Addictive Love escrita por ervilha


Capítulo 13
Um irmão que estava morto


Notas iniciais do capítulo

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            - Você conhece ele, Janaína?! – Talissa saiu de trás da porta e correu até nós.

            - Claro, ele é meu irmão, que se fingiu de morto! – Carreguei na entoação da última parte.

            - Foi preciso, Jana. – Ele tirou o CD da minha mão. – Ah, obrigado, eu gosto dessa banda.

            - O que deu na sua cabeça de me beijar assim?! E porquê não voltou para casa?! Nunca pensou que nós estaríamos preocupados com você, cara!? E que negócio é esse de se chamar Henrique?!

            - Jana, se você não cala a boca, eu vou ser obrigado a te beijar de no… Hey! – Ele foi interrompido por Talissa, que tinha dado um tapa na cabeça dele.

            - Veja como fala com a moça, ela é sua irmã.

            - É nada. Era. – Guilherme (ou Henrique?) pousou sua mão na minha cabeça. – Não sou mais seu irmão, Jana. Acho que isso responde a todas as suas perguntas.

            O que estava acontecendo ali? Guilherme, porquê você é tão frio comigo? Acho que não mereço isso. Suas palavras machucam meu coração. Lágrimas estão querendo cair…

            - E você está mais gorda do que antes, mana. Tome cuidado com o açúcar. – Virou costas e foi embora.

            … quero chorar.

            - Seu idiota! Vem aqui pedir desculpas! – Talissa encostou minha cabeça no seu ombro, enquanto gritava para Guilherme, que entrava pela porta de casa. – Vem, você vai pegar um resfriado.

            - Não quero ir. Não sou aceite aí. Vou ficar aqui na chuva até morrer. – Me soltei dela, caí de joelhos no chão.

            - Se levante! – Bateu com a mão na cabeça. – Anda, vamos para a garagem. Entendo que você não o queira ver mais por hoje. – Me esticou a mão.

            Peguei, fui com ela.

            Guilherme, eu estava sentindo sua falta.

 

            - Não precisava ser tão idiota com…

            - Não posso deixar que ela fique apaixonada por mim de novo. – Ele a interrompeu. – Depois daquele beijo, se eu fosse gentil com ela, ela começava com seus amores por mim, e eu não posso permitir isso.

            - Henrique, como você falou, não é mais da família dela. – Júlia sorriu. – Não tem porquê de ela não poder ser apaixonada por você.

            Ele se sentou do lado dela, no grande sofá laranja, na frente da lareira, que hoje estava desligada.

            - A Janaína sempre será da minha família. É a pessoa mais importante da minha vida. – Enterrou sua cabeça nas mãos. – Me custa tratar ela assim, mas são sacrifícios que precisam se fazer.

            - Pensava que a pessoa mais importante da sua vida era eu. – Júlia botava uma perna por cima das de Guilherme.

            - Não comece com essas coisas. Já falei que isso é muita falta de sexo. Arrume um cara e vá para a cama com ele. – Ele tirou com brutalidade a perna dela dali. – Sou seu irmão, não um boneco insuflável.

            - Uh, você está muito mal-humorado! – Cruzou os braços. – Foi capaz de beijar sua irmã, e não é capaz nem de me falar que me adora?

            - Se cure, ela não é mais minha irmã. – Guilherme se levantou. – Você parece estar com ciúmes, Júlia, não deve. Sabe que nós somos apenas irmãos. Irmãos não têm ciúmes desses.

            - Não estou com ciúmes. – Ela sorriu. – Desde que você seja meu, pode ser de quantas mais forem precisas. Não preciso de ter você todo para mim.

            - Não tem nem todo, nem um pouco. – Se desloca até a porta. – Não sou seu. Nem uma unha do pé. Não me venha com paixões, somos da mesma família. Respeite isso, ou a Talissa bota você fora de casa.

            - Henrique, não somos do mesmo sangue. – Júlia se levantou e pegou um cigarro. – Você devia se preocupar mais, afinal, beijou uma pessoa do seu próprio sangue. Eu sou apenas uma irmã adotiva, que nem está escrito em papéis que eu sou sua irmã.

            - Você é muito invejosa.

            - Também te amo, querido. – Ela acendeu o cigarro.

            - Pena que ninguém conhece essa sua faceta demoníaca, ou você já não estava nessa casa. – Guilherme abriu a porta da rua, estava chovendo mais do que antes. – Só para irritar você, eu vou namorar com a Janaína.

            - Namora com ela e eu vou te processar por pedofilia. – Silêncio constrangedor.

            O silêncio foi interrompido quando Guilherme, com toda força que possuía, fechou a porta, saindo para a chuva.

            - Ele que nem pense numa coisa dessas.

 

            - Talissa, porquê vocês chamam ele de Henrique?

            - Porque o nome dele é Henrique. – Ela se sentou em cima de uma caixa de madeira. – Eu recolhi ele da rua, estava com os joelhos machucados e me contou tudo que ele tinha feito. Perguntei o nome e ele falou Henrique. Nunca duvidámos disso, nunca pensei que fosse Guilherme. Talvez ele tenha falado isso para se proteger, para os policiais não acharem ele. Sabe, ele falou de você um monte de vezes, mas apenas chamava você de Jana. Nunca havia de adivinhar que era você, Janaína. – Ela parou. – Ele tratou você mal por causa da carta que você escreveu para ele.

            - Que carta eu escrevi para ele?

            - Uma carta que você botou no bolso dele, no dia do acidente. – Ela sorriu.

            - Eu não botei nenhuma carta no bolso dele.

            - “Desculpa eu nunca ter te falado, mas eu realmente amo muito você.”, não escreveu isso?

            Lembrei desse trecho. Escrevi essa carta umas semanas antes do acidente, mas não botei no bolso dele. Aliás, não tencionava entregar para ninguém. Apenas entreguei para a Rafaela, para ela corrigir os erros… hey. Eu entreguei para a Rafaela. Safada. Entregou para o Guilherme sem que eu soubesse.

            - Sim, já lembrei de tudo.

            - E é verdade tudo aquilo? – Os olhos de Talissa brilharam.

            Guilherme entrou, arrastando a porta, fazendo muito barulho.

            - Ela não está gorda, Henrique, está grávida. – Talissa falou com naturalidade, olhando o chão.

            Nesse momento, Guilherme pára de arrastar a porta e fica olhando Talissa, assustado. Depois, olha para mim e para minha barriga. Com raiva, soca a porta com toda sua força e faz todos os possíveis para não chorar.

            - PORQUÊ, JANAÍNA?! – Não aguentou, chorou.

            Desculpa, Guilherme. Não queria que algo assim acontecesse.

 

 


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