Órion! The Clan Hope Kuchiki escrita por Cieli


Capítulo 57
O encontro com Órion: o destino de uma alma.


Notas iniciais do capítulo

uma alma não tem preço, nenhuma vale mais que outra, por isso ninguém tem o direito de tirar uma vida, porém tem o dever de salvá-la. promessas existem para serem cumpridas. as palavras machucam, porém as ações impensadas podem custar uma vida.



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Tsukishirou cruza o portal bruscamente e um pouco antes dele fechar, quando acordou e viu onde estava, quase entrou em pânico a conhecer o reino dos caos e das trevas. Yuè desperta alguns minutos após sua chegada, assim como os dois deuses que estavam hibernando, tão logo as duas assumem sua forma de avatar-hollow. Antes de seguirem, a morena olha para trás e vê a alma de Rei, translucida e brilhante ligada ao seu corpo pelo delgado fio prateado, assim servindo de ponte entre os dois mundos. Notou também um pequeno ponto brilhante ao lado da shinigami, uma pequena esfera luminescente, então ela recordara do seu momento mais angustiante que já passara.

– Tsukishirou, porque você demorou todo esse tempo, o que aconteceu, foi Byakuya-sama? – pergunta Chiharu se aproximando dela.

A morena volta o olhar para ela com raiva, as lágrimas desceram pelo rosto, o silêncio reina absoluto por alguns minutos, até ser quebrado por um forte estalo que jogou Yuè longe e chamando a atenção dos deuses que seguiam na frente:

– Maldita, idiota, sua louca! Como você pode fazer isso comigo? Eu deveria te matar. Eu pensava que tu fosses mais sensata porem, és igual àquele maldito Kuchiki! – ela grita furiosa.

– Mas, o que eu te fiz?!- interroga a alba com os olhos marejados e assustada, com o rosto vermelho.

– Porque não me disseste que tu estavas grávida? Teu bebê quase morreu por imprudência tua, se não fosse a benevolência de Anupu!

– Porque, eu sabia que na hora você acharia uma forma de protegê-lo e não poderíamos atrasar a missão. – explica a outra de cabeça baixa.

– Sua louca, nenhuma alma vale mais que outra! Nem você e muito menos àquele maldito merece esse bebê. Se eu demorei pergunte para ele o porquê!

– E onde... Onde estar a alma do meu bebê? – pergunta chorosa.

– Ali. – aponta. - junto a Rei, foi o jeito de salvá-la, fazendo-a atravessar o limiar. Agora vamos que já perdemos muito tempo.

Os deuses apenas assistiam de longe, até Tezcatlipoca chamar Yuè.

– O que ele diz? – indaga a morena.

– Diz que Apsu já tem conhecimento de nossa presença e star vindo para cá.

– Queee?! E você fala assim na calma! Você é louca mesmo! – expressa a morena com medo.

– Uê! Porque o medo se Anupu te protegerá?

– Não poderá mais, meu senhor tem outra prioridade. – responde mirando para o portal: - vamos.

– Perdoe-me, eu a condenei em vez de protegê-la! – elucida Yuè chorando.

– Você não me condenou, entretanto, seu bebê já tem seu destino traçado. Agora vamos, fiz uma promessa para aquele imbecil e pretendo cumpri-la, mesmo ele não merecendo. – narra seguindo adiante.

Yuè olha para trás, para o pequeno brilho ao lado de Rei, chorando: - me perdoe meu bebê, não é que não te ame, muito pelo contrário, porém você veio em um momento tão decisivo.

........

Na Sereitei os dias passavam vagarosamente, enquanto alguns tentavam retornar ao seu cotidiano após os últimos acontecimentos. Contudo, para o orgulhoso Kuchiki, aqueles dias eram um martírio, ele fora tomado pela saudade do seu amor, remorso e culpa por Tsukishirou, relembrando seus últimos momentos em seus braços, todas as vezes que olhava para o escapulário dela, que carregava preso ao punho, não devolvera à Juushirou, que andava melancólico e distante. Enquanto Mayuri se punha de guarda em Ugendou, montando um verdadeiro acampamento em torno do santuário de areia, observando e estudando de longe o corpo de Rei, que ainda mostrava sinais de vida inexplicavelmente, os movimentos da balança de Anúbis que se movia lentamente e o Cálice Sagrado, cuja água antes límpida, agora se mostrava rosácea.

.....

Já no reino de Apsu, a luta era horrenda, os deuses confrontavam-se ferozmente numa briga sem regras e sem intervalos, tudo estava envolvido: o destino do mundo, seu controle, seus orgulhos e poderes, no entanto, o deus do caos parecia ter vantagem, uma vez que estava em seus domínios e possuía total controle da alma de sua avatar adormecida em algum lugar daquela dimensão. Os três monarcas eram inimigos entre si, porém para que um não sobrepujassem os outros dois, estes se juntavam em combate contra o outro, mantendo assim o equilíbrio, sendo esta aliança feita entre Tezcatlipoca e Anupu. Enquanto Yuè e Tsukishirou procuravam a alma de Órion na imensidão das trevas. Todavia na diferença de poderes, Anupu tinha uma vantagem e aguardava apenas a hora certa: Tezcatlipoca dependia apenas de Chiharu, Apsu de Órion, mas o deus chacal, tinha sobre seu domínio duas almas, Tsukishirou e o bebê de Yuè, que possuía assim como sua genitora um grande poder, mantendo-se ali independentemente do deus egípcio, para desconhecimento das duas shinigamis, pois ele lhe havia dado autonomia para isso.

Quando finalmente Chiharu e Hikari encontraram a alma perdida, havia mais um desafio, o de entrar na prisão da Kuchiki e fazê-la despertar. Foi a vez de Tsukishirou usar sua dádiva, ser chave viva, pois possuía como zampakutou a chave austral, que abria qualquer porta espiritual e teleportava para qualquer dimensão. Ela a usou, teleportando-se com Yuè para dentro da prisão ilusória de Apsu, chegando lá, veio a surpresa:

– Hã?! Mas isto é a Sereitei, olhe Yuè, é minha casa e de Juu-sama!

– Mas como?! Eu não entendi! isso aqui não era para ser um confinamento sombrio e tenebroso? – elucida a alba: - escute, são risadas naquela direção. – aponta: - vamos ver o que é.

– Não temos escolha mesmo. – correm para um pequeno bosque ao lado da casa.

Elas deparam-se com uma cena cotidiana de uma família normal: Órion amamentava um bebê debaixo de uma cerejeira e ao seu lado Byakuya, enquanto brincavam ao longe Juushirou e Tsukishirou criança sorriam. Hikari fica vermelha ao contemplar a cena e assusta-se quando a criança chama o mais velho de pai:

– Eu não acredito no que vejo! Seria assim a minha vida se Órion não morresse?

– Pelo jeito sim. Ao que parece ele deu continuidade à vida de Órion, pelo menos para sua consciência e assim ter total domínio de sua alma, ela o que ela sempre desejou. – responde Yuè.

– Isso é tão estranho! Vê-la e não sentir nada, como se jamais fosse minha. A não ser um pouco de ciúmes em relação à Juu-sama, se eu não soubesse que isto é uma ilusão e que um dia ela poderia ser minha filha, eu pularia no pescoço dela. – fala apertando as mãos.

– Talvez pelo fato de ela não ter vindo do homem que você amou naquele tempo, sabe ser fruto de um relacionamento por obrigação, porém eu sinto por ela grande afeição, ela é tão fofa e ver criança, é tão linda brincando de pai e filha com Juushirou-sama! Eu deveria contar quando voltássemos. E veja meu amado Bya-kun, tão lindo!

– É melhor acabarmos logo com isso, não me agrada essa cena. – fala a morena enciumada.

– Assim que ela entrar lembre-se não poderemos coloca-los em riscos ou ela revidará.

Assim que Órion entrou na casa para trocar o bebê e coloca-lo no berço, elas já a esperavam no quarto:

– Quem são vocês? O que querem aqui? – indaga invocando sua Zampakutou.

– Nós viemos liberta-la, e não irás conseguir conjurar tua espada. – diz Yuè lançando um feitiço.

– Você é uma bruxa?! – pergunta Órion assustada.

– Não, eu prefiro ser chamada de sacerdotisa do grande Tezcatlipoca, o deus asteca e segundo da tríade renegada.

– Segundo?! Mas existe somente Apsu.

– Não, Apsu é o terceiro e você nunca existiu, a vida que você pensa vivenciar é minha com algumas mudanças e antes que pergunte como, serei direta, pois não temos tanto tempo, seu futuro e você jamais existiram, o que você vive é somente um embuste, Sora-sama te enganou todo esse tempo, eu nunca amei Byakuya, casei-me no teu tempo por obrigação, morri para protegê-la após descobrir que ele havia matado o homem que eu amava. Apsu a matou após aquele duelo e te prendeu aqui para sugar suas energias e ter autonomia de seus poderes. – responde Tsukishirou.

– É mentira, vocês mentem... hã.. Mamãe porque fala assim tão arrogante? O que fiz foi por você?

– É verdade Órion, a esposa de Byakuya sou eu no tempo real, você nunca existiu, ela não é sua mãe. Vá lá fora e veja que as coisas só acontecem quando você estiver presente, caso contrario, ela tornam-se inanimadas e se Tsukishirou falou assim é porque estar com ciúmes, pois ela é que é esposa do Juushirou-sama.

Òrion corre até o bosque e realmente ver que nada se movimentava, tentou tocá-los e eles dispersavam-se como fumaça e somente após alguns minutos recriaram vida. Ela entrou em pânico e desespero: - o que vocês fizeram com minha vida? A única felicidade que eu tive em toda a minha existência! – chora desesperadamente.

– Yuè, a liberte, eu não suporto vê-la sofrer assim! – elucida a morena triste.

– Órion? Sua vida e felicidade recomeçam a partir de agora, você retornará para seu pai, terá um futuro e outro destino. Até logo minha criança. Diz Yuè a golpeando com Hantaa Mün.

Toda a ilusão desaparece e tudo volta a ser trevas, Órion transforma-se em uma esfera de luz e seguiu rumo ao portal, elas correram atrás:

– Yuè, se ela atravessar a perderemos, pois ela não possui mais corpo, ou ela reencarnara ou sumirá no infinito do cosmo.

– Droga! Eu não imaginei isso, precisamos impedi-la.

Apsu a viu passar por entre eles, e tentou capturá-la, mas nesse momento Anupu o prende e Tezcatlipoca o aprisiona como zampakutou. A alma de Órion se aproximou do portal o adentrando, as mulheres entram em desespero, os deuses não fazem nada e elas não entenderam. Até algo inesperado acontecer: assim que Órion passara perto de Rei e do bebê de Yuè, este o atraiu para junto de si, as duas almas brilhavam oscilando, como se estivessem felizes.

....

Na Soul Society quando se aproximara o meio dia do 21º dia contando do inicio do ritual, Rei levantou-se e soltou-se de suas amarras, pondo-se em posição de lótus, ela tomou em sua mão o Cálice, que agora continha sangue no lugar de água, e colocou-o do lado elevado da balança e esta iniciava um lento equilíbrio, depois a shinigami, segura a ampulheta com a mão direita e o espelho de obsidiana com a esquerda, entoando o cântico Primero. A faca de Chiharu desenterrou-se do seu peito e a ferida começara a cicatrizar-se espontaneamente, enquanto o altar absorvia o sangue que restara sobre ele. Mayuri mandou avisar os interessados, que rapidamente chegaram e se puseram a esperá por algum milagre. A tênue imagem de Jibrail, tornou nítida e os desenhos no chão brilhavam.

......

no reino das trevas, os deuses estavam exaustos e ainda restava um ultimo desafio, o que fazer com a alma sem corpo de Órion?

– Yuè o que faremos agora? Ela não possui um corpo lá e se for assim, nós a perderemos para sempre. Ela tem que terminar o que começou.

– Eu não acredito, tanto esforço para nada, não pensamos nessa parte. – desespera-se a alba.

Mas logo as duas voltaram suas atenções para os deuses que conversavam em uma língua ancestral, incompreensíveis para ambas:

– Que legal! Agente aqui em um dilema e lês batendo papinho, isso é tão profundo! – ironiza Hikari.

– Tsuki-chan eu acho que não é somente um papinho, eles estão decidindo o que fazer. – responde a alba.

Assim que chegaram a um acordo, o deus jaguar se aproxima de Yuè e chama as duas almas, as retendo na mão e lhe explica o que irá fazer:

– Na condição que tu encontravas-se no mundo exterior, você é a única capaz de gerar um corpo para esta alma, junto com tua criança que também é uma menina. – explica o deus implantando as duas almas no ventre de Yuè, que ainda fica em duvida.

– Entenda Órion para ser Órion, precisa ser filha do Kuchiki Byakuya, e nesta espoca você é sua esposa, então somente você poderá lhe dar ela por filha novamente. A vida dela foi reescrita, ela pertencerá a este tempo, com o mesmo destino, pois somente ela poderá terminar o que começara, mas com uma nova consciência e outra mãe, que é você Yuè Chiharu. – explica Anupu.

– Os senhores falam nossa língua?! Eu serei a mãe de Órion? Meu bebê é menina? Que alegria imensurável! Bya-kun ficará tão feliz. Muito obrigada meus senhores, muito obrigada. Mas meus senhores, pelo portal somente podem passar três almas, sendo que agora somos quatro, uma terá que ficar. – elucida Yuè agora preocupada.

– Isto já estava decidido Yuè, eu ficarei, vá e crie suas meninas eu darei um jeito de sair daqui, eu sou uma chave viva, lembras?

– Não, você não entende, tens que vim comigo. – desespera-se.

– Não há possibilidade agora, analise: você passará com a proteção de Tezcatlipoca, Órion com a de Apsu, mesmo ele aprisionado, seu bebê que meu senhor quer que se chame Ária, ela a passará, pois eu fiz uma promessa e deverei cumpri-la, apenas diga a Juu-sama que o amo muito. Adeus. – explica a morena.

O reino de Apsu começa a ruir e o deus jaguar pega Yuè e a leva para o portal, enquanto Anupu lhe lança um encanto para proteger Ária:

– Não se preocupe, eu ficarei com ela, vá em paz. – avisa o deus chacal retornando para junto de Tsukishirou e tomando outra direção, desaparecendo nas trevas.

Yuè chora desoladamente, porém não poderia fazer nada, seguira para o portal do limiar, onde Rei a esperava. Ela segura as mãos da shinigami que é puxada para o seu corpo, retornando assim para a Sereitei. Nesse instante, em Ugendou era meio-dia em ponto e os 21 dias completos: a barreira quebra como vidraça, Rei levanta-se e fica de pé, o espelho para de fumegar e cai de sua mão, já a ampulheta explode, deixando a areia cai no solo. A balança nivela os dois lados, o cálice trincou, enquanto a shinigami desperta com o ferimento sarado, ela chama o nome de Apsu e Jibrail urra alto, agora real e a zampakutou de Órion toma posição na esfera, depois chama por Tezcatlipoca e assim que Navid pia, Yuè reaparece desmaiada em seu circulo. Tudo isso acontecendo diante dos olhos espantados de todos ali, que estavam quase incrédulos ao presenciarem a cena.

Byakuya quis seguir para onde estava Yuè, porém Mayuri o repreendeu, dizendo que ainda não poderia tocá-la, deveria esperar o encanto terminar, já Juushirou aguardava a vez de Hikari voltar. Rei chamara Anupu a primeira vez, Duamoutef uivou, porém nada aconteceu, ela repetiu o nome pela segunda vez, o canídeo tornou uivar e nada, pela terceira vez, ele desaparece e Rei cai inconsciente, logo após o Cálice dourado quebra-se e deixa todo o sangue ser sugado pelas ranhuras, que somem em seguida. Jibrail urrou forte e desapareceu, ficando em seu lidar a zampakutou branca com rubi no cabo.

– O Reminiscência terminou, agora você pode tocar sua companheira. – dis Mayuri para Byakuya, depois segue para onde estar Rei e pega nos braços: - parabéns shinigami, você agora é digna de minha admiração e respeito. – fala Mayuri para Rei desmaiada.

Byakuya pega Yuè delicadamente e a beija, a abraçando forte, porém fica triste ao ver o desespero de Ukitake, pois Tsukishirou não retornara e era culpa sua, queria dizer-lhe algo, mas não sabia como, pois Ukitake o odiaria eternamente por aquilo, apenas ficara admirando sua Yuè que mesmo desmaiada deixava as lagrimas caírem.

Shunsui tentou consolar o amigo, mas fora em vão, o meigo taichou levantou-se e seguiu para Ugendou sem nada falar, enquanto o comandante fora pegar a zampakutou branca, ordena:

– Meus senhores, levem estas damas para o hospital agora mesmo, este momento nos trás felicidades e também tristezas infinitas. Kuchiki taichou lembre-se Yuè-chan ainda pode estar grávida. Eu tomarei conta das coisas aqui Mayuri taichou.

O nobre volta a si ao ouvir isto e desaparece, sendo seguido por Mayuri com Rei nos braços.

– Eu tentarei falar com meu velho irmão, mesmo que em vão. – diz para si mesmo o Comandante seguindo seu amigo.


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Notas finais do capítulo

a vida é uma faca de dois gumes, para uns traz felicidades, para outros dor. a negligência de Yuè trouxe uma consequência grave, mas mesmo sacrificando sua vida, Tsukishirou cumpre uma promessa, assim Órion e Ária tem uma nova oportunidade de poderem viver.



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