conversando sozinhas no escritório. E ao final, todas as nossa pendências estavam resolvidas.

Quando voltamos pra sala, Leo já tinha ido dormir, mas meus pais estavam na sala, me esperando.

̶ filha, está tudo bem?

̶ Sim mãe.

̶ E como foi a conversa com o Ricardo?

Fiz um breve resumo da nossa discussão para eles.

̶ Essa viajem acabou causando muita confusão. Me pergunto se vale a pena passar por tudo isso.

̶ Você teria passado por tudo isso à toa se desistisse agora, Emma.

̶ Eu sei pai. Não vou desistir, principalmente agora que tenho seu apoio. Mas devo confessar que estou desanimada.

̶ Mas eu não! Escute só que seu pai vai te contar!

Minha mãe estava muito empolgada, e eu ri do jeito que ela bateu as mãos e se remexeu em uma dança meio esquisita meio engraçada, toda animada.

̶ Não imagino o que seja!

̶ Emmanuelle, onde você vai ficar em Nova Iorque?

̶ Bem , isso ainda não está definido, mas estou pesquisando alguns apartamentos, pequenos, é claro.

̶ Pode deixar de procurar! Hoje eu falei com a locadora do nosso apartamento. Ela está cm problemas financeiros e não poderá mais ficar no apartamento. Como não teria dinheiro pra pagar a multa pela rescisão do contrato, ela não sabia bem o que fazer, por isso decidiu me contatar pra entrar em acordo comigo sobre a melhor opção.

̶ E...?

̶ E, eu disse a ela que não cobraria a multa, e cancelaria o contrato se ela devolvesse o apartamento até a próxima semana. Ela concordou. Portanto, você ficará lá.

̶ É sério, pai?

̶ Claro que sim!

̶ Mas pai, o aluguel daquele apartamento é muito alto, você perderia muito se me deixasse ficar lá durante meses, ao invés de aluga-lo.

̶ Isso não importa! E eu ficaria muito mais tranquilo com você morando lá, com toda a segurança e conforto possíveis.

̶ Puxa, eu nem sei o que dizer!

̶ Não diga nada. Apenas vá, faça seu trabalho, e volte correndo para nós!

̶ Ah pai!

Levantei e dei um abraço gigantesco nele. Estava muito emocionada com o apoio que ele estava me dando. Tenho certeza que não conseguiria fazer o meu melhor se não tivesse a minha família me apoiando.


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