– Quer dizer que o pai, com cara de maníaco do Antônio, trabalhava numa organização militar. – Anita falava a Ben na garagem, deitada com a cabeça escorada no colo dele.

– Bom o Hernandez mesmo disse, e o Antônio confirmou, você viu, engraçado que o maluco do Antônio sempre achou isso do pai. – Ben afirmou a ela intrigado com a coincidência.

– Não é coincidência, quais são as chances desse cara não ser pai dele, tipo 99, 99 por cento. – Anita respondeu pensativa.

– O cara deu uma entrevista, falando exatamente isso, ou seja o próprio Antônio deixou a deixa. – Ele concordou.

– É, e tá na cara que pai é fake, o cara é exatamente aquilo que o Antônio sonhava, alucinava na cabeça dele, exatamente pra conquistar o Antônio. – Anita taxou, olhando para o teto.

– Ou seja, ele tem alguma proposito, que não deve ser nada bom. – Ben especulou se preocupando.

– Tem, e todo mundo tá no meio disso. – Anita concordou receosa.

– Não, Anita o cara mostrou até foto da mãe do Antônio com ele, pagina da academia militar com foto dele. – Ele disse.

– E dai, uma montagem hoje em dia não é uma coisa rara de se fazer. – Anita afirmou sem espanto. – É isso Ben, uma forma da gente descobrir se esse cara tá mesmo mentindo, acha essa foto, e essas paginas, e dá um jeito de mostrar pra alguém que entende dessas coisas. – Anita afirmou categórica.

– E como Anita. – Pergunto ele, não vendo muita solução.

– Bom o Antônio não tem computador, ele deve ter feito isso da casa da Maura, é só dar uma olhada no histórico da rede. – Anita explicou.

– E como que você vai fazer isso, eu não tenho cara de pedir ajudar pro Sidney. – Ben argumentou com ela.

– Eu peço, a gente pode confiar nele, o Sidney apesar de tudo não deseja o mal de ninguém, e tem mais uma coisa, a gente tem que ir na instituição falar com aquele psicólogo que cuida do caso do Antônio. – Anita justificou.

– Pra que Anita, se o Antônio descobre que nós tivemos lá. – Ele falou apreensivo com a ideia dela.

– Não, é só a gente ir direto no cara, ele não é muito esperto, mais não é burro, se a gente conseguir convencer ele das maluquices do Antônio ou pelo menos de alguma coisa, ele perde a condicional, e mais esse cara pode atestar o que o Antônio realmente é. – Anita afirmou irredutível.

– Eu ainda acho isso arriscado. – Ele tomou como justificativa.

– Ben o cara não é vendido, ele realmente faz bem o trabalho dele, uma vez que eu fui lá com a Julia, foi a primeira vez que eu desconfiei do Antônio realmente, depois que comecei a voltar ao normal, e na fixa dele, do Antônio era bem claro, que ele tinha problemas, tipo umas coisas como mania de perseguição, perturbações e por ai vai, só que ele enrolou o cara, se fingindo de curado, mais se alguém alfineta ele vai ficar esperto. – Anita se explicou.

– Bom então, nós temos que fazer isso em um horário de aula pra ninguém desconfiar, eu tinha uma reunião amanhã no trabalho mais desmarcaram. – Ben afirmou a sugerindo.

– Então gente vai, assim que der o sinal pro recreio. – Anita comunicou.

– Tá certo, eu só espero que isso sirva pra alguma coisa. – Ben acabou concordando. – Aliás. – Ele falou a fitando.

– Ué que foi. – Ela questionou sem entender.

– O Antônio não deve nem estar conseguindo dormir, depois do que você aprontou no jantar. – Ben respondeu debochado.

– Bem feito, tomara mesmo, assim ele me compensa as noites de sono que ele me tirou. – Anita afirmou, mexendo os ombros. – Ah e ele também não se atreve mais a querer se meter aqui em casa, pelo menos não pra jantar. – Anita riu.

– Nunca mais, ele vai fugir da comida da Vera pra sempre. – Ben falou achando graça.

– Melhor ainda. – Respondeu ela, sem se importar.

– Só você mesmo pra me fazer achar graça em ter que olhar pra cara do Antônio, depois de tudo. – Ben murmurou sorrindo.

– Tá vendo, até que não foi uma ideia tão insuportável assim, bom acho que o Antônio não concorda com a gente. –Ela justificou em meio às risadas.

– Nem um pouco. – Sorriu e falou, depois de um beijo.

– Eu vou ter que ir dormir, faz tempo que eu estou aqui, daqui a pouco alguém da pela minha falta. – Anita comunicou se levantando.

– Ah não fica mais um pouco vai. – Ben sugeriu com um beijo.

– Não dá, não posso, tá ficando tarde é sério. – Ela argumentou com ele, saindo do beijo.

– Você não pode ou você não quer. – Ben questionou, a olhando nos olhos.

– Eu não posso, a gente não pode. – Anita respondeu sorrindo.

– É tem certeza. – Perguntou ele entre um beijo e outro.

– Ai para Ben, você tá apelando, é sério. – Anita afirmou descompensada.

– Não sei, é. – Ele respondeu debochado. – O que sei é que, você anda fazendo jogo duro comigo e não é de hoje. – Afirmou ele com um sorrindo.

– E isso não é verdade. – Anita rebateu com um sorrido encabulado. - Eu não tenho porque fazer isso, mais aqui em casa, só se a gente fosse maluco, aliás, não era você que estava irado com a tua mãe mais cedo, porque ela insinuou, que ela não queria um neto tão cedo, não nessas condições. – Disse ela achando graça da situação.

– Foi mais, tecnicamente uma coisa não tem nada a ver com a outra. – Ben jogou no ar.

– Não, mais não torce as coisas, eu não to fazendo jogo nenhum, até porque não acho que precisa. – Ela afirmou com um sorriso.

– Não, aqui em casa seria loucura fato. – Concordou ele.

– É tá, mais agora eu tenho que ir, boa noite. – Ela falou colocando os pés no chão.

– Muito, mais muito, contra minha vontade sabia. – Ben confessou a puxando para um beijo.

– E quem disse que a gente só faz aquilo que tem vontade. – Anita respondeu, meio sem ar, voltando ao beijo.

– Anda vai logo, antes que eu não consiga deixar você sair daqui nem hoje e nem nunca mais. – Ben proferiu com beijos.

– Boa noite, te amo. – Respondeu ela com um último beijo.

– Também, boa noite. – Bem respondeu sorrindo vendo ela se afastar.