Jogo de sedução escrita por Karollin


Capítulo 8
Capítulo 7 - Festa


Notas iniciais do capítulo

Hey galera! Sentiram saudades? Eu sim! Tenho uma leitora que quase se teletransportou para minha casa a fim de me fazer escrever sob ameaça de morte xD ASUASHUA Lembram-se do meu vô que no cap passado eu disse que estava internado? Ele morreu e por isso não conseguia escrever nada. Então, segunda eu estou viajando para os EUA então não tem atualização até o dia 15 de Julho ok?

♥ Senti falta de alguns leitores comentando, mas não foi obrigar ninguém a comentar :) A propósito, já irei respondê-los ♥

♥ Boa leitura, espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/481657/chapter/8

Fiquei encarando a mulher como se ela fosse um fantasma. Ela não estava mais com o cabelo negro e cacheado nem com os olhos verdes-acinzentados, então concluí que usava uma peruca e lentes de contato. Para ser sincera preferia a antiga cor de seus fios, não achei que o loiro combinava com ela. Analisei-a novamente tentando ver se não havia errado. Os mesmos lábios finos, a pele morena, o rosto quadrado e até a pinta pequena na têmpora direita. Definitivamente era ela! Sem a maquiagem pesada a mulher parecia ser mais nova.

– Lira? – perguntou hesitante.

– Lauren? – retruquei abismada.

– Vocês se conhecem? – questionou Bryan revezando seu olhar entre mim e a mulata na porta.

– Ela dança na Desire depois de mim. – expliquei – Seu nome verdadeiro é Camila ou Anna?

– Anna Fonseca. – respondeu – E o seu?

– Lola Maxwell, estudo na mesma faculdade que o Alexander e esse daqui é meu melhor amigo, Bryan. – falei sorrindo.

Ela, porém, não fez sinal que iria nos dar passagem. Isso fez com que eu sentisse que o Ártico havia se mudado para minha barriga de tão desesperada que fiquei ao vê-la me analisar. Estou perdida. Ela vai dar para trás e pedir desculpas por não poder mais me ajudar. O que será que farei?

– Desculpe-me, você me pegou de surpresa. – falou.

É, estou ferrada. Será que no The NY Times tem algum imóvel para se alugar por uma noite de última hora? Meu sorriso foi morrendo lentamente em meu rosto. Minhas mãos suavam frio e tive que limpá-las em meu vestido. Dei um pequeno passo para trás preparando-me psicologicamente para o mico que iria pagar caso Logan viesse me pegar e percebesse que eu havia mentido. Talvez se eu ficar do lado de fora ele pense que eu estava o esperando...

– Entrem, por favor, mas eu quero saber de toda essa história Lira! Parece coisa daqueles filmes fictícios e utópicos que Hollywood tanto gosta de produzir! – exclamou animada permitindo que entrássemos – Ah! E aquela é Camila, minha irmã.

Suspirei aliviada e entrei em sua pequena casa. A sala era ampla e possuía um sofá vinho que combinava com a parede creme e o tapete felpudo preto. Assistindo televisão, vi uma garotinha morena de que possuía uns dez anos, a Camila. Fiquei um pouco tímida, mas logo retomei minha postura normal.

– Sabe aquele cara que sempre vê minhas apresentações? O de cabelo castanho escuro e olhos azuis? – ela acenou positivamente com a cabeça e continuei – Ele vem me buscar achando que aqui é minha casa porque fiz uma aposta envolvendo ele e eu preciso ganhá-la a qualquer custo!

Devo dizer que exagerei um pouco na dramaticidade, mas não contei nenhuma mentira. Notei os olhos dela brilhando e ela começou a dar pulinhos de animação. Aquilo foi estranho, uma mulher de vinte e cinco anos pulando no meio da sala usando uma calça de cupcakes e uma regata colorida não era uma coisa costumeira de se ver. Mas se eu não estivesse de salto e um vestido longo de festa eu iria me juntar a ela com o maior prazer.

A campainha tocou.

Arregalei os olhos enquanto Lauren aumentava seu chilique silencioso. Peguei minha pequena bolsa prata respirando fundo. Alexander me deu um joinha com os dedos e esboçou um sorriso encorajador enquanto Bryan me abraçou e beijou-me na bochecha.

– Vai lá e arrasa, gata. – sussurrou Bryan em meu ouvido e deu um tapa na minha bunda incentivando-me a andar.

Olhei-me na tela do celular e ao constatar que estava apresentável, abri a porta com um sorriso. Que quase se transformou em um perfeito ‘‘o’’. Gostoso era um eufemismo para adjetivar Logan. Seu cabelo estava penteado com gel em um estilo maravilhoso, e não daquele jeito que parece que um boi lambeu todos os fios para colocá-los no lugar. Usava um esplêndido e provavelmente muito caro terno preto sobre uma camisa social branca e uma gravata escura. Seus olhos azuis pareceram brilhar ao me ver e um sorriso provocante se abriu em seus lábios.

– Devo dizer que você está ainda mais bonita esta noite, Lira. – elogiou Logan.

O nervosismo e a fome me deixaram completamente irritável e quando isso acontecia eu virava praticamente uma ogra. Só de pensar que teria que me supervisionar durante toda a festa para não falar besteira e já chegar comendo tudo o que visse pela frente deixava-me ainda mais carrancuda.

– Guarde seu espírito galanteador para quem o quer, Logan. - retruquei jocosa.

– E a gata mostra as garras. – afirmou rindo e puxando-me pela cintura depositando um beijo estralado no canto de minha boca – Já disse que prefiro as ariscas?

– Vamos logo, seu galanteador barato. – pedi de brincadeira desvencilhando-me de seus braços fortes.

Ele conduziu-me até seu divino audi preto A8 e abriu a porta do passageiro para que eu entrasse. Agradeci e sentei-me no macio banco de couro branco. Ok, Lola, respira. Aquele automóvel era uma maravilha e meu inalcançável sonho de consumo já que custava muito, muito mais do que meu orçamento permitia.

O trajeto foi silencioso e a cada instante ficava rezando para minha barriga não roncar. Graças aos céus eu não fui tão azarada para isso ocorrer. De vez em quando admirava Logan de soslaio. Seu perfume amadeirado estava misturado com o cheiro de couro e impregnava o automóvel, apesar de seu vidro estar aberto e o vento entrar bagunçando um pouco seu cabelo. Nunca ficarei tão feliz em ganhar uma aposta, pensei sorrindo.

– Se eu te pedir duas coisinhas você irá se ofender? – perguntou hesitante.

– Depende. – respondi curiosa virando-me para ele.

– Talvez você não esteja acostumada à essas coisas muito mais luxuosas e pomposas do que o necessário, então por favor não nos envergonhe. Essas pessoas riquinhas e mimadas valorizam demais o comportamento requintado e fresco. – falou claramente incomodado.

– Não se preocupe comigo, Logan. – falei sorrindo de um modo misterioso lembrando-me de todo o ‘‘treinamento’’ que tive que passar, todo o estudo de negócios e de boa postura não me deixariam fazer-nos passar vergonha, ao menos era o que eu esperava.

– Só mais uma coisa: se alguém perguntar diga que estamos namorando, por favor. Não aguento mais minha mãe falando na minha cabeça explicando que devo ter uma mulher ao meu lado para me ajudar a tomar decisões. Posso muito bem fazê-las sozinho. – pediu.

Logan, Logan, você não faz ideia de tudo quão fácil você está deixando para mim, pensei. Dei um sorriso singelo camuflando uma imensa vontade de rir.

– Tudo bem, meu amor. – falei provocando-o arrancando uma gargalhada do homem.

Assim que paramos em frente à uma belíssima mansão, meu queixo quase se arrastou no chão. O extenso e perfeitamente cortado gramado possuía umas luzes douradas por toda sua área e pontos coloridos rodeavam os troncos das árvores majestosas. O lugar possuía uma enorme janela, permitindo com que fosse possível visualizar o que ocorria no luxuoso salão, as paredes de cor creme possuíam a coloração impecável, como se nem mesmo a luz do sol ou a força das chuvas fossem capazes de tirar a perfeição daquele local. Até mesmo paparazzis estavam acampados em suas vans na rua em frente ao incrível casarão a espera de alguma foto de grandes empresários para marcar aquele encontro.

– Vamos? – perguntou sorrindo de modo confortador pegando em minha mão.

– Vamos. – afirmei prendendo a respiração.

~ ♥ ~

Para minha surpresa, a reunião para a assinatura do contrato entre a empresa Campbell e a firma do investidor árabe não seria realizada em um cubículo cinza e com cadeiras de couro, o que sempre ocorria nos filmes. Ao invés disso seria feita no meio do luxuoso salão de festa repleto de pessoas. A maioria delas eram funcionários de ambas as companhias que foram convidados para se conhecerem e comemorarem aquele negócio bilionário.

O salão não era enorme, mas era grande. Em um canto havia um pequeno e baixo palco, perto das janelas, cadeiras modernas permitiam que aquele fosse um ótimo lugar de conversas. Próxima a uma parede que possuía uma abertura para uma escada de vidro que levava ao segundo andar, era possível ver extensas mesas contendo os quitutes mais requintados que eu já havia visto. Minha boca salivava só de pensar em seus sabores. Mesmo com a comida ali, garçons caminhavam entre as pessoas servindo-as com os alimentos e com taças de champanhe.

Supus que todos iriam nos olhar assim que entrássemos, porém foram poucos que nos notaram. Logan me conduziu até onde havia um casal conversando em um local mais afastado do restante dos convidados. A mulher tinha o cabelo loiro preso em um coque elegante, algumas rugas eram visíveis em seu rosto disfarçadas um pouco pela maquiagem – e não pelo botox que mulheres ricas amavam aplicar para se sentirem jovens –, seu vestido era longo e inteiramente dourado com algumas pedrinhas brilhantes – que presumi serem realmente preciosas – e sorria para seu marido de modo afável e verdadeiro. O homem a seu lado possuía fios brancos nas têmporas fazendo um incrível contraste com seus negos fios penteados perfeitamente com gel e usava um terno negro de grife.

– Olá mãe, pai, estava com saudades. – falou Logan indo abraçá-los calorosamente sendo recebido com carinho por seus pais. – Esta é minha acompanhante, Lira. Lira, esses são meus pais: Melissa e Edgar. – apresentou-nos.

O que eu deveria fazer? Abraçá-los? Não, isso parecia íntimos demais. Optei por estender a mão para a mulher, que me puxou para um forte abraço, em seguida seu marido fez o mesmo. Então, os olhos dela pousaram nos dedos de Logan entrelaçados nos meus. Para ser sincera aquilo não significou tanto para nós quanto sua mãe pensava, já que sua expressão foi tomada pela surpresa enquanto nenhum de nós dois se importava com aquele gesto.

– Ela é sua namorada, meu filho? – perguntou interessada.

Esperava que ele negasse veemente, mas o loiro somente olhou para nossos dedos e sorriu.

– Sim. Achei que fosse uma ótima oportunidade para apresentá-la para vocês. – respondeu.

Espera... É o que? Olhei rapidamente para Logan que apertou levemente minha mão para que eu mantivesse aquela mentira como havíamos combinado no carro. E eu achando que ele não falava sério.

– É um prazer conhecê-los, Logan fala muito bem de vocês. – afirmei com tom carinhoso.

Ele não falava deles bulhufas nenhuma, mas não precisavam saber disso. Bem, isso era o que falavam nas horas de conhecer os sogros não é? Mesmo que fossem de mentirinha. Melissa abriu um enorme sorriso mostrando todos seus dentes perfeitos e, apesar de todo o aspecto de resguardado, Edgar acompanhou a esposa.

– Finalmente nosso menino arrumou uma bela dama! Já estou ansiosa para ver meus netinhos correndo por nossa casa, meu amor! – exclamou animada com ar sonhador.

Opa, opa, opa! Pode ir parando por aí dona. Nenhum bebê sairá de mim tão cedo, a fábrica está totalmente fechada! Esbocei um sorriso constrangido, mas ao ver o pescoço e as bochechas de Logan adquirirem um leve tom rubro, comecei a rir.

– Não se preocupe, senhora Campbell, se depender do seu filho continuaremos treinando para quando estivermos preparados. – menti com naturalidade, fazendo os olhos da mulher brilharem de empolgação.

– Não se acanhe, menina. Pode me chamar apenas de Mel. E, bem, espero que meu filho esteja se comportando bem. – falou como se só nós duas estivéssemos ali.

– Eu o mantenho na linha. – respondi mandando uma piscadela em sua direção e beijando a face de Logan.

– Vou pegar algo para bebermos. – afirmou encerrando o assunto e puxou-me delicadamente para seu lado e afastando-me de seus pais.

Era engraçado ver sua relação com seus familiares. Por serem ricos, esperava o típico ar superior que eles exalavam e sua falsa noção de superioridade. O costumeiro estereótipo retratado em diversos filmes. Porém, não foi o que encontrei, eles eram, à primeira impressão, ótimos e o mais importante: simples. O preconceito era algo existente em todos em relação a tudo que era desconhecido, o julgamento de outros e seus modos de pensar contagiavam a todos, mesmo imperceptivelmente.

Naquele momento senti uma imensa falta de meus pais. Há quanto tempo será que eu não os via? Acho que foi no Winter break, então fazia o que? Seis meses, aproximadamente eu acho. Estávamos quase no fim do semestre e aproveitaria para reencontrá-los nas férias de verão, que começariam na próxima semana.

Um homem árabe – estava claro que ele era do Oriente Médio graças ao simples turbante e seus traços – aproximou-se de nós com uma carranca no rosto.

– Bã haddad. Você ser o garoto Campbell? – perguntou com um forte sotaque e pouco domínio da conjugação de verbos ingleses.

– Sim. É um prazer finalmente conhece-lo pessoalmente, senhor Barakah Afif. – falou apertando a mão do homem.

Barakah Afif? Que raios de nome era aquele?

– Esta é minha namorada, Lira. – apresentou-nos.

– É um prazer conhecer um bela moça. Minhas filhas estão aqui, gostarão muito da festa. – falou sorrindo, mas logo voltou a ficar sério – O negócio será bom para vocês e para mim? Meus consultores pensam que você terão mais lucro.

– Para falar a verdade vocês terão um pouquinho mais de retorno. Há um grande mercado pouco explorado no Oriente Médio, todas as pesquisas estão voltadas para as áreas militares. Creio que assim que as empresas se juntarem vocês terão mais clientes dispostos a evitar dar continuidade ao domínio das armas. Além disso, possuem uma mão de obra mais barata do que a nossa. – expliquei convicta.

Os olhos de Barakah brilharam de empolgação enquanto a expressão no rosto de Logan era de descrença e fascínio. É, baby, eu sou demais. Senti até um certo orgulho de mim mesma por ter conseguido impressioná-los.

– Realmente um bela e melhor ainda, inteligente moça. Eu tenho um filho, Farid, bom garoto, vinte e sete anos e só tem uma esposa, você tem que conhecer. Mando seus cabelos para seu namorado e não ter problema! – falou animado.

– Vou manter você sob meus olhos, querida. Não queremos correr o risco de você ser levada de mim. Custei muito para achar uma mulher assim e não posso perdê-la. – disse Logan abraçando-me.

O que era aquela coisa de mandar meu cabelo para o Logan? Após alguns segundos refletindo sobre isso lembrei-me de ter lido algo a respeito disso na internet. Acho que os homens árabes quando ficavam muito interessados em uma mulher – principalmente estrangeira – comprometida, eles a sequestravam e mandavam seus cabelos para o marido dela. Bizarro.

– Onde fica o toalete? – perguntei com o máximo de classe que esse questionamento permitia.

– No segundo andar, terceira porta à esquerda. – respondeu pegando uma taça de champanhe que o garçom o ofereceu.

– Obrigada, com licença. – falei.

Caminhei aparentando calma, mas sentia o olhar dele sobre mim. Observei alguns olhares por onde passava, os homens – que eram a grande maioria na festa – ficavam encarando a fenda de meu vestido que revelava minha perna toda vez que dava um passo com o pé esquerdo. Subi as escadas sem olhar para baixo, como se eu andasse com o alto salto junto aquele traje por degraus de vidro todo dia. Mas assim que saí do campo de visão das pessoas, levantei a saia e me apoiei no corrimão para evitar tropeçar e sair rolando igual a uma bola.

O corredor era largo, mas curto e não tive dificuldades em encontrar o lugar que procurava. Entrei no banheiro, não para usá-lo, mas sim para verificar se minha peruca estava no lugar e se minha maquiagem estava nos eixos. Bryan havia colocado uma touca em meu cabelo e prendido os fios ruivos a ela com grampos para tornar quase impossível retirá-la sem ajuda. Passei meus dedos por eles e sorri satisfeita ao perceber que o cabelo parecia real no couro cabeludo.

Abri a porta deparando com Logan escorado na parede com as mãos nos bolsos exibindo um sorriso cafajeste nos lábios.

– Já disseram que é feio mentir, Lira? – perguntou puxando-me pela cintura para mais perto dele.

– Não seria eu quem deveria dizer isso, meu amor? – retruquei com um sorriso que esperava ser sedutor.

– Você é minha namorada agora, então não menti. Agora temos que treinar para tornar o que você disse a minha mãe verdadeiro.

– Eu sou sua namorada, Logan? – sussurrei no seu ouvido e percebi que sua respiração, por um instante, se desregulou.

– Sim. – respondeu prensando-me na parede e apertando a mão em minha cintura.

– Então por que não estamos nos beijando? – falei divertindo-me.

Ele não precisou mais se controlar e rapidamente seus lábios estavam sobre os meus. Logan aprofundou o beijo e senti sua língua em minha boca controlando meus movimentos. Sua mão direita segurou minha nuca enquanto seu dedão acariciava a pele sensível. Envolvi seu pescoço com meus braços e tive que me controlar para não rodear sua cintura com minhas pernas. O desgraçado beijava bem demais! Aquele seu hálito de menta com resquícios de champanhe estava realmente me inebriando.

Quanto mais nosso beijo se tornava intenso, mais ele me apertava contra seu corpo. Meus dedos emaranharam-se em seus fios macios buscando retribuir o carinho que ele fazia em mim. Separamo-nos para respirar, mas Logan colocou sua testa contra a minha olhando-me com o azul de seus olhos escuros por causa do desejo. Tive vontade de rir. Tadinho, ele realmente achava que eu iria para cama com ele naquela noite?

Puxei-o pela gravata tentando trazê-lo para mais perto de mim e passei minhas mãos por debaixo de seu paletó, sentindo seus músculos se contraírem sob meu toque. Dei um sorriso vitorioso.

– A festa é lá em baixo e acho que está quase na hora do pronunciamento ou do fechamento do contrato, sei lá. Descerei primeiro, enquanto isso use esse tempo para acalmar seu amiguinho. – sussurrei em seu ouvido ao notar sua excitação visível.

Empurrei-o levemente e entrei novamente no banheiro para retocar meu batom e ver se tinha algo errado com a peruca ou com o vestido. Quando comprovei que estava tudo no lugar, saí sorrindo ao ver Logan escorado na parede me olhando como se quisesse me matar por ter deixado ele daquele jeito para depois largá-lo na mão, literalmente.

Desci as escadas com um risinho baixo escapando por meus lábios. Fui em direção à mesa de quitutes e assim que coloquei um na boca, tive que fazer uma força sobre humana para não virar todo o prato em minha goela. Aquilo possuía um gosto excelente! Ok, Lola. Respira, mastiga, engole. Respira, mastiga, engo... Ai meu Deus! Essa coisa é muito boa! É feito de frango? Não pode ser, só se for de um frango criado no paraíso porque nunca comi nada proveniente da carne desse animal que fosse tão saboroso.

Peguei uma taça de champanhe com um garçom para tentar disfarçar minha comilança e o fato de eu estar escorada na parede bem ao lado da mesa roubando disfarçadamente alguns salgadinhos. Não sei quantas taças tomei, mas tudo pareceu ganhar um novo brilho radiante, até mesmo Logan que acabara de se colocar a meu lado como se nada tivesse acontecido.

– Conseguiu fazer o trabalho sozinho ou precisa de minha ajuda? – perguntei maliciosamente fazendo-o esboçar um de seus irresistíveis sorrisos.

– Da próxima vez você não escapará tão fácil, querida. – respondeu frisando a última parte.

– Então quer dizer que terá uma próxima vez? – questionei.

– Sim, muitas. Você é minha namorada, afinal, e aposto que meus pais farão de tudo para nos reunimos o máximo possível. – respondeu rindo.

É, Logan, você está facilitando muito para mim. Mais dinheiro para minha conta. Quem é demais? Eu sou demais! Eu até faria uma vergonhosa dancinha da vitória se ele não estivesse ali. Todos os olhares foram atraídos para o pequeno palco quando Edgar, o pai de Logan, anunciou que o contrato estava assinado enquanto o homem árabe mostrava o papel. Aplaudimos, mas logo retomamos as atividades que estávamos fazendo. O burburinho que aquele negócio milionário fez estava cada vez mais difícil de se ignorar. Isso fazia minha tonteira piorar e causou-me uma dor de cabeça leve.

– Vou ir embora. – anunciei.

– Vamos então. – retrucou pegando em minha mão.

Despedimo-nos de seus pais e prometi à Melissa que não iria sumir. Logan, como um com cavalheiro, abriu a porta do passageiro para mim e entrei em seu carro. O trajeto até a ‘‘minha’’ casa foi tranquilo e não trocamos muitas palavras.

– Eu te ligo amanhã. – falou assim que estacionou o carro em frente à pequena residência.

Assenti positivamente com a cabeça e me inclinei em sua direção, depositando um leve beijo em um ponto muito próximo de sua boca. Logan segurou minha cintura e puxou-me mais para si. Se tinha algo que ele tinha de sobra era pegada. Ao contrário de muitos que mal tocavam na mulher ao beijá-la, ele segurava-me em seus braços cada vez mais forte para sentir seu maravilhoso corpo colado ao meu. Nosso segundo beijo foi quase igual ao primeiro, com uma única diferença: dessa vez, eu ditei o ritmo. E devo dizer que ambos ficamos sem fôlego rapidamente.

– Boa noite, Logan. – falei saindo do automóvel.

Graças a tudo que há de bom no mundo, Lauren havia me confiado uma cópia da chave de sua casa, evitando com que eu ficasse plantada do lado de fora tocando a campainha e torcendo para alguém acordar às uma da madrugada para me deixar entrar. Quando abri a porta, ouvi Logan me chamar.

– Eu realmente quero saber mais de você, Lira. – falou alto.

– Não sou uma pessoa interessante. – retruquei misteriosamente com um sorriso nos lábios e fechei a porta atrás de mim.

Ok. Agora sim eu posso surtar. Ai. Meu. Deus! Eu beijei ele! Fui rapidamente em direção ao quarto de hóspedes com os saltos pendurados em meus dedos para não fazer barulho. Retirei meu vestido jogando-o em algum canto do local ficando apenas com uma lingerie preta básica. Só havia um problema: não havia notado que Alexander dormindo ali.

– Lola? – perguntou com a voz grogue de sono.

– Sou eu, acabei de chegar. Desculpe-me por te acordar, achei que você fosse dormir no sofá. – falei.

– Eu ia, mas então você demorou e pensei que iria ficar com o Logan e só retornaria de manhã. – retrucou rindo enquanto se levantava.

Então ele acendeu a luz. Senti seu olhar analisando-me de cima a baixo. Ah, verdade, eu estava só de roupas íntimas. Meu cérebro um pouco embriagado fez com que eu perdesse totalmente a vergonha naquele momento. Até Bryan já havia me visto assim, não teria problemas se ele também visse não é?

– Ei Alexander, você pode me dar uma ajudinha aqui? – perguntei vendo-o engolir em seco.

Vi seu pomo de Adão se mover mais duas vezes antes dele se aproximar hesitantemente de mim. Virei de costas e segurei meu cabelo com uma mão.

– Ajude-me a tirar os grampos da peruca, por favor? – perdi – Se quiser eu sento na cama pra ficar mais fácil.

Ouvi-o respirar fundo.

– Pelo amor de tudo quanto é sagrado, Lola, não vá para aquela cama. – implorou.

Virei de frente para ele com o cenho franzido. Eu estava sugerindo aquilo para ficar mais fácil de ele retirar os grampos e ele ainda falava assim? Que falta de consideração, isso sim!

– Por quê? Estou tentando facilitar o seu trabalho...

– Lola, neste momento você está fazendo tudo, menos facilitando meu trabalho. – cortou-me olhando rapidamente para baixo.

Segui seu olhar.

– Ah. – foi o único som que saiu da minha boca.

Fiquei de costas para ele para ajuda-lo a localizar mais facilmente os grampos. Alexander estava excitado. Isso nunca aconteceu com Bryan. Foi aí que a lógica ultrapassou a nuvem provocada pelo álcool. Bryan era gay, já Alexander era hétero – muito hétero por sinal. Com as mãos um pouco trêmulas, ele foi tirando os assessórios da peruca e percebi, com minha visão periférica, que ele havia se inclinado em minha direção. Sentia sua respiração quente em meu pescoço e arrepiei por aquela ser uma área muito sensível de meu corpo.

– Boa noite, Lola. – falou com a voz rouca depositando um beijo leve em minha clavícula.

Então, ele saiu do quarto sem esperar uma resposta. Retirei a peruca grata por me livrar dela e quase tropecei nos meus próprios pés ao tentar alcançar a mochila. Peguei um pijama qualquer e deitei na cama quente devido ao fato de Alexander ter se deitado ali. Provavelmente amanhã eu morreria de vergonha ao vê-lo, mas com o álcool em meu sistema era incapaz de me sentir constrangida.

Não acreditava que a simples visão minha de roupas íntimas fosse deixá-lo excitado. E mesmo assim ele não havia feito nada comigo e fora perceptível seu esforço para não olhar demasiadamente para meu corpo.

Minha inquestionável lógica de bêbada chegou a uma conclusão. Talvez Alexander fosse digno de confiança, afinal.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

♥ Lola e bebida é uma combinação meio tensa UASHAS E então, o que acharam dos pais do Logan e de seu comportamento? Lola toda assanhadinha ¬u¬ UASHUASHAUSH

♥ Gostaram? Odiaram? Mereço comentários e/ou recomendações? Deixem-me saber o que estão achando da fic! :D