Grécia

Os cavaleiros de ouro estavam em suas respectivas casas, exceto o cavaleiro de libra. Shaka estava meditando em seu jardim, entre duas pequenas árvores gêmeas que ele cultivava, quando lhe veio uma estranha sensação.

“Alguma coisa muito séria está para acontecer.” Pensou o cavaleiro de Virgem.

_Mu, você está sentindo? – Perguntou Shaka telepaticamente.

_Sim, é um cosmo muito fraco, diferente de um cosmo de cavaleiro.

_Acho que devemos trazer Atena para o santuário.

_Tem razão Shaka. Pelo menos até sabermos o que está acontecendo ou irá acontecer.

Rozan

Dohko estava diante da imensa cachoeira, sentando em posição de lótus tentando meditar, mas as interrogações em sua mente estavam deixando isso muito difícil.

“Que cosmo diferente é esse que eu senti? Será que tem haver com o aparecimento dessa mulher? Quem será ela?”

Pela janela da sala, Shiryu olhava o belo pessegueiro, testemunha de um grande amor consumado.

_Shiryu, você poderia ir até o quarto para ver como ela está?– Perguntou Shunrei se aproximando

_ Eu vou fazer um café para nós e também algo para ela comer quando acordar.

_Pode ir Shunrei. Qualquer coisa eu te chamo.– Respondeu Shiryu envolvendo-a num abraço aconchegante.

Shunrei assentiu e saiu para a cozinha. Shiryu, encostado na porta, observava aquela mulher intrigado. Ela lentamente abriu os olhos e viu Shiryu.

_Onde estou?

Shiryu se aproxima da cama e começa as indagações

_Você não se lembra de nada?

Nesse momento Shunrei entra no quarto.

_Já acordou?! Como você se sente?– Perguntou Shunrei sentando-se a beirada da cama.

_ Deve estar com fome, vou lhe trazer uma comida e já volto.

_Eu vou com você, Shunrei. – Disse Shiryu como pretexto para ir avisar ao Mestre.

Shunrei dava um mingau à mulher, enquanto Dohko e Shiryu olhavam intrigados com a semelhança das duas. A mulher tinha os cabelos longos, bem mais que os de Shunrei, os olhos eram azuis escuros.

_Qual é o seu nome? – Perguntou Dohko.

_Eu me chamo Ni-Cheng. Eu subi a montanha buscando alguma pista...

_Pista? – Interrompeu Shiryu

_Sim. Mas aí eu escorreguei e desci uma ribanceira até a margem do rio, onde você me encontrou. Nesta montanha, há dezessete anos, eu deixei um bebê, uma menina para ser exata.

Shunrei e Dohko entreolharam-se, a garota levantou-se e se juntou ao mestre, seu coração estava acelerado.

_Essa menina... Era sua? –Perguntou cauteloso Dohko.

_Sim. Eu fui obrigada abandoná-la. Meu marido e eu morávamos no vilarejo, eu estava grávida e ele esperava que tivéssemos um menino, mas quando nasceu uma menina, ele mudou completamente, ficou hostil. Quando meu bebê completou cinco meses de vida, eu me vi grávida novamente. Meu marido resolveu ir embora de Rozan, mas antes me obrigou a abandoná-la. Subi a montanha e vi esta casa, então eu a deixei na floresta aqui perto e torci para alguém encontrá-la. Fiquei escondida por algum tempo até que um ancião a encontrou e a levou para casa. – Revelou Ni-Cheng com os olhos cheios de lágrimas.

_Então, quer dizer que você voltou para procurar sua filha abandonada? – Perguntou Shiryu.

_Sim. – Disse Ni-Cheng olhando para Shunrei.

_ A senhora está dizendo que é a minha mãe? – Perguntou Shunrei com os olhos molhados.

_Desde a primeira vez que a vi, senti que você é a minha filha!

Ao ouvir a declaração, Shunrei sai correndo do quarto. Shiryu fez menção de ir atrás dela, mas Dohko o impediu.

_Eu vou falar com ela, Shiryu. Fique aqui com a senhora Ni-Cheng, sim?

_Está bem, Mestre.

Dohko estava abraçado com Shunrei em frente à cachoeira, ela chorava muito.

_Minha pequena, por que você está chorando?

_Mestre, aquela mulher que se diz minha mãe, me abandonou, não me quis!

_Shunrei, ela foi obrigada a tomar essa atitude.

_Mas, então, por que só agora ela veio me procurar?

_Eu não sei, mas acho que você deve dar uma chance a ela, não acha?

Depois de mais calma, Shunrei e Dohko voltaram para casa. Após o almoço, Dohko e Shiryu foram treinar enquanto Shunrei fazia companhia a Ni-Cheng.

_Shunrei é um belíssimo nome! Quando você nasceu eu a chamei de Shènglì. – Disse Ni-Cheng.

_Significa vitória.

_Sim. Pra mim você foi e ainda é muito vitoriosa. – Completou Ni-Cheng.

_Gostaria de dar um passeio? – Perguntou Shunrei sem graça.

_Eu iria adorar!

Depois de andarem um bom tempo, Shunrei e Ni-Cheng pararam em baixo do pessegueiro, que devido à chegada do inverno, espalhava suas pétalas perfumadas no chão.

_Shunrei, eu queria que você me perdoasse por eu ter te abandonado...

_Não há o que perdoar, afinal, eu conheci o mestre que me ensinou muitas coisas e também o Shiryu. – Respondeu Shunrei corando ao falar o nome do amado.

_Shunrei, minha querida, você gosta muito desse rapaz não é? Conte-me tudo! – Disse Ni-Cheng conquistando a confiança de Shunrei.

Tókio

Shun e Seiya foram visitar o orfanato, levaram alguns presentes para as crianças, brincaram e lancharam com elas. No final da tarde Seiya acompanhou Shun até a mansão, onde ele estava morando.

_Shun, não fique triste, mais cedo ou mais tarde o Ikki vai aparecer.

_Eu sei Seiya. Conheço o meu irmão, sei que ele está bem, mas não estou triste, estou apenas preocupado.

_com o quê?

_Seiya, você não sentiu uma energia cósmica diferente?

_Não.

_Eu acho que a Saori deveria voltar ao santuário.

_O que está acontecendo, Shun? Outra batalha está para acontecer, é isso?

_Eu não sei. Desde que meu corpo foi possuído pelo Imperador Hades, fiquei mais sensível quanto essas coisas, mas nada é definido. Eu acho que no santuário ela vai estar mais segura.

_Mas como vamos convencer a Saori ir para o santuário sem alarmá-la?

_Seiya, ela é uma deusa! Com certeza também já sentiu esse cosmo.

_Então vamos!

No escritório, Saori recebe uma inesperada visita.

_Você aqui?!