Achei melhor ir embora naquele momento, mas não conseguia. Eu estava ali paralisado admirando o Chris. Acho que ele percebeu que eu o olhava, talvez por isso ficou meio vermelho.

Era estranha a sensação de sentir assim por um homem, e pior, não poder toca-lo, "mas por que não posso?" pensei, meu corpo pedia, mas algo em mim não deixava. Então, antes de que eu fizesse alguma coisa, ele disse:

– Vou colocar outra camisa, espere um minuto. – E foi para seu quarto. Voltou dentro de alguns segundos, com outra camisa, que era azul com alguns desenhos.

Confesso que me decepcionei um pouco, achava ele bem mais bonito sem camisa, mas assim era melhor, eu ficava mais confortável, se não eu não poderia me conter.

Enfim, fiquei ali mais alguns minutos conversando com o Chris coisas aleatórias, e então resolvi voltar para casa.

No caminho fiquei pensando no que aconteceu. Como eu sou idiota, fiquei excitado só porque um garoto ficou sem camisa perto de mim, mas não era um garoto qualquer, era o Chris. Aquele que, hoje, descobri que eu estava apaixonado. Sim, eu estava, e isso me preocupava um pouco, principalmente porque podia atrapalhar algo na peça, por nervosismo ou algo parecido.

Finalmente cheguei em casa, não fiz nenhuma refeição, pois já estava satisfeito, fui assisti TV, mas eu ficava apenas passando de um canal para o outro, pois não passava nada de interessante, e acabei desistindo.

Então fui para o banho. Aquela água quente escorria pelo meu corpo, e ainda o Chris não tinha saído dos meus pensamentos, comecei a me lembrar daqueles ensaios em que os lábios do Chris sempre tocavam aos meus, aquilo me fez arrepiar, tremer. Lembrei-me também de quando ele quase me dissera que gostava de mim, pelo menos era isso que eu imaginava, e que queria acreditar. E logo eu já estava excitado de novo, enquanto a água continuava escorrendo pelo meu corpo.

Apoiei uma das minhas mãos na parede do banheiro, a outra dirigi ao meu membro. Comecei a massageá-lo devagar, e o Chris ali nos meus pensamentos. Imaginava nós dois fazendo coisas pervertidas. Com o tempo, comecei a acelerar os movimentos, cada vez ia mais rápido, ia contendo os meus gemidos, até que cheguei ao meu limite. Soltei um suspiro enquanto olhava aquele liquido branco escorrendo pela parede.

Na verdade nem sei quanto tempo fiquei naquele banho. Sai do box, me sequei e depois escovei. Cheguei o meu quarto, vesti apenas um daqueles shortinhos de dormir, e me joguei na cama. Então me lembrei do que tinha feito no banho pensando no Chris, fiquei vermelho mesmo não havendo ninguém ali, e afoguei meu rosto no travesseiro. Acabei dormindo. Devo ter sonhado alguma coisa com o Chris, mas eu não me lembrava.

Acordei com o sol batendo no meu rosto. Levantei sem pressa. Fiz minha higiene matinal, logo fiz meu café e comi alguns biscoitos e me dirigi ao trabalho.

Nervoso eu estava, pois eu ia encontrar o Chris e teria que novamente ensaiar aquelas coisas com ele.

Então eu já estava ali, no palco, contracenando com o Chris. Ouso o grito da Clara:

– QUE BEIJO FOI ESSE, GAROTOS?! Mais emoção e excitação!

Nós dois coramos naquele mesmo instante, ele me jogou um sorriso envergonhado. Mas enfim joguei fora um pouco da vergonha lhe dei um grande beijo. Após ouvir um “É isso ai Fred, assim que gosto de ver!”, olhei para o Chris e ele estava tão vermelho, mas tão bonito, que não pude deixar de soltar um riso que o fez ficar mais corado ainda, se fosse possível.

Bem, pelo menos daquela vez eu consegui conter um pouco da vergonha, mas não saberia se conseguiria na próxima, e então isso seria um problema, pois o dia da peça estava chegando, só faltavam apenas dois dias, e meu nervosismo só estava aumentando.