Lembranças escrita por Natalia Beckett


Capítulo 7
Suddenly


Notas iniciais do capítulo

Olá gente linda! Ai vai mais um capitulo pra vocês.
Pessoal, agradecendo sempre o carinho dos comentários e acompanhamentos da fic.
Espero que gostem...



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Ouvi passos pelo meu quarto. Mal consegui secar as lágrimas e bem devagar a porta do closet foi aberta. Mamãe se agachava para ficar mais próxima de mim. Ela pegou minha mão e com o olhar me convidou a sair do esconderijo. Sentamos na minha cama. Trocamos olhares por cerca de 3 minutos, não era preciso palavras para ela saber que eu havia escutado a conversa, e como um susto eu desabei novamente. Ela me abraçava com força como se entregasse nesse abraço o conforto e a segurança que eu necessitava simultaneamente. Assim que parei, me restou os soluços e mamãe apenas me sorriu. Aquele sorriso meigo, inteiro, meu porto seguro. Respirei profundo e voltei a mim. Eu e ela então começamos a conversar.

–Eu não posso te confortar dizendo mentiras Kate. Mas posso dizer que sua mãe sabe muito bem o que faz. Enquanto você, mocinha, não deveria estar escutando conversar escondida. Nunca escondi nada de você meu amor. Confie em mim. Seu pai que é muito preocupado. Não chore assim. Eu estou aqui. Sempre estarei.

–Eu sei mamãe, me desculpa. Eu não queria ouvir escondida, foi de repente. Eu ouvi sua voz e fui ao seu encontro, mas não quis interromper você e o papai. Mãe, eu te amo tanto, tanto, eu não quero te perder. Nunca!

–Minha querida, você não me perderá – Ela me abraçou lacrimejando. – Eu te amo Kate. Você é o ser mais importante da minha vida. Você é a pessoa que eu mais amo. Não importa o que aconteça meu amorzinho, por causa desse amor tão grande, eu sempre estarei com você. Mesmo quando a idade chegar, Deus me chamar, eu estarei com você. Estarei ai no seu coração.

Já não havia mais espaço para as lágrimas. Era algo mais interno que me tomava agora. Talvez angústia. Talvez apenas medo. Mas eu não sabia explicar. Apenas me aconchegar no seu colo e a ouvir cantarolar baixinho enquanto me fazia cafunés era o suficiente para gravar aquele momento para sempre. Nunca antes havia sentido tanto medo. Mas também nunca antes havia me sentido tão amada pela minha mãe. Adormeci ali mesmo, sem sentir ela me aconchegar na cama e sair.

Pela manhã ela me acordou com um lindo sorriso e uma mesa de café da manhã com direito a tudo que ela fazia de melhor. Acordamos mais cedo que de costume. Rimos entre pedaços de panquecas e goles de café. Papai nos olhava com tanto afeto. Ele sorria até pelo olhar. Mamãe me deixou na aula e começamos mais um dia.

Hoje, minha primeira aula eu assistia sem nenhum dos meus melhores amigos. Afinal, quem gostava de aprender sobre economia? Apenas eu. Fiquei focada revisando minhas últimas anotações. Pouco a pouco os alunos iam se sentando quando de repente senti alguém me cutucar o ombro.

–Rick?

–Oi Kate. Tudo bem? Posso sentar aqui atrás de você?

–Oi... Tudo indo... Sentar? Aqui?

–Se não for incomodar... – Claro que iria me incomodar.

–Não. Tudo bem. Mas... Você faz economia?

–Oh, não. Quer dizer, sim... Ou melhor, não efetivamente. É que estou tendo alguns problemas com a transferência.

–Hun, imaginei.

–Ah Kate, não precisa da surpresa. Economia não é meu forte. Mas pelo menos você está aqui para me ajudar. – Sério mesmo que ele estava se comportando assim comigo depois de ontem no refeitório?

–Eu não teria tanta certeza. A matéria já está bem adiantada.

–Poxa vida, vai me recusar ajuda? Já te ajudei tanto em literatura. E eu estou sabendo que tem prova essa semana. Poderíamos trocar serviços. – E ele me piscou. Ele me piscou! Era demais pra mim.

–Está bem. Mas acho melhor você se calar durante as aulas. Caso contrário não deixo mais você sentar atrás de mim.

Ele fez sinal de zíper nos lábios. E aqueles olhos me olhando como se nada entre nós tivesse mudado. Como eu poderia reagir com o Rick. Ele estava para mim como uma caixa de surpresas. Sempre me pegando desprevenida, distraída. Ele só me indagou duas vezes durante a aula. Mas a pior coisa era sentir a respiração dele ao sussurrar no meu ouvido. Era difícil esconder meus pelos arrepiados. Eu puxava meu cabelo a fim de cobrir meus ombros e ouvidos. Mas ele delicadamente puxou meus cabelos pondo-os atrás da minha orelha me fazendo mais uma pergunta. Qual a pergunta? Eu não sei! Não me lembro, nem sei se vou lembrar. Como focar em perguntas e respostas com Rick movimentando meu cabelo, sussurrando em meu ouvido e me fazendo arrepiar? Como?

–Rick! Eu te pedi pra ficar em silêncio lembra? – Eu provavelmente estava vermelha e virei para trás sussurrando o pedido de silêncio.

Ele sorriu e voltou pra posição ereto na cadeira. Que tormento. Foi tão difícil focar no assunto. Pensei que não ia conseguir. O sinal do fim da aula tocou. Comecei a juntar rápido o material como se fugir do Rick fosse a coisa mais importante. Estava prestes a pegar a bolsa e ele me puxou pelo braço.

–Ei! E ai? Podemos estudar hoje à tarde na biblioteca? Não quero deixar o assunto acumular.

–Ho-ho-hoje?!

–Sim, por acaso tem algum compromisso? – Porque ele ainda estava segurando meu braço?

–Não... Quer dizer... Sim, mas eu não vou poder ir mesmo... É... Pode ser eu acho.

–Não pode ir?

–Não, eu posso. Referia-me a outra coisa. Eu posso sim. – Porque eu simplesmente não conseguia dizer não? Por quê?

–Fechado então. Vou te esperar as 15horas ok?

–Ok, agora deixa me deixa passar. – Falei isso quase como quem implora pelo contrário. Olhamo-nos fixamente. Ele me olhava fixamente!

–Só vou deixar você passar porque você é a melhor amiga de todas e vai me ajudar em economia. – Ele sorriu cheio de charme. Não ia deixar por menos. Retornei o mesmo sorriso sensual.

–Lembrando-se das minhas aulas de literatura Senhor Rodgers. Nessa vida tudo tem seu preço. – Pisquei e sai o deixando para trás.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam? Será que Kate pode ter esperanças? kkkkk