E se um reencontro o destino preparasse... escrita por Eubha


Capítulo 241
Capítulo 241:


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, muito obrigada por lerem!!!



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Sofia correu pelos corredores já em desespero, quando constatou que não conseguiria apartar sozinha a briga da irmã com Drica, e só pode se preocupar com o que aconteceria com Anita.

— Esse livro que a Bárbara indicou pro resumo de literatura é ótimo gente. – afirmava Julia, conversando com Ben e Serguei, parados próximo a parede que dava para a sala do terceiro ano.

— Já leu. – Serguei retrucou surpreso.

— Ué gente, eu sou assim, quando eu começo a ler não consigo mais parar até terminar. – ela afirmou entre sorrisos.

— Devoradora de livros, Jujuba. – brincou Serguei com a amiga. – Anda uma confusão lá no salão, nunca pensei que fosse dizer isso, mas a Flaviana faz falta. – sorriu ele ao se lembrar da amada e seu jeito agitado para administrar o salão de beleza.

— Bom eu nem comecei Serguei, você não está sozinho nessa. – caçoou Ben.

— Aposto que a Anita também já terminou de ler, vou te contar uma coisa. – o cabeleireiro disse, pensando que teria que começar agilizar seu lado também.

— Não sei, ela não disse nada. – respondeu Ben. – Aliás, cadê a Anita? – se perguntou ele, ao perceber o sumiço da namorada.

— Ela tinha falado que iria no banheiro, quando estávamos vindo pra cá, mais está demorando mesmo. – alegou Julia também intrigada com o paradeiro da garota.

— Gente corre, tá rolando maior barraco nos corredores perto da banheiro. – Sidney os abordou exasperado, depois que Sofia lhe contou o que estava acontecendo e pediu para achar Ben.

— Barraco, que barraco, andou bebendo Sidney. – Serguei rebateu rindo e nada confiante na informação do loirinho.

— É sério gente, e parece que a Anita está no meio, a Sofia pediu pra avisar. – comunicou Sidney reforçando seu comunicado.

— A Anita, o que houve agora? – Ben saiu andando em direção do corredores dos banheiros preocupado.

— Vamos lá então né. – Julia saiu puxando Serguei e Sidney que pareciam atônitos.

— Me solta, me larga, sua maluca. – Drica gritava cheia de raiva. – Eu vou arrancar cada fio de cabelo teu, eu to avisando. – ameaçou ela se debatendo para fugir de Anita que a segurava.

— O que mesmo você tá esperando. – devolveu Anita irada com a garota, afastando as mãos de Drica de seus cabelos.

— Você vai pagar. – esbravejou ela, acertando um tapa meio sem direção em Anita.

— Você vai deixar a Sofia em paz, você entendeu. – Anita ordenou em grito que se espalhou pela cômodo, assim como a tabefe que ela revidou.

— Anita, chega. – Ben a pediu autoritário quando entendeu do que Sidney falava. – Para, para, larga ela. – afirmou ele com a voz firme, tirando Anita de perto da garota e a segurando.

— Deixa ela vir Ben, vou adorar ver ela com a cara na chão. – desafiou Drica enquanto Serguei a tentava conter.

— Ben me solta, eu vou arranhar essa desgraçada inteira, pra ela aprender a cuidar da vida dela. – disse Anita, enfurecida com ele pela atitude. – E seu eu fosse você, não tinha tanta certeza disso. – ela gritou a Drica, tentando tirar um dos braços de Ben que estava envolvido em sua cintura.

— Chega, você pirou. – ele alegou, não compreendendo o que poderia ter desencadeado tal atitude de Anita.

— Pirei. – Anita zombou irônica. – Essa daí que pirou, se acha que vai achincalhar a Sofia, e vai sair assim barato. – afirmou ela em total nervosismo, arranhando involuntariamente o braço de Ben enquanto queria que ele a soltasse.

— Como se tua irmã fosse santa. – Drica debochou.

— Ela não é, mais isso não te dá o direito de se meter nos problemas dela. – contrariou Anita irritada.

— Vocês duas são iguais mesmo, não é Anita, porque a surpresa. – Drica alfinetou irada.

— Ah garota. – Anita reagiu procurando avançar pra cima da garota, mas foi impedida por Ben.

— Anita já deu, vamos embora daqui. – ordenou ele, a segurando, enquanto fitava a multidão que já tinha se formado em volta para assistir a confusão e avistou Raissa pedindo passagem a alguns alunos para ver o que estava acontecendo.

— Eu não vou mais perder meu tempo mesmo. – respondeu Anita com desdém olhando fixamente para Drica. – E você me solta. – disse ela taxativa, apenas o lançando um olhar contrariado.

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— Então meninas, quem vai me explicar o que estava se passando lá no corredor. – Raissa questionou as duas, após as levar para sua sala depois que foi avisada do burburinho que acontecia próximos aos banheiros, com o máximo de calma e serenidade que encontrou para lidar com a situação.

— A Drica pode te explicar melhor Raissa. – Anita respondeu secamente, ainda com um nó atravessado em sua garganta, pela raiva anterior.

— Escuta aqui oh sua... – Drica esbravejou impaciente com toda altivez da garota, Anita se quer a encarou e continuou a mexer nos fios de cabelo de sua franja, como se nada estivesse acontecendo. – O que aconteceu Raissa é que essa aí é uma mal amada, invejosa, recalcada, que não reconhece o lugar dela. – acusou a garota irritada.

— Bom se é assim. – Anita parou para fita-la séria. – Pelo menos eu nunca precisei sair por aí pisando nas pessoas, e nem roubando o namorado alheio, pra inflar o meu ego com facilidade. - devolveu Anita, nem se preocupando com a presença da diretora a sua frente.

— Você tá falando de que, oh sua ridícula. – devolveu Drica insatisfeita.

— Primeiramente seria do Martin, ou você acha que eu não sei que você saia com ele enquanto a gente namorava. – disparou ela. – Que foi ficou surpresa. – Anita riu irônica diante da cara orgulhosa de Drica que se desmanchava. - Não era nada de seu comportamento provocar ou devolver na mesma moeda, mas a situação com Sofia tinha no mínimo tirado um pouco de seu senso de agir com superioridade. – Você é tão previsível Drica, você acha mesmo que eu nunca desconfiei quem era o Martin de fato, acho que não fundo eu não ligava tanto assim, tenho que admitir que meu namoro com ele o encanto durou muito pouco. – soltou Anita o que carregava consigo. – Sabe, ir parar com o namorado da dona da casa, no dia da festa de aniversario do irmão dela, dentro do dispensa, não combina em anda, com uma garota, como que é mesmo, que você insinuou pra Sofia, que você era diferente dela porque você era mais você, esperta, sagaz o suficiente pra não ficar com um cara que te faria de idiota. – acusou a garota.

— Eu mato você Anita. – Drica ameaçou descompensada levantando da cadeira para avançar em Anita.

— Adriana sente-se, por favor, você está na minha sala. – Raissa alegou taxativa, perdendo a paciência com as duas meninas.

— A tua sorte garota é que eu não sou da tua laia, porque o que menos me custa é espalhar teus podres por aí, pra todo mundo ouvir, ou pior fazer como você colocar, inventar coisa onde não tem, só pra piorar as coisas, pra você sentir na pele o que é ser humilhada pelos outros, e não ter se quer forças pra se defender. – respondeu Anita, em um misto de impaciência e raiva.

— Anita, por favor. – Raissa a olhou de forma sisuda pedindo que ela parece.

— Desculpa Raissa. – rebateu ela, achando melhor mesmo se calar.

— Então continuo não entendo o que se passa, as duas podem serem mais claras. – ordenou a mulher severamente, como era de costume quando alunos visitavam sua sala por conta de um desentendimento.

— Você já deve estar sabendo da história que tá rolando aí, envolvendo a Sofia e o Sidney. – Anita indagou aos suspiros.

— Sim, acho que eu estou a par. – afirmou Raissa calmamente. - Mas por quê? – perguntou ela não entendo o que tal assunto teriam a ver com a discussão acalorada das duas alunas.

— Porque a Drica, não tem mais nada importante pra fazer do que ficar zoando minha irmã e pegando no pé dela por isso, só que isso tudo tá mexendo demais com a cabeça da Sofia e Raissa eu não quero definitivamente ver ela surtando por conta disso. – proferiu Anita se explicando.

— Meus deus! – a mulher proferiu com perplexidade. – Mais qual o problema que vocês adolescentes tem de cuidarem da própria vida, deixar o que outro faz pra lá. – lamentou ela revoltada, eram tão comum ouvir tais implicâncias em seu dia-a-dia que Raissa nem sabia por que ainda se surpreendia ao se deparar com um novo caso. – Drica você é uma moça, quase uma adulta, e mesmo que a Anita tenha passado dos limites também, você não tem mais idade pra isso. – a diretora a olhou séria e a repreendeu sem poupa-la.

— Você vai defender essa louca Raissa. – a garota indignou-se e retrucou com revolta.

— Desculpe, não estou defendendo ninguém, minha conversa com a Anita nem começou. – exclamou Raissa. - Mas não é a primeira vez que você para na minha sala, por conta de uma briga com alguém, que a pessoa em questão de acusa de debochar, ridicularizar outra ou ela mesma. – a diretora disse rígida.

— Ela me bateu, e pior não é a primeira vez, eu podia dar parte dessa idiota, porque eu tenho 17 anos já ela. – acusou ela Anita em sua defesa, fingindo fragilidade diante das intemperes da outra.

— É 18 sim, sabe que às vezes até me esqueço que a pouco tempo eu fiz aniversário, nessa época, eu não estava muito no clima pra comemorações, acho que você sabe porque, jogou na minha cara a quinze minutos atrás. - afirmou Anita enfezada. – E se você quiser mesmo dar queixa vai em frente, eu não costumo fugir dos meus problemas não, não tenho vocação pra apunhalar ninguém pelas costas, prefiro enfrentar. – falou ela totalmente irônica.

— Bom eu vou suspender as duas, até amanhã somente, é época de provas, as duas não podem perder aula. – afirmou Raissa rígida. – Mais, que isso nunca mais se repita, eu também vou ligar para os pais de vocês e explicar tudo que houve. – informou ela. – E Anita da próxima vez que uma situação dessas se repetir, você, por favor, evite este desfecho. – Raissa pediu em um tom arbitrário. – Não é a primeira vez que você age desta forma nas dependências da escola, mesmo com motivos, teu comportamento foi inaceitável, e eu espero sinceramente que nunca mais se repita, ou eu vou ter que tomar uma atitude mais drástica, e saiba eu não gostaria disso. – revelou ela.

— Eu não acho que eu esteja certa Raissa, não nego. – Anita assumiu sua culpa sem nem pensar em recuar. - Mas acho que eu cansei de ver injustiça, principalmente aquelas, que vem com uma pitada de falta de caráter junto. – ela ressaltou, encarando a garota ao seu lado.

— E você Drica, não quero mais saber de relatos de deboche ou qualquer coisa do tipo que envolvam teu nome, até porque esse tipo de ato é considerado bullying e não sei se você sabe pode ser considerado crime também. – ela argumentou colocando duas folhas de papel na frente de cada uma, onde explicava porque estava as suspendendo.

— É e agressão também é crime. – retrucou a garota dissimulada em direção a Anita.

— E você tá certa. – Anita foi obrigada a admitir.

— Não vai me pedir desculpas Anita. – Drica questionou, no momento em que avistou Anita levantando devagar da cadeira e pegando a bolsa que estava depositada na ponta da mesa a sua frente e enganchando no braço.

— Raissa você tem uma caneta. – Anita indagou calmamente.

— Sim, minha querida. – Raissa finalmente sorriu de leve depois de toda tensão.

— Ahan eu vou sim. – disse Anita de cabeça baixa, enquanto segurava o papel e lia. - Depois que você pedir desculpas pra Sofia, afinal mesmo ela não querendo, a confusão se deu por dela. – Anita alegou, assinando o documento de suspensão que Raissa havia posto em cima da mesa.

— E aí como foi. – indagou Ben que esperava Anita perto a sala de Raissa, em plena aflição pela demora da garota.

— Tomei uma suspensão, o que você acha. – a garota respondeu retoricamente.

— Você pode me explicar o que significou aquilo. – Ben a questionou, junto a um olhar desaprovador.

— Uma briga. – Anita falou com sarcasmo.

— Anita. – o garoto levou as mãos aos olhos tentando manter- se calmo.

— O que você acha, que aquilo foi por tua causa? – Anita o pressionou desconte. – Desculpa te desapontar, mas eu não perderia meu tempo, nem por você, enfiando a mão na cara dela. – falou Anita com um semblante ainda irritado.

— Então porque tá me tratando com quatro pedras na mão. – revidou ele não entendendo toda agressividade dela em sua direção.

— Porque nessas horas da raiva Ben, dá vontade de meter a mão na tua cara, só de lembrar como você curtiu os teus dias de fossa... – ela revidou exasperada. - Eu olhei pro teto,, você preferiu admirar uma paisagem bem mais tropical, não é. – ela esbravejou, de forma impulsiva mistura com uma pitada de ciúmes. – Me fala à listinha que o Martin te indicou, tinha nome até com a letra Dáblio, você chegou lá ou você variou o cardápio com escolhas próprias. – dialogou a garota raivosa ainda sob efeito do momento. - Me fala? – Anita perguntou irônica, Ben apenas baixo o olhar e suspirou pacato.

— Olha só Anita, acho melhor você ir pra casa, tomar um banho esfriar essa cabeça, porque eu não vou conversar com você, não assim enquanto você estiver com esse ar de doida varrida. – aconselhou Ben já impaciente, pela questão que ela fazia em provocá-lo.

— Ah mais não vai mesmo. – concordou Anita. – Até porque eu não vou perder meu tempo, falando disso com você, iria adiantar o que né. – declarou ela, o rapaz apenas fechou a cara descontente, Anita apenas sorriu debochada por um instante, se aproximou de Ben mais um pouco, envolveu os braços em volta de seu pescoço e o beijou da forma mais doce possível que encontrou depois de todo estrese e irritação, havia prometido a si mesma que não deixaria mágoas e tristezas antigas se instalarem no meio dos dois, e em muito tempo ela sentiu que o resto realmente não tinha tanta importância assim e até podia esperar.

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— Anita! - Raissa me ligou e sinceramente eu quase caí para trás. – Vera encarou Anita, extremamente desapontada quando a menina entrou em casa, logo depois de Ben.

— Eu sei, pode parar tá, eu sei o que você vai dizer. – Anita respondeu, escondida atrás da figura de Ben, que nem se quer sabia que reação esboçar.

— Você tem noção que a mãe dessa menina, a Leila e minha amiga de longa data. - Vera disse ligeiramente irritada.

— Ela é tua colega de escola mãe, pra ser amiga tem um longo caminho. – Anita revidou austera, sentando na guarda do sofá ao lado de Ben.

— A Sofia te disse o que houve? – Anita indagou, quando viu a loira vindo da cozinha com um copo com suco em mãos que ela julgou ser de morango.

— E a mamãe houve alguma coisa Anita. – Sofia retrucou emburrada e sem a menor vontade.

— Mãe ficou com pena, pega pra cuidar tá. – ironizou Anita saindo de onde estava e indo para perto da escada. – E sim, eu sei, violência não resolve nada, mas por incrível que pareça eu não sou de ferro, sinto vontade de fazer uma loucura de vez em quando, e por incrível que pareça é mais fácil pra mim aturar os outros, quando o deboche é comigo, agora com outra pessoa, que nesse caso também é tua filha fica difícil, não deu pra segurar. – Anita contrapôs sincera.

— Você só pode estar totalmente desequilibrada Anita, eu devia ter procurado mesmo uma ajuda, ajuda de alguém que entendesse do assunto pra te ajudar, um psicólogo talvez, não sei. – Vera afirmou, achando que o jeito impaciente de Anita e as atitudes impulsivas tinham a ver com o episódio passado do vídeo, a filha não era mais a mesma desde aquele época imaginou com culpa.

— Ajuda, um psicólogo. – Anita gargalhou sem se conter dos devaneios da mãe. – Ai mãe, acredita eu enchi o ouvido de muita gente, falando dessa maldita história e tudo que houve a minha volta, os de alguém deve estar até quentes ainda. – ela afirmou fitando Ben no sofá, que apenas observava, lembrando da quase briga que iniciou com o garoto no colégio. – Mais sério, eu estou ótima, sai ilesa, nem se quer com uma unha quebrada. – Anita murmurou, contemplando Vera de braços cruzados, como se não acreditasse na tranquilidade da filha depois de agredir alguém. – E quanto a história do vídeo, acredita, não me interessa mais, se tem uma coisa que eu descobri com isso, é que tem coisas mais interessantes a serem feitas, pessoas que precisam de mim e eu delas, o resto é o resto mesmo. – declarou ela.

— Essa conversa ainda não acabou Anita. – Vera gritava impaciente enquanto ela subia os degraus, tranquila. – Eu não sei mais o que eu faço. – confessou ela, meneando a cabeça negativamente.

— Bom se o que você me contou é sério, quem sabe um psicólogo, não ajudaria realmente. – Marta opinou preocupada com Vera.

— O que mãe. – Mariana perguntou com um ar de curiosidade.

— É pois é. – Vera falou confusa, Ben pegou suas coisas e partiu em direção a seu quarto, nos fundos da casa, para evitar dar uma reposta atravessada à madrasta que estava prestes a ser proferida.

— Sabe o que eu acho, que você devia procurar um psiquiatra pra tua filha Marta. – Sofia se irritou com a mãe e pronunciou meia dúzias de palavras ríspidas a Marta pela intromissão, e foi falar com Anita no quarto, Vera nem soube o que responder de tão perplexa que estava.

— É Sofia, ferrou. – Anita afirmou quando viu a patricinha entrar.

— Ou não. – a loira disse com audácia se jogando em sua cama.

— Hãm como. – Anita não conseguiu compreende-la.

— Acabei de entender como fazer a Mariana confessar. – a loira revelou debochada.

— Ah é como, posso saber, dando uns tapas, nem vem vou ficar fora desse tipo de coisa por uns longos anos eu espero, violência não resolve nada. – alegou segurando um vestido em mãos para trocar, já que o calor se manifestava com tudo. - E eu tenho que parar de bancar a doida e me controlar mesmo. – Anita disse jogando as sandálias em um canto e ficando descalço.

— Nem precisa Anita, a mamãe acha que a gente está brigada. – ela começou a explicar. – A única pessoa nessa casa que me ajudaria, e poderia fazer realmente algo é você, se a Mariana pensar que você me odeia, ela vai tentar se aliar, pra não ser descoberta, porque ela sabe que a mãe anda desconfiando dela também. – explicou à loira suas percepções.

— Eu levei uns tapas, e você é que ficou ruim da cabeça. – disse Anita pasma com a falação cheia de certeza da irmã

— Ah para, vai se fazer de modesta agora. – zoou Sofia. – Chega Anita, aquele episódio do banheiro foi a gota d’ água, não vou mais abaixar minha cabeça, já tem gente me odiando mesmo. – a loira falou decidida, lembrando da conversa desastrosa que teve com Sidney que a abalou tanto.

— É tá aí porque você não reagiu, não espera que você fosse ouvir tudo aquilo calada. – verbalizou Anita, achando estranho.

— Pois é, nem eu, nem eu, não sei, acho que... – Não encontrei forças pra responder, algo assim. – Sofia revelou amarrando seus cabelos. – Mais agora eu tenho a Mariana pra cuidar e outra pessoa também, eu cai Anita, e feio, mas por mais tardar que seja me levanto. – declarou a menina segura de si.

— E eu acho isso tudo muito louco, essa menina sabe que eu não vou com a cara dela. – Anita ponderou ainda não conseguindo entender os devaneios da loirinha.

— Ai Anita, acorda, essa garota acha que a gente jamais se ajudaria, se for assim pra eu não descobrir a verdade, ela vai se agarrar a qualquer coisa, ninguém acreditaria em mim, se você também ficar contra minha opinião, ela tá salva. – murmurou Sofia impaciente com a descrença de Anita.

— Mais eu acabei de brigar no colégio pra te defender. – Anita alegou.

— Ah que nada, a mamãe pensou e comentou com a Marta que você tava era com ciúmes pelo Ben, porque a Drica já ficou com ele. – Sofia manifestou as gargalhadas, com a expressão boquiaberta de Anita. – Eu tentei desmentir, juro, mais você conhece dona Vera. – ria ela.

— O que? – Anita levantou da cama perplexa. – Mais é muita, ai Sofia. – bufou ela.

— Nem vem, eu não falei nada, foi o Vitor que disse e com a capacidade dela de tirar conclusões erradas já viu. – a loira tirou corpo fora.

— Vai por mim, se essa garota achar que a gente desistiu ela vai dar furo, e tem mais a Flaviana antes de viajar levantou uma coisas pra saber de onde veio o vídeo com a gravação. – Sofia quis coagi-la.

— A gente pode tentar né, depois você me explica isso que a Flaviana soube, mas ninguém pode saber né. – pediu Anita puxando a toalha do cabide para tomar um banho.

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A noite...

— Ué tá aí ainda. – disse Ben em um tom de voz ameno quando veio até a cozinha, e encontrou Anita, parada de frente para a mesa que todos costumavam tomar café de manhã reunidos, extremamente concentrada em observar a água que ela despejava cair dentro do copo.

— To né, deitei, virei de um lado pro outro, ajeitei e troquei travesseiro, fiquei com frio depois com calor, e depois constatei que eu estava mesmo era com uma maldita insônia, misturada com ansiedade. – respondeu ela, de forma agitada, enquanto Ben se aproximava.

— O dia não foi já muito agitado pra você ainda ter insônia Anita. – alegou ele querendo entender o que tanto atormentava a garota.

— Ben eu... – proferiu Anita suspirando profundamente. – Pensei e... – Acho que eu vou seguir o pedido do Ronaldo, vou dar um tempo na casa da Bernadete. – revelou Anita, mesmo ainda não muito convencida de tal decisão, algo ainda a fazia recuar em tomar certa atitude.

— E eu já te disse, que sou contra, eu não concordo com isso, a medida que você sair daqui, aí que eles vão achar que tem razão Anita. – afirmou Ben desapontado com o pensamento dela.

— Mas, a situação está insustentável, e eu não estou só falando das coisas a nossa volta. – retrucou ela procurando se explicar melhor. – Estou falando de mim também, não aguento mais isso Ben, não consigo mais ficar ouvindo as coisas que minha mãe fala sem responder a altura, ou pior não é ficar lamentando, chorando que nem louca. – constatou a menina exaustivamente.

— Também né, você piorou as coisas em um nível considerável, quando arrumou aquela briga toda com a Drica lá na escola. – contrapôs Ben de uma forma sincera.

— Ah claro porque com certeza era mais fácil eu continuar vendo e sendo complacente com as falações extremamente sinceras dela pra cima da Sofia. – Anita acabou se estressando com o amado.

— Você tem que combinar que passou um pouco dos limites. – argumentou ele não a poupando.

— E por acaso  falei que não. – ela rebateu de forma grosseira. – Então quer dizer que é assim as pessoas falam uns dos outros e a gente finge que não viu, simplesmente porque se acha que vão nos julgar, por uma atitude radical. – esbravejou Anita.

— Eu sou o último que pode dizer que não, não é Anita. – ponderou ele.

— Então você pode fazer o favor de parar de me olhar com essas cara, como se achasse que a louca sou eu, e ponto. – reclamou ela, cruzando os braços para encará-lo com um semblante nada amigável. – É bom eu nem começar mesmo a discutir isso com você, ou a gente vai discutir até o dia amanhecer. – percebeu ela.

— Deixa pra lá mesmo, esse não é o item a ser discutido com maior grau de importância. – respondeu Ben, se atendo aos problemas que envolviam os ocupantes daquela casa.

— Você sabe que o Ronaldo está fazendo isso pra preservar minha mãe, não é, no fundo é pedir demais, achar que ele possa ficar contra ela em algum momento. – opinou ela o que pensava realmente. – E também pra ser honesta, acho que eu prefiro que as coisas sejam dessa forma, não quero ser acusada de mais essa também, prejudicar a relação deles. – completou Anita dessa vez com mais tranquilidade.

— O que nos leva a voltar novamente ao ponto de partida, não é. - alegou Ben, levando as mãos aos cabelos em meio a uma sensação de frustração lhe rondando, enquanto procurava com o olhar uma cadeira para sentar.

— A gente já sabia que iria ser assim Ben. – afirmou Anita, deixando parte de seu desanimo com toda a confusão transparecer em sua voz, enquanto ela soltava o copo sob a mesa e caminhava até Ben.

— É só que faltou a gente achar que seria tão difícil Anita. – ele contrariou. – E não é só meu pai e a Vera que preocupa, tem coisa muito pior nessa história e você sabe do que eu to falando. – disse Ben, fitando a garota ajoelhada a sua frente, apenas o encarando.

— Vamos deixar o Antônio bem longe disso, né melhor, só nos resta viver um dia de cada vez. – a reação de Anita foi apenas um beijo carinhoso seguido de um abraço apertado onde os dois se uniram, como tentativa de amenizar o dia ruim e conturbado que ambos tiveram.


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