Naruto entrou naquele quarto, ainda temeroso. Ao entrar no quarto aceso, ele notava uma coisa curiosa: aquele era mesmo o quarto de uma garota como Hinata - bem iluminado e arrumado, até mesmo na cama. A estante era cheia de livros e na cama havia um coelhinho de pelúcia. - Naruto sentiu a enorme energia feminina daquele local, o que o fez se sentir cada vez mais em transe. Ele percebeu algo óbvio: deveria fechar a porta. Engoliu em seco. Não sabia se tinha coragem para tal. Ele voltou alguns passos, tremendo, e fechou a porta. Hinata olhava para baixo, completamente corada.

– O-o-o que f-foi, Hina-chan? - Naruto gaguejava.

– N-n-n-nada, N-N-Naruto-kun - Hinata respondia, sem saber onde enfiar a cara. Ela se sentou na cama. - S-se quiser, s-se sente a-aqui.

– A-ah, certo - Naruto respondeu, indo até a cama da amiga. Ele estava recriminando a si mesmo, por estar vendo Hinata daquela forma, por ter enxergado tanta beleza e doçura nela, por querer abraçá-la e sentir seu frescor, depositar suas mãos naquela pele macia e então observar aqueles lábios pequeninos e então... Ele se deteve, não pensaria mais naquilo. Ele enfim se sentou na cama de Hinata, ao lado dela.

– Naruto-kun - Hinata dizia, de cabeça baixa -... Somos amigos há muito tempo, né? - ela disse.

– S-sim, e cada dia meu sempre é divertido por sermos amigos-ttebayo! - Naruto exclamou, tentando ser extrovertido.

– E-eu sei, mas há um motivo oculto pra eu ter sido sua amiga por tanto tempo e não foi por eu gostar da sua amizade - Hinata levantou a face, olhando para o loiro, que estava de olhos arregalados. Mas depois seu olhar se tornou vazio e frio, com uma faísca de descontentamento.

– Então qual foi o motivo? - Naruto diz, tentando esconder o tom melancólico, mas mesmo assim abaixou a cabeça. Hinata depositou a mão macia na bochecha de Naruto, o fazendo olhar para cima.

– O motivo é que eu sempre te amei, Naruto-kun. Eu apenas sou sua amiga porque quero um dia andar do seu lado, de preferência de mãos dadas - Hinata disse, com toda a coragem que possuía, mas em seguida corou em níveis violentos e abaixou a cabeça.

Naruto não sabia o que dizer.

– B-bem, é isso. Eu sei que você não me ama, mas tudo bem, ainda podemos ser amigos, se você quiser. Mas sempre se lembre disso - Hinata dizia, tirando a mão da bochecha direita de Naruto.

– Hina-chan... - Naruto começava a dizer, com a voz fraquejando. - Você me amaria mesmo se soubesse o meu maior segredo?

Hinata levantou a cabeça, confusa, mas depois seu olhar se tornou convicto.

– Sim! - ela disse.

– Como pode ter tanta certeza? - Naruto questionou.

– Eu apenas sei que posso segurar o seu peso por você, Naruto-kun. Mesmo que eu não possa, eu devo fazer o impossível para tal - a voz de Hinata era calma e convicta.

– Então está certo, eu vou te contar, mas não aqui e agora. Que tal amanhã de tarde num lugar importante pra mim? - Naruto disse e depois sorriu fracamente. - Só que depois disso você provavelmente nunca mais olhará na minha cara-ttebayo.

– Naruto-kun, por favor... Nunca duvide do meu amor - Hinata disse, como se aquilo fosse um desafio.