Mais que amigos - Um Amor em NY escrita por Lucena


Capítulo 2
Capítulo 2




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Ao chegar no quarto me deparei com uma cena nada bonita.

̶ Ok, hora de se despedir Caio!

Ele deu um pulo ao me ouvir. Nem sequer tinha notado a minha presença.

̶ Emmanuelle! Por Deus, nunca mais faça isso!

̶ O quê? Ah, te impedir de atingir seus objetivos com a minha irmã mais nova? Eu posso passar essa tarefa para o meu pai, se assim você preferir...

̶ Tudo bem, já tava na minha hora mesmo!

̶ Fico feliz por ter te ajudado, então.

̶ Não seja sínica Manu. Você adora cortar nossa onda!

Oh! ̶ Boa noite Caio.

Ele se despediu da minha irmã e foi embora.

Eu me joguei na cama e fiquei lá, imóvel. Anna fechou a porta do quarto e começou a resmungar algo sobre eu ter chegado na hora errada e como eu era egoísta por interrompe-los e fingir que nada tinha acontecido. Eu não respondi e ela ficou mais irritada ainda.

−Emmanuelle, eu estou falando com você! Não se finja de surda!

Ah não! Outra discussão não! Eu me sentei na cama e inspirei fundo.

− Anna, eu sinto muito. Mas será que nós podemos adiar essa briga pra outro dia? Por favor?!

As lágrimas já ameaçavam rolar, e ela percebeu que havia algo errado.

−Ai meu Deus Emma! O que houve? Você está bem?

− Não! – Não pude evitar mais, e comecei a chorar. Tentei parar, mas não conseguia. Eu estava muito triste por meu pai pensar que eu era uma ingrata. Eu não queria que ele sofresse por minha causa. Ele fez tanto por nós, por mim! Eu não tinha o direito de causar qualquer desgosto à ele.

−Emma, me desculpe. Eu sou uma garota mimada, você sabe disso. Eu fico aqui me preocupando com coisas supérfluas e pequenas e fico enchendo o seu saco o tempo todo, enquanto você está com problemas. Me desculpe, Emma!

−Eu só não quero mais brigar...

−Claro! Sem brigas! Você quer conversar?

Resolvi contar à ela toda a minha situação.

−Existe a possibilidade de eu ir trabalhar nos Estados Unidos, ser transferida, por algum tempo.

−Uau! Mas isso é maravilhoso Emma!

−Seria maravilhoso.

−E qual é o problema?

−Nosso pai não entende, Ele acha que eu quero me mudar pra longe, me afastar de vocês... Acha que eu não sei me cuidar sozinha.

−Típico dele!

−Você percebe que é uma grande oportunidade pra mim?

−E você está pensando em não ir?

−Eu não sei. Eu quero muito ir! Mas o papai... Eu não quero deixa-lo com alguma mágoa de mim.

−Ele vai entender. Você vai ver!

Depois disso eu decidi ir dormir. Bom, pelo menos tentei!

...

No sábado, estávamos tomando o café da manhã. Nenhuma palavra foi dita. Parecíamos estranhos. Estava ficando insuportável. Foi aí que Anna resolveu abrir a boca, e eu desejei que ela permanecesse em silêncio.

̶ Então Emma, quando você viaja?

Meu pai parou a xícara de café no ar, eu o olhei, e depois me voltei à ela.

̶ Bem, eu não sei. Não está certo ainda.

Meu pai se levantou e saiu da sala. Minha mãe apertou minha mão como um consolo.

̶ Desculpe, eu perdi o apetite.

Eu voltei para o meu quarto e fiquei lá durante toda a manhã. Aproveitei para encerrar a leitura de um livro que estava sem tempo pra ler. Depois liguei para Camila, minha amiga. Contei tudo à ela, que me disse que tudo ia dar certo, que meu pai ia entender. Mas ela não podia deixar de ser ela mesma.

̶ E hoje nós vamos sair, não é?

̶ Não sei Mila, estou um pouco pra baixo.

̶ Por isso mesmo!

̶ Sabe, você tem que parar de fazer isso!

Ela se fez de inocente. ̶ Fazer o quê?

̶ Buscar uma fuga rápida pros problemas. Isso só resolve na hora.

̶ Emmanuelle, eu não estou buscando uma fuga rápida pro seu problema, eu só quero que você não fique pensando besteiras o tempo todo. Eu te conheço. Sei que você vai ficar em casa, de pijama, chorando no seu quarto.

̶ Eu? Chorando? Alguma vez você já me viu assim?

̶ Não, e às vezes acho que você tem algum problema. ̶ Eu ri. Camila sempre reclamava porque eu nunca chorava, nem mesmo quando brigava com o namorado. ̶ É sério! Deve ser algo nas suas glândulas lacrimais. Vou falar com o seu ai sobre isso!

̶ Ahm, boa sorte! Ele não quer falar comigo, imagino que não seja diferente falar sobre mim.

̶ Ok! Sem mais dramas por hoje! Às oito eu passo aí.

̶ Não sei se vou ser uma boa companhia.

̶ Ora Emma! Você sempre é uma ótima companhia!

E essa é Camila Albuquerque. Ex-patricinha, minha psicóloga, cupido, a minha melhor amiga! Quando eu precisava dela, ela estava ao meu lado, e se eu não precisasse, ela estava mesmo assim!

...

Depois do almoço, eu estava ajudando a minha mãe a arrumar a cozinha. Nos fins de semana, a nossa empregada, Jussara, não trabalhava e nós dividíamos as tarefas. Foi uma forma que a minha mãe encontrou de nos manter unidas, em casa, já que eu, ela e meu pai trabalhávamos muito durante a semana. O fim de semana é sagrado aqui em casa.

̶ Mãe, eu sinto muito por esse clima ruim.

̶ Não precisa se desculpar filha.

̶ Não! Eu sei como é importante pra você que estejamos o máximo de tempo juntos, e como isso é difícil. Eu não queria causar nenhum mal estar entre nós.

̶ E eu sei o quanto é importante pra você agarrar essa oportunidade.

̶ É, é sim.

̶ Filha, você não está pensando em desistir por causa do seu pai, não é?

̶ Ah mãe, você sabe que eu seria uma burra se desistisse, mas como é que eu posso ir sabendo que o meu pai não aprova?

̶ Ah Emmanuelle! Sabe, nós pais achamos que sabemos o que é melhor para os nossos filhos ainda mais o seu pai, superprotetor! Mas às vezes, os nossos filhos devem nos lembrar que a vida é deles. São suas escolhas, seus erros, seu caminho. Eu já vivo a minha vida, não devo viver a sua também!

Eu passei o resto da tarde pensando nisso. Eu sabia que a minha mãe estava certa. Eu era a única que deveria escolher entre ir ou ficar. Cabia ao meu pai aceitar e respeitar a minha decisão, mesmo se não concordasse. Eu iria ficar muito triste se ele continuasse afastado de mim, mas minha decisão já estava tomada. Eu vou pra Nova Iorque!


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