Amy havia tomado Milk shake junto com Nellie e Sinead. Antes elas haviam feito compras e assistido a um filme de drama. Depois foram para casa.

— Sua prima até que é legal. — disse Nellie, enquanto dirigia o carro. — Achei que deveria tomar cuidado por ela ser uma Cahill, mas se Grace concordou tranquilamente...

— É ela é legal. Talvez a Grace tenha deixado a gente sair porque não quer que eu também entre nessas brigas dos Cahill, que nem ela sabe o por quê.

— Hum...

Vinte minutos depois Nellie deixou Amy em casa. Já eram por volta das dez horas da noite, e a casa estava silenciosa. Nem sinal de Grace, nem de Beatrice, nem de Dan. Amy foi procurá-los e encontrou Grace lendo na biblioteca, Beatrice assistindo tv no quarto e Dan também estava no seu quarto.

Antes de dormir, Amy leu uns capítulos do livro que Ian lhe dera de presente semana passada. Enquanto lia, Dan apareceu de repente abrindo a porta rapidamente, assustando Amy.

— Dan! — gritou Amy — Quantas vezes lhe disse para bater na porta antes de entrar?!

— Desculpe. — disse Dan — Mas é que eu tenho uma coisa para te contar. Hoje depois que você saiu eu fui à biblioteca...

— Você na biblioteca? Que milagre! — Amy disse com um tom sarcástico.

— Eu fui procurar pilhas para o meu helicóptero.

— Ah claro. Você nunca iria até lá para ler um livro.

— Bom, enfim! Eu fui até lá, e o Sr. Mclntyre estava lá conversando com a Grace, só que eles não me viram. Ele estava falando sobre como nossos primos estavam se dando bem com o remédio, e como estavam “mansos”.

— Mas que remédio?

— Eu não sei. Mas parece que nossos primos estão tomando um remédio que os deixam bonzinhos.

Amy olhou para o irmão como se ele estivesse enlouquecendo.

— Como é que é? — perguntou Amy.

— Exatamente o que você ouviu.

— Dan isso é loucura. Talvez você ouviu errado.

— Ah é? E como você explica o fato dos Cobra terem doado não sei quantos milhares para as vítimas do furacão?

— Os Kabra fazendo doação?

— Isso mesmo! E o fato deles terem nos dado presentes, e a Sinead te chamar para sair. A propósito como foi lá com ela?

— Legal! Nós nos divertimos muito. — Amy pensou um pouco — Se você está tão afobado com isso, é melhor perguntar a Grace.

— Acho que ela não me contaria. Ela disse que nós dois não poderíamos descobrir sobre o remédio.

— Então a Grace está fazendo tudo escondido?

— Sim. E nós precisamos saber o que eles estão tramando. Vamos até lá na biblioteca ver se encontramos algo.

Amy hesitou por um instante, mas Dan a convenceu a sair da cama, e assim lá foram eles à biblioteca tarde da noite. Foram andando pela casa devagarinho para não fazer barulho. Amy pensava em uma desculpa para contar à Grace caso ela ainda estivesse lá, mas quando chegaram, não havia ninguém.

Dan foi direto para a estante e a mesa onde vira Fiske sentado, atrás de alguma pista da conversa que rolou por ali, mas não havia nada na mesa, nem na gaveta dela. Dan olhou para a estante e lembrou-se da alavanca. Porém parecia estar tudo normal, como uma estante qualquer. Amy foi a primeira a perceber algo de diferente.

— Dan olha isso. Os livros estão organizados por cor das capas, veja. Uma clara, uma escura, clara, escura, clara, escura. Mas no final há três claras e duas escuras. Talvez haja alguma coisa por aqui.

Assim que Amy puxou um dos livros claros, uma parte da estante se abriu como uma janelinha. Dentro havia uma pasta com vários papéis. Amy pegou-a e abriu. A primeira folha dizia-se Relatórios do Benzarol. Dan pegou uma folha e leu em voz alta:

— Família Kabra. Isabel Kabra não apontou mudanças até a segunda fase da medicação; Os outros estão cada vez mais “mansos, bons e educados”. O Benzarol está funcionando perfeitamente.

— Benzarol é o nome do remédio! — exclamou Amy. Dan continuou a ler:

— Família Holt. Eisenhower apontou pequenas mudanças somente na primeira fase da medicação. Todos estão “mansos, bons e educados”. O Benzarol está funcionando perfeitamente. Alistar Oh e Irina Spasky apontaram pequenas mudanças somente na primeira fase da medicação. Sinead e Ned Starling estão “mansos, bons e educados”. O Benzarol está funcionando perfeitamente. Ted Starling apontou mudanças somente na primeira fase da medicação.

— Dan você tem razão! O tal Benzarol é o remédio que nossos primos estão tomando para se tornarem boas pessoas!

— É mas viu que não funcionou em todos. Alguns sofreram efeito na primeira fase e os outros sim estão funcionando. O Que é isso?

Dan pegou uma folha que estava escrito Efeitos Colaterais.

* Dores de Cabeça

* Desmaios

* Ataques de Riso

* Perda Parcial da Memória

* Dificuldade de Raciocínio

— Ataques de riso? — disse Dan — Por isso que naquele dia o Hamilton estava rindo sem parar de uma piada sem graça que ele contou.

— E qual era a piada? — perguntou Amy

— Era tão rum que eu nem me lembro!

A última folha dizia: Terceira fase da medicação: Mais dez gramas do Benzarol. Os resultados ainda seriam preenchidos.

— Puxa Dan não sei nem o que dizer! Acho que isso deve ser uma coisa boa, o fato de nossos primos ficarem bonzinhos.

— Mas por que a Grace não quer que a gente saiba? — Antes de continuar a falar Dan viu um papelzinho rosa no chão. Ao abri-lo leu em voz alta:

— Fiske vamos continuar com a medicação. Por enquanto está tudo bem. Livre-se da... — Dan arregalou os olhos.

— Livre-se de quem? — perguntou Amy curiosa.

— da N. G. Assinado: Grace C.