E se um reencontro o destino preparasse... escrita por Eubha


Capítulo 251
Capítulo 251:


Notas iniciais do capítulo

Bastante atrasada com o capítulo, muito afazeres, mas aí está. Uma ótima leitura a todos!!



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Continuação...

– Cara alguém viu a Anita por aí. – Serguei chegou indagando para Julia e Monique, que dividiam uma mesa na cantina.

– Não, ela não chegou ainda. – Julia respondeu calmamente enquanto visualizava o amigo puxando uma cadeira para sentar.

– Pelo visto nem ela e nem o Ben. – deduziu Serguei em um sorriso esperto. – Sofia tá louca atrás dela, só espero que não tenha acontecido mais nenhuma pro lado dela. – desejou o ruivo, preocupado com os problemas que Anita já administrava.

– Ah mais daqui a pouco, a Anita aparece por aí, ou os dois não é. – imaginou Julia. – Ah Sofia já tinha me abordado atrás dela. – compartilha Julia não escondendo o olhar intrigado e a curiosidade imensa, a respeito do que de tão urgente à loirinha queria com sua melhor amiga, já que sabia como ninguém a relação conturbada que Anita e a patricinha mantinham.

– Ou não, né Jujuba. – Serguei contrariou sorrindo de um jeito malicioso.

– Ai que menino chato. – Julia alfinetou o amigo, bem-humorada.

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– Olha até que enfim, os bonitinhos lembraram que tinham aula. - Serguei não conseguiu ficar sem implicar com os amigos quando os viu chegar, abraçados até a mesa na cantina onde ele estava com Julia e Monique. - Bom dia, dona Anita. - Serguei ri fitando a amiga abraçada ao namorado com a cabeça escorada em seu ombro.

– Bom dia Serguei. - Anita respondeu junto a um sorriso dissimulado, como se tentasse fugir das brincadeiras do ruivo.

– Caramba em bonitos, vocês não morrem tão cedo, a gente estava agora mesmo falando de vocês. – declarou Serguei, ao levar o olhar para o corredor que dava para a cantina.

– Ah é ok, se era de mal, nem precisa se justificar, é o que mais as pessoas fazem nos últimos tempos mesmo, falar mal da gente. – retrucou Anita com certo deboche.

– Ué excesso de sinceridade pela manhã é isso. – Ben a contrariou risonho.

– Não, ninguém tava falando mal de ninguém. – Serguei quis garantir, achando graça. – É só que, nós estávamos aqui, se perguntando porque o sumiço e atraso dos dois. – ele se justificou.

– Ah amiga a Sofia tava te procurando. - Julia comunica a Anita ao recordar-se.

– Ela disse o que queria? - Anita questionou, se perguntando em pensamento o que a patricinha tinha aprontado desta vez.

– Não, só disse que queria falar com você. - Julia ressalta tomando um gole de seu suco.

– Mais como a gente não imaginava que horas o nobre casal iria dar as caras, acho que ela foi pra sala. - Serguei aproveitou para implicar, arrancando uma risada de Ben.

– Ah bom. - murmurou Anita seguindo o gesto de Ben e sentando numa cadeira ao seu lado.

– Olha eu realmente não sei o que vocês estavam fazendo, mais a carinha boa de vocês, com esse sorriso saltitante, tá entregando que vocês estavam numa ótima, seja lá o que vocês estavam se ocupando. - brinca o ruivo segurando riso, ao passe que Julia e Monique riem da cara de brava de Anita a ele.

– Oh Serguei dá pra parar, por favor, que coisa. - Anita se encabula com as brincadeiras dele.

– Ué que foi. – devolveu ele em total deboche.

– Ai desisto. – Anita proferiu meio irônica. – Ah você tá achando engraçado também. – ela indaga a Ben.

– Nem vem, eu não falei nada. – ele nega, estar rindo da cara desgostosa da namorada.

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– Não! – Eu to em pânico, é muita coisa pra uma pessoa gente, essa coisa de vestibular tá me deixando doida, porque eu fico estudando as apostilas com as questões e me esqueço do resto, eu não estudei praticamente nada pra prova de Física. – Julia atropelava as palavras de forma nervosa, extremamente preocupada ao perceber que podia não dar conta de tantos afazeres.

– Ah Julia, fica tranquila, tenta manter a calma né. – Monique quis ser solidária. - Eu também to bem preocupada com essa história de estágio, será que eu consigo gente. – ela aproveitou para perguntar.

– Claro que vai Monique, calma e tranquilidade ajuda muito, como você mesma disse. – Anita procurou focar no papo das duas.

– Ah claro ela é super calma não tá vendo. – Julia não se conteve diante da passividade que via Anita demostrar. – Anita, hei! - Anita, você estudou alguma coisa pra prova. – a morena indaga no momento que olha para a amiga, olhando para as próprias mãos, fiscalizando o esmalte vermelho das unhas.

– Ah eu não. – revelou Anita em suspiro em total serenidade, fato que foi estranhado por Julia.

– Oi. – a garota ficou confusa com a reposta que recebeu. – Nossa hein amiga quanta diferença, pra ontem mesmo, outra Anita hoje não é. – Julia implicou as risadas com toda calmaria dela que era evidente.

– Julia é só calculo, você fez os exercícios certinhos, que eu sei, então, é só ir lá e fazer de novo. – respondeu Anita tentando passar que era óbvio. – E sim, eu to calma, arriscaria dizer, que estou também muito feliz, até porque eu entendi que se eu continuasse no ritmo que eu estava ontem, eu iria acabar trancada em casa, deitada o dia todo, sem fazer nada, como há mais ou menos 4 meses atrás. – ela confessou que estava um pouco dispersa e despreocupada com qualquer coisa que fosse.

– Bom pelo visto, você e o Ben se resolveram em relação a aquele assunto. – Julia se quer precisa adivinhar o que estava na cara de Anita.

– É, mais ou menos isso. – reforçou ela. – Digamos que eu descobri, ou tive a plena certeza, de que sim, eu namoro o melhor cara do mundo, que é capaz de me entender mesmo depois de todas as burradas que eu fiz contra ele. – ela disse inebriada por felicidade.

– Hãm, será que ela conseguiu se apaixonar mais. – questionou a morena, ao constatar o brilho nos olhos de Anita ao falar do garoto. – Será que dá? – zombou Julia, mais no fundo feliz pela grande amiga.

– Tá bom eu sou mesmo extremamente apaixonada pelo Ben, e parece que cada dia eu fico mais dependente desse sentimento, desse amor todo, mesmo com tudo contra que a gente já enfrentou. – Anita não escondeu. - O fato de a minha mãe detestar o garoto que eu pretendo dar a ela como genro. – Não que ela o deteste ao Ben, mais ela não gosta dessa situação, preferia que não fosse assim não é, por uma mera convenção, que ela enfiou na cabeça dela, que pra gente nunca existiu. – explicou, fazendo um esforço para compreender Vera. – A grande verdade vai ser sempre que eu amo o Ben, eu sou fascinada por ele, por aquele jeitinho fofo, protetor, por aquele sorriso, aquele olhar, tudo, é minha sina gente. – confidenciou.

– Terrível inclusive. – Julia quis caçoar.

– Não adianta tentar enganar não Anita. – Bruna saltou do banheiro a confrontando, após ouvir sem querer parte do que falava Anita.

– Hãm, que foi, você bebeu garota. – Anita perguntou em uma expressão boquiaberta diante da intervenção da garota.

– Eu sei, porque você tá aí exaltando o Ben, porque quer o Antônio de volta. – ela acusou. – Ele me contou tudo não adianta negar. – ela verbalizou sem rodeios deixando as outras garotas com semblantes atônitos.

– Gente. – Anita esboçou uma risada atordoada diante dos devaneios da menina. – Bruna, eu não posso voltar, pra um lugar que eu nunca fui, eu não tenho nada com o Antônio. – a garota procurou explicar pausadamente sem perder a paciência. – E se eu fosse você, também não tinha, esse garoto... – ela quis argumentar, mas foi interrompida pelo ranger da porta se abrindo.

– Bruna, to te esperando lá na cantina a maior tempão. – Drica contrapôs ao tempo que abriu a porta do banheiro e avistou a amiga.

– Eu to indo, o Antônio é meu namorado Anita, entende isso. – afirmou ela novamente.

– Bruna volta aqui. – Anita ainda tentou um diálogo em vão com a garota. – Drica, eu acho melhor. – ela pronunciou a outra que continuava estática no mesmo lugar.

– Ah não Anita, vai me bater de novo. – Drica retrucou grosseira, sem paciência para ouvi-la.

– Não, você é amiga dela, melhor ficar de olho, o Antônio não é boa companhia pra ninguém. – Anita falou ignorando as palavras iniciais e o jeito ríspido da morena.

– Pelo menos em alguma coisa nós concordamos né, não sei o que ela faz com esse maluco. – Drica ironizou em concordância. - Eu vou indo. – comunicou ela ao caminhar para se retirar.

– E eu tomei um esculacho né gente, de grátis, deus do céu. – Anita ficou a rir da situação, de forma indignada e perplexa.

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– Ai eu queria tanto, poder nunca mais sair do teu lado. – declarava Ben, tentando mais que conseguindo se despedir da namorada depois do fim das aulas.

– Hum. – ela sorriu seguida de um beijo. – E quem disse que você não pode. – sugeriu Anita, também sabendo que não odiaria a ideia, ao contrário amaria poder ficar o tempo todo ao lado de Ben.

– É né, só que por enquanto tá meio difícil, você na Barra, eu enfiado no quartinho do Omar, eu trabalhando e você cada vez mais cheia de encomendas, e pra completar no tempo que sobra nós ainda discutimos os nossos problemas que só aumentam e aumentam. – comentou ele saudoso.

– Bom, uma parte disso é bom né, imagina se no meio disso tudo que vem acontecendo à gente tivesse sem tempo e também sem dinheiro. – Anita quis ser positiva. – Mais onde exatamente você está querendo chegar hein. – ela o olha desconfiada.

– Eu? – Não, um lugar nenhum. – Ben negou ao mexer os ombros. – Por quê?

– Ah tá. – Anita sorriu sem acreditar.

– Mais de repente aqui seria ótima ideia também. – Diz ele, a puxando rapidamente para si e a beijando empolgado. – Só tava dizendo que eu sinto falta de passar mais tempo com você. – explica ele saindo do beijo e a olhando nos olhos. – Vai dizer, que ontem não foi bom, a gente poder passar um tempinho juntos, rir, conversar, se beijar, sem ninguém pra atrapalhar, dar bronca. – afirmava ele entre um beijo e outro.

– Ai claro que foi, seu chato, tava tudo perfeito. – Anita se viu concordando sorridente, ainda encantada com as lembranças da noite anterior. – Mais calma né, e depois saudade é bom, faz a gente ter certeza que cada momento é único. – falou ela.

– Tá bom, tá bom. – sorriu ele, recebendo um abraço carinhoso dela.

– Ah é, falando em ontem tem uma coisa que eu preciso te dizer. – recordou-se Anita o encarando.

– E o que seria. – ele indagou, mas se preocupando mais em beijá-la.

– Não é que ontem, quando a gente falou sobre essa história toda, eu afirmei, insinuei não sei direito, eu tava nervosa com isso não nego, que me sentia insegura, temendo que a loucura toda do Antônio, sobre o que eu vivi ou não com ele, viesse a trazer alguma desconfiança pra você da nossa relação, não foi porque eu desconfio de você, ou do nosso amor. – ela se pôs a explicar. – Mais sei lá, nós já nos magoamos tanto, por intrigas, mentiras, inverdades, fatos criados pelos outros, e isso acabou gerando dores tão imensas pra nós dois, que eu jamais quero ver isso se repetindo de novo. – Se um dia a gente acabar, se nós viermos a perceber que a nossa relação, pressentir que os nossos sonhos e objetivos não cabem mais dentro da vida do outro. - Que acabe sim! - Mais que em nome de todo amor que um dia existiu, que isso seja de uma forma amigável, com paz, que isso seja uma coisa que a gente decidiu, não os outros, aconteceu porque foi a nossa vontade, até pra preservar com carinho tudo de bom que nós vivemos. – esclareceu ela emotiva.

– Só que isso não vai acontecer né, eu sei e você também, nunca, eu te amo e vai ser pra sempre. – Ben garante. – Mais eu te entendo, não dá pra dizer que terminou uma coisa e simplesmente arrastar um ciclo de mágoas e dores que parecem incuráveis sem se quer admitir, perceber, ou pior deixar isso afetar a gente pra sempre. – sorriu ele compreensivo. – Mais de verdade, hoje eu penso que a gente não acabou nada, a nossa cabeça pode até ter achado isso sim, mais nossos corações sempre duvidaram, por isso que nós vivíamos cheios de contradições e quebrando a cara por aí. – confidenciou Ben, sentindo que no fundo suas esperanças em ter a garota ao seu lado nunca se esgotaram por completo.

– O que eu te falei ontem foi de verdade, e eu quero que também você saiba disso, eu não me importo. – O que eu sei sobre você me basta, e não vai ser o Antônio, depois de tudo que ele já causou na tua vida, que vai me dizer o que eu tenho que acreditar ou não, aliás, nem ele e nem ninguém. – Ben quis que ela o ouvisse também. – Mais já que você tocou no assunto, não pensa, não se preocupa mais com isso não, vamos tocar nossa vida do jeito que der, mais deixando isso pra trás, a gente merece Anita, ao contrário do que tudo mundo pensa às vezes, a gente não precisa carregar esse história com nós o tempo todo, principalmente deixar que isso tudo, mais uma vez nos atinja desse jeito, eu sei que é duro eu te dizer isso mais os outros vão continuar falando, e o Antônio também, vai continuar distorcendo tudo, usando os fatos a favor dele. – ele agiu com sinceridade. – Chega de deixar isso abalar a gente vai, por favor, não dá pra ser assim sempre Anita, eu sei e você também sabe. – ele pediu em um olhar carinhoso a ela.

– Eu sei, eu não vou mais, chega né, é pra frente que se anda. – Anita se dispôs a entendê-lo, seguido de um beijo terno.

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– Olha pelo visto, cheguei em ótima hora. – brinca Anita adentrando a cozinha e sendo inebriada pelo cheiro bom de comida que vinha das panelas ao fogo.

– Em perfeita hora Anita, esse cheirinho de comida tá divino mesmo. – concordou Bernadete animada, em ter sua casa um pouco mais cheia do que de habitual.

– É, ai gente vocês estão depositando muita responsabilidade em mim, to ficando com medo e arrependida por ter tentado cozinhar. – Meg responde receosa, pondo uma jarra com suco a mesa.

– Imagina, eu é que me dei bem não é gente, porque além de angu a Detinha não consegue fritar um ovo. – Soraia fez graça com os dotes culinários da amiga e as demais riram.

– Ai gente, é que eu sou atrapalhada, cabo que me esqueço, aí quando vejo desandou tudo. – Bernadete se explica encabulada. – Mais eu já melhorei muito, deem um crédito. – garante ela.

– Tem razão Bernadete, mesmo não mandado extremamente bem no resto, teu angu é prato de sucesso. – elogiou Anita sorrindo alegre.

– Achei que você nem vinha almoçar flor. – justificou Bernadete, observando Anita que lava as mãos a pia.

– Ah eu tinha uma coisas pra resolver aqui na Barra, aí vim, só não contava que teria um banquete me esperando. - disse ela divertida.

– A Vera então, a Vera, me ligou ontem atrás de você, e eu assim, acabei dizendo que você tinha ido pro Grajaú. – exclamou a mulher encarando Anita com tensão. – Dei mancada né, não dei. – questionou Bernadete apreensiva, cogitando que poderia ter causado problemas para a garota.

– Tudo bem, eu já tava sabendo a Julia me contou, ela ligou pra Julia e depois falou com você, ou seja, não é muito difícil de descobriu o que ela deduziu não é. – Anita ficou sem ligar.

– Tua mãe também hein, não te deixa nem respirar. – Bernadete comentou sem pensar. – Tudo bem, você a recém mudou pra cá, mais não custava pra ela ter um pouco de trégua pra você e pro Ben não é. – opinou ela, constatando que, o que estava faltando era uma conversa definitiva às duas.

– É também você voltou pra gente, não voltou. – reforçou Soraia.

– Ai óbvio, eu sempre volto pra cá no fundo, não é. – Anita fez graça com o fato, se aproximando de Soraia e estendo o braço em seus ombros, talvez essa fosse uma verdade e tanto, ela sempre retornava a casa da ex-madrasta e grande amiga.

– E eu preciso confessar que eu fico muito aliviada, que te fez debandar não foi minha presença. – Meg confidenciou seguida de uma gargalhada travessa.

– Que nada amor, nesse caso foi motivo de paixão, aquele amor desenfreado que chama e a gente tem que sair correndo. – Bernadete afirmou entre sorrisos empolgados caindo na risada juntamente com Meg e Soraia, enquanto Anita ficou a balançar a cabeça séria.

– Ai só você mesmo né, não tem. – Anita acabou rindo também.

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Dia seguinte:

– E aí Omar beleza! – Anita abordou o garçom que limpava as mesas do restaurante.

– Tudo sim. – E você. – questionou ele simpaticamente de volta.

– Comigo tudo bem. – respondeu Anita. – Mais se você me esclarecer umas coisinhas iria ficar melhor. – alegou ela, com um sorriso esperto.

– Hãm, e o que? – Anita não entendi. – afirmou ele perdido nas afirmações da garota.

– É simples, vocês tem um e-mail aqui do restaurante né. – ela iniciou sua explicação.

– Tem, o e-mail que a gente usa pras entregas do pessoal que pede comida, fornecedores, reservas de mesas, essas coisas. – ele confirmou. – Mais porque o interesse. – Omar indaga ainda não conseguindo entender direito. – Você é filha do chefe, não vai precisar dele. – ele brincou.

– É filha é meio forte. – riu Anita. - E também você tem razão. – admitiu ela.

– Foi mal então, é que o patrão sempre quis você e a tua irmã sempre tão bem, que a gente esquece que vocês nem são filhas dele. – corrigiu Omar.

– Eu sei, eu também tenho o Ronaldo como meu pai. – Anita confidenciou. – Mais voltando ao assunto inicial, esse e-mail aí, fica aberto no computador, qualquer um pode acessar. – pergunta ela.

– Ah tem um pessoal que pede pra usar o computador de vez em quando, mais acho que ninguém mexe. – exclamou o garçom.

– E isso é errado não é. – Anita afirmou séria.

– Anita o pessoal pede, estão aqui jantando, almoçando, internet do celular não funciona, acontece qualquer outra coisa, tem um computador com internet, eles pedem pra usar mesmo, não dá pra desagradar um cliente. – ele esclareceu.

– Vocês já pararam pra pensar que isso pode virar um ato grave e complicado, uma pessoa pede pra usar o computador, só que de fato ninguém sabe o que ela está fazendo, pode sei lá hackear uma conta no banco, invadir uma página do governo, ou simplesmente procurar espalhar coisas que difamam alguém e continuar no anonimato, isso pode ser considerado crime cibernético sabia. – alertou ela.

– E você tá vendo muito filme americano. – Omar não deu muita importância, ficando a sorrir diante das alegações da garota.

– Será mesmo, que todo mundo é bonzinho que esse tipo de coisa só acontecem nos filmes e ponto, pois eu acho que não, e vocês podem ser prejudicados, pode ser acusados de cumplices, fica um e-mail aberto todo mundo pode acessar, como que vai ter um controle se qualquer vem aqui e usa o computador. – Anita justificou seu ponto de vista.

– Até concordo Anita, mais porque esse interesse todo. – questionou ele incomodado.

– A Mariana ela vem muito aqui. – indagou Anita.

– Vem, mais o que Anita? - E como que ela vai parar nessa conversa, eu hein. – o garçom estranhou.

– Não eu só quero saber se ela vem aqui, se usou o computador também. – ela foi insistente.

– Ai, ai Anita, eu não to gostando dessa conversa. – Omar contrariou, temendo que a menina lhe botasse em maus lençóis. – Ah Ben, ainda graças a deus, tira a tua namorada daqui que ela tá me pilhando as ideias, e assim eu não consigo trabalhar. – pediu ele encarecidamente, quando viu o garoto entrar por uma das portas.

– Eu hein, que estresse todo é esse. – Ben acabou rindo.

– Só falei a verdade. – Anita retrucou impaciente.

– E eu até concordo, mais eu prefiro não me meter nisso, ah mais vantagem em você reclamar com o Ronaldo. – sugeriu Omar. – Bom vocês me dão licença, mais eu tenho uma porção de coisas pra fazer ainda. – ele se desculpou e saiu.

– Vem cá tava perturbando o Omar por que. – Ben indagou a fitando risonho, enquanto observava o garçom afastar-se.

– Ah nada. – ela desconversou preferindo mesmo encerrar o assunto, já que as descobertas de Flaviana para ajudar Sofia não foram muito satisfatórias na prática.

– Aquela história lá da Sofia e Sidney, um ser misterioso que solta vídeo de fofoca, depois eu te explico melhor. – exclamou ela impacientemente em ter que remoer toda história, por um momento teve a certeza de que Sofia podia estar bem pior. – Mais agora o que eu quero mesmo é um beijo. – anunciou Anita em um sorriso alegre.

– Não, não, não abraça não, eu to todo suado quase duas horas de parkour só podia dar nisso. – alegou Ben entre risadas.

– Hum e quem te falou que eu to preocupada. – respondeu Anita chegando mais perto e o beijando. – Mais, aconteceu alguma coisa, pra você se jogar tão cedo assim no parkour, ah não vai me dizer que o Ronaldo já veio falar no teu ouvido, porque eu to estranhando minha mãe ainda não ter batido na Bernadete pra me perguntar algo. – proferiu Anita especulando.

– Não, mais agora que você falou, tá estranho mesmo, tá tudo muito calmo. – Ben achou graça do fato inusitado.

– Melhor deixar quieto né. – sorriu ela, encerrando o assunto em um beijo empolgado.

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– É mais você também tem que concordar comigo, que descobrir qualquer coisa dessa história é tipo achar uma agulha num palheiro não é. – Ben dava sua opinião a Anita, a respeito da confusão que envolvia Sidney e a irmã da namorada.

– Eu sei, mais nada é impossível, certo. – ela acabou concordando com ele, em total calma fechando a porta do quarto de Omar.

– Ok, você não vai desistir mesmo né. – Ben percebeu indo até ela para um beijo. – E também todo mundo merece a verdade, nesse caso ela é essencial, não é, não se invadi a vida de ninguém dessa forma. – de alguma maneira ele entendia a situação, melhor do que ninguém, pois sentiu na pele o que a intromissão de uma pessoa mal intencionada podia trazer para a vida de alguém. – Eu vou tomar um banho rapidinho, e depois a gente conversa com calma. – sugeriu ele.

– Tá bom, enquanto isso, vou fazer um lanche pra nós. – Anita afirmou sorridente.

– Opa, vi vantagem agora. – respondeu o garoto, a olhando com travessura antes de sair.

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– Bom dia, bom dia. – Ronaldo chegava para mais um dia de trabalho cheio de animação.

– Bom dia patrão. – Omar desejou simpaticamente de volta.

– E o Ben, sabe se ele ainda está por aí, ou já saiu, precisava de uma ajuda pra descarregar umas encomendas que vão chegar daqui a pouco. – Ronaldo questionou o garçom a respeito do paradeiro do filho.

– Ele tinha saído cedo, mas já voltou, tinha ido lá pra dentro com a Anita. – informou Omar, terminando de ajeitar uma bandeja de copos.

– Ai, ai, pelo jeito eu vou ter que ter uma conversa pra lá de séria com esse moleque. – pensou Ronaldo, somando também as desconfianças que Vera havia lhe contado.

– Hum vem cá, agora eu comecei a entender porque todo mundo diz que namorar, casar, é sinônimo de engordar, com tudo que eu comi de anteontem pra cá, devo ter ganhado uns cinco quilos, no mínimo. – alegava Anita risonha.

– Esse drama todo é pra ganhar um elogiou é. – Ben fez piada com as acusações que ela destinava a si mesma.

– Eu não, não ia te induzir a ficar mentindo agora. – retrucou ela, com desdém e negando.

– Ahann entendi. – Ben devolveu lhe roubando um beijo rápido.

– Olha aqui, eu vou falar uma vez e eu acho bom os dois... – Ronaldo escancarou a porta se pronunciando em um tom arbitrário. – Mais o que os dois estão fazendo? – ele indagou surpreso e confuso, vendo seus olhos se confundirem diante da cena dos filhos tomando café tranquilamente.

– Tomando café, eu acho, é o que parece ao menos. – Anita responde evitando o sorriso debochado que estava prestes a esboçar. – O que você pensou que a gente pudesse estar fazendo Ronaldo. – ela não conseguiu deixar o fato passar em branco e o alfinetou com certa ironia.

– Anita hei. – Ben interviu.

– Ronaldo eu acho assim, que você não deveria dar ouvidos a tudo que minha mãe fala. – disparou ela, compreendendo que o jeito exasperado do homem tinha alguma coisa a ver com o fato de Vera não ter a encontrado na casa de Bernadete na noite retrasada.

– Como assim Anita. – Ronaldo desconversou se vendo confuso.

– Bom ela pode até ser a boleira do bairro, mais nesse caso, enquanto ela vai preparar a farinha, eu já estou com o bolo decorado e tudo. – Anita proferiu em ironia. – Então nem precisa começar, não é. – pediu ela impaciente.

– Aonde que você vai? – pergunta Ben ao vê-la se levantando com a bolsa em mãos.

– Na Julia, eu já tinha marcado com ela e também com a Monique. – esclareceu ela. – Mais tarde a gente se fala com calma. – prometeu Anita se despedindo dele com um beijo.

– Tá bom então né. – sorriu ele em concordância.

– Tchau Ronaldo, bom dia. – cumprimentou ela ao passar pela porta.

– Pelo visto, essa confusão toda instigada pela Vera, evolvendo o Antônio e até nossa família, afetou consideravelmente a saída de vocês lá de casa, mais o mesmo não aconteceu com o namoro. – Ronaldo especulou sentindo certo alivio.

– Porque, você preferia que fosse ao contrário, que a gente tivesse acabado por causa disso. – confrontou Ben. – Primeiro por causa das loucuras daquele demente, e somando ainda tudo que nós já ouvimos sobre a nossa relação da nossa própria família. – ele afirmou meio impaciente. – Acho que pra você realmente seria o melhor, não tiro tua razão, se eu tivesse desistido da Anita lá atrás ou até agora a tua família com a Vera seria perfeita pai. – Ben revelou sincero.

– Ben, filho há muito tempo que eu já entendi, bom que, não é separando os dois que vou resolver alguma coisa. – Ronaldo exclamou não conseguindo ficar inercio a pitada de culpa que lhe rondou naquele momento.

– Engraçado não é, a vida é muito louca mesmo, quando eu e a Anita começamos a ficar, namorar, o que fazia a gente se desentender era o Martin, depois a Meg com a história da gravidez, só que isso no fundo nem deu pra chamar de um empecilho. – desabafou Ben sua inquietude com o fato.

– Então é isso, vocês juntos, desde aquela época. – Ronaldo o encara com certa revolta.

– É, desde muito antes disso, a gente ia contar mais aí a Meg chegou e enfim, tudo mais uma vez complicou. – o garoto não escondeu. – Mais não é disso que eu to falando, mas sim do fato, é que não foram duas pessoas aparentemente estranhas pra gente, que complicou nossa história, mais sim a nossa própria família, o cara que eu tratava desde moleque, como um irmão, chega a ser curioso isso não é pai, aqueles que nós sempre ajudamos, foram nossos maiores carrascos desde o início. – contrapôs Ben, transparecendo indignação com a situação. – Mais também ficar falando disso não vai resolver nada não é, afinal é pra frente que se anda, mas pai, não fica se preocupando demais com a gente não, olha depois de tudo, eu sei que pode não parecer mais, tanto eu como a Anita, a gente sabe o que faz, e mesmo sendo bastante contraditório eu te dizer isso, eu jamais faria alguma coisa que pudesse acarretar em algum mal pra Anita, ao contrário ninguém mais do que eu quer ver ela feliz. – ele aconselhou, se preocupando também com a ruptura que a situação trazia a Ronaldo diante da família.

– Oh filho, vamos ir com calma né, esse é o caminho, pra que dessa vez tudo fique bem, pra todo mundo. – sugeriu Ronaldo, dando um abraço apertado no filho.

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– Oiee! – Anita pronunciou em um tom animado quando viu Julia abrir a porta de casa.

– Até que enfim, não é dona Anita. – Julia deu uma implicada com a demora da amiga.

– Ai desculpa, eu me atrasei uma meia hora né, é que eu passei antes lá no restaurante pra... – ela tentou justificar.

– Ver o Ben, porque eu não me surpreendo com isso. – ironizou a amiga.

– Não, na verdade eu fui falar mesmo com o Omar, depois eu te explico. – revelou Anita rindo. – Mais o Ben também estava por lá, afinal é o novo endereço dele, depois que virou um sem teto, assim com eu. – a menina fez graça com a atual situação dos dois.

–Vamos entrar vai. – Julia ficou a rir.

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Notas finais do capítulo

Muito obrigada por acompanharem!!



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