–o que eu faço? Digo pra ele.

–abre a porta!

–com você aqui? Acho que não!

–eu vou me esconder!

–ah! Ok! Vai pra debaixo da cama!

Ele se enfiou em baixo da cama e eu abri a porta.

–por que demorou? Pergunta minha mãe entrando no quarto.

–eu estava no banheiro...

–hum...viste o motorista?

–quem? Cato? Não.

–eu não o vi em lugar algum...quero dar uma saída.

–eu acho que o vi no jardim. Minto pra ela.

–vou dar uma olhada la. Diz ela saindo do quarto.

Eu fechei a porta e Cato sai rápido de baixo da cama.

–ufa! Digo.-essa foi por pouco!

–te vejo mais tarde. Diz ele atacando os meus lábios,ele sai porta a fora e me deixa sozinha,ainda com uma cara de abobada,passando a mãos na boca,sorrindo...

Ele me faz sentir uma coisa estranha...como se meu corpo pedisse mais,como se meu coração fosse explodir...isso era novo pra mim,eu nunca tinha me apaixonado...nunca tinha me interessado por alguém de verdade...Ele despertou algo único e novo no meu coração.

Já era tarde,depois do que tinha acontecido no meu quarto eu não tinha mais visto ele depois,estava deitada lendo um livro só com o abajur como luz.

Ponho o meu roupão e vou dar uma olhada na lua pela sacada da minha janela que da de frente para o jardim.

Vejo ele passando um pano no carro,saio do meu quarto as pressas até me esquecendo dos meus trajes.

Atravesso o jardim e delicadamente me aproximo dele sem fazer barulho.

–buuu! Dou um gritinho baixo pra ele.

–não me assustou,você e linda de mais pra assustar.

–sei...

Eu e ele rimos.

–o que esta fazendo aqui?

–só dando uma limpada no carro.

–hum...Cato,o que foi que aconteceu no meu quarto?

Ele me olha nos olhos e diz.

–que tal darmos uma volta no jardim?

Só assinto com a cabeça e saímos de mãos dadas pelo jardim.

–eu não sei exatamente o que aconteceu...começa ele.-mas fontes seguras afirmam ser amor.

–fontes seguras? E quais são essas fontes seguras?

–meu coração.

Minhas pernas amolecem e eu sinto que estou tremendo.

–eu não quero te machucar... digo abaixando a cabeça

–e não vai,só me ame . ele levanta meu queixo delicadamente com a mão.

–eu te amo.

–eu também te amo. Ele me beija com tanto amor que eu procuro apoio em seus ombros.-Já esta tarde...Melhor voltar pro seu quarto. Diz ele se afastando.

–ok. Me afasto dele mas ouço ele me chamar.

–Clove! Eu olho pra trás.-estamos juntos?

Faço que sim com a cabeça e ele sorri e diz um “ eu te amo” sem voz.

Vou pra meu quarto e durmo,durmo que nem um anjo e sonho com o meu amor.

Acordo de manha e tomo café com meu pai e minha mãe.

–Clove conhece Gloss? Pergunta minha mãe tomando um gole de seu chá.

–Gloss? Não.

–ele esta interessados em você. Diz meu pai com u sorriso.-ele e filho do meu novo sócio.

–interessado?

–ele quer ser seu pretendente! Diz minha mãe animada.

Me engasgo com meu leite.

–mãe eu não o conheço.

–mas eu sim,e ele e um bom rapaz. Diz meu pai.

–pai eu não o amo!

Saio e subo pro meu quarto pisando firme nos degraus da grande escadaria.

Mas não se passa muito tempo e minha mãe esta la pra me encher:

–Filha,aprenda uma coisa...o amor não existe! E tudo ilusão!

–quer dizer que você não ama o papai?

–meu amor...o amor não existe,a prova disso e o divorcio,você acha que se uma casal se amasse mesmo eles se separariam? O amor e uma ilusão que um dia morre der repente. Pense nisso.

Ela sai do quarto e eu começo a chorar pela dor que eu estou sentindo.

Fico um bom tempo refletindo as palavras de minha mãe,e se ela estiver certa?e se tudo isso que eu sinto e só uma ilusão cousada por minha mente? Será que vale a pena eu decepcionar meus pais por uma ilusão? Por uma amor que pode não dar certo?

Eu estou dando um tempo,estou evitando Cato,já faz um bom tempo que não o vejo.

Ouço minha mãe comentando que iria sair pra casa de uma amiga e que Cato iria leva-la. Aproveito a oportunidade e saio pra dar uma volta no jardim.

sinto uma mão me puxar pelo ombro.

–o que você esta... mas sou interrompida por um beijo,um beijo cheio de amor e saudade.

Eu o empurro:

–ta louco? E se minha mãe te ver fazendo isso?

–ela não vai,acabei de leva-la pra casa de uma amiga.

–Cato temos que parar com essa loucura,não podemos...como se para isso?

–não se para o amor Clove. Ele me beija outra vez.

–eu tenho que me afastar de você. Digo interrompendo o beijo.

–a distancia não vai mudar o que eu sinto por você. Fala ele.

–não complica Cato...você sabe que não podemos...

–mas sua mãe gosta de mim e...

–não e questão de gostar Cato! E questão de dinheiro! Minha mãe não deixaria eu namorar um... minha frase morre quando olho pra rosto dele,que expressa dor.

–com um? Diz ele.

–Cato...

–com um o que? Termina!

–Por favor...

–foi só diversão pra você?

–não! Eu te amo! Mas não posso...você sabe que minha mãe e materialista! Só liga pra dinheiro.

–e você? E materialista?

–você sabe que não.

–eu não sei mais nada Clove...

–você esta querendo dizer que eu sou que nem minha mãe?

–não,eu estou dizendo que eu vejo você sair pra comprar tudo que vê pela frente.E não conseguiria viver sem isso,sem gastar ,sem ter uma roupa de grife...mas consegue viver sem meu amor.

–eu não disse isso!

–não precisa dizer pra eu entender Clove,mas não se preocupe eu não vou mais olhar pra sua cara,só fico no emprego por que eu preciso. Adeus senhorita Sevina.

Ele sai e me deixa sozinha chorando,eu não disse isso...eu quero ele,tudo que eu mais quero e viver com o amor dele! Mas imagina o desastre que isso causaria em minha família,imagina! Minha mãe seria capas de bater em mim,meu pai me expulsaria de casa...e eu não me alimento de amor,amor não paga conta e nem da moradia...eu até poderia continuar com o nosso romance escondido,mas até quando?