– Oi, e aí. – Anita falou chegando à garagem.

– Tudo bem. – Ben perguntou ,com os olhos fixos no caderno.

– É to. – Ela respondeu se sentando.

– Como foi o teu dia hein. – Ben disse, soltando o caderno.

– Humm, tedioso, não tinha você. – Anita respondeu rindo. – A Julia teve aqui mais cedo, a gente passou a matéria pra prova e depois ela foi embora. – Explicou sorrindo.

– Eu sempre soube que você não vivia sem mim. – Ben brincou rindo.

– Ah claro, certíssimo você. – Anita ironizou sorrindo.

– Mais vem cá, mudando de assunto, você conseguiu achar alguma coisa lá naquela história do Antônio. – Ben indagou com curiosidade.

– Eu achei umas coisas, agora descobrir se é verdade ou não, aí já é outra história. – Disse Anita.

– É, o pior é que não dá pra falar com ninguém, nós não podemos escancarar pra qualquer pessoa. – Ele justificou.

– Não dá. – Concordou. – Mais eu acho que eu, eu sei quem pode ajudar. – Anita afirmou.

– Ah, e quem. – Ben perguntou sem entender.

– O Martin, ele andou fazendo uns cursos de Web Design. – Anita explicou.

– Ah sei, você vai pedir ajuda pra ele, será que isso é uma boa ideia. – Ben questionou incomodado.

– E qual o problema. – Perguntou ela, sem entender. – O Martin não ia contar pra ninguém, pelo menos não se eu pedisse. – Anita justificou.

– Claro. – Ele respondeu, revirando os olhos. – Esqueci que o Martin e você se entendem muito bem. – Implicou Ben impaciente.

– Bom à gente sempre se entendeu sim. – Ela disse sincera. - Ben que isso, que cara é essa, parece até que eu. – Anita se calou, fitando a cara amarrada dele.

– Minha cara Anita, eu só tenho essa, eu acho. – Ben respondeu com indiferença, não fazendo questão de disfarçar.

– Ben, qual foi, espera. – Disse ela incrédula. – Eu não acredito que você tá com ciúmes do Martin, ah essa altura. – Anita afirmou não entendendo o jeito dele.

– Não é ciúmes, não tem nada a ver isso. – Ele negou. – Mais sei lá, às vezes você e o Martin. – Tentou ele argumentar. – Bom vocês tiveram um namoro, que aliás, dessa vez foi meio inesperado. – Ben reclamou.

– Ai não, desculpa. – Anita deixou uma risada escapar.

– Qual é a graça, hein Anita. – Ele resmungo, não gostando do jeito dela.

– E o que muda, infelizmente nada, eu não te menti eu quis ficar com o Martin, eu quis levar a nossa relação e sério, mas eu também não esperava que você fosse, a Sofia, aliás eu nem estava com o Martin quando vocês ficaram. – Anita jogou na cara dele. – Você queria o que, que eu ficasse esperando um milagre acontecer, adianta a gente ficar mexendo nisso. – Ela contrapôs.

– Nada, mais eu não to amiguinho da Sofia, não é Anita. – Ironizou ele, com uma certa parcela de ciúmes.

– Não, mais é totalmente diferente, eu não to grudada no Martin não, e a nossa relação foi acabada por nós dois, eu não sei se você lembra mas ele voltou com a Micaela, nada a ver isso não é para. – Anita afirmou.

– Eu não sei, só sei do que aconteceu, e você mesma confessou que quis que o namoro de vocês desse certo. - Bem retrucou emburrado.

– Quis, mais foi só você entrar na minha vida que desandou tudo. – Ela falou sorrindo.

– Isso é você que tá dizendo. – Respondeu ele, não se dando por convencido.

– O que houve hoje com você hein, Ben para, deixa de bobagem, que importância tem isso, e despois a gente acabou voltando a se entender, e depois eu acabei com ele antes que algo mais sério acontecesse. – Ela tentou tranquiliza-lo.

– Tá foi mal, acho que eu meio que viajei, também de que adianta isso, já foi. – Ben confessou, com um beijo.

– Pena que eu não posso dizer o mesmo de você, não é. – Anita soltou o encarando.

– E quem disse, você é que tá pesando. – Afirmou Ben.

– Foi mal, mas eu não sou tão confiante assim. – Anita respondeu, com a cara fechada.

–Mais é a verdade, não rolou nada disso que você tá passando na tua cabeça, porque que eu iria mentir me diz. – Ele a questionou.

– Então tá né, se você esta dizendo, vou tentar acreditar. – Anita falou sorrindo.

– Esquecendo isso, não tem nada a ver nós ficarmos mexendo nisso, já foi, nada que acontecesse iria mudar o que a gente sente. – Ben confidenciou sorrindo.

– Impossível, agora chega disso vai. – Anita afirmou depois de um beijo.

– Tá mais, muda de assunto, fazer outra coisa, ver um filme. – Sugeriu ele.

– Só se você fazer a pipoca, porque eu to com preguiça. – Anita disse com um sorriso.

– Faço sim, você tá me explorando sabia. – Ben brincou, levantando-se.

– Ah só um pouquinho vai. – Ela respondeu com um beijo.

– Entendi eu já venho ai. – Ele falou saindo.

– Tá bom. – Rindo respondeu ela.

Em meio ao filme Anita questionava Ben sobre Antônio. – Sabe, você acha mesmo que o Antônio seria maluco, de se arriscar pra tentar algo contra a gente mesmo sabendo que podia se dar mal. – Disse ela.

– Não sei, sinceramente, mais eu também não duvido, o Antônio não é totalmente, sei lá Anita, consciente de onde as cosias que ele faz podem levar ele. – Ben justificou seus argumentou.

– Também acho, todo cuidado é pouco, confesso que eu também não sei direito, o que passa naquela cabeça doida do Antônio. – Anita concordou com ele.

– Nem eu. – Ben respondeu.

– Ai mais é melhor deixar o Antônio lá, bem longe da gente, ou na casa ou lado que seja. – Anita falou enquanto ajeitava o travesseiro.

– É, sem dúvidas. – Respondeu ele a abraçando.

– To perdendo a vontade de ver o filma sabia. – Anita sorriu e disse.

– Eu também. – Falou ele com um beijo.

– Tá mais vamos terminar de olhar, tá acabando já. – Ela argumentou, se escorando no ombro dele.

– Ai, eu acho que se dependesse de mim eu passava o tempo todo do teu lado, vinte e quatro horas por dia. – Confessou Ben.

– O que é um sonho meio distante, na nossa atual situação, eu sei que não está fácil, mais você sabe que, essa nossa renuncia de não contar pra eles, tem mais a ver com o Antônio, Ben eu não vou mentir eu tenho medo do que aquele maluco pode fazer. – Anita afirmou para ele.

– Eu sei, nossa família a gente enfrenta, agora um maluco descontrolado é outra história. – Ben respondeu a ela.

– Mai isso vai acabar eu espero. – Anita falou com esperanças.

– Vai, pelo menos a gente não tá sozinhos, sofrendo pelos cantos que nem antes. – Ben tentou ver a situação por um ângulo satisfatório.

– Não, chega, a gente já fez isso demais, eu confesso que eu cansei de me sentir retraída, mal, até pela gente não ter falado nada pra ninguém, eu quero pensar em mim, na gente, eu já me maltratei demais nisso tudo, eu to sendo egoísta um pouco, e eu não tenho problema nenhum em admitir isso. – Afirmou Anita.

– Nem eu, por tudo que a gente passou, não tem como a gente não pensar na nossa felicidade. – Ben concordou com os pensamentos dela, seguido de um beijo apaixonado.

– Ai Ben, o pessoal tá todo na sala, e a gente aqui, atirado na mesma cama, isso não é nada responsável. – Anita argumentou com receio.

– É jura, duas pessoas civilizadas, eles não queriam tanto que a gente parasse de discutir. – Ben debochou, com um beijo empolgado.

– Você não leva essa situação nem um pouco a sério, tá nem ai não é. – Ela riu.

– Você que me faz agir assim, eu confesso que às vezes, me bate uma vontade tremenda de te raptar sabia, pra um lugar só eu e você. – Ben afirmou a encarando.

– Ah não, que é, vai dar uma de Antônio agora, nem pensar to fora. – Anita brincou, fazendo que ia se levantar.

– É, considere-se minha prisioneira então. – Ele falou, a puxando para um beijo. - Você sabe que provavelmente nós não vamos segurar isso tudo por muito tempo. – Ben afirmou, distribuindo beijos no pescoço dela.

– Eu, to começando a imaginar. – Respondeu ela confusa, o encarando e os dois embarcaram em um beijo cheio de vontade.

– Tá melhor a gente parar por aqui, sério, eu não to afim de uma bronca, não hoje. – Anita afirmou com incomodo.

– Bronca? – De quem. – Ben se fez de desentendido, voltando a beija-la.

– Seu doido. – Ela respondeu ofegante rindo, voltando ao beijo.

– Ah, minha mãe serve. – Anita falou, quando viu Vera lhe chamar.

– Eu e a minha boca. – Ben reclamou.

– Eu vou ver o que ela quer, já que o filme acabou não é. – Anita respondeu, empurrando a coberta que estava sobre os pés dela e se levantando.

– Ai então, boa noite. – Ele disse sorrindo, segurando a mão dela.

– Boa noite. – Anita proferiu com um beijo.

– Tchau, amanhã a gente se fala eu não vou dar as caras lá ou a Vera pode desconfiar. – Ben afirmou, beijando a mão dela.

– Certo, eu vou nessa. – Anita respondeu e saiu.