Depois de duas semanas curtindo o descanso, a vida voltou com tudo para as duas atrizes. Quinn tinha algumas ofertas de trabalho em LA e Rachel aguardava algumas audições para a Broadway enquanto também fazia uma participação em uma novela gravada em NY. Com a ida para LA não se viam com muita frequência, a loira estava na cidade há cerca de um mês e meio e nesse período haviam se encontrado apenas três vezes.

“Você tem certeza disso?”

“Claro que sim. Conversei com Theo, ele entendeu que tenho uma enorme gratidão por todos os papeis que consegui com a ajuda dele, mas que estou buscando uma carreira compatível com a minha vida pessoal e você sendo a agente de Quinn vai me ajudar com isso.”

“Mas eu não conheço muita gente na Broadway, ele conhece.” Rachel e Santana conversavam na casa da atriz. A latina havia chego de LA no dia anterior.

“Eu sei, mas não quero que minha carreira fique limitada à Broadway. Te garanto que é onde comecei e onde pretendo fazer meu ultimo papel, mas tem muita coisa nesse meio que quero alcançar.”

“Tô confusa Rachel.”

“Eu quero que você me represente, que encontre papeis e oportunidades boas. Não quero precisar passar a minha vida inteira voando entre LA e NY para passar um final de semana com a Quinn.”

“Então você quer morar em LA?”

“Não. Quero oportunidades lá. Quero oportunidades aqui. Mas, mais do que isso, quero oportunidades onde eu possa conviver com a minha noiva.” Rachel estava frustrada com a distancia. Alguns dias depois de voltarem da Disney a loira seguiu para LA e a morena ainda não sabia lidar muito bem com essa distancia.

“Vou ver se consigo alguma coisa pra você lá.”

“Sei que é pedir muito, mas você mesma disse não conhecer muita coisa aqui. Quero manter o Theo como agente no que for referente ao teatro, você cuida do resto e qualquer oportunidade que apareça vocês conversam.”

“Isso pode funcionar, Quinn vive reclamando que preciso saber o que você vai fazer pra tentar conciliar melhor.”

“Pois é.”

“Vou ver o que posso fazer.”

“Obrigada Santana, por mais que eu ame o teatro acho que em breve vou precisar me render ao cinema e televisão. Vou me casar com Quinn, não podemos morar em lados extremos do país.”

“Sem dúvida. A propósito, como estão os preparativos?” A latina estava curiosa, já haviam definido tudo o que precisavam, agora iria interrogar a amiga.

“Ainda não definimos muita coisa. Precisamos decidir a data e local.”

“Vocês ainda não sabem quando?”

“Não. Quinn acha melhor deixarmos para o ano que vem, teremos tempo para organizar tudo. Por mim nos casaríamos em qualquer cartório na primeira oportunidade possível.”

“Hahaha, quem diria que Rachel Berry se contentaria em se casar em qualquer lugar.”

“Não é assim também, apenas acho que o importante é estar com ela, não faz diferença onde vamos formalizar isso.” Respondeu frustrada com o fato de estar longe da noiva.

“Faz diferença sim, se você não fizer o casamento que sempre sonhou vai se arrepender. Não é como se vocês não pudessem pagar, se fosse esse o problema tudo bem, mas se é só pressa, vale a pena esperar.”

“Quem diria que Santana Lopes seria tão romântica?” Rachel provoca a amiga.

Antes que a latina pudesse falar alguma coisa o celular de Rachel tocou.

“Alô... oi Theo... o que?...Ahhhh!” A morena estava chocada, de boca aberta. Ao ver que a amiga não falava nada e o agente a chamava, Santana pegou o celular.

“Theo, é a Santana... serio? Fantástico... ela ta meio chocada... pode deixar. Até.” Desligou o celular e chacoalhou a amiga.

Rachel continuava imóvel.

“Rachel!” A latina gritou chamando sua atenção.

“Eu consegui.”

“Eu sei. Parabéns!” A atriz pulava feito uma criança em uma loja de brinquedos.

“Preciso ligar pra Quinn.” Afirmou já pegando o celular.

Enquanto a morena falava animada com a noiva a porta do apartamento abriu, entrando Shelby de mãos dadas com a Alice e Beth logo atrás, trazendo Luna na coleira.

“Tia San.” A menina correu ao ver a latina.

“Hey pequena.” Ela abaixa pra pegar a menina no colo. “Shelby, como vai? Nossa!” Cumprimenta a mãe da amiga, mas se surpreende com Beth.

“Olá, Santana. Lembra da Beth?” A garota tira a coleira de Luna que sai correndo em direção à cozinha para beber água e olha para a latina.

“Você está enorme.”

“Oi.”

“Eu sou Santana, amiga da Q.”

“Eu sei. Ela já me mostrou algumas fotos.”

“Você tá enorme, pequena Q. E linda.” Ela afirma fazendo a menina corar.

“Mãe!” Rachel interrompe o reencontro entrando eufórica na sala. Shelby olha ansiosa pra filha. “Fanny!”

“Oi?”

“Serei a próxima Fanny.” Informa pulando. A morena mais velha sorri e abraça a filha.

“Parabéns minha querida. Você merece.”

“Funny girl?” Beth pergunta. Era impossível ser irmã de Rachel Berry e não conhecer o musical favorito dela.

“O que acha Beth?”

“Parabéns!” A loirinha abraçou a irmã assim que Shelby se afastou.

Alice não entendia o que estava acontecendo, mas pulava animada nos braços de Santana.

“Preciso ligar pros meus pais.”

“Ela tá eufórica.”

“Precisava ver quando ela largou o Theo no telefone.” A latina contou rindo.

“Imagino.” Shelby riu. Alice pediu para descer do colo da tia e chamou por Beth.

“Bincá?” Ela pergunta para a garota. Shelby sorri concordando e as duas crianças correm para o quarto da menor.

“E ai Berry, já contou pra todo mundo?” Santana pergunta quando a amiga deixa o celular na mesa já menos agitada.

“Só pra quem merece.” Diz sorrindo. “Precisamos comemorar.”

“Pizza?” Shelby sugere e as outras mulheres concordam.

“Merecemos um vinho.” As três seguem para a cozinha onde a nova Fanny pega uma garrafa de vinho e serve.

Algumas horas depois as meninas já dormiam no quarto de Alice depois de jantar e as três mulheres conversavam animadamente na sala.

“Vocês já decidiram alguma coisa sobre o casamento?”

“Ainda não, mãe.”

“Vocês sabem que não basta ficarem noivas, não é?” Shelby provoca a filha.

“Nem faz tanto tempo assim. Além de que fica complicado organizar um casamento quando metade do casal tá do outro lado do país.”

“Tudo bem que é mais difícil, mas existe uma coisa fantástica chamada telefone e outra chamada Skype. Acho que esse último vocês conhecem mais como uma ferramenta de sexo virtual, mas vocês também poderiam usar para decidir coisas do casamento.” Santana diz normalmente. Shelby ri da cara de Rachel que engasga com o vinho.

“Santana!”

“O que foi?”

“Você precisa falar esse tipo de coisa na frente da minha mãe?” A mulher ri ainda mais.

“Só to dando uma dica.”

“Santana tá certa, vocês precisam começar a planejar. Ainda não decidiram nem a data.”

“Semana que vem a Quinn volta, ela vem para o aniversário de Alice e vamos sentar e resolver essas coisas.”

“Vocês já pensaram no lugar? Quando Dani e eu estávamos noivas essa foi a parte mais difícil. A mãe dela queria que o casamento fosse na cidade em que ela nasceu, minha mãe queria que fosse em Lima e nós só queríamos nos casar, o lugar era o de menos.”

“É o que eu acho também, só quero poder falar que estamos casadas.”

“Logo vocês definem tudo isso.”

“Vocês já escolheram os padrinhos, pelo menos?” Shelby perguntou.

“Já. Ligar para o Kurt foi uma das primeiras coisas que fiz depois de falar ‘sim’.” Rachel brinca.

“Quinn me convidou para ser madrinha no dia que saímos para comprar a aliança de Rachel.”

“Como ela te convidou antes de me pedir?”

“É possível que enquanto ela estava surtando sobre você aceitar ou não eu tenha dito que se você aceitasse, eu seria a madrinha dela. Era uma aposta.”

“Só vocês pra fazerem isso.” Rachel ri. A amizade das duas era uma coisa única.

“A conversa tá boa, mas preciso ir pra casa.” A morena mais velha diz, se levantando.

“Fica aqui mãe. Tá tarde.”

“Não querida, preciso ir pra casa.”

“Dorme aqui, não precisa acordar a Beth. Você também San, nada de sair para o hotel.”

“Não vou incomodar vocês.” Santana diz.

“Não é incomodo nenhum. Tem acomodação pras duas. Beth já está no quarto de Alice, Santana você pode ficar no quarto de hospedes e mãe, você pode ficar no meu quarto.” As duas concordam e Rachel sai para organizar a cama para a amiga e pegar cobertas.