BRODUEY – Não estou mais aguentando tanto tempo sem você Cami. – ele se aproximou demais e eu fiquei paralisada olhando fixamente naqueles olhos negros onde me senti perdida, perdida por não saber o que fazer. Estive esperando tanto tempo por alguém que fizesse meu coração bater mais rápido, e o único que conseguiu foi ele, mas eu sei o final dessa história, já a vivi tantas vezes, e não quero reviver.

CAMI – Não... não posso passar por tudo de novo. – meus olhos encheram de lágrimas enquanto eu sai apressada daquele lugar.

#Ludmila

Eu e Federico ficamos no maior Love nos enchendo de elogios e palavras diversas para tentar expressar o quanto precisamos um do outro, mas não tem uma só palavra que possa resumir o que sinto por meu Italiano!

FE – Vamos, ainda está rolando uma festa lá dentro! – apoiou uma das mão em minhas costas me guiando para dentro da casa.

Eu avistei minha amiga “Lora” e me afastei de Fede para ir ao encontro da mesma.

LUDMILA – Ei Mandinha, o que achou da festa? – perguntei simpática.

AMANDA – É bem a sua cara, tudo muito extravagante. – falou dando risada.

LUDMILA – E já conheceu alguns dos seus futuros colegas de escola? – nós começamos a caminhar pela casa enquanto conversávamos.

AMANDA – Eu falei com alguns skatistas lá fora, eles parecem legais. – respondeu dando de ombros e eu revirei os olhos com essa fala típica dela.

LUDMILA – Ai Amanda. – bufei. – Com tanta gente interessante aqui você vai justo num bando de animais sobre rodas?! – falei indignada.

AMAND – Calma lá Ludmi, também não é assim. É que sei lá, esse pessoal parece tudo metido e arrogante, aquela sua amiga Violetta foi a mais simpática, mas ela tem cara de filhinha de papai mimada. – me explicou naturalmente.

LUDMILA – Pra começar, ela não é minha amiga e muito menos será sua! Mas tem razão ela é mesmo filhinha de papai. – terminamos essa mini conversa e eu a levei para conhecer gente de verdade.

É impressionante que mesmo sendo tão diferentes nós sejamos amigas. Ela veio do Brasil pra morar aqui em Buenos Aires só por minha causa, acho que o mínimo que posso fazer é enturmá-la com a galera legal do colégio e mantê-la o mais longe possível de Violetta, pois mesmo tendo apresentado as duas, eu não quero que se tornem amigas, Amanda é a pessoa que me conhece da maneira que mais se parece com quem realmente sou, por mais que eu não demonstre tanto ela é muito importante pra mim, e eu não admito que Violetta também roube isso de mim.

#Violetta

Entrei na pista de dança e tudo o que me incomodava ou que rondava minha mente se esvaiu, tudo saiu em forma de movimentos enquanto dançava, não estava me importando com nada, nem quem olhava, nem quem não olhava, nem se eu estava dançando direito, eu só esvaziei minha cabeça por alguns minutos que permaneci ali, me movendo no ritmo de diferentes músicas, desde samba, que eu nem sei como a Ludmila permitiu que tocasse, até funk, que mesmo não sendo um dos meus gêneros favoritos, naquela hora não me incomodou.

Com os olhos fechados eu continuei me divertindo dançando agora ao som de Justin Timberlake – Sexy Back, a música mal havia começado e senti um corpo grudado ao meu, evidentemente masculino, alto e com um aroma marcante, que se movia no ritmo da música comigo. Eu nem quis saber quem era, a única coisa com a qual me importo é escutar o Justin e dançar, dançar muito!

#Leon

Falei um pouco com os garotos, mas o assunto acabou e eu decidi me retirar, acabou que cada um foi para um canto. Passei por alguns conhecidos e os cumprimentei para não pagar de mal educado ou antissocial. Vi a garota misteriosa andando com Ludmila e decidi que já era hora de descobrir quem ela é.

LEON – E aí Lud, bela festa em! – falei bancando amigável, se visse a minha cara de falso na hora acho que eu começaria a gargalhar.

LUDMILA – Obrigada Lion, que bom que está se divertindo! – sorriu sincera o que me deixou com um pouquinho de peso na consciência. – Essa é... – Ela ia falar o nome mas...

GAROTA – Tudo bem Ludmi, deixa que eu me apresento. – Ludmila nos olhou curiosa e saiu nos deixando a sós.

LEON – Finalmente nos encontramos. – falei lhe lançando um olhar provocante.

GAROTA – Pois é Leon, eu não sabia que você estudava na escola de riquinhos de Bueno Aires, acho que não é como eu achava. – falou de forma debochada e ao mesmo tempo parecia contrariada.

LEON – E como você achava que eu fosse? – perguntei me aproximando, não posso negar que essa garota me intriga.

GAROTA – Sei lá, só sei que não se encaixa com o perfil de aluno da High School L.C.A. (N/A: que nome é esse?!).

LEON – Bom acho que você tem uma promessa para cumprir. – ela me olhou e deu um meio sorriso.

GAROTA – Como acha que me chamo? – perguntou prolongando e aumentando minha curiosidade.

LEON – Hum... deixa eu ver. – a olhei de cima a baixo. – Isabela, ou Belinda. – ela fez sinal de não com a cabeça.

GAROTA – Errou feio, por que esses nomes? – falou depois de soltar uma risada.

LEON – Porque assim eu poderia te chamar de Bela, se seu nome fosse Isabela, ou de Linda, se fosse Belinda. – ao pronunciar isso ela corou imediatamente e desviou o olhar.

GAROTA – Bom, como você não chegou nem perto talvez eu te conte mais tarde. – voltou a sorrir confiante.

LEON – Não é justo. – disse fazendo carinha de coitado.

GAROTA – Até mais Lion! – imitou o tom da Ludmila e andou para a direção oposta a mim.

Não posso acreditar em como ela consegue me prender nesse joguinho por tanto tempo, se fosse qualquer outra tenho certeza de que nem estaria mais ligando. Mas de que importa, afinal não posso esquecer do pequeno fato de ser amiga da Ludmila o que a classifica como duvidosa e nada confiável, então talvez seja melhor ignorar essa queda que tenho por ela, ainda mais agora que me acertei com a Violetta, e falando nela, onde foi que se meteu?!

Comecei a varrer os cômodos com os olhos a procura da Tini, mas nada dela em nenhum lugar, então me falaram que no porão tinha montada uma pista de dança e logo associei: Violetta + Dança, não tem erro, é lá que ela está!

Desci ás escadas, e vi uma multidão não muito amontoada dançando Sexy Back, me enfiei no meio das pessoas a procura de um ser pequeno e esbelto dançando, mas quando encontrei a garota de cabelos escuros com as pontas loiras que mudavam de cor de acordo com a luz colorida se movendo sensualmente junto a um moleque metido a popular, meu sangue ferveu. Sai empurrando quem estivesse na frente tentando chegar o mais rápido possível a ela para poder afastar aquele abusado que começava a segurar em sua cintura. Não tinha como eu estar mais nervoso.

Eu puxei o cara bruscamente para trás o afastando de Violetta, ele me olhou assustado e fez uma careta que dizia “Que, que você tá fazendo?”, já a Violetta nem se importou, acho que ela nem notou, pois continuou na batida sem abrir os olhos que durante todo esse tempo se mantinham fechados.

LEON – O que pensa que esta fazendo?! – perguntei retoricamente alterado.

CARA – Dançando Leon, não é obvio? – falou com a expressão mais relaxada, ele me chamou de Leon, deve estudar comigo, mas eu não me lembro de já ter visto esse rosto antes.

Essa resposta me tirou completamente do sério, quem ele pensa que é pra falar desse jeito comigo? Não sabe com quem tá se metendo!

LEON – Sabe o que é obvio?! – ri sarcasticamente. – O que vai acontecer com a sua cara depois que eu te esmurrar! - já estava partindo pra cima dele, mas fui barrado por duas mãos que atingiram meu tórax rapidamente na tentativa de me segurar.