Paz Temporária - Sombras do Passado escrita por HellFromHeaven


Capítulo 17
Operação "Roleta Russa"




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Os grupos entraram um por um pela passagem secreta e lá, os líderes se reuniram para acertar as direções que cada um seguiria. O grupo de Paul iria, junto com outro grupo, até o armazém de munições para montar guarda e impedir que algum soldado inimigo entrasse lá quando tudo começasse. Outros dois grupos iriam até o armazém de armamentos, eu ficava próximo ao de munições e, com isso, garantiriam uma grande vantagem. As outras equipes se espalhariam e tentariam matar o maior número possível de inimigos sem serem notados. Tudo ficou claro e a operação começou.

Cada um dos líderes tinha um mapa do lugar em mãos e usaria o mesmo para conseguir se guiar dentro da base. Paul não sabia ler mapas, então deixou a tarefa com Drake e seguiu rumo a seu objetivo. Eles chegaram, então, ao primeiro obstáculo: para chegar até o armazém, o grupo teria que passar pela área de treinamento, um grande espaço aberto com alguns alvos que geralmente fica cheio de soldados durante o dia e como era madrugada, havia apenas alguns vigias. Mas, mesmo assim, passar com todo o grupo de uma vez com certeza resultaria em fracasso, então o jeito foi passar um por um. O grupo continha 10 integrantes e levou cerca de 10 minutos para realizar essa tarefa. Acabou sendo mais demorado do que difícil. Eles logo seguiram em direção ao armazém. Após andar alguns minutos, avistaram uma espécie de celeiro muito grande. Aproximaram-se com muito cuidado e pararam ao lado da entrada. Paul olhou ao redor e abriu de leve a porta para verificar o interior. Estranhamente não havia sinal algum de presença inimiga no local. Ele então fez um sinal com as mãos e invadiu. Todos entraram rapidamente e fecharam a porta. Depois de checar, notaram que o celeiro estava realmente sem ninguém. E o pior... Estava completamente vazio:

– Você tem certeza de que este é o lugar certo, Drake? – perguntou Paul.

– Eu apenas segui o mapa... Não é possível que eu tenha me enganado...

– Deixe-me dar uma olhada nisso. – disse um dos membros tirando o mapa das mãos de Drake.

Os dois conferiram o mapa juntos. Com a ajuda de outro membro. Com a ajuda de todos com a habilidade de ler mapas presentes e acabaram ficando cada vez mais confusos.

– É... Não tem erro. Esse é o lugar indicado no mapa.

– Vamos procurar melhor. Podem estar em algum tipo de compartimento secreto.

O grupo revirou o celeiro e, mesmo assim, não encontrou nada. Algo estava errado e Paul começou a ficar nervoso.

– Tudo bem... O pessoal que fez o mapa ferrou com a gente. Ficar procurando esse armazém por aí seria suicídio. Vamos voltar ao ponto inicial. Lá tentaremos fazer contato com os outros grupos avisando a merda que deu.

Eles andaram até a área de treinamento. Dessa vez havia mais vigias. Foram um por um com mais cuidado do eu antes. Tudo estava correndo bem, faltavam apenas três para atravessar o local e era a vez de Chris. Ele foi agachando-se o máximo possível para não ser notado, até que surgiram três vigias indo em direção ao lugar. Chris se escondeu atrás de uma pequena trincheira usada nos treinos para aguardar a passagem dos soldados. Eles estavam a apenas alguns metros de distância da trincheira quando ocorreu a catástrofe: o alarme começou a tocar e as luzes de toda a base acenderam-se deixando o grupo à mostra. O plano havia falhado e a única chance de sobrevivência era fugir dali imediatamente. Uma triste informação para Chris, que foi avistado e foi metralhado sem conseguir, ao menos, reagir. Paul e o grupo correram em direção à saída enquanto ouviam disparos por toda a instalação. Eles só pararam de correr quando já estavam longe do lugar. Todos estavam exaustos. Paul olhou para seu grupo e percebeu que somente mais dois estavam vivos: Drake e um outro membro. Depois de descansar um pouco, os três seguiram cabisbaixos até o local que serviu de acampamento para os Fallen Ones antes da operação. Pouco a pouco os outros membros foram chegando. O Sol nasceu e com isso veio a certeza de que ninguém mais voltaria. Muitos morreram no desastre, inclusive o líder principal e outros quatro líderes. Todos foram para Olgden Ville, a base aliada mais próxima no momento, para tratar dos feridos e decidir o que fazer dali em diante. O silêncio prevaleceu até chegarem ao galpão. Sarah, que estava conversando com alguns membros, avistou Paul e andou em sua direção:

– Tão poucos... Onde está o resto do pessoal?

– Eu... Eu... Não sei bem dizer onde, mas erramos feio... Fomos os únicos sobreviventes... A operação foi um completo desastre...

Ela olhou ao redor para conferir quem havia retornado depois se voltou para Paul e o beijou dando-lhe um abraço apertado. Uma intensa sensação de alívio se espalhou pelos dois.

– Ainda bem que você voltou... Eu não sei o que faria se...

– Tenho certeza de que você ficaria bem. É uma garota forte.

– Ótimo! Você pelo menos tem um motivo pra estar feliz. – disse um dos sobreviventes. - Por culpa de vocês líderes de merda eu perdi meu irmão! E eu não duvido nada de que iremos perder essa guerra eu vocês iniciaram.

– Pois é! Eu sabia que essa operação ia dar errado, mas os outros líderes não me escutaram...

– Mas o quê... – disse Paul. – Você foi um dos que planejou essa porra. Apenas eu e o Jerry recusamos e ele morreu.

– Aposto que a culpa é de vocês! Devem ter alertado os guardas de propósito!

– Pelos Deuses, que retardado faria isso? Aliás, aqueles mapas estavam errados.

– Vocês que não sabem nem ler um maldito mapa. A culpa é toda sua.

Começou uma discussão entre todos os sobreviventes. Todos estavam desviando a culpa de si mesmos e colocando em outra pessoa. Alguns estavam quase partindo para a agressão quando Sarah ficou irritada com a situação e decidiu intervir:

– CALEM A BOCA!

De repente, silêncio. Eles olharam para ela e apenas ouviram.

– Chega dessa discussão idiota! Não interessa de quem é a culpa. Ficar brigando por causa disso não vai trazer ninguém de volta e muito menos fazer com que ganhemos a guerra. Agora, por eu não decidimos o que fazer daqui para frente como pessoas civilizadas?

Um sentimento de vergonha e arrependimento se espalhou entre aqueles que estavam brigando.

– Ela está certa. – disse Paul. – Nós falhamos e caímos, mas o importante agora é pensar em como levantaremos.

– Precisamos de um novo líder geral...

– Por que não deixamos o Paul ficar com o posto? – disse Drake. – Afinal, sem ele não teríamos chegado aqui.

– É verdade... O que vocês acham? – disse um dos líderes.

Todos concordaram. Paul olhou para aquela pequena multidão que o apoiava, sorriu e levantou a cabeça:

– Eu não concordo com o que o Drake disse. Eu não fiz nada disso sozinho. E é por isso que não podemos deixar a morte de nossos companheiros ser em vão. Todos caíram agarrados na esperança de que esse país poderia se tornar um lugar digno para se viver. Eu compartilho desse sentimento e também estou disposto a sacrificar minha vida para alcançar tal objetivo. Sendo assim, aceito a responsabilidade e farei o que estiver ao meu alcance para contornarmos essa situação rumo a um novo amanhã. Nunca se esqueçam de que a queda é o primeiro passo para a ascensão.


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Notas finais do capítulo

Sinto muitíssimo pela demora. Tive uma pequena crise de preguiça, minhas provas começaram e pra piorar minha tendinite resolveu dar as caras(escrevi esse capítulo quase que inteiro usando apenas a mão esquerda x-x).
Agradeço a quem está acompanhando minha humilde história e peço desculpas pelo atraso(eu sei que já pedi mas... >.



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