Rubi - A descarada escrita por Amber Dotto


Capítulo 50
Último Capítulo


Notas iniciais do capítulo

"Finais são difíceis. Qualquer mané com um teclado pode escrever um começo. Mas os finais são impossíveis. Você tenta amarrar todos as pontas, mas não consegue. Os fãs sempre vão reclamar. Sempre haverá falhas. Tem que acrescentar algo. Vou lhe dizer, eles são um pé no saco. [...] Sem dúvida, finais são difíceis. Mas, mais uma vez... Nada acaba de verdade não?"
Supernatural

Escrever essa fic foi algo extraordinário, e fez com que eu descobrisse que era capaz de terminar algo que eu comecei. Sim, eu sempre começo os meus projetos e os deixo pela metade, mas dessa vez foi diferente. Foram várias noites sem dormir, seja porque eu estava escrevendo ou porque estava pesquisando algo para a fic, ou até mesmo assistindo a novela novamente para encontrar algum sentido em minha escrita.
Sei que não agradei a todos, mas isso é praticamente impossível, mas fico feliz por ter dado o meu melhor.
Maira sua vaca, obrigada por me ajudar a escrever, por ler os meus textos enormes, e por ter se tornado uma amiga.
Obrigada também a Valentina, a Kissa, a Adriane, a Lis, e a Haruka por seus lindos comentários, e a vocês também meus queridos leitores fantasmas. (5.000 visualizações, não é tão ruim assim)
Enfim, desfrutem do último capítulo!



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— Eu queria saber o que o Heitor tem, que foi capaz de lhe prender ao lado dele, mesmo ele estando pobre. Eu fiz tudo, tudo o que eu podia. Sempre te amei com loucura, com desespero, e no fim, você vai ficar com ele.

— Alessandro. – Rubi tentou dizer algo, mas as palavras não saiam de sua boca.

— Sabe, eu fui o homem mais feliz do mundo quando eu descobri que Lisa e Henry eram meus filhos, e não do Heitor. Primeiro porque eles são duas crianças maravilhosas, alegres e lindas como você, eu cheguei a pensar que você poderia voltar a me amar. Que estúpido.

— Você não é nenhum estupido. Eu é que fui uma boba, qualquer mulher seria feliz ao seu lado Alessandro.

— Mas eu queria você. Não me interessa as outras, porque é com você que eu sonho a noite, é você quem eu desejo nos meus braços.

— Eu vou entrar. – Desconversou Rubi. – Vou colocar as crianças para dormir, se quiser, pode ir comigo.

— Sim, eu vou. Estou ficando bom nisso. – Gabou-se Alessandro.

— Imagino.

— Eu estou falando sério. – Respondeu o rapaz.

— Você não conseguia colocar eles para dormir de jeito nenhum quando eu estava na sua casa.

— Olha... Ela está duvidando de mim. Quer saber como eu faço?

— Quero, estou curiosíssima.

— Eu começo a fazer cócegas neles. Bem assim. – Disse Alessandro fazendo cócegas na bela.

— Não. Alessandro para. – Dizia Rubi rindo. – Para Alessandro.

— O que foi Rubi? Sente cosquinha agora?

— Eu vou te matar. Para, por favor. – Implorava Rubi.

— Estou interrompendo alguma coisa? – Perguntou Heitor se aproximando.

— Claro que não meu amor. – Respondeu Rubi vendo Alessandro solta-la em seguida.

— O Dr. Guimarães está aqui em casa e quer falar conosco.

— Eu vou para o hotel, já está tarde e vocês estão ocupados. – Falou Alessandro. – Boa noite.

— Tchau Alessandro. – Respondeu Rubi.

— Obrigado por ter cuidado deles muito bem. – Falou Heitor.

— Se você que não é o pai já os ama, imagine eu. – Provocou saindo em seguida.

— Eu não suporto o Alessandro. Eu cuidei da Elisa e do Henrique desde que nasceram, e agora ele quer agir como se o passado não existisse.

— Meu amor, por favor tente se acalmar, ele não deve ter falado por mal. – Minimizou Rubi.

— É claro que falou por mal, ele queria tudo o que é meu, e como você quis ficar ao meu lado ele vem me perturbar.

— O Alessandro não me interessa, ainda não está claro que eu só amo você?

— Está, você tem demonstrado de todas as formas possíveis o quanto me ama, mas não posso evitar sentir ciúmes. Porque eu quero você só pra mim.

— E eu sempre serei sua, e quando você se enjoar de mim, eu arrumarei uma forma de te conquistar novamente.

— Eu nunca vou me enjoar de você. – Respondeu Heitor. – Como eu já disse, o Dr. Guimarães está aqui e quer falar conosco. – Completou indo para a sala com Rubi.

— Eu falaria para o Sr. sentar, mas como já percebeu, estamos sem nossos móveis. – Falou Rubi. – Mas, o que o trás aqui tão tarde?

— Tenho boas notícias.

— Quais? – Questionou Heitor.

— O seu sócio, o Rafael Montenegro acaba de mudar o depoimento. E ao que tudo indica, você estará livre do processo em breve, recuperará seu dinheiro e ainda ganhara uma boa parte das ações de seu amigo, pela quantia desviada...

— Como? Eu não estou entendendo. – Interrompeu Rubi. – Nós estamos ricos novamente?

— Exatamente Senhora Ferreira. O seu amigo, o estilista... – Ia dizendo Guimarães antes de Heitor o interromper.

— O Toledo? O que o Toledo tem a ver com isso?

— Ele me procurou, disse que havia agido de má fé com os dois, e que queria tentar reparar os danos que causou. Então, fomos a delegacia, e ele conversou com o Sr. Montenegro, e o convenceu a contar a verdade.

— Que verdade? – Insistiu Heitor.

— A empresa já estava falindo antes mesmo de vocês mudarem para Nova York. Os lucros eram altos, mas os gastos da esposa dele, eram maiores e ele temia perder tudo.

Além disso, o Rafael tinha uma amante, e queria deixar a esposa, mas como vocês já sabem, todo o capital investido era dos pais da Flora, e então ele começou a desviar, para poder ter uma boa quantia e abandona-la.

O problema é que a Flora descobriu, e disse que ele teria que repor esse dinheiro de qualquer maneira, ou ela mandaria ele pra cadeia e sumiria mundo a fora com o filho deles. E foi aí que o Heitor entrou na história.

Mesmo com o seu dinheiro, o Rafael sabia que mais dia ou menos dia, você descobriria suas armações, e sem saída, pediu ajuda. E quem lhe ajudou? A Flora! Eles começaram a adulterar os dados, notas fiscais, e tudo o que podiam, para que a culpa caísse sobre você. Só que ela foi bem mais esperta e fez a culpa cair nos dois para poder ficar com tudo.

— Que desgraçada. Eu vou acabar com ela. – Falou Rubi.

— Meu amor, calma. Você tem que ficar tranquila pelo nosso bebê. – Retrucou o rapaz. – E se ele fez tudo isso para se livrar da culpa, porque contou a verdade agora? – Questionou.

— Como eu disse, o Toledo foi conversar com ele, explicou que a Rubi está grávida, que vocês já têm dois filhos, e que precisam de uma vida estável por isso. Claro que eu sabia que isso não era o suficiente para fazê-lo mudar de ideia, então levei a amante dele até a delegacia, e ela o fez dizer a verdade. Eu pedi uma nova auditoria, com peritos do Ministério Público e logo você estará longe de todo esse problema.

— Eu estou tão feliz! – Exclamou Rubi abraçando o marido. – Eu sabia, sabia que você era inocente meu amor.

— Obrigado por confiar em mim Rubi, por me apoiar, eu te amo tanto. – Respondeu Heitor.

— Eu já vou, qualquer novidade eu entro em contato. E vocês podem me ligar também caso surja algo.

— Não vai surgir mais nada, chega dessa confusão. Assim que tudo isso acabar, voltaremos para o nosso país e eu trabalharei na construtora do meu padrinho.

— É uma pena arquiteto. Você estava prestes a entrar na arquitetura mundial, com o seu nome limpo, chegaria longe. Mas se está decidido, eu só tenho que lhe desejar sorte. Boa noite aos dois. – Falou deixando-os a sós.

— O que? Mas, você vai recuperar o seu dinheiro, não vamos mais precisar voltar. – Reclamou Rubi.

— Meu amor, quero ficar perto dos meus padrinhos, quero nossa família unida.

— Mas nunca tivemos problemas quanto a isso. Seus padrinhos sempre estão aqui, e nos também os visitamos.

— Mas é diferente, se ficarmos aqui, talvez o Alessandro peça a guarda das crianças...

— O quê? Ele não seria capaz, são meus filhos.

— Mas infelizmente são dele também. E eu não quero me afastar da Lisa e do Henry, eu os amo.

— O Alessandro não é assim, se ele fosse tão egoísta, jamais teria trazido as crianças pra Nova York.

— Está defendendo o Alessandro porquê?

— Vai começar as ceninhas de ciúmes?

— Você está certa, eu não quero brigar com você, tudo o que eu quero é te encher de carinho, de beijos, te mimar. Porque não vamos ver nossos filhos?

— É uma ótima ideia, mas antes eu queria saber se você ficaria chateado se eu procurasse o Toledo.

— Claro que não meu amor, ele errou, mas todos têm direito a uma segunda chance.

— Eu vou telefonar para ele, e já subo para o quarto. – Falou Rubi vendo Heitor subir e pegando o telefone em seguida.

— Alô? – Questionou o estilista.

— Toledo?! É a Rubi.

— Que surpresa... aconteceu alguma coisa? Você está bem?

— Sim, eu estou bem. – Afirmou a bela. – Será que você poderia vir a minha casa amanhã para conversarmos?

— É claro, e quer conversar sobre?

— Eu o Dr. Guimarães disse que você nos ajudou.

— Era o mínimo que eu poderia fazer por você preciosa.

— Não força demais Toledo. – Falou Rubi.

— Que horas posso ir aí amanhã?

— As 11:00 da manhã?

Hotel Novo Manhattan

— Alessandro, que bom que você chegou. Precisamos conversar – Falou Genaro ao avista-lo.

— O que foi Sr. Genaro? Aconteceu alguma coisa?

— Eu vim implorar para que você fique longe da Rubi. Eu sei que você a ama mas agora, mas ela agora está gravida. Ela decidiu permanecer ao lado do Heitor... Não cause mais transtornos.

— Não acha insensato um pedido desses?

— Alessandro, por favor...

— Eu estou cansado de todos vocês dizendo o que eu devo fazer, quando devo fazer. Fique sabendo que eu não vou tentar reatar com a Rubi porque nós decidimos assim. Ela me disse que está apaixonada pelo Heitor e eu já entendi isso. Mas não ache que vou me afastar, porque eu sempre vou estar presente na vida dos meus filhos. Agora se o senhor não tiver nada importante para dizer, eu estou indo para o meu quarto.

— Não, não. Eu não tenho mais nada para dizer. – Respondeu Genaro.

— Então boa noite. – Falou Alessandro saindo apressado.

— Alessandro?! – Tentou falar Maribel que estava acompanhada de Dona Elisa ao avistá-lo.

— O que foi Maribel? Vai me encher como os outros?

— Calma, eu só ia chama-lo para jantar conosco. O Sr. Genaro está nos esperando no hall, quer ir?

— Não, obrigado Maribel. Eu vou descansar um pouco. – Falou Alessandro subindo para o quarto.

Dia seguinte

Delegacia

— Olá Rafael, como você está... mais magro. A cadeia tem sido melhor do que um spa. – Zombou Flora ao ver o marido.

— Você com suas piadinhas inoportunas.

— Fale logo o que quer. – Disse em um tom autoritário.

— Você não fez ainda o que prometeu. O combinado é que a culpa cairia toda em cima do Heitor, e que eu ficaria livre.

— Estou fazendo o que posso.

— Não, você não está Flora. – Gritou Rafael.

— Não grite novamente! Acha mesmo que eu quero você livre pra sair correndo atrás daquela sua amante na primeira oportunidade?

— Eu sei que não. Você é uma maldita traidora, não sei como pude acreditar em você.

— Você acreditou porque é tolo, meu amor.

— Você se acha tão esperta Flora, mas o problema é que você não é.

— Não? Eu consegui tudo o que eu queria.

— Conseguiu ter o meu amor? Acho que não.

— Eu não preciso do seu amor Rafael, ainda não entendeu isso? O que eu não queria era vê-lo com outra gastando o meu dinheiro.

— Eu nunca te amei, e só casei com você por interesse. Mas não se preocupe, você não vai precisar me ver gastando o seu dinheiro com outra.

— Como assim?

— Fiz um acordo com a justiça, e contei a verdade.

— Você está brincando não é?! – Questionou furiosa.

— Não, eu não estou brincando Flora. Eu contei a verdade, o meu sócio, o Heitor Ferreira vai ser inocentado em breve, e você... Bom, você já sabe o que acontece com os bandidos não é?

— Você e envolveu nesses seus esquemas sujos?

— Para de fingir meu amor, o contador já depôs contra você. E em breve você também estará atrás das grades. Você queria destruir a todos: A mim, a Rubi, ao Heitor e no fim acabou sendo destruída.

— Aquela maldita...

— Ela está com o marido, com os filhos, e está grávida novamente... Vai ser feliz ao contrário de certas pessoas.

— E o nosso filho? Quem vai cuidar dele?

— Por favor, seja menos hipócrita. Todos sabemos que você nunca se importou com ele. E não se preocupe com isso, Antonella cuidará dele temporariamente.

— Isso não vai ficar assim!

— Não vai mesmo, porque você vai terminar seus dias aqui, na cadeia.

Mansão dos Ferreira

— Filho, o seu padrinho disse que você telefonou cedo, e que queria nos contar algo, o que é? – Questionou Dona Elisa.

— É Heitor, eu fiquei preocupado, é algo sobre o processo? – Insistiu Genaro.

— Sim, é sobre o processo.

— Então diz logo. – Ordenou Genaro.

— Eu estou livre de todas as acusações. O Rafael contou a verdade, e agora irei recuperar a minha liberdade, o meu nome... e o meu dinheiro é claro.

— É sério? Ai meu Deus, filho que coisa maravilhosa. – Disse Elisa.

— É sim Dona Elisa, não contamos por telefone pois queríamos fazer uma surpresa. E pretendemos voltar para o México o mais breve possível, e aí a senhora poderá me ajudar com o seu novo, ou nova netinha.

— Então vocês decidiram voltar? – Questionou Genaro.

— Eu estou pensando em voltar mas a Rubi... – Dizia Heitor antes de ser interrompido.

— A Rubi entendeu que o melhor é ficar perto de quem se ama, e eu quero muito ficar perto da nossa família. Eu quero voltar para nosso país.

— Inhaí. – Exclamou Toledo entrando na sala.

— O que o Toledo faz aqui?! É o cúmulo que depois de tudo o que ele fez, ainda tenha coragem de pisar nesta casa.

— Calma, nós o chamamos. Eu queria agradecer ao Toledo por ter nos ajudado. – Explicou Heitor.

— O Toledo convenceu o Rafael a dizer a verdade. – Disse Rubi.

Mansão dos Ferreira

— Filho, o seu padrinho disse que você telefonou cedo, e que queria nos contar algo, o que é? – Questionou Dona Elisa.

— É Heitor, eu fiquei preocupado, é algo sobre o processo? – Insistiu Genaro.

— Sim, é sobre o processo.

— Então diz logo. – Ordenou Genaro.

— Eu estou livre de todas as acusações. O Rafael contou a verdade, e agora irei recuperar a minha liberdade, o meu nome... e o meu dinheiro é claro.

— É sério? Ai meu Deus, filho que coisa maravilhosa. – Disse Elisa.

— É sim Dona Elisa, não contamos por telefone pois queríamos fazer uma surpresa. E pretendemos voltar para o México o mais breve possível, e aí a senhora poderá me ajudar com o seu novo, ou nova netinha.

— Então vocês decidiram voltar? – Questionou Genaro.

— Eu estou pensando em voltar mas a Rubi... – Dizia Heitor antes de ser interrompido.

— A Rubi entendeu que o melhor é ficar perto de quem se ama, e eu quero muito ficar perto da nossa família. Eu quero voltar para nosso país.

— Inhaí. – Exclamou Toledo entrando na sala.

— O que o Toledo faz aqui?! É o cúmulo que depois de tudo o que ele fez, ainda tenha coragem de pisar nesta casa.

— Calma, nós o chamamos. Eu queria agradecer ao Toledo por ter nos ajudado. – Explicou Heitor.

— O Toledo convenceu o Rafael a dizer a verdade. – Disse Rubi.

— E porque ele fez isso? – Questionou Elisa desconfiada. – Ele pediu dinheiro a vocês em troca da liberdade do meu filho?

— Não Dona Elisa, o Toledo se arrependeu, e nós decidimos dar uma oportunidade a ele. Todos erramos, e não há mais motivos para desentendimentos. Eu estou cansada de brigar, e tudo o que eu desejo é viver em paz, com meus filhos, com meus amigos, e com o amor da minha vida. – Falou Rubi segurando a mão de Heitor e sorrindo para o rapaz.

— Eu não sei... Confiança é algo que se conquista diariamente, e você nos decepcionou Toledo, quase destruiu a vida do meu filho, e tudo por ambição.

— Madrinha, por favor. – Pediu Heitor. – Vamos esquecer isso. Como a Rubi disse, nós estaremos iniciando uma nova etapa em nossa vida, e não queremos guardar mágoas.

— Ai fofinho, não ligue. A sua mãe vai me perdoar.

— Porque tem tanta certeza? – Protestou Genaro pela primeira vez.

— Eu tenho uma notícia, que fará com que você, ela, o Heitor e até a Rubi me perdoe.

— Que notícia? – Indagou Rubi?

— Não queremos saber o que é. – Falou Elisa.

— Claro que queremos, o que é, fale logo e pare de nos assustar. – Falou Genaro.

— Todos sabemos que a minha pequena preciosa era apaixonada pelo Alessandro, e que ela aproveitou o momento de fraqueza do Heitor para correr para os braços do doutorzinho.

— Se for falar sobre isso é melhor ir embora. – Esbravejou Heitor.

— Eu disse que ele não tinha mudado... – Murmurou Dona Elisa.

— Calem-se! – Gritou Toledo. – Ai gente que susto. – Comentou rindo em seguida. – Como eu ia dizendo, a Rubi aproveitou o momento para ter sua tão sonhada noite com o Alessandro, mas as coisas não saíram do jeito que ela planejava e ela acabou decidindo dar uma chance ao Heitor e então ela apareceu grávida.

— Todos conhecemos essa história Toledo, o que quer com isso? – Reclamou Rubi.

— Ai, será que eu vou poder concluir o meu raciocínio sem ser interrompido?

— Fale logo Toledo. – Falou Heitor.

— Quando os bebês nasceram, eu achei algo muito curioso. Eles tinham a pele clara, os olhos claros e os cabelos claros, como os do Heitor, mas, poderia ser apenas uma coincidência. Porém, outro fato me chamou a atenção: A Lisa possui uma marca de nascença idêntica à que o Heitor tem no braço. E com o passar do tempo, minhas suspeitas só aumentavam. O Henrique é uma cópia do Heitor, e a Rubi, presa em suas mentiras não conseguiu perceber isso.

— O que está dizendo Toledo? – Questionou a bela surpresa.

— Eu suspeitava que o Heitor fosse o verdadeiro pai das crianças, e então decidi fazer um exame de DNA, sem que vocês soubessem. Levei alguns fios de cabelo para a análise e voilá, minhas suspeitas estavam corretíssimas. Elisa e Henrique são filhos do Heitor... Eu não contei nada porque naquela época, eu odiava aqueles dois pirralhos, você tinha mudado por causa deles, e tudo o que eu desejava era que o Alessandro acreditasse em nossas mentiras e pedisse a guarda dos dois, levando-os para longe daqui, mas estou muito arrependido. Olha, esses são os resultados, e se você quiser realizar outro teste, é só procurar qualquer clínica.

— Não, não é possível... Como você foi capaz? Você viu o sofrimento de todos. Meu, do Heitor, dos meus familiares e até das crianças.

— São meus?! – Questionava Heitor atônito. – Meus?! Ai meu Deus, eles são meus. – Afirmou o rapaz pulando de alegria. – Toledo, eu te amo! E amo você também meu amor, porque nossos filhos são lindos. Lindo não, eles são maravilhosos. – Falou Heitor dando um beijo em Rubi. – São meus, ouviu madrinha? Meus! Vou ver os meus filhos e dar um abraço caprichado neles. – Falou Heitor que saiu correndo para o quarto das crianças.

— Eu não posso acreditar. – Falou Elisa. – é a melhor notícia que poderíamos ter recebido minha filha. – Completou abraçando Rubi.

— Eu também estou muito feliz. – Disse Genaro.

— Bom, já que todos estão felizes, eu já posso ir pra casa. Até logo fofinha, e qualquer coisa é só me chamar. – Falou Toledo deixando-os a sós.

...

— Que princesinha mais dorminhoca que eu tenho. – Falou Heitor sentando na cama de Lisa e lhe dando um beijo.

— Papai, eu estou com sono.

— Está com sono meu amor? Então pode voltar a dormir. Eu só queria lhe dar um abraço bem apertado, vários beijos e dizer que eu te amo muito.

— Eu também te amo papai lindo e sempre vou te amar. – Falou a menina lhe dando um beijo.

— Own minha vida.

— Eca, quanta melação. – Falou Henry.

— Melação?! Eu vou te mostrar a melação. – Respondeu Heitor indo atrás do filho e lhe enchendo de beijos.

— Não, papai... para. – Dizia Henry rindo.

— Eu também amo você meu pequeno.

— Eu não sou pequeno papai.

— Você é pequeno sim Henrique. – Zombou Lisa.

— Fica quieta sua intrometida, se não vou te mostrar quem é o pequeno. Você que é uma tampinha.

— Sem brigas! – Ponderou Heitor. – Vocês são os meus pequenos.

— Mas eu não quero ser pequeno. Eu até cuidei da Elisa quando estávamos no México. – Reclamou Henry.

— É, você tem razão, o que é uma pena. Sua mãe e eu, havíamos planejado um passeio para você e para sua irmã, mas acho que você não vai conosco... – Afirmou Heitor.

— Porque eu não vou?

— É um passeio só para os meus pequenos, mas você falou que já é um adulto.

— Não papai, hoje eu posso ser criança. – Falou Henry com cara de sapeca.

— Hoje?! Vem aqui seu espertinho. – Disse Heitor lhe puxando e fazendo cócegas.

— Aonde vamos papai? – Perguntou Lisa.

— Não sei... Vamos aonde vocês quiserem.

— Eu quero ir na Disney. – Falou a pequena.

— Eu também quero ir na Disney. – Falou Henrique.

— Então vamos para a Disney. Vou pedir a Dora para vir ajudar vocês a se arrumarem.

— Não papai, fica! – Pediu a menina. – Eu estava com saudades, e quero ficar bem juntinha de você.

— Oh minha princesa, é claro que eu fico. – Falou Heitor encantado.

— Mas vamos rápido papai, eu quero ir logo para a Disney, eu amo a Disney. – Reclamou Henry.

...

— O que vamos fazer Dona Elisa? – Questionou Rubi.

— Como assim? Está se referindo a?

— Ao Alessandro, como vamos dizer a ele que na verdade as crianças são filhas do Heitor.

— Eu não sei, mas vamos dar um jeito. Não se preocupe com isso, se você quiser, eu posso conversar com ele.

— Não, pode deixar, eu prefiro fazer isso sozinha. Agora, vou lá em cima ver o que aqueles três estão aprontando.

— Tudo bem minha filha. – Falou Dona Elisa vendo-a subir para o segundo andar.

— Mamãe, você ainda não está pronta. – Falou Henrique. – Vai logo se arrumar.

— Pronta para ir aonde? – Questionou Rubi.

— Vamos para a Disney meu amor, as crianças estão eufóricas. Lembra da última vez? A Elisa ficou doida com as princesas.

— Eu quero tirar foto com o Buzz Lightyear dessa vez, e quero ir no Sea World. – Falou o pequeno.

— Na Disney? Heitor?! Você está louco meu amor, não podemos ir para a Disney. – Falou Rubi.

— Porque? As crianças estão super empolgadas e eu quero fazer tudo o que elas quiserem, quero ficar o tempo todo com os meus filhos. Meus filhos Rubi.

— Mas... – Tentou protestar Rubi.

— Mamãe, por favor. – Pediu Lisa.

— Por favor meu amor, vamos aproveitar o fim de semana. – Falou Heitor.

— Tudo bem, três contra um... Vou lá embaixo chamar os seus padrinhos para irem conosco e vou arrumar nossas coisas.

— Eu vou te ajudar.

México

— Nana, a Maribel já ligou hoje? – Questionou Jean Pierre.

— Ela ligou mais cedo. Você ainda estava dormindo, e ela preferiu não lhe acordar.

— E como ela está? O que ela queria?

— Ligou para contar que o Heitor vai ser inocentado em breve. O outro rapaz envolvido no problema resolveu contar a verdade, e entregou alguns documentos comprovando a inocência do Heitor.

— Que ótima notícia. O arquiteto Ferreira é um bom homem, um bom pai, e seria injusto pagar por um crime que ele não cometeu. – Dizia Jean antes de ser interrompido por Carlinhos.

— Papai, como você demorou a acordar hein. Está quase na hora da minha aula de música e você nem tomou café. Vamos chegar atrasado!

— Isso lá é jeito de falar com o seu pai Carlos? – Brigou Magda.

— Deixa ele Nana. – Falou Jean rindo. – Eu sei, estou um pouco cansado filhão, tenho muitos assuntos pendentes, e precisava dormir até mais tarde hoje.

— Então você não vai me levar para a aula?

— Peça ao motorista para leva-lo Nana.

— Eu não quero ir com o motorista não, você prometeu que me levaria.

— Eu sei, mas estou preparando uma surpresa para a sua mãe, e quero que tudo esteja pronto antes dela voltar.

— Que surpresa? – Perguntou o garoto curioso.

— É mesmo, que surpresa? – Indagou Magda.

— Como eu disse, é uma surpresa. Na hora certa vocês vão saber... – Respondeu Jean.

— Ah não pai, eu não gosto de surpresas, fale logo.

— Tudo bem, eu vou dizer, mas se vocês contarem, eu corto a língua de vocês! – Advertiu.

— Anda logo pai.

— Vou pedir sua mãe em casamento.

— Ah, é só isso? Mas, vocês não são casados?

— Não, nós não somos casados, e quero faze-la muito feliz.

— A minha menina é feliz desde o dia em que você apareceu na vida dela Jean. – Falou Magda emocionada.

— Nana, você está chorando?! – Perguntou o garoto confuso.

— Eu estou muito emocionada. – Respondeu a senhora de cabelos brancos.

— Ai não, isso não é motivo para chorar, e sim para comemorar. Eu sempre vou estar ao lado da Maribel, não importa o que aconteça. Agora, vou te levar até o carro Carlinhos, porque você não vai me enrolar como fez da última vez. Hoje o senhor vai na aula nem que seja amarrado. – Falou ao garoto.

— Tudo bem. Até logo Naninha. – Disse Carlinhos lhe dando um beijo na bochecha e indo para fora da casa.

Mansão dos Cárdenas

— Papai, eu fui procurar o Alessandro no hospital e disseram que ele não estava, que ele viajou, mas não me souberam explicar. – Disse Sofia.

— Ele viajou com as crianças para Nova York. Elisa e Henrique estavam com saudades da mãe, e ele achou melhor leva-los.

— É o cúmulo o Alessandro ficar o tempo todo atrás da Rubi.

— Não Sofia, você está enganada, não é o cúmulo ele ficar atrás da Rubi. Ela é a mãe dos filhos dele, e eles devem ter uma relação cordial por isso. E se ele está em Nova York, não é só por amor a Rubi, mas por amor as crianças.

— Crianças que ele conheceu a quanto tempo? Um ou dois meses?

— Não importa se foi a 5 anos ou a uma semana. São filhos dele, seus sobrinhos, como pode sentir tanto rancor de duas crianças inocentes?

— É que o Alessandro vai continuar sofrendo por causa dessa mulherzinha.

— Mas e o que as crianças tem a ver com isso? Você não gosta delas só por serem da Rubi.

— Você... Você tem razão. Eu não gosto da Rubi, e isso sempre ficou claro para o Alessandro.

— Eu sei, eu também não gosto da Rubi, mas se você continuar tratando as crianças assim, o seu irmão não vai te perdoar.

— Não é pra tanto.

— É sim, e é isso que você tem que entender. São os filhos dele, eu brigaria com qualquer um por vocês, e tenho certeza de que ele fará a mesma coisa.

— E quando meu irmão volta? – Desconversou Sofia.

— Não sei, ele tem que resolver alguns assuntos com a Rubi.

— Ele vai pedir a guarda das crianças?

— Eu não sei Sofia, isso é assunto dele, mas acredito que não. Ele deve entrar em acordo com ela.

— Ele deveria pedir a guarda das crianças.

— Porque? Porque você não gosta dela? Não acho que ele vá fazer isso, e não acho necessário. Ela cuidou muito bem dessas crianças, são educadas, são boas, são alegres.

— Boas?! Viu como elas me trataram da última vez?

— Vi sim, e você bem que mereceu; Filha, por favor, tente gostar deles.

— Eu vou tentar papai, eu vou tentar.

— Promete Sofia?

— Prometo papai. – Falou lhe dando um beijo na bochecha.

— E o queria com o Alessandro?!

— Eu e o Luiz decidimos oficializar nossa relação. Vamos nos casar, no civil e na Igreja e adoraríamos que o meu irmão fosse o nosso padrinho.

— Vão se casar? – Perguntou Inácio surpreso.

— Sim, papai. E agora, você não vai mais precisar se preocupar conosco.

— Eu sempre vou me preocupar com você minha filha, porque te amo.

— Eu também te amo. Vamos ver a mamãe?

— Claro, mas vá com calma. Você sabe que ela está cada dia mais confusa.

Nova York

— Alessandro, quer almoçar comigo? – Questionou Maribel ao avista-lo pelo corredor.

— Eu adoraria Maribel, mas estou pensando em almoçar com os meus filhos.

— Mas eles não foram passear com a Rubi e com o Heitor? – Perguntou Maribel.

— Ah foram? E como você sabe, voltou a ser amiga da Rubi?

— Foi Dona Elisa me avisou. Ela e o Sr. Genaro também foram, e devem ficar uns dois dias por lá. E você sabe que eu não guardo mais mágoas. Não somos amigas, mas também não somos mais inimigas.

— E aonde foram?

— Para a Disney. Segundo a Dona Elisa, eles adoram aquele lugar e então o Heitor decidiu agradar as crianças.

— O Heitor vai estragar os dois se continuar permitindo que eles façam o que quiserem.

— Alessandro, não seja ciumento. O Heitor ama aqueles dois, e os trata de uma forma maravilhosa.

— Mas eles são meus filhos.

— Sim, eu sei que são seus filhos. Mas não podemos negar o bom trabalho do Heitor...

— É, você está certa.

— Porque não faz como eu fiz? Esquece toda a rixa existente entre vocês, pense em como vocês eram amigos, ou melhor, irmãos.

— Se não puder fazer isso por você, faça pelas crianças. Quer que elas cresçam percebendo a desavenças que há entre vocês?

— Não é isso; Eu não sei se posso perdoar o Heitor.

— Alessandro, você precisa perdoa-lo, precisa se libertar, para poder ser feliz. Eu sofri várias e várias decepções em minha vida. Com o Heitor, com você, com o Conde... Enfim, se eu não tivesse me permitido dar uma chance ao Jean, eu não estaria feliz, eu não teria a família maravilhosa que eu tenho hoje em dia... Busque a sua felicidade meu amigo, pois as coisas continuam sendo como você me disse a alguns anos: A vida é um dom. Ela está passando, e você está preso em um mundo de fantasias.

— Mas eu queria ser feliz, queria ter os meus filhos e a mulher que eu amo por perto.

— Não queira ser feliz, seja Alessandro. Esqueça a Rubi, ela está feliz ao lado do Heitor, está esperando um filho dele... É duro pra você ouvir isso, mas nós sabemos que a Rubi não te ama mais, e já passou da hora de você reagir.

— Vou sair, eu preciso dar uma volta.

— Alessandro, não me leve a mal. Eu quero o seu bem meu amigo.

— Eu sei Maribel. – Disse Alessandro abraçando a moça. – Mas eu realmente preciso de um tempo.

— Não quer mesmo almoçar comigo?

— Não, eu estou sem fome.

— Tudo bem. Qualquer coisa, você sabe onde me encontrar.

— Obrigado. – Respondeu o rapaz saindo em seguida.

Dias depois

Mansão dos Ferreira

— Dona Rubi, eu já posso servir o almoço? – Questionou Dora.

— Sim, chame os meus sogros, o Heitor e as crianças. – Falou Rubi.

— As crianças estão no jardim com o Dr. Alessandro Cárdenas.

— O Alessandro está aqui?! – Questionou Heitor que acabara de chegar na sala.

— Eu não sabia. – Respondeu Rubi.

— Ele chegou tem uns 15 minutos. Queria falar com a senhora, mas as crianças estão brincando com ele.

— Eu vou falar com ele. – Disse Heitor.

— Heitor, espera. Eu conto a verdade, você pode estar ao meu lado, mas quem tem que fazer isso sou eu.

— Tudo bem. – Respondeu Heitor dando-lhe a mão e indo para o jardim.

— Mamãe, olha quem veio nos visitar! – Exclamou Elisa. – O Tio Alessandro.

— Que bom minha princesa, porque você e o seu irmão não vão ajudar a Dora a arrumar a mesa para o almoço.

— Tudo bem mamãe. – Respondeu Henrique que saiu correndo sendo seguido por Elisa.

— Como foi o passeio? – Questionou Alessandro.

— Foi bom, as crianças se divertiram e é isso que importa. – Respondeu Heitor.

— Alessandro, precisamos conversar. – Interviu Rubi.

— Eu concordo. – Respondeu.

— Eu não sei como lhe dizer isso... – Falou a bela.

— Quer que eu conte? – Questionou Heitor.

— Não, eu falo. – Respondeu Rubi.

— O que está acontecendo.

— Alessandro, quando você me mandou para a prisão, eu era apaixonada por você. Te amava com loucura, mas decidiu ter um relacionamento com a Maribel, e eu procurei seguir a minha vida. Eu tentei salvar o meu casamento com o Heitor, me apaixonar por ele, e eu consegui.

— Eu sei, e já disse que não vou interferir no casamento de vocês. – Falou Alessandro.

— Não é isso. Eu achei que tivesse ficado grávida no litoral, mas eu fiquei grávida duas semanas depois.

— O que está dizendo? – Perguntou surpreso. – Não, por favor, me diz que eles são meus filhos.

— Não são. Eu não sabia, e como estava assustada, eu pensei que eles fossem seus.

— E como você tem certeza que são do Heitor?! Podem ser meu.

— Não são. Eu tenho um exame de DNA, feito pelo Heitor, e deu positivo.

— Eu quero outro exame.

— Você pode fazer quantos exames você quiser, mas isso não vai mudar o fato deles serem meus filhos. – Respondeu Heitor provocando.

— Seu imbecil, você é um desgraçado. Eu te odeio, ficou com tudo o que era pra ser meu. A mulher, os filhos, essa vida era para ser minha.

— Já chega, por favor, Alessandro, vai embora! – Pediu Rubi.

— Porque fez isso comigo? Porque? – Questionou Alessandro sacudindo Rubi.

— Larga a minha esposa. – Gritou dando-lhe um soco. – E saia já da minha casa, agora!

— Heitor, não. – Interviu Genaro. – Já chega! Alessandro a Rubi está grávida, você não pode trata-la assim.

— Ele está fora de si. – Falou Dona Elisa.

— Vamos entrar, e você padrinho, acompanhe o Alessandro até o portão. Quero ele longe da minha esposa e dos meus filhos.

— Vamos Alessandro. – Disse Genaro empurrando o rapaz.

— Está tudo bem? Você está sentindo alguma coisa? – Questionou a senhora a Rubi.

— Eu estou bem Dona Elisa, está tudo ótimo. Só estou um pouco assustada, e não esperava essa reação do Alessandro.

— Ele está totalmente alterado, e você Heitor deve se controlar. – Falou Elisa.

— Mamãe, já acabamos de arrumar a mesa. Vamos almoçar, estou com fome. – Falou Elisa.

— Sim princesa, nós já vamos.

— O Alessandro vai almoçar com a gente? – Perguntou Henry.

— Não, ele não vai almoçar conosco, e não vamos mais voltar a vê-lo. – Respondeu Heitor.

— Porque?! Eu gosto do Alessandro, e você me disse que ele era um cara legal. – Contestou Henrique.

— Eu disse que não vamos voltar a vê-lo e isso é o suficiente. Não tenho que lhe dar explicações, você é meu filho e deve me obedecer.

— Mas eu também gosto do tio Alessandro. – Falou Lisa.

— Depois conversamos sobre isso. – Disse Rubi. – Agora vamos almoçar, sem brigas, como uma família.

— E eu não posso me atrasar. Tenho que levar a Maribel ao aeroporto hoje a tarde. – Falou Dona Elisa.

— Ela já vai embora? – Questionou Heitor.

— Sim, ela veio ajudar, mas graças a Deus as coisas já se acertaram. – Explicou a senhora.

— Porque a minha mãe não é amiga da Maribel? – Perguntou Lisa

— Vocês estão muito curiosos. Já disse para irmos para a mesa. – Respondeu Rubi saindo e sendo seguida pelos demais.

Mais tarde

Aeroporto

— Eu lamento tanto o fato das crianças não serem filhas do Alessandro. – Falou Maribel. – Eu digo no sentido de elas serem a única felicidade que restava para ele.

— Eu lamento, mas o que eu posso dizer... O Heitor é meu filho Maribel, e ele também estava arrasado com toda essa história.

— Eu sei, e também lhe entendo. Agora, mudando de assunto, a Rubi já sabe qual é o sexo do bebê?

— Sim, ela já sabe, e será outro menino.

— Que maravilha. O Heitor deve estar radiante...

— Sim, ele está muito feliz, e está mimando a Rubi de todas as formas possíveis. Nunca vi o meu filho tão feliz.

— A senhora já percebeu que tudo tem um porquê na vida? Não conseguimos entender, mas Deus sabe como faz as coisas.

— Você está certa, eu jamais imaginaria que a Rubi fosse se tornar o que é hoje em dia.

— Nem eu, se arriscar pelo meu filho foi algo surpreendente. – Disse Maribel.

— Olha, estão fazendo o embarque para o seu voo.

— Tem razão, está na hora de ir. Estou morta de saudades do meu Carlinhos.

— Eu também! E também estou com saudades do seu pai.

— Ele me disse que vocês vão viajar no fim do ano.

— Sim, vamos ter uma nova lua de mel. – Disse Elisa rindo.

— Uii. – Sorriu Maribel. – Eu tenho que ir, até logo Dona Elisa, e qualquer coisa é só me ligar.

— Tudo bem filha, boa viagem.

Oito meses depois

— Olha Heitor, o nosso filho é tão lindo. E está enorme. – Falou Rubi ao pegar o pequeno.

— É sim, ele se parece com você. – Respondeu o rapaz.

— Ao menos um tinha que parecer comigo, já que todos vivem dizendo que Elisa e Henrique são a sua cara.

— Que ciumenta! – Disse lhe dando um beijo na bochecha. – E o Miguel também é bem parecido comigo, eu falo que ele se parece com você só para te agradar. – Falou Heitor rindo.

— Mentiraa, ele é a minha cara! Cabelos escuros, olhos verdes... tem o meu nariz, minha boca...

— Ai meu amor, aceita! Nossos filhos são a minha cara.

— Você não é tão bonito como eles...

— O quê?! – Questionou Heitor. – Eu não sou tão bonito quanto eles? Ai meu Deus, vou ter que fazer ela mudar de ideia rapidinho. – Disse segurando-a pela cintura e beijando o pescoço.

— Heitor, para! – Falou Rubi rindo. – O Miguel está no meu colo.

— Eu sei. – Afirmou. – Mas, agora ele não está mais... – Prosseguiu pegando o garoto e colocando-o no berço.

— Nem se atreva a me fazer cócegas!

— Porque? Você não sentia cócegas antes...

— Heitor, não... Não, para! – implorava rindo.

— Eu ainda não ouvi você mudar de ideia...

— Eu te amo, você é o amor da minha vida. É lindo, inteligente, bondoso, e agora pare de me torturar.

— Minha vida. – Disse abraçando-a. – Nunca imaginei que um dia eu fosse ser tão feliz assim.

— Mas nós somos, e eu agradeço por você me amar.

— Não tem como não te amar. – Falou Heitor antes de ser interrompido pelo choro do bebê.

— Ele deve estar com fome. – Disse Rubi indo pegar o pequeno novamente. – E aqueles dois pestinhas estão muito quietos, aposto que estão aprontando algo. Porque você não vai dar uma olhada?

— Sim, eu já vou. Mas antes, eu queria lhe fazer uma pergunta.

— O que é?!

— Hoje é o casamento da Maribel, você decidiu se vai ou não?

— Decidi sim, e prefiro não ir...Sei lá, depois de tudo, não posso fingir que nada aconteceu. Você pode ir, levar as crianças, eu fico aqui em casa com o Miguel.

— Tem certeza?! Não vai ficar chateada se eu for?

— Claro que não, quero que vocês se divirtam. Agora vai, e olha o que aqueles pestinhas estão aprontando.

— Tudo bem, eu te amo. – Respondeu ao sair do quarto.

Mais tarde.

Mansão dos De La Fuente

Depois de uma dura tarde se arrumando para o casamento, e depois de várias sessões de fotos ainda no salão, Maribel finalmente entrou no carro com o seu vestido deslumbrante. Branco, encantador, tradicional, com véu e uma interminável cauda bordada. Segurava o buquê de flores brancas e amarelas, com as mãos suadas de emoção e ansiedade. O local da igreja nunca esteve tão longe, e em cada sinal que o carro luxuoso parava, mais o seu coração disparava. Quando finalmente chegou ao seu destino, Dona Elisa veio aflita avisar que o noivo ainda não havia chegado e que o motorista deveria dar mais uma volta no quarteirão. A bela sentiu uma pequena vertigem, lembrara de seu casamento com Heitor. Tentou relaxar um pouco, mas foi em vão. Por que Jean se atrasaria naquele dia tão marcante para os dois?

O carro parou novamente no local, e a senhora veio novamente ao carro, desta vez com um largo sorriso avisando que o noivo já estava a no altar. Maribel, então, fechou os olhos e soltou a respiração aliviada, desceu do carro, e depois de a cerimonial fechar a porta da igreja, se posicionou, dando o braço para o seu pai. A bela sentia a falta de sua mãe, mas tinha certeza de que ela estava invisível, em algum lugar ali, naquela igreja, observando a sua entrada, tão linda como uma princesa, com a música mais sonhada entre todas as noivas.

A porta se abriu, Maribel segurou o choro para não borrar a maquiagem mas quando ela ia entrar, alguém lhe chamou, e ela surpresa, decidiu atender.

— Maribel?

— Rubi?! O que está fazendo aqui? – Questionou confusa.

— Eu não quero atrapalhar o seu casamento, eu só queria lhe desejar felicidade. Sei que nunca seremos boas amigas, mas eu estou muito feliz, por você ter achado alguém que te ame de verdade.

— Obrigada Rubi, esse é o Miguel?! Ele é lindo, se parece com você.

— É sim, agora vá! O seu príncipe, está no altar, te esperando! Vá e seja muito feliz.

— Me dá um abraço?! – Perguntou Maribel emocionada.

— É claro. – Respondeu Rubi abraçando a noiva e vendo-a entrar em seguida.

A felicidade da nova vida cheia de novidades jamais vivenciadas, tomou conta do lugar. Rubi, deixou o orgulho de lado, entrou no casamento e se posicionou ao lado de seu marido. Maribel e Jean no altar juraram tantas coisas perante Deus, sorriam entre si tantas vezes com os olhos emocionados e repletos de alegria! Ambos os casais saíram triunfantes diante dos olhos curiosos dos convidados, que sorriam aprovando aquela reaproximação.

Edimburgo - Escócia

Alessandro Narrando

“O casamento de Sofia no último fim de semana havia sido maravilhoso... A minha pequena era uma mulher, e estava iniciando uma nova vida. E eu também decidi há alguns meses me aventurar por esse mundo após tantas desilusões, e então vim parar em Edimburgo.

Ah, que maravilhosa é essa capital escocesa, hein? Edimburgo é uma cidade misteriosa, linda e muito, muito, turística. Fiquei assustado com o tanto de turista que vi pelas ruas do centro, mas isso não é nada comparado com a época em que eu morei em Nova York.

Foi um caos a minha primeira visita a cidade. O avião estava previsto para chegar às 20h30, só que um pouco antes disso o piloto avisou que por conta da intensa neblina, não seria possível fazer o pouso lá - Merda! – Pensei sem saber que essa seria a melhor espera de minha vida. – Ele explicou que não havia nada a ser feito, e que iriamos pousar em outro aeroporto, o de Glasgow. Os passageiros pensaram que haveria um ônibus pago pela companhia aérea para nos levar pra Edimburgo - Doce engano. O tal ônibus só viria nos buscar na manhã seguinte.

Decidi então ir para um hotel. Chovia bastante e era quase uma missão impossível pegar um táxi, todos estavam lotados. Quando um finalmente resolveu parar, uma bela mulher também tentou entrar no carro. Ela era ruiva, tinha a pele clara, e seus olhos eram azuis, profundos como um oceano.

Pegamos o mesmo táxi, e acabamos indo parar no mesmo hotel. Jessie era escocesa, e trabalhava como defensoria pública. Ela estava no tal voo interrompido e eu agradeci a Deus por essa oportunidade de ser feliz novamente. ”

— Meu amor, o que está fazendo?! – Questionou Jessie a Alessandro que estava sentado em sua poltrona na sala. – Está tarde, vamos dormir.

— Pensando Jess.

— Hum, e eu posso saber em que?

— Em você, em mim, em nós dois. No quanto eu sou feliz de verdade...

— Bom, então eu acho que estaremos felizes em dobro. – Respondeu Jessie.

— Porque?

— Porque eu estou grávida! – Respondeu ao rapaz que não falou nada, apenas a abraçou.

Fim!


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