Facilis Densensus Averno escrita por Heosphoros


Capítulo 1
Prólogo.


Notas iniciais do capítulo

"Oh, sim, sei que o caminho para o Paraíso era fácil.
Encontramos o pequeno reino da nossa paixão
Que podem compartilhar todos os que caminham pela estrada dos amantes.
Cambaleávamos numa felicidade selvagem e secreta;
E deuses e demônios clamavam em nossos sentidos"

Siegfried Sasson.



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Seis anos antes...

– Jonathan, devolva meu anel! - uma pequena Clarissa, com nove anos e cabelos vermelhostrançados, pediu. Ela corria atrás do irmão mais velho, cujos cabelos eram dourados como os de um anjo, mas a atitude era agitada como de um demônio.

Ele correu dela, chegando perto da porta do casarão.

– Pare de me chamar de Jonathan!- ele ordenou, levantando a mãoque segurava um anel prateado encrustado de estrelas cadentes. O anel da família Morgestern, que a mãe tinha dado a ela antes de ficar doente - meu nome é Jace!

– Papai te chama de Jonathan! - ela retrucou, cruzando os braços e empinando o nariz- então também posso chama-lo assim.

– Não pode, não! - ele gritou, por um momento soando irritado. Então sua máscara de sarcasmo voltara, e ele deu um meio sorriso - ou eu vou chama-la de Clarissa.

Clary mostrou a língua para ele.

– Então tá... Jace - falou - devolva meu anel.

Ele apreciou o anel nas próprias mãos. Depois olhou para ela, parecendo pensativo. Depois o sorriso que Clary odiava voltou a seu rosto.

– Não! - gritou, e pulou em um dos sofás de veludo, jogando o anel dela para o alto.

– SEBASTIAN - Clary gritou, sabendo que o pai não a ajudaria e que a mãe estava muito fraca para tomar seu partido - JONATHAN ROUBOU MEU ANEL.

Depois de dois ou três segundos, Sebastian apareceu na escada em espiral que dava na sala de estar (onde Jace pulava nos sofás, brandindo o anel de Clary). Os cabelos do irmão mais velho deles eram branco-prateados, como os do pai, e seu semblante era sério.

Era o filho perfeito.

Sebastian encarou Jace, depois Clary, com uma expressão entediada.

– Jonathan, devolva o anel para Clarissa - falou, sem emoção.

Jace cruzou os braços.

– Não.

Sebastian revirou os olhos. Clary não deixava de pensar de todos os meninos de 11 anos eram sérios como Seb, e se todos os garotos de 10 eram endiabrados como Jace...

E se todas as garotas de 9 tinham uma vida como aquela.

– Jonathan - avisou Sebastian - se não devolver o anel para ela, eu vou até aí buscar.

Jace sorriu de orelha a orelha, como se aquela ideia fosse a melhor coisa que pudesse pedir. Os dois irmãos sempre disputavam: quem era mais rápido, quem era mais forte... Clary perguntou a si mesma se aquilo não era uma dessas disputas.

– Então vem! - gritou Jace.

Sebastian só demorou dois segundos. Desceu as escadas correndo e foi atrás de Jace, que pulou do sofá e fugiu pela porta da frente.

Os dois saíram correndo como cão e gato, e Clary foi atrás deles para ver o que acontecia. Corriam desesperadamente pela planície verdejante, próximos ao lago, e a menina até deu um sorrisinho ao ouvir Sebastian xingando o irmão...

Então o pai se pôs ao lado dela, observando os meninos com uma expressão enojada. Sua voz veio autoritária e distante, como sempre era:

– Clarissa, qual é o motivo dessa discussão?

Seis anos depois...

– Clarissa, qual é o motivo dessa discussão?

Clary ergueu a cabeça para encarar o pai. Mesmo com quinze anos, continuava muito baixinha para encarar Valentim olho no olho, como os irmãos conseguiam fazer.

Por falar nos irmãos, Jace e Sebastian se atracavam no meio da planície verdejante do lado de fora do casarão. Eles eram o borrão de prateado e dourado, enquanto um dava socos no outro.

Clary olhou para as próprias mãos. O motivo da briga não era o anel daquela vez...

– Jace chamou Sebastian de "merdinha bem comportado".

A expressão de Valentim sequer mudou... Exceto talvez pela sobrancelha loira levemente arqueada acima do olho direito.

– Você não fez nada? - perguntou ainda observando os rapazes.

– Eu não tinha muito o que fazer...

Ele não a deixou terminar a frase. Caminhou lentamente com a postura ereta de guerreiro (que insistia que seus filhos também fossem, sem necessidade) e se aproximou de Jonathan e Sebastian.

Clary o viu parar na frente dos dois. Não pareceu ter dito nada, mas os meninos pararam imediatamente e se levantaram como se tivessem levado um esporro da rainha.

Assim que se levantaram, Valentim começou um discurso longo e indeterminável... que Clary (ainda bem) não escutou.

Pois bem... mas um dia perfeito na Família Morgestern.


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Notas finais do capítulo

Foi um capitulo simples, mas espero que tenham gostado... :)