Lembranças escrita por Natalia Beckett


Capítulo 8
On the corner.


Notas iniciais do capítulo

Estamos aqui de novo gente linda. *-*
Mais um capítulo. A ansiada biblioteca...
Obrigada pelos comentários pessoal. Isso me dá muito gás pra escrever.
Boa leitura. ;)
Song: https://www.youtube.com/watch?v=KU5o6M7S5nQ



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Esbarrei com Lanie nas aulas seguintes. Ela notava algo diferente em mim. Perguntou-me várias vezes. Mas eu não iria falar do Rick ainda. Ele é imprevisível e tudo poderia mudar até o fim do dia. Nem iria contar pra Lanie sobre a minha mãe. Era um assunto que eu não queria lembrar nas aulas. Não iria me fazer bem.

No refeitório Rick sentou-se a nossa mesa. Lanie e ele ficavam se implicando. Espo não deixava escapar algumas farpas e Rick aos poucos se retraía. Ele me olhava como se através do olhar pudesse descobrir segredos a meu respeito. Aquilo me deixava nervosa imaginando como seria a biblioteca com ele mais tarde. Lembrei-me da tal Sarah do dia anterior. Mas antes que minha língua coçasse e eu dissesse alguma besteira Espo o indagou.

–Ei Rick, como foi ontem com a Sarah?

–Sarah?

–É! Aquela loirinha que estava sentada com você ontem.

–Ah, Sarah. Ué, tudo bem.

–Ah, qual é? Deixou passar?

–Javier Esposito! Que conversa é essa? – Lanie se aborreceu.

–Calma chica, estou apenas perguntando pra Rick como amigo. Só isso.

–Hun! Estou de olho! – Ela fez um olhar ameaçador.

–Espo, eu apenas conversei com a Sarah. Só isso. Não acho que ela faça meu estilo. Ficamos apenas amigos. Mas acho que ela não gostou muito.

Amigos? Sério mesmo? Acreditar ou não acreditar eis a questão. A resposta eu só teria com o tempo.

Logo o dia foi terminando e às 15 horas eu estava passando pelas roletas da biblioteca. Rick me esperava com uma seleção de livros nas mãos.

–E ai? Pronta para uma viagem na literatura?

–Sim. E você pronto para um mergulho na economia de Adam Smith?

–Começamos com quem?

–Pela Economia. Eu duvido que você aguente por muito tempo. – Falei o desafiando.

–Ok. Você quem manda professora.

Ficamos cerca de 2horas e 30 minutos estudando as áreas de economia doméstica e política quando Rick se rendeu.

–Kate. Vamos passar pra literatura agora? – Ele me olhava pidonho.

–Ok, vamos. Você até que foi um bom aluno. – Falei sorrindo.

–Quais as dúvidas que você tem?

–Algumas sobre as poesias no século XIX. Literatura Clássica.

–Ok, vamos começar por D. H. Lawrence. Ele é o melhor. – Ele se esticou, pegou um livro e rapidamente escolheu um poema.

O poema falava sobra a espera, a ida, o retorno, o reencontro, desejos e repulsas. “After many days” me tocou de diversas formas. Rick conseguiu me prender no seu mundo por vários instantes. Nunca senti a literatura de forma tão prazerosa. Ao seu lado, entender o mundo literário era muito mais fácil. Rick sempre passou muito tempo na biblioteca. Sua mãe sempre trabalhou muito e ele passava muito tempo entre livros e televisão. Acho que daí vinha seu dom irrecusável em literatura. Era tão charmoso ver como ele se sentia um máximo por saber responder todas as minhas perguntas. Ficamos na biblioteca até às 19 horas, quando a bibliotecária gentilmente nos expulsou do local. Rick se ofereceu para me levar em casa. Eu disse que não precisava, mas ele insistiu. Caminhamos beirando o Central Park. Passando em frente ao Metropolitan e um trailer de breakfast anunciava cupcakes. Foi a deixa que Rick esperava.

–Ei Kate, olha! Cupcakes! Você quer?

–Não Rick, está tarde. Vamos.

–Ah, que isso? Um cupcake não vai demorar uma eternidade pra ser devorado. Eu vou compra pra gente. Já estudamos muito hoje. Merecemos. Você quer de que sabor?

–Ok... Você tem razão – Falei me rendendo. – O de Kit Kat! – Respondi animada.

–Ótima pedida. Eu vou pegar. Fica aqui! Não vai fugir hein?! – Ele saiu saltitando e rindo.

Fiquei olhando distante a maneira dele se comportar. A moça da barraca parecia encantada com a educação e gentileza de Rick. E ele voltou correndo com os pacotinhos na mão.

–Aqui. Demorei?

–Não. Pediu pra você qual?

–Há! Surpresa.

–Como assim? Não vai me contar qual sabor é o seu?

–Fecha os olhos!

–Eu não vou fechar os olhos!

–Confia em mim, fecha os olhos. Você vai gostar.

–Rick, se for de coco...

–Não, é algo muito melhor! Vai! Fecha os olhos.

Eu fechei. Aguardei segundos que pareciam horas. E algo suave encostou-se a meus lábios.

–Não é bom? – Ele falou sussurrando.

Abri meus olhos e ele estava me encarando com aquele par azul de olhos. Ele os cerrava, dando aquele toque de sedução que eu tanto delirava.

–É ótimo. – Sussurrei.

–Eu sabia que você ia gostar. Acho que ainda te conheço bem. Lembro o quanto você é fã de cerejas.

–Essa você acertou. Ainda sou fã de cerejas. – Falei sorrindo.

Saímos caminhando até meu prédio. Beirando a esquina, assim que fui me despedir, ele novamente tocou em meu braço e me virou para ele. Só um toque. Ele me arrepiava por inteira.

–Kate. Podemos estudar novamente? Sinto que nos completamos bem em nossas deficiências intelectuais. – Ele falou sorrindo. – Prometo sempre te dar momentos prazerosos com cupcakes.

–Talvez. Enquanto existirem dúvidas ou enquanto não estivermos imensos de tanto cupcakes, poderemos nos encontrar semanalmente. – O sorri de volta.

–Então está fechado. Esse será nosso segredo para o sucesso nas notas.

–Combinado.

–Até amanhã então?

–Até amanhã.

Ele me sorriu enquanto me deu um aceno. Entrei no apartamento com um sorriso que teimou em ficar o tempo todo no meu rosto. Eu o tinha de volta. Ao menos como meu amigo. Eu o tinha de volta. Aquela sensação de possibilidades e chances me tomava novamente. O amor por ele ainda estava aqui. Sem dúvidas. Talvez ele nunca tenha ido embora.


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Notas finais do capítulo

Ah o amor! *-*
Comentem lindos e lindas.