E se um reencontro o destino preparasse... escrita por Eubha


Capítulo 242
Capítulo 242:




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No dia seguinte, o dia começava agitado no casarão, já com um café da manhã animado.

– Giovana toma logo esse leite, você vai chegar atrasada. - Vera alertava a enteada que parecia dormir praticamente em cima do café.

– Hãm? - Ai Vera foi mal. - proferiu a ruivinha desatenta, apenas deixando seu sono lhe guiar.

– Toma o café menina. - pediu a mulher mais uma vez.

– Bom gente eu vou indo, e vocês se apressem não é, querem chegar atrasados. - alegou ela mais uma vez, se despedindo do marido e logo saindo para ir ao trabalho.

– Eu to pronto, alguém quer me acompanhar. - Pedro questionou, os encarando a mesa, já com sua mochila em mãos.

– Se você esperar, uns dez minutos, pode ser. - Giovana argumentou com a voz preguiçosa finalmente se concentrando em tomar seu café.

– Vai demorar. - sussurrou Pedro a si mesmo.

– Alguém vai ter que limpar essa bagunça hein. - Ronaldo os comunicou olhando em direção da cozinha e vendo tudo de cabeça para baixo.

– Eu to atrasado. - Vitor afirmou terminando seu café. - Tenho treino de vôlei antes da aula. - comunicou o menino.

– Vocês são impressionantes. - Ronaldo desgostou. - Sabem que é obrigação de cada um fazer suas tarefas e se quer acordam mais cedo na hora de preparar o café. - o pai os repreendeu.

– É mais nem era minha vez de fazer o café, só ajudei por educação, e depois eu to em faze de crescimento meia hora de sono já é muito importante gente, eu sou um atleta também. - contrario o garoto.

– Pelo visto vai sobrar pra mim me atrasar, porque se a Vera chega meio dia em encontra essa bagunça aqui, tem um treco, inventa de parar de trabalhar novamente. - disse ele insatisfeito com a falta de compromisso dos filhos com suas obrigações.

– Ronaldo deixa, eu dou um jeito aqui, não vou pra aula hoje. - interrompeu Anita.

– Ah é, estapeou a Drica foi suspensa. - Vitor alfinetou a irmã.

– E daí, tem alguma coisa contra. - Anita respondeu indiferente, ao mesmo tempo que passava geleia em uma fatia de pão.

– Não, hahahaha, mais você tinha que ver a Bruna horrorizada, falando que você tinha que cortar a unha, devia de ser proibida de andar de unha comprida por aí, que foi uma barbárie o que você fez com a amiga dela. - o menino só sabia rir.

– Sério Anita pior é que ela disse mesmo que eu vi. - Giovana confirmava as gargalhadas. - Meu deus mais, deixa eu ver. - a roqueira pediu segurando a mão de Anita que se encontrava sentada a seu lado.

– Para Gio. - Anita acabou rindo. – Vocês não tem nada pra fazer não gente, vão pra aula me deixem, por favor. - alegou Anita desaprovando o assunto.

– Mais tá comprida mesmo hein. - constatou a ruiva risonha, olhando as mãos da irmã, estavam com unhas pintadas em tom de rosa escuro.

– Vem cá inspeção de higiene também, pensei que fosse só na casa, eu hein. – Anita exclamou não conseguindo ficar séria. - E a Bruna é muito exagerada, a Drica ficou bem inteira, ela que não venha de frescura. – disse ela.

– Inteira, será que ela concorda com isso. - Pedro voltou para perto da mesa.

– Até você pequeno, to perdida mesmo. - Anita ria.

– Acho melhor você parar que tá se complicando. - Ben argumentou com ela, também rindo das implicâncias dos irmãos a ela.

– Nem vem foi vocês que começaram, e vamos encerrar esse assunto também, deixa a Drica pra lá, que essa história já passou dos limites. – Anita pediu autoritária.

– Você tem certeza que não quer que eu fique com você. – Ben a confrontava, ainda relutante em ir à aula e deixa-la sozinha.

– Tenho, tenho sim, não vai perder aula por minha causa vai. – argumentava ela. – Eu vou finalizar duas peças que eu tenho pra entregar, vou ocupar minha cabeça nem vou ver a manhã passar. – garantiu Anita sorridente.

– Nem vai ver passar. – ele sorriu desgostoso.

– Para vai. – ela riu ao constatar que o namorado distorcia suas palavras. - Eu não o incluo nesse pensamento, até porque não pensar em você é o que eu menos faço. – afirmou ela lhe beijando no intuito de desfazer o mal entendido.

– Tá certo, bom acho melhor eu ir indo então né. – Ben disse mesmo sem vontade.

– Tá, mais você vai almoçar em casa né, se não eu vou ficar com muitas saudades até a noite. – alegou a menina, seguido de um sorriso divertido.

– Você não quer que eu fique, mas fica apelando né, sacanagem isso. – zombou Ben.

– Só um pouquinho. – Anita teve que concordar.

– Epa! - Você não vai se atrasar não Ben, ou os dois pretendem passar o dia trancando o portão de casa gente, vamos não é tá passando da hora. – Ronaldo os avisou quando saía de casa para ir até o restaurante e encontrou o casal abraçados na saída do casarão.

– Ok, eu já tava indo. – Ben ficou sem se importar com o jeito carrancudo do pai.

– Melhor não é. – o homem afirmou seguido de uma olhar sério em direção dos dois. – Bom estou indo também, bom dia pra vocês. – desejou ele.

– Bom dia Ronaldo. – Anita sorriu simpaticamente. – E bom dia pra você também. – disse ela seguido de um beijo empolgado em Ben.

– Ah bom dia né. – respondeu Ben entre suspiros contrariados fazendo gesto de se afastar dela.

– Vai logo garoto. – Anita deu risada quando o viu voltando.

– Acho que eu me esqueci de te dizer uma coisa. – sorriu ele a puxando para um beijo.

– Tá mais agora vai, vai. – Anita se pôs a empurrá-lo para o meio da rua.

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Anita terminava de restaurar uma estante a pedido da loja da Barra que costumava comprar suas peças, quando escutou seu celular tocando em seu lado.

– Ué quem será. – conversou ela saindo de seus pensamentos, não imaginando quem a ligaria aquela hora da manhã. – Coisa do Ben, só pode, doido mal saiu daqui... – balbuciou ela correndo até o celular, depositado em cima de uma lata de tinta que ela pretendia ainda usar. – “O otário do meu irmão, não devia de ter deixar sozinha em casa, desacompanhada numa manhã no Grajaú, uma manhã tão silenciosa e pacata... Antônio”.

– Antônio, não to acreditando nisso. – Anita mexeu a cabeça assustada com as palavras que vislumbrava na tela de seu telefone, enraivada em constatar a cara de pau de Antônio em lhe mandar recados depois de tudo, o jeito perplexo da garota com tamanha ousadia foi se transformando aos poucos em medo e insegurança, de fato o garoto estava certa, ela estava sozinha, numa manhã onde todos estavam mais ocupados com seus vidas, Anita largou o que fazia entrou em casa, olhando aos arredores de cada canto da sala vazia, com uma mistura de nervosismo e totalmente estonteada, e num gesto nada corriqueiro ela foi até a porta e a trancou com a chave antes de subir até o quarto.

–Julia oi. – proferiu ela ao escutar a voz da amiga ao telefone. – Espera me escuta, só me escuta. – pediu ela ao ver que a morena já tocaria em seu nome. – Só me diz uma coisa, o Ben tá aí com você, não fala meu nome, só me responde. – explicou ela desfilando pelo quarto a passes agitados.

– Tá, tá sim, não perto, ele tá conversando com o Serguei e o... – Anita o que houve. – sussurrou a garota discretamente em meio a todo barulho que habitava a sala de aula no intervalo para troca de professores.

– Você não vai acreditar quem acabou de me mandar uma mensagem, o desgraçado do Antônio, não to acreditando Julia. – esbravejou Anita enfurecida com tanta audácia.

– Mais a troco. – indagou Julia.

– Eu não sei, ele sabe que eu to sozinha, foi quase uma ameaça educada, também morando ao lado fica fácil me vigiar, que raiva Julia. – desabafou Anita. – Mais olha só, não diz nada pro Ben, por favor, se ele tá, tá tudo certo, achei que sei lá, bom não dá pra saber o que se passa na mente enlouquecida do Antônio, não é. – alegou ela, ainda confuso com que recado Antônio queria lhe passar.

– E você vai ficar aí, ai Anita vai pro restaurante, pra empresa não sei. – Julia se preocupou mesmo sem querer.

– Tá tudo bem, qualquer coisa eu te ligo, tchau boa aula. – Anita a tranquilizou desligando em seguida.

– Para Anita, para com isso, é isso que ele quer te aterrorizar, mas você não vai cair na dele. – taxou ela impaciente consiga mesma por cogitar ficar em alerta devido ao “recado venenoso” do garoto, soltando o celular sobre a cama e se olhando ao espelho querendo controlar sua tensão.

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– Sofia. – Sidney encontrou a garota solitária no pátio.

– Sidney passa amanhã, eu não estou afim de olhar pra você hoje, não depois de ontem. – reclamou a loirinha continuando a ouvir música ao telefone.

– Eu, eu, é... – ele gaguejou com a voz engasgada. – Justamente por isso, eu acho que eu exagerei ontem, as coisas não estão fáceis pra você, só queria pedir desculpas. – explicou o menino.

– Era isso. – Sofia retrucou seca.

– Era, você não vai dizer nada. – Sidney não entendeu o jeito pasmado dela.

– Sidney. – a loira riu irônica. – Você já me pisou tanto, mais tanto, que eu ainda nem sei por que perco meu tempo falando com você. – Sofia falou com mágoa no olhar. – Agora vai, cai fora, porque mesmo quase sozinha com isso tudo que vem me acontecendo, eu ainda prefiro a solidão do que as más companhias. – ela o enxotou com um sorriso dissimulado.

– Caramba hein Sofia. – Sidney proferiu contrariado a deixando em paz como ela queria, pensando que seria tão mais fácil se a patricinha o deixasse ajudá-la, mas ela sempre o expulsa de perto de si.

– Tosco idiota, acha que um pedido de desculpas resolve tudo. – murmurou ela, vendo ele se afastar, apenas remoendo seu ressentimento.

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– Já vai, que isso vão arrebentar a porta, olha que não precisa muito hein. – Anita veio da cozinha esbravejando, no momento que escutou alguém bater com rispidez a porta. – Não dá nem pra cortar legumes em paz nesta casa. – resmungou ela indo abrir a porta.

– Maura? – a menina espantou-se ao se deparar com a figura da mulher.

– E aí cadê tua mãe lindinha. – a megera disse com um ar dissimulado. – Porque né faz três horas que ela ficou de me entregar um bolo e nada, nem sinal de fumaça, meu evento já está quase começando, o que eu faço me fala, sirvo vento para meus clientes. – a mulher alegou sem pedir licença exasperada.

– Maura você sabe muito bem que minha mãe ela... – Anita tentava concluir seu raciocínio, sem ser deselegante com a mãe de Sidney. – O que esse garoto faz aqui, ele não é bem vindo à minha casa Maura, e você deveria saber disso. –Anita teve o desprazer de ver Antônio à porta acompanhando a mulher.

– Ué trouxe o brutamontes... Digo, digo o Antônio querido, pra carregar o bolo, ou você acha que eu poderia com um bolo de dois andares. – Maura justificou-se

– Podia ter trazido o Hernandez ou qualquer outra pessoa. – enojou-se Anita, mal olhando para o garoto. – Como eu ia dizendo minha mãe não trabalha mais em casa, por tanto você faça o favor de procurá-la na empresa. – Anita retrucou pausadamente, puxando o ar no intuito de encontrar calma.

– A Vera está chegando, não está, pois eu vou esperar com esse calor, vou ter que me despencar até o fim do mundo onde fica aquele galpão. – a mulher afirmou se convidando para sentar para o desespero de Anita que nada pode fazer.

– Dona Maura olha só eu... – a menina quis argumentar.

– De repente você pode cancelar a encomenda Maura, a mãe da Anita iria só ter que pagar uma enorme multa por isso. – Antônio agiu cinicamente olhando em direção da garota.

– Tá aí concordo, esquisitinho. – respondeu Maura, adorando a ideia, quem sabe assim Vera não tinha prejuízo atrás de prejuízo, e ela finalmente poderia tomar posse do casarão, como era seu sonho.

– Você pode esperar minha mãe tá, quer esperar espera, ela deve ter uma boa explicação pra ter atrasado a entrega. – Anita se viu sem saída, ou era ficar a metros de Antônio por alguns minutos ou era causar confusões com a dondoca e prejudicar a mãe.

Minutos se passaram, foi o que Anita constatou enquanto olhava para o relógio com tédio e ao mesmo tempo agitação, mas a sensação que ela dividia é que eram longas horas, até que viu seu celular a vibrar a tirando de remoer seu mau-humor. – “To chegando já, espero que você tenha terminado seu trabalho e não continue me trocando por ele como fez mais cedo. Rsrs”. Ben...

– Não to acreditando nisso. – murmurou ela, já imaginando a cara que Ben faria ao dar de cara com a cena nada cotidiana na sala de sua casa.

– O que você disse? – questionou Maura, não conseguindo entender o que Anita resmungava. – Era tua mãe. – perguntou ela descaradamente.

– Não, não era outra pessoa. – negou Anita, cruzando os braços e se jogando para trás no sofá novamente.

– Ai mais chega qualquer um nessa casa, e tua mãe nada. – ruborizou Maura ao ver Ben entrando pela porta.

– Alguém pode me explicar, o que tá rolando aqui. – indagou Ben intrigado com a recepção que o esperava.

– A anunciação do apocalipse. – reclamou Anita, fitando o garoto, que esboçava uma cara descontente. – Ah bom, a Maura tá esperando a mamãe por conta de uma encomenda, que por algum motivo foi atrasada de ser entregue, bom o resto, sei lá, veio de brinde no pacote sabe, pra azar. – bufou ironicamente ela.

– Tua cara de pau não tem limites mesmo não é Antônio. – Ben se irritou indo ao encontro de Anita.

– Eu só vim fazer um favor pra minha futura madrasta Ben. – Antônio garantiu sorrindo com deboche.

– Uma confusão lá na cozinha hoje, veio um pessoal da vigilância e... – Vera entrava falando pela porta, já que esperava já encontrar os filhos em casa, agitados a procura do almoço.

– Muito bonito não é Vera, cadê meu bolo hein, olha eu já paguei quero meu bolo. – Maura já saiu a atacando.

– A o bolo pra tal festa de 15 anos, mas Maura eu me lembre claramente a encomenda era para amanhã. – alegou Vera, surpresa em encontrar a mulher em sua casa.

– Isso não pode, você se enganou a festa já está pra acontecer, meu deus. – a mulher se assustou.

– Não, sob hipótese alguma, pra manhã dia 17. – confirmou Vera com certeza.

– Meu deus, confundi com as bodas do outro casal que desmarcou. – Maura lembrou-se atônita. – Eu não posso devolver aquele dinheiro, era uma bolada, aquele dinheiro já é meu faz parte da família, não devolvo. – falava ela atordoada, numa voz que ecoava por toda sala. - Vera você precisa me arrumar um bolo, me arruma um bolo. – gesticulava a mulher, arrancando apenas olhares perplexas de Anita, Ben e Vera.

– Ótimo então se resolvam aí porque to indo. – disse Anita, estendendo o braço as costas de Ben. – O almoço tá pronto viu mãe, só falta a salada. – comunicou Anita. – E boa sorte aí. – Anita imaginou que a mãe precisaria, saindo a puxar Ben para que ele subisse até o andar de cima com ela.

– O Antônio consegue ser insuportável, demorei muito tempo eu acho pra perceber isso. – constatou Ben. – Não é possível! - reclamava Ben, chegando com Anita, ao quarto dela.

– Você nem imagina o quanto. – Anita verbalizou sem pensar.

– Como? – Você tá dizendo isso por que. – o garoto ficou em alerta, ainda mais pelo olhar distraído que ela o lançou como se quisesse desconversar.

– Nada ué. – garantiu Anita, sentando em sua cama prestando atenção nas próprias mãos.

– Anita, você vai falar ou eu vou ter que descer lá em baixo de novo e perguntar pro Antônio, quem sabe. – Ben a cobrou impaciente.

– Ben que isso. – Anita sorriu descompensada, evitando tocar no assunto.

– Tá bom to indo. – anunciou ele.

– Não, não faz isso. – a garota levantou da cama em um gesto inquieto o segurando pelo braço. – Eu ia te falar, mais não assim, também não achava que eu iria ter que presenciar aquele circo lá em baixo. – Anita tentou se explicar de forma atrapalhada.

– Simplifica Anita. – pediu Ben seguido de um olhar intolerante.

– Não é, é isso aqui óh. – convenceu-se ela entregando o celular a ele. – Lê à última mensagem. – justificou Anita já se preparando para uma reação alvoraçada da parte dele.

– Ah quer dizer que agora, ele vai passar a te atormentar por mensagem também. – Ben viu-se se irritando, com tanta audácia do meio-irmão.

– Eu não sei se foi uma ameaça, acho que foi mais pra tirar do sério mesmo. – a menina disse querendo que ele ignorasse.

– E você não ia falar nada não é. – cobrou ele insatisfeito.

– Sinceramente, não, quer dizer não hoje. – respondeu Anita já se arrependendo no instante seguinte pela cara insatisfeita que o garoto lhe encarou.

– É brincadeira. – Ben baixou o olhar descontente. - E eu já te disse uma vez e vou dizer uma segunda essa tua mania de me esconder às coisas, ainda vai acabar sendo o motivo da nossa ruína. – o rapaz repousou o celular a mão dela com certa agressividade virando e costas.

– Ben é... – Anita revirou os olhos achando que era certo exagero. – Eu não tava te escondendo nada, só iria fazer o que, te ligar desesperada e te tirar do colégio por uma bobagem, ah Ben você me conhece o suficiente pra saber que eu não perco meu tempo fazendo alerde com nada, desse mal eu não sofro. – declarou a garota explicando seu lado.

– Claro fica me escondendo as coisas e depois vem com essa, não é. – Ben continuou imóvel parado no mesmo lugar.

– Para com isso, eu não sou a Sofia não, não se baseia nos teus traumas anteriores. – Anita virou para encará-lo e apenas quis conter uma risada que ela não pode evitar.

– Engraçada você. – ironizou ele, ao escutar o riso abafado da garota que repousava a cabeça em seu ombro.

– Ué eu não menti né, a Sofia gosta de uma mentira né, como ela mesma diz, ela faz um remando aqui outro ali, mais só quando precisa. – ela continuou sem o levar a sério. – Ah não Ben para, arruma outro pretexto pra encrencar comigo porque esse não cola. – alegou Anita se aproximando mais dele, e o abraçando por trás.

– Outro. – Ben se viu rindo da cara que a menina fazia quando a olhou.

– Outro sim, você sabe que eu nunca mentiria pra você. – declarou ela verdadeira.

– Eu também achava isso, até o Antônio me chantagear. – retrucou ele irônico.

– Por isso mesmo, que nunca mais a gente pode cair nessa armadilha, mesmo que a vida do outro dependa disso. – dialogou a menina sincera.

– Eu acho que, nós acabamos de nos contradizer, e você sabe disso. – ele esboçou um sorriso, virando para encará-la, como se dissesse que imaginava o que estava em seus pensamentos dela por trás do olhar atento.

– Você tá dizendo o que? – Anita o pressionou. - Que você ainda seria capaz de mentir pra mim. – ela o olhou séria.

– Você acreditaria? – perguntou Ben a fitando.

– Sei lá, como dizem por aí eu sou meia idiota, e já acreditei uma vez mesmo. – Anita riu em desespero, querendo amenizar a tensão que se estabeleceu entre os dois pela pergunta complicada.

– Tá querendo ouvir que não, é. – implicou ele brincalhão.

– Para com a palhaçada. – ela ameaçou dar um tapa no braço dele.

– Você vai mentir pra mim então. – o garoto cobrou mais uma vez.

– Eu não, foi você que disse isso, tá me coagindo a respondeu por quê. – Anita não quis responder.

– Não responde eu já sei a resposta. – ele verbalizou ajeitando os fios de cabelos dela que se encontravam em seu rosto.

– Ah e qual. – confrontou Anita firmemente.

– A mesma coisa que eu te disse, nosso problema não é gostar demais um do outro, nosso problema é achar que sempre pode poupar o outro de tudo. – afirmou o rapaz, tendo em mente que muita coisa tinha mudado o curso inicial da vida dos dois, mas a mania de um achar que podia sempre proteger o outro de algum momento sofrido não tinha mudado.

– Ai na boa tem muito problema numa frase só, como diria o Pedro tá mais que redundante. – Anita fez graça.

– Hum mais sério acho que se eu fizesse isso de novo, teria que acontecer algo muito sério, eu aprendi da pior forma possível que uma mentira mesmo que seja pra poupar uma pessoa de um sofrimento, pode desencadear outro muito pior. – garantiu ele, repousando as mãos ao rosto dela para um beijo.

– Então ficamos assim, se um dia eu fizer à louca, é só você não acreditar em mim e vice versa. – disse Anita em um tom suave junto a uma risada.

– Ah é, melhor eu memorizar isso não é, porque desatenta você já é. – zombou ele junto um sorriso travesso.

– Engraçadinho. – rebateu ela entre uma careta. – Mais eu também errei, eu devia de ter te falado que eu acreditava em você, que agora eu sabia do que o Antônio era capaz, e não ter continuado fazendo a indiferente e orgulhosa, e bancado essa história sozinha não é, quem sabe assim a gente não teria realmente provado que o Antônio era é o culpado por isso tudo, mais não eu vi você com a Sofia e só fui me afastando cada vez mais, eu preferi transformar minha tristeza, em raiva, uma força que só me fazia ter pose e não força e maturidade de verdade pra lidar com tudo. – Anita assumiu sua culpa, Ben não poderia ser responsabilizado por tudo, como se ela tivesse sido só a vítima cuja a escolha não tivesse sido lhe dada. – Eu não sei usar os outros Ben, e muito menos transformar o que as pessoa me dedicam em culpa a eles, eu tinha todos os motivos do mundo pra isso, a história perfeita, mas eu não queria a piedade de ninguém eu só queria que me entendessem, mais sem a pena que todo mundo queria me dar. – ponderou ela, deixando seus braços em volta do pescoço dele, sorrindo apenas. – Acho que é por isso que eu tenho batido de frente tantas vezes com minha mãe, ela nunca me viu sofrer pra valer nessa história, e nem em qualquer outra, eu nunca deixei as pessoas perceberem de verdade. – a menina pensou que talvez Vera não fosse a única culpada, Anita havia dado sua contribuição para tudo aquilo. - E na verdade a gente tinha que ter conversado sem acusações, sem aramas, francamente, não era errado a gente devia isso um ao outro, em nome do que a gente tinha vivido, e que tivesse se danado o resto, a Sofia não iria poder se meter, mesmo que ela dissesse isso, me acusa-se de querer ser a vítima, eu não podia ter fugido e nem ter sido tão orgulhosa, não é. – contrapôs ela.

– E infelizmente ou não, você conseguiu o que você queria, se é que era isso. – sorriu ele lhe dando um beijo carinhoso. - A tua indiferença me trouxe o pior sentimento que você podia ter me causado nessa história toda. – confidenciou ele, talvez nem toda raiva que a garota demonstrasse seria tão letal quanto ver que ela parecia não ligar para ele e nem dar uma chance em cogitar os argumentos que o levou para tal caminho.

– Será? – perguntou Anita de um jeito brincalhão, se preocupando em beijá-lo.

– Mais e com a Vera hein, isso pra gente não tem a menor importância hoje, mais toma muito cuidado pra não piorar ainda mais tua relação com ela, porque eu sei também que você tem se segurado pra não explodir com a forma como ela tem te interpretado. – Ben aproveitou para falar do assunto com a garota.

– Eu sei, eu sei que se eu fizer alguma burrada agora, quanto a isso eu vou me arrepender, por isso até que eu tenho aturado quieta na medida do possível. – Anita lhe deu razão. – Mais achega disso não é, porque mesmo que nós começamos a desenterrar esse assunto. – ela tratou de argumentar que os dois tinham coisas mais interessantes para fazerem.

– Sabe que eu não lembro. – Ben afirmou sorrindo brincalhão.

– Eu também não. – Anita concordou entre risadas, escorando a cabeça em seu ombro.

– Ah não. – repetiu Ben levando seu rosto para perto do dela.

– Não. – proferiu ela, retribuindo com um novo beijo.

– Então vem cá. – riu Ben fazendo Anita caminhar até a cama enquanto os dois se beijavam. – Tenho me sentido um prisioneiro daqueles muito vigiados aqui dentro dessa casa sabia, sempre tem alguém de olho na gente. – ele implicou divertido a segurando no colo.

– Não reclama vai. – Anita ria dos gestos dele. - Pelo menos por enquanto ninguém ameaçou me mandar embora daqui só pra gente não continuar morando junto. – Anita argumentou diante da carência dele, ao passo de que os dois se jogavam a cama.

– É por enquanto. – concordou ele. – Mais vamos combinar que tá exagerado isso, a Vera só não veio aqui ainda dar uma chamada na gente, porque a Maura tá lá perturbando ela. – constatou ele. – Aliás a Maura tava com a macaca hoje. – Ben ficou a rir do exagero da mulher instantes antes, fazendo Anita também zombar.

– Sim, mais não nos resta muito coisa. – ela constatou em relação à vida dos dois.

– Só se... – ele se calou ficando apenas a olha-la, com a cabeça repousada em seu braço.

– Se... - O que garoto. – Anita o encarou debochada, se quer conseguindo imaginar qual seria a ideia maluca que se passava na cabeça do namorado.

– Se eu te raptar, te roubar, te roubar de todos eles. – falou Ben a encarando travesso, fazendo cócegas na barriga dela.

– Para, fico doido. – ordenou ela sendo pega de surpresa. - Ben para. – argumentou ela se contorcendo de tanto rir, procurando o afastar para o lado.

– Óh nem vem de unhada não, já levei minha cota ontem quando tentei te impedir de ser expulsa do colégio. – respondeu ele, segurando-a.

– Você delira né, me diz como vamos sair os dois dessa casa sem sermos notamos, tá delirando. – murmurou Anita se debruçando por cima dele a caçoar de seus devaneios só recebendo um beijo caloroso como resposta.

– Eu não acho. - Ben tentou desmentir, junto a um sorriso travesso.

– Mais eu acho, impossível esse teu quase sonho se realizar. – Anita rebateu já não conseguindo achar o ar suficiente para respirar normalmente, o garoto ficou sem ligar, os dois voltaram a se render um ao outro em um beijo bastante empolgado, fazendo os segundos correrem enquanto dos dois se perdiam em um mar de sensações.


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