Addictive Love escrita por ervilha


Capítulo 12
Uma casa em Fortaleza


Notas iniciais do capítulo

Kissu, kissu.



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            - Quanto tempo falta para chegar na sua casa? – Ela admirava a paisagem, mas eu nem queria saber, apenas queria chegar.

            - Tenha calma, aprecie Fortaleza. – Talissa estava de novo sentada como se não estivesse dentro de um táxi. – Mas, falta ainda dez minutos. – Ela olhou no calendário que estava do lado do relógio do táxi. – Hoje é dia 2?!

            - É. – O homem conferiu no relógio de pulso.

            - Ai meu Deus do céu!

            Teria que me preocupar, se Guilherme fosse vivo. Hoje era o anivers…

            - Hoje é o aniversário de meu irmão! – O grito dela interrompeu meus pensamentos. – Podemos parar em uma lojinha para comprar um presente para ele, Janaína?

            - Claro, acho que sim.

            - Ótimo, perto da nossa casa tem uma avenida cheia de lojas! – Talissa fica pensativa. – Você quer comprar um também?

            - Eu não sei os gostos dele…

            - Compre como se fosse seu irmão!

            - Meu irmão? – Falei, entre risos. – Se eu for com os gostos do meu irmão, provável que seu irmão não goste!

            - Ah, não tenha tanta certeza! – Ela fez sinal para o homem parar. – Meu irmão também tem uns gostos muito esquisitos.

            Rimos as duas.

            - Pode nos deixar aqui, depois nós continuamos o caminho a pé. Muito obrigada. – Saímos do táxi e pegámos nossas malas.

            - Deixa que eu pago, Talissa. – Entreguei a grana para o taxista.

            Ficámos andando, eu seguindo ela. Me levou até uma avenida cheia de lojas.

            - Olha, aquela loja ali me parece perfeita! – Apontei para uma placa de loja de CDs.

            - Me parece perfeita também!

            Fomos até a loja, era enorme. Estava dividida em corredores, cada um de cada estilo de música. Talissa comprou de Amy Winehouse. Odeio, mas vai que o irmão dela gosta. Apenas comprei Within Temptation, o álbum “Mother Earth”, Guilherme costumava ouvir músicas parecidas com esse estilo. Acabámos pagando as duas com a minha grana, já que era bastante e a Talissa tinha pago minha estadia no hotel. Não tinha muita coisa para pagar, porque eu não comi nem usei nada, exceto o computador. Não tivemos que pagar o uso do computador, porque “o material estava danificado”.

            - Minha casa é aquela ali. – Ela apontou para uma espécie de mata.

            - Onde? Só vejo árvores.

            - É uma casa de campo, Janaína! – Ela riu. – Vem, você vai adorar.

            - E uma mata no meio de uma cidade?

            - Digamos que quem fez a mata foi meu tetravô, ele que plantou aquelas árvores no quintal e aproveitou o charco. Daí as árvores cresceram tanto que parece uma mata. Na realidade, nosso quintal é enorme, tem um lago lá e tudo.

            - Tem vacas?

            - Não. – Talissa estava quase rebolando de rir. – Temos apenas cavalos. Nos podemos ter tudo aquilo porque estamos fora da grande cidade. – Ela apressava o passo. – Aliás, aqui, nesse lugar, a maioria das pessoas não vive em prédios, mas sim em grandes casas, que nem a nossa. E se despache, daqui a pouco começa chovendo.

            Daqui a pouco, na definição dela, é daqui a cinco segundos. Começámos correndo, mas sem grande efeito, porque estávamos ensopadas na mesma. Logo que saímos do centro da aldeia, o caminho não era alcatroado, então, ficámos pisando lama. Eu e Talissa ficámos, pelo menos, uns cinco minutos correndo à chuva. Sentia meu nariz gelar, minhas roupas coladas ao corpo, meus pés afundando na lama. As malas estavam encharcadas também.

            - Pronto, chegámos. – Ela esfregava seus braços, tentando se aquecer, debaixo do telheiro, na porta de casa. Olhou para mim da cabeça aos pés. – Mal eu ter esquecido te avisar a vestir uma capa!

            Sim, eu estava molhada e ela estava metade seca. Olhou no meu peito, começou rindo.

            - Nossa, que bobinha! Vestir camisola branca!

            Eu corei e ri um pouquinho também. Ia pegar roupa para tapar na mala, quando abrem a porta. Era um garoto. Tapei meus peitos, para ele não ver.

            - Não vale a pena, eu já vi. – Ele coçou a cabeça. – Oi, Talissa, chegou! – Fixou minha cara. – Quem é essa, mana?

            O garoto me parecia muito familiar. Talissa tirou seu casaco e me deu para eu me tapar.

            - É a Janaína. – Ela sorriu. – Janaína, esse é o Henrique. Henrique, essa é a Janaína.

            - Prazer, delícia. – O sorriso dele é lindo.

            - Prazer, tarado. – É parecido com o meu.
            - Nem sou tarado. – Os olhos dele são mágicos.
            - É, nem sabe como. – São parecidos com os meus.

            Pausei. Puxei ele para fora de casa.

            - Talissa, se não se importar, eu quero falar com ele. – Falei por cima do ombro de Henrique.

            - O que você quer? – Cruzou seus braços.

            - Quero apenas falar que você é muito sexy.

            - Está me provocando.

            - É, posso falar que estou te provocando mesmo.

            - Só porque está com a t-shirt molhada, já se acha boa?

            - Não me acho, você que me achou boa. – Sorri.

            Ele me empurrou para a chuva. Ficámos os dois ali. Ele deixou a água escorrer no seu cabelo.

            - Eu tinha uma irmã chamada Janaína.

            Tirei da mala o CD, estava seco.

            - Feliz aniversário. – Olhei nos olhos dele.

            Sem que eu me apercebesse, o momento tomou conta de nós, e nós nos beijámos. Pude pressentir que Talissa estava nos vendo. Queria parar com isso, mas não fui capaz. Sabia que algo não estava certo, além de nós só nos termos conhecido naquele dia e estarmos logo nos beijando. Não, tinha algo mais. Ele me agarrou com força, me abraçou com mais força ainda. Parou o beijo.

            - Tinha saudades suas.

            Simplesmente não entendi.

            - Desculpe, mas esse beijo foi o único jeito que eu consegui achar para matar as saudades que eu tinha… de minha irmã mais nova.

            Fiquei em choque, não consegui pensar em mais nada, apenas gritei:

            - Guilherme?!

 

 


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