— Que bom que vocês estão bem Dan e Amy! — disse Irina. — Achei que chegaria tarde demais.

— O que você está fazendo aqui? — perguntou Dan se afastando de Irina. — Você também está trabalhando com Isabel?

— Eles acham que sim. Mas na verdade estou aqui para ajudar Grace, Fiske e vocês.

Dan olhou para Amy depois Irina e depois para Amy de novo.

— Vou tentar explicar tudo. — Irina sentou-se e Dan e Amy fizeram o mesmo. — Eu faço parte de um grupo secreto, que não posso lhes revelar o nome. Quando fomos informados de que Grace estava retomando o projeto do Benzarol nós decidimos ajuda-la. Nós os ajudamos com as pesquisas e oferecemos voluntários, dentre o qual esta que vos fala.

— Você tomou o Benzarol? — perguntou Amy.

— Sim. Na época eu achava que não teria nada a perder, mas é claro que eu estava errada. Odiaria ver meu filho sem mim.

— Mas por que o Benzarol parou de fazer efeito em você? — perguntou Dan.

— Eu não sei. Mas o pouco que fez já foi suficiente, e até hoje ele está presente em mim.

— Esse grupo secreto é do bem? — perguntou Amy.

— Sim. O objetivo principal do grupo é a união. — Irina suspirou — Eu sei o que vocês estão pensando. Eu fui uma pessoa horrível. Por isso entrei para o grupo, para poder me redimir. Quando entramos em contato com Grace, pareceu a oportunidade perfeita para eu fazer algo de bom e tentar consertar as coisas com ela. Eu ajudei em tudo inclusive me oferecendo para os testes. E os resultados foram bons.

— Como que você conseguiu entrar para a turma de Isabel? — perguntou Dan.

— Nós recebemos más notícias de nossos informantes. Alguns deles nos traíram e passaram para o lado de Isabel. Então o Sr. Mclntyre teve uma ideia para que pudéssemos derrota-la. Ele sugeriu que eu me aliasse a Isabel e assim, eu poderia descobrir seu plano e acabar com eles. Agora Grace e Fiske estão em perigo e preciso da ajuda de vocês. Isabel acha que a Substância deu certo mas, é claro que eu não dei a eles. Estão fingindo, obedecendo as ordens dela. Preciso que vocês me ajudem a resgatar Grace e Fiske e sairmos daqui enquanto a bomba age.

— Bomba?

— A bomba de Esquecerol fará com que todos esqueçam mais ou menos os últimos três meses. É assim que vamos frustrar os planos de Isabel.

— Mas e o Eisenhower? —perguntou Amy — Ele e Hamilton...

— Eisenhower não sabe de nada. Hamilton está me dando cobertura.

—Então o Hamilton não nos traiu?— disse Dan olhando para Amy.

— Tudo foi parte do plano. Se Isabel tivesse descoberto que vocês usaram as unhas postiças venenosas, vocês estariam encrencados.

Dan e Amy se entreolharam. Será que Irina estava falando a verdade? Será que Hamilton estava do lado deles?

— Hamilton falou a verdade a vocês. — continuou Irina — Ele está do nosso lado. Precisamos sair daqui imediatamente, resgatar Grace e Fiske, e então acionar a bomba do Esquecerol.

— Mas e o Hamilton e a Nellie? —perguntou Amy.

— Não se preocupe com eles. Se tudo der certo eles fugirão junto conosco.

— Como sabemos que você está falando a verdade? — perguntou Dan olhando no fundo dos olhos de Irina.

— Vocês vão ter que decidir isso por si mesmos. Acham que vão conseguir sair daqui, resgatar Grace e Fiske e Nellie, e fugir usando apenas algumas unhas venenosas? — Irina se levantou da cadeira e foi em direção à porta. — Eu sou a única esperança para vocês conseguirem sair daqui sãos e salvos junto com os outros. Vocês escolhem.

Dan e Amy suspiraram e trocaram olhares. Embora nenhum dos dois tenha dito alguma palavra, um conseguia saber o que o outro estava querendo dizer apenas com o olhar. Ambos se perguntavam o que fariam e se poderiam confiar na Irina Spasky, que até onde eles sabiam era a terceira mais malvada da atual família Cahill. Era malvada mas de acordo com ela própria não era mais. Depois de tanto se olharem, os dois se levantaram e foram até à porta onde Irina permanecia em pé parada.

— Certo! — disse Dan — Nós vamos confiar em você.

— Ótimo! — disse Irina sorrindo e destrancando a porta — Vocês vão fazer exatamente o que eu mandar. E quando chegar a hora poderão usar essas unhas venenosas. Prontos?

— Prontos! — Dan e Amy disseram em uníssono.

Irina abriu a porta e os três saíram da sala passando por dois ajudantes grandalhões que vigiavam a porta. Ao seguir pelo corredor, eles passaram por várias salas e ao entrarem na última, Dan e Amy viram um enorme salão onde havia dezenas de ajudantes grandalhões, homens e mulheres de jaleco branco, e várias mesas espalhadas com algumas ocupadas por pessoas. Eles entraram por outra porta e deram de cara com Eisenhower. Era a primeira vez desde a festa que Dan e Amy o vira. Os dois o encararam tentando não parecer tão nervosos como de fato estavam.

— Para onde você está levando eles? — perguntou Eisenhower de olho nos irmãos.

— Para verem Grace e Fiske. Quero que vejam como a Substância funciona.

— É uma ótima ideia! — disse Eisenhower com um olhar e sorriso perverso antes de seguir caminho por onde eles vieram.

Os três seguiram andando pelo longo corredor até virarem à esquerda e ficarem diante de uma porta que estava sendo guardada por mais dois ajudantes grandalhões.

— Podem abrir. — ordenou Irina, e os ajudantes logo acataram sua ordem. Havia um pequeno teclado numérico ao invés da maçaneta, e após um dos homens digitar uma senha, a porta fez um estalo e se abriu um pouco. — Não vamos demorar. — disse Irina aos dois ajudantes e em seguida abriu completamente a porta e fez sinal para que Dan e Amy entrassem.

Quando eles entraram e Irina fechou a porta, os dois sorriram e foram correndo ao encontro das duas pessoas que comiam sentadas em volta da mesa. Grace e Fiske se levantaram e abraçaram Dan e Amy.