– O que tá rolando aqui. – Anita disse soltando o prato em cima do bidê, e cruzando os braços para encarar Sofia e Mariana.

– Nada Anita. – Disse Mariana, soltando sue braço que Sofia segurava.

– Mesmo, Sofia. – Perguntou Anita olhando para a irmã.

– Nada Anita, Mariana e eu estávamos, só tendo uma conversa. – Sofia disse, olhando para a garota de uma maneira nem um pouco amigável.

– Bom saber, melhor assim. – Anita afirmou encarando as duas, com um olhar sério.

– Melhor pra todo mundo mesmo Anita. – Sofia concordou em um tom de ameaça, fitando Mariana.

– É Mariana, será que você pode deixar eu conversar com a Sofia, a sós é importante. – Pediu Anita calmamente, vendo que havia uma certa tensão no ar.

– Claro, eu vou dar uma saída mesmo. – Mariana consentiu, saindo do quarto em seguida.

– Vocês estavam brigando, é isso mesmo, ou eu vi demais. – Anita indagou para Sofia desconfiada.

– Tava Anita, e se você não tivesse chegado eu tinha arrebentado a cara dessa cínica. – Sofia disparou nervosa.

– Nossa, o que ela fez. – Anita se espantou, com o jeito nervoso da irmã, mesmo sabendo que a credibilidade não era muita.

– Ela tava aqui, usando o computador, eu pedi, eu juro que eu pedi com educação para ela, ela me ofendeu, se recusou a me dar o notebook, e ainda por cima me achincalhou, disse, que meu pai é um vendido, que se ele não tivesse morrido, eu teria vergonha de sair na rua, me chamou de suburbana, que eu me achava, ai Anita que ódio, que ódio da mamãe também. – Sofia resmungou e sentou a cama.

– Ah é, então esquece isso, baixa tua bola, até porque se você briga com ela, quem sai ferrada é você, ou você te alguma duvida disso. – Anita afirmou, pedindo calma para ela.

– Isso que me da mais raiva. – Sofia disse furiosa.

– Eu tenho um assunto sério pra te falar. – Comunicou Anita.

– Ham e o que seria, é o Ben, se tá com ele Anita. – Soltou a loira, intrigada ,com a afastamento da irmã do garoto, já que ela julgava que eles ainda voltariam.

– Não, que saco Sofia, tudo é o Ben entre a gente. – Anita se irritou, com certo, ciúmes.

– Não, ah que foi, então foi pra quem, que ele cantou aquela musica, lá no show ontem, só pode ter sido pra alguma periguete. – Falou ela irritada.

– Você ainda vai insistir em correr atrás do Ben. – Anita viu mesmo que a irmã não tinha jeito.

– Vou, eu estou dando um tempo porque eu to muito ocupada, com uns trabalhos, mais o Ben tem certo potencial pra ter tudo o que ele quiser, é só ele querer. – Disse a loira altiva. – Eu não estou fora do pareô Anita. – Garantiu ela.

– Inferno você, mais eu não quero falar do Ben, eu quero falar disso aqui. – Anita proferiu, caminhando até a gaveta de sua escrivania, pegando um livro e tirando uma carta do meio e entregando a loira.

– Que isso. – Sofia se viu confusa.

– Abre. – Pediu Anita, e Sofia atendeu seu pedido.

– Papai, cretino tá na Itália. – Sofia disse impaciente.

– É, ai dentro tem outra, que é pra você eu não abri. – Anita falou sentando ao lado da irmã, que lia os bilhetes atenta.

– Ó ele diz aqui, que volta dia dez e quer ver a gente, mais que acha que você não vai querer ver ele. – Sofia explicou o que dizia na segunda carta.

– Acertou, eu não quero mesmo enquanto, ele não resolver essa situação eu não estou nem aí. – Anita falou taxativa, não querendo jamais ver o pai.

– Ai Anita poxa, eu to com saudade dele. – Alegou à loira. – Ele até diz aqui, pra eu te convencer. – Sofia sorriu.

– Não sei não Sofia, nosso pai não muda, a gente tem que, tem que mudar pra ficar do lado dele. – Anita respondeu, sem mudar de opinião, frustrada com a situação.

– Tá, tá certo, mais pensa pelo menos, porque sozinha eu tenho medo de ir. – Sofia pediu, olhando a hora no telefone. – Meu deus Anita, eu tenho que ir pro salão, tenho uma cliente do tapinha às 10 :30. – Sofia se assustou.

– Eu vou com você, e a gente discute isso no caminho, depois eu passo na Julia. – Anita se dispôs.

– Tá, tá certo. – Sofia concordou pegando a bolsa e o computador.

– Vamos. – Disse Anita, apanhando o sanduiche do prato e saindo com a loira.

– Anita poxa, vamos ver o papai, olha é de dia, na Barra, o que tem de mais. – Sofia argumentou, fechando o portão do casarão.

– Isso, nosso pai é demais, ele fingiu a própria morte Sofia. – Anita sussurrou, sem paciência mais para Caetano.

– Eu sei, mais isso também não é um ato hediondo, ele não matou ninguém, não é Anita. –Sofia rebateu, vendo exagero no jeito da irmã.

– Ah sim. – Anita ironizou. – Que dia é esse encontro ai. – Perguntou Anita.

– É as 10: 00 da manha, do dia doze. – Comunicou ela.

– Vamos, vamos ver o seu Caetano, mais é a ultima vez que eu faço isso, se eu perceber que ele não vai mudar, parou com a palhaçada. – Anita acabou cedendo.

– Ai valeu. – Respondeu a loira contente, quem escutava a conversa das duas era Antônio, que desenhava sentado no muro da casa de Maura. – Ai tá mais vamos, que eu já to me atrasando. – Disse ela, e as duas continuaram andando pela rua, nem se quer desconfiando da presença do garoto.

– Então quer dizer que o papaizinho corrupto está vivo, informação no mínimo interessante. – Disse o garoto para si mesmo, com um ar de mistério. – E elas vão se encontrar com ele, bacana. – Antônio debochou com intenções.

Bem mais tarde...

– Anita onde você tava. – Disse Giovana curiosa, ao ver a barulho da porta bater e Anita aparecer em sua frente.

– Ham que curiosidade é essa, anda fala, quem foi que tava atrás de mim. – Anita falou vindo até eles.

– Hum um monte de gente. – Giovana respondeu, escorada em Ben, enquanto os dois assistiam televisão.

– É pior, a Vera tava doida atrás de você. – Afirmou Ben.

– Ah entendi, e quanto ela não esta. – Anita rebateu, tirando a almofada e sentando ao lado de Ben.

– Mais onde você tava. – Questionou Giovana mais uma vez.

– É onde. – Perguntou Ben, achando graça da curiosidade de Giovana.

– Depende! - O que vocês vão me dar em troca, se eu falar. – Brincou Anita recostando sua cabeça no ombro de Ben.

– Já sei, eu guardei um pedaço de lasanha pra você. – Giovana disse. – É né porque o esfomeado do Vitor, quase comeu tudo sozinho. – Reclamou à ruiva.

–Hahaha, obrigada Gio de qualquer jeito, mais eu acho que eu preferia que você não tivesse guardado, eu ando comendo que nem uma louca, daqui uns dias vou passar só de lado nas portas daqui de casa. – Anita reclamou de si mesma.

– Ah falou a gorda, não é. – Ben implicou. – E você não vem, porque hoje cedo você já roubou meu sanduiche. – Disse ele, envolvendo um braço em volta dela.

– Ah me desculpa, foi sem querer. – Anita riu. – Eu tava na Julia, tá gente, aí a tia Rita insistiu e eu acabei almoçando com elas, depois que o pai da Julia faleceu, são só as duas naquela casa. – Anita se justificou.

– Ah bom, achei que você estava aprontando alguma. – Afirmou o garoto.

– Eu? – Sem graça isso, eu não apronto nada, quando eu estou sozinha, não. – Anita disse escondendo o riso, escorada no ombro do garoto.

– Da pra desconfiar. – Rebateu Ben sorrindo.

– Gente vem cá, deixa eu perguntar um negócio. – Giovana disse, se voltando para os dois.

– Ai que. – Anita perguntou encarando a garota.

– Manda logo, vai, que lá vem bomba. – Ben já previu.

– Vocês, vocês dois tão tendo alguma coisa. – Soltou ela. – Vocês estão juntos. – Giovana afirmou intrigada.

– Ai credo Gio. – Disse Anita, pega de surpresa.

– Porque você tá falando isso. - Ben questionou tenso.

– Não nada, sei lá, acho que eu nem lembro o última vez, que eu vi vocês de bem assim, a gente vocês brigavam pra caramba não é, depois que enfim, aconteceu o que aconteceu. – Giovana tentou se justificar.

– É, se tem razão. – Falou Anita aflita. – Mais, mais, assim a gente. – Anita olhou para Ben sem coragem. – Não tem nada rolando não, também não vale a pena ficar brigando né, a gente vai continuar olhando pra cara um do outro. – Afirmou Anita, com certo sentimento de culpa.

– Ah tudo bem, foi mal, bom eu vou nessa, antes que meu pai volte, vou ensaiar com os meninos. – Falou Giovana se levantando, deixando o casal sem reação.

– Vai lá, bom ensaio. – Anita desejou com um sorriso.

– Valeu gente, fui, beijo. – Disse Giovana, pegando suas coisas e saindo.

– Ai Ben, que sensação horrível. – Anita confessou, jogando sua cabeça para trás.

– Anita, também o que a gente iria dizer. – Disse Ben incomodado.

– Ai sei lá príncipe, o que, ai meu deus, aonde isso tudo vai levar a gente, confesso que eu tenho ânsia de pensar. – Anita confidenciou.

– Eu sei, ou né, e também não tem lógica, a gente ficar esperando pra contar pra eles, pra poder ficar junto. – Ben ponderou.

– É, mais a gente tem que contar, não é. – Anita afirmou. – Ai até me deu uma sensação estranha, porque que tudo é tão difícil pra gente, meu deus. – Anita se perguntou nervosa.

– Ei, não fica assim. – Falou ele, acariciando a mão dela. – Bom, a gente ainda vai viajar, então até a gente conseguir isso, essas duas já se foram daqui de casa, e a gente conta, e não vai ter mais nada pra impedir nós dois. – Disse o garoto confiante.

– É vamos, eu não sei como ainda, mais se sabe que depois a gente pode correr o risco de nem poder se olhar. – Afirmou ela, vendo que não seria nada fácil abrir o jogo.

– Ai Anita, se acha que vai ser tanto assim. – Ben especulou preocupado.

– Bom, acho melhor você ter certeza de que não vai ser um parabéns, e sejam felizes que a gente vai ouvir, não de cara. – Anita respondeu.

– É, o que não muda nada, eu não vou desistir, a gente não vai. – Garantiu ele sorrindo.

– Não. – Anita concordou acariciando o rosto dele. – Nada vai me fazer recuar agora, pode levar o tempo que levar, mais uma hora a gente vai abrir o jogo. – Disse ela categórica.

– Ok, mais vamos dar uma volta, praia que tal. – Convidou Ben entusiasmado.

– Vamos, eu só preciso colocar um short. – Ela aceitou.

– Tá mais, não demora vai, é pra hoje ainda. Brincou ele rindo.

– Ai que coisa, tá bom. – Anita falou, dando um beijo nele, e subindo as escadas apressada.

Logo depois...

– Anita vai onde. – Questionou Vera ao vê-la passar pela porta apressada.

– Eu vou na praia, com a Julia. – Disse Anita, que havia convidado também a garota.

– Ah legal faz tanto tempo que eu não vou à praia. – Afirmou Pedro que conversava com Tita, na mesa de jantar.

– Desde que eu vi aqui, eu não fui na praia, queria tanto. – Mariana comentou.

– Pronto resolvido, vamos todos. – Comunicou Vera.

– O que. – Anita proferiu, pasma arregalando os olhos.

– Anita, é o Serguei ele já tá ai na frente. – Disse Ben vindo do quintal.

– Cinco minutos Ben, nós todos vamos, faz tanto tempo que eu não curto um domingo com meus filhotes, numa praia então há séculos. – Falou Vera animada.

– Todo mundo gente. – Ben coçou a cabeça, desapontado.

– É mamãe, de repente se animou. – Anita respondeu, não gostando nem um pouco da ideia.

– Tem algum problema, a gente ir. – Mariana questionou ao ver o jeito estranho de Anita.

– Não, nenhum. – Anita quis disfarçar, esboçando um sorriso.

– É imagina, não é gente. – Afirmou Ben, frustrado. – Bom eu vou, dizer pro Serguei e pra Julia entrar então né, se não eles vão ficar lá fora maior tempão. – Disse Ben.

– É faz isso. – Anita pediu a ele, querendo esconder o incomodo, mas não vendo outra saída a não ser ir com todos.