Facilis Densensus Averno escrita por Heosphoros


Capítulo 21
Fruto Proibido


Notas iniciais do capítulo

"Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim,
disse Deus: Não comereis dele,
Nem nele tocareis.
Para que não morrais"

Gênesis, 3:3



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Estalagem do Pônei Saltitante, naquele final de tarde...

– O que você quer aqui? - Sebastian rosnou. Estava do lado de fora de seu quarto, onde Clary bebia um chá para se aliviar do pesadelo que teve (e de umas outras coisas que fizeram depois, mas não importa), quando o balconista da estalagem apareceu de repente para importuná-lo.

– Escute, senhor - a face redonda do homem balançava enquanto ele falava com urgência, o grosso bigode grisalho que parecia sujo de cerveja também - não quero que minha estalagem fique mal falada ou, pior, escoltada por guardas toda noite, então devo lhe avisar. Um homem, mais ou menos da idade do senhor, chegou hoje pela manhã no meu bar e disse a vosso irmão que sabia algo sobre você. E que só precisava da confirmação dele para encontrá-lo.

– O quê? - as sobrancelhas pálidas de Sebastian se uniram - e o que meu irmão respondeu a este homem?

– O homem pediu a vosso irmão para que refletisse e passou seu endereço. Tenho medo de, caso o senhor seja encontrado aqui, a Rainha mande que destruam minha estalagem. Entenda, senhor, esta é minha única fonte de dinheiro e o único teto sob o qual posso dormir.

Os olhos negros de Sebastian olhavam para todos os lados, preocupados.

– Muito bem – disse, por fim – procurei abrigo esta madrugada com um velho amigo.

– Faça isso, meu jovem. É o melhor para todos.

Antes que Sebastian dissesse qualquer outra coisa, o velho virou-se e saiu andando apressado. Desceu as escadas em espiral que davam no andar de baixo tão rapidamente que até parecia um rato assustado, como se o Morgestern fosse perder tempo rasgando a garganta dele.

Dando de ombros internamente, Sebastian abriu a porta em silêncio. Era uma questão de tempo até que aquela notícia mexesse com o humor e com a mente dele, deixando-o instável. Ele estava mais preocupado do que aparentava e só uma pessoa o fazia sentir-se como se não precisasse ser tão complexo.

Clary fazia as coisas parecerem tão simples...

Assim que entrou, a viu. A irmã estava sentada, com as pernas para fora da cama balançando como se fosse uma criança. Os cabelos escarlates caíam como uma cascata pelas costas nuas e brilhavam como o sol avermelhado que se punha no horizonte. Ela estava sem a camisola e parecia estar buscando por ela.

Ele fechou a porta tão silenciosamente como a havia aberto. Foi se aproximando com passos quietos sob o chão de madeira, enquanto Clary erguia seu espartilho para vestir.

– Acho que você pode dispensar isso - Sebastian disse com um meio sorriso.

Clary deixou o espartilho cair enquanto se virava abruptamente.

– Por Deus, Sebastian! - disse, pondo a mão sobre o peito - faça barulho quando abrir a porta.

Um sorriso não pôde deixar de se formar nos lábios dele.

– Perdão - caminhou até ficar diante dela, observando toda aquela perfeição esculpida numa garota de dezesseis anos. Olhou a pele macia, perolada, os seios, os lábios que eram uma linha inquieta enquanto os olhos dele rodavam por ela e, por fim, os olhos verdes como folhas que encaravam a ele com as sobrancelhas ruivas céticas.

– Perdeu alguma coisa aqui? - ela perguntou erguendo os ombros, ficando com a postura de uma deusa.

Sebastian provavelmente ficou com uma ótima expressão de retardado, pois quando percebeu estava de boca aberta.

– Eu teria um ótimo comentário sarcástico para fazer agora - disse, passando a mão pelos cabelos brancos - se você não fosse tão boa nesse jogo.

Clary riu.

– Não há jogo nenhum, Sebastian - então, rapidamente, sua expressão tornou-se enevoada, fria - mas poderia haver.

Ele a encarou por alguns instantes.

– Clarissa, não...

– Não devíamos estar fazendo nada disso - ela o interrompeu, deitando na cama, com os olhos fixados no teto, frágeis como gelo - mas o que há de errado comigo, pelo amor de Deus?

Sebastian aproximou-se dela, subindo na cama e prendendo o corpo dela entre seus joelhos. Abaixou-se, de modo que conseguia encarar seus olhos verdes e suas sardas que pareciam constelações pelo rosto perfeito. Não havia nada de errado com ela e deveria dizer isso sempre até que ela notasse. Ele era o problema; sempre fora o problema.

Ele inclinou o rosto, encostando seus lábios delicadamente nos dela. Eram macios e estavam salgados por conta das lágrimas que rolaram para eles. Clary, mesmo assim, respondeu seu beijo; estava cansada de ter que fingir, como ele também estava, e ele a conhecia o suficientemente para saber como acalmar aqueles olhos verdes angustiados. Entrelaçou a língua na dela, com uma ternura que nem ele mesmo sabia que possuía, beijando-a como se beija memórias, para possuir amnésia.

Os dedos dela tamborilaram de seus ombros até a raiz de seus cabelos, onde ficaram, pressionados, à medida que o beijo dos dois se intensificava como uma faísca no álcool. Sebastian traçou um caminho e beijos no rosto dela, que passearam por sua orelha, pelo seu pescoço e deixaram marcas de hematomas na clavícula.

Clary pressionou suas costas com as pequenas mãos, arrancando a blusa dele com voracidade - que, aliás, não o assustou em nada - e também deixando beijos pelo corpo dele e deixando marcas em seu pescoço. Sebastian não havia imaginado o quão poderosa ela era sobre ele.

E Clary estava desesperada, pois já não suportava qualquer distância que a separasse dele. Foi descendo a calça do irmão, enquanto ele a beijava com quentura, suas mãos nas raiz dos cabelos vermelhos dela e depois fazendo com os dedos passeassem por seus seios e suas curvas.

Ela suspirou, presa naquela sensação de estar embriagada e ao mesmo tempo lúcida; sorrindo enquanto beijava qualquer ponto em Sebastian, deixando marcas de suas unhas pelo corpo dele pois aquela sensação também era dolorosa e angustiante.

Ele desceu mais os beijos, saiu do pescoço e foi para os seios dela, enquanto Clary suspirava e engasgava com seu nome. Então seus lábios tocaram seu umbigo, sua púbis, até que Clary só podia ver a cabeleira loira entre suas pernas e sentir beijos hipnóticos que causavam uma sensação quente como o Inferno por todo o corpo dela.

Ela não pôde dizer nada, nem o impedir. Apenas sussurrava seu nome baixinho enquanto se sentia envolvida pelos movimentos da língua de Sebastian, sem acreditar que poderia sequer sentir algo assim antes. Agarrou os cabelos dele, sentindo vontade de gritar seu nome bem mais alto, mas sabia que não podia.

Quando ela quase chegou ao clímax, ele voltou a beijar seu pescoço, encaixando o corpo dele entre as pernas dela. Sussurrando baixinho que a amava no pé de seu ouvido, fazendo cada pelo dela se arrepiar sem nenhuma sensação de frio.

Atualmente...

Clary ajoelhou-se no calçamento frio, batendo as pernas no paralelepípedo sujo de sangue. Lágrimas invadiram seus olhos verdes enquanto cada lembrança na noite passada se repetia. Perguntou para si mesma - pela milésima vez - o que havia de tão errado com ela. E por que não conseguiu impedir Sebastian?

Um Magnus Bane moribundo pairava no colo dela. Estava com os olhos fechados, e os batimentos cardíacos começavam a ser tornar mais e mais lentos. Com a respiração gélida e falha, ele abriu a boca. Sabia que ela estava ali, sabia que Clary o acalentara. Mas ela não podia curá-lo, como antes ele fez com ela.

– Vocês estão em perigo, Clarissa... - murmurou com dificuldade.

– Por que? - ela se exasperou - por que, Magnus?

Num último suspiro, engasgado com sangue e arrependimento, Magnus Bane falou:

– Porque alguém entregou vocês.


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Notas finais do capítulo

Mas alguém com raiva do Jace ae??? hahah

Querida Lira, gostaria de te agradecer por sua linda recomendação!!! Incentivos como esse não podem ser melhores para a fanfic. Muito obrigada linda, amo você !!!!



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