Os Guardiões escrita por Mariane, Amanda Ferreira


Capítulo 43
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Notas iniciais do capítulo

¡Hola! ¿Qué tal?
Não reparem, entrei num colégio bilingue e to tentando me exibir kk.
Enfim. Falando de coisa séria eu e a Amanda, estamos demorando muito para postar e a gente lamenta muito.
Sabemos que a demora é chata e cansa vocês, e tal.
Mas temos muitas coisas para fazer ultimamente, por exemplo eu estudo de 7h às 17h e quando chego em casa mal consigo tempo para jantar. E a Mandy trabalha e estuda.
Então fica complicado para nós duas.
Por favor, se vocês pudessem nos perdoar ficaríamos muito agradecidas. Amamos vocês, e tudo o que somos é por causa de vocês.
A gente adora escrever e não queremos decepicioná-los nunca. Por favor! Nós perdoem.
Beijão.



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***

Tentei calcular rapidamente ou me lembrar de o que significava pupilas brancas, mas o cara a nossa frente não me deu muito tempo. Ele avançou tão rápido que mal pude acompanhar, pegou Kate pelo pulso e soltou com os lábios entreabertos:

– Et videt caelum modo aliquid filiam deam.

– Não! – gritei me abaixando e pegando um belo pedaço do vaso quebrado e mirando na direção dele.

Joguei sem pensar duas vezes acertando-lhe o braço, mas não foi o suficiente, pois ele continuou a falar e Katherine se manteve imóvel.

– Et videt caelum modo aliquid filiam deam.

Bufei deixando as mãos se aquecerem e logo as chamas surgiram, avancei na direção deles e deferi um chute certeiro fazendo-o se afastar. Ele caiu, mas logo estava de pé me olhando.

– Guardião, você sabe que para sua parceira sobreviver à missão terá que mostrar todo o seu poder ativo. – falou fechando as mãos em punho. – Ela é mais poderosa do que a própria irmã.

Não entendi a referencia, mas não o deixei falar mais. O atingi com um soco de direita, depois uma rasteira finalizou derrubando-o. Agachei-me levando a mão no seu pescoço e apertando.

Senti seu sangue pulsar sob meu aperto e encarei seus olhos. Ai lembrei-me do significado da falta de pupilas: Um feiticeiro antigo que provavelmente era um dos fundadores do templo de Kira.

Ele se debateu tentando sair do meu aperto de aço, mas eu sabia que se o matasse, estaria matando nossa passagem para Kira.

Soltei-o e fiquei de pé encarando-o de cima.

– Onde está as ruínas do templo de Kira? – perguntei sem cerimônia.

Ele tossiu ficando sentado e depois olhou para mim fazendo uma careta.

– Não estou aqui para lhe levar. – resmungou.

Agachei-me puxando sua camisa branca e o fitei.

– Acho que sabe melhor do que eu que o templo dará respostas a ela.

– Ele sabe do templo Nick? – ouvi Katherine resmungar atrás de mim.

– Sabe. – respondi. – E irá nos levar ate ele.

***

Acordei com minha cabeça latejando. Eu mal tinha dormido aquela noite, minha cabeça tentava processar todas as informações sem sucesso. Aquele fogaréu seguido pela conversa dos anciões haviam me intrigado.

Será que eles cometeram tal erro de permitir a entrada de um estranho sem nos avisar?

Ao meu lado Julieth se mexia inquieta. Pesadelos?

Ela me deu as costas resmungando alguma coisa sem sentido, virei-me passando o braço pela sua cintura e segurando sua mão esquerda que estava fria como gelo. Entrelacei nossos dedos e suspirei me dando conta de outro pensamento.

Ela se remexeu virando-se para mim e soltando um sorriso ainda de olhos fechados. Depositei um beijo na sua testa e ela me fitou com seus olhos grandes.

– Preciso ir Ju.

– O que vai fazer? – ela se aproximou se aninhando nos meus braços.

– Na verdade preciso verificar uma coisa. – resmunguei pensando que não me ouviria.

– O que?

Tarde demais! Ela se afastou para me olhar.

– O que você viu Daniel?

– Eu prometo que quando descobrir tudo vou lhe contar.

– Dan...

– Confie em mim.

Ela soltou um longo suspiro e me abraçou.

– Tudo bem.

Seria melhor eu sair antes que eu pudesse ser visto por Elza.

– Agora eu vou. – beijei-a e pulei da cama.

Vesti-me correndo, dei um sorriso torto antes de sair pela janela.

Desci a árvore e comecei a andar como quem não quer nada em direção à minha casa. Estava na metade do caminho quando o avistei. Só poderia ser ele, o único cara que não parecia fazer parte de Ilheias. Roupa preta e um pouco afastado.

Não me leve a mal, mas não temos muitas pessoas aqui e todos acabam se conhecendo logo que nascem. Todas as famílias são próximas mesmo que não haja tanta afinidade.

Observei-o no exato momento em que dois pacificadores surgiram. Attos e Clovis reconheci. Eles discutiram por um breve período até o rapaz o acompanhar.

O que os dois queriam com o moleque? Será que o expulsariam? Pensei em deixar pra lá, mas a curiosidade foi tamanha que não resisti.

De fininho segui os três, eles estavam indo em direção ao prédio principal, provavelmente para a sala do conselho. Isso seria um problema, como eu me camuflaria lá dentro? Foi aí que lembrei que os anciões tinham escritórios atrás da sala de julgamento. Se eu conseguisse entrar sem ser visto poderia assistir tudo. Entrei logo depois de todos os três passarem, por pouco não fui visto. Estava quase chegando à sala principal quando fui abordado por ninguém mais, ninguém menos que Rosalina.

– O que está fazendo Mozart? – ela me observou de cima abaixo com seus olhos azuis psicóticos.

Virei como quem não quer nada. Merda. Merda, mil vezes merda!

– Rosalina. - falei contragosto dando meu melhor sorriso. - Tudo bem?

– Responda minha pergunta Daniel.

– Eu? – pensei numa mentira rápida. - Eu vim só para falar com minha mãe.

Ela revirou os olhos passando a mão pelo cabelo loiro e comprido.

– Você melhor do que ninguém sabe o quanto seus pais são ocupados aqui.

– Sim...

– Não estava com sua namorada? Devia estar. O incêndio foi próximo à casa de Elza, Julieth deve estar apavorada. – fez uma careta.

– Ela está bem. – falei. – Julie é mais forte do que você e Sarah pensam. – soltei.

Ela me encarou fria quando mencionei o nome da filha. Sorri.

– Acho que a conversa com sua mãe pode esperar certo?

Pigarreei.

– Claro, acho que ela pode esperar. - sorri amarelo.

– Muito bem, acho que você já pode ir também.

Concordei e caminhei para fora. Tanto trabalho pra nada. Mas iria descobrir pra que tanto mistério.

***

Olhei brevemente para Kate que nos observava curiosa da sala. Balancei a cabeça e voltei minha atenção ao feiticeiro.

– Quando saímos? – perguntei ignorando todo o discurso anterior dele de que não ajudaria.

– Não sou guia turístico garoto. – retrucou.

– O que você quer para nos levar?

Ele fez uma careta.

– Presta atenção! – tentei ser legal. – Preciso da comunicação de Kira com ela. Ela é o nosso futuro.

– Não me importo com isso guardião! Meu grupo tem evitado há anos contato com vocês para o bem da ilha. Não vamos mudar isso agora.

– Kora destruirá esse lugar se não me ajudar.

– A rainha das trevas não pode colocar seus pés aqui. – sorriu presunçoso.

– Mas os servos dela podem. E mataram todos vocês, a menos que mostre o caminho a mim e Katherine.

Ele revirou os olhos e soltou a respiração.

– Quero o sangue dela.

– O que?

– Preciso do sangue da semideusa. – falou olhando para Kate. – Mostro o caminho e você me da o sangue dela.

– Ela não é semideusa.

Ela sorriu como se eu fosse idiota.

– Você sabe que é.

Desviei o olhar e perguntei:

– Quanto?

– Três gotas são o suficiente.

– Vai lançar uma maldição?

– Não... – ele sorriu olhando Kate como se fosse um belo bolo decorado. – Vou lançar uma proteção ao meu povo.

***

Era meio dia já. Eu acabei faltando à aula. Depois de ter sido barrado fiquei no lago para refrescar minha mente quando as sirenes da cidade tocaram.

Corri como se aquilo fosse me matar. As sirenes nunca tocavam. Quando cheguei à cidade, percebi que não fui o único abatido com o barulho. No meio da multidão encontrei Julie e Sarah conversando.

– O que está havendo?

– Não sabemos. - Sarah falou - Só que tocou.

– Vocês ouviram alguma coisa estranha? Algo mais pegou fogo?

– Não sabemos Dan. – falou Julieth.

– Chegamos agora. - completou Sarah como se eu fosse um bebê com dificuldades de entendimento.

Foi quando minha mãe apareceu na porta do prédio principal, seguida pelo restante dos Anciões e o tal garoto novo. Foi só aí que percebi que havia um microfone instalado.

– Senhoras e senhores peço que se acalmem, por favor, nada de grave aconteceu - explicou aliviando um peso do meu peito.

– Nós só viemos apresentar-lhes nosso mais novo visitante. - falou Richard com a voz estranha. - Ilheias esse é Ethan Damon. Ficará conosco essa temporada.

Ouvi todos murmurarem tão confusos quanto eu. De onde surgiu mais um guardião?

– Ele não é um guardião. - falou Elza. - Mas um aliado que permanecerá conosco por um tempo.

Foi aí que o burburinho triplicou. Aliado? O que era aquilo? O garoto estranho passará de ameaça, para visitante e aliado em menos de 24 horas.

– Sem mais perguntas. - falou Ivo com a voz grava e potente. - Agradecemos a atenção, estão liberados para suas demais tarefas.

...

Passei o resto do dia socado no meu quarto desenhando coisas aleatórias ate que me dei conta de que estava com fome e me movi ate a cozinha.

– Temos que ficar sempre de olho nesse menino. Deve ter sido ele. Eu sinto Valentim! - ouvi minha mãe falar entre batidas de panela assim que cheguei perto da cozinha.

– Duvido! Estamos controlando os poderes dele. – falou meu pai e eu não resisti: Parei para ouvir.

– Se ele usar a qualquer que seja a intensidade, captaremos.

– Mas ainda acho que ele é filho dela...

– Filho de quem? – perguntei me intrometendo. Não pude me conter!

– Mas o que? – meu pai falou rispidamente – Me lembro de educá-lo a não ouvir escondido.

– Então vocês sabem quem pós-fogo, certo? – falei ignorando a pergunta.

– Não é conversa para crianças. – falou – Vá para cima Dan.

– Não sou criança pai. Não me trate como uma!

– Vá para o quarto filho. – pediu minha mãe.

– Não até eu obter minhas respostas.

– Dani, você já esta em uma grande encrenca, não ouse me desobedecer!

– Eu não acredito que estão mentindo nessa altura do campeonato.

– Dani... – minha mãe se aproximou estendendo a mão.

– Já não basta tudo o que houve? Primeiro perdemos a Lizy pra sempre e agora nem sabemos se a Kate está viva! – gritei.

– Já basta Daniel! – meu pai gritou.

Ele me encarou como nunca em anos. Seus olhos verdes me fuzilaram e eu não abaixei a cabeça como antes, eu estava certo dessa vez.

Ouvi minha mãe soltar um soluço e só então me dei conta de que mencionei o nome de Eliza trazendo tudo à tona.

– Mãe...

– Vá para o quarto. – meu pai sussurrou.

– Me desculpem, não era a minha intenção. – falei.

– Agora. – senti o impacto na voz de meu pai.

Virei-me sentindo o peso da culpa por minha mãe, mas não segui para o quarto. Abri a porta da frente e sai.

***

– Mãe. – chamei passando pela florestas tentando ser discreto. – Mãe?

– Já estava na hora! – falou. Doce como sal. Estava sentada numa pedra redonda logo atrás da chamada barreira de proteção. – Você é inútil mesmo!

– Mãe, fala logo o que você quer. Está comprometendo o disfarce. Não da pra ficar conversando sempre, uma hora esses guardiões vão sentir o feitiço.

– Eu sei, mas se você fosse mais ágil eu ainda não estaria aqui deste lado impedida por essa porcaria de barreira. – fez um sorriso irônico.

– Eu consegui por fogo na floresta. – lembrei-a.

– Mas no que isso vai ajudar? Eu quero a barreira destruída! Preciso desenhar?

– Não consigo. É muito forte. – falei – Parece que desde cheguei, ele triplicaram a força.

– Não é pra menos, mas ah qual é! Até parece que aqueles Guardiões de quinta podem ser tão espertos.

– Eles podem ser ate meio idiotas, mas não quero ficar em risco atoa.

– Ta. Ta. Mas quero essa maldita barreira derrubada! Esta derrubada? – gritou ficando de pé. – Katherine esta quase chegando à ilha da imbecil de Kira e eu não obtive resultados.

– Mãe, não posso fazer nada muito grande. – falei revirando os olhos - Aqui meus poderes são mais fracos e não tenho ajuda! O máximo que posso fazer é comprometer por cinco minutos, mas quebrá-la totalmente vai ser impossível!

– Dê seu jeito! – rosnou.

– Estou tentando mãe. – falei – Mas o jeito vai ser invadir com o tempo que eu estou conseguindo.

– Vocês me decepcionam.

– Preciso voltar antes que deem minha falta - fiz uma careta e me virei.

– Eii! – chamou. – Se não finalizar o serviço, serei obrigada a trazer sua irmã e você sabe como ela age.

Engoli em seco e assenti saindo rápido.

***

Observei o feiticeiro sair devagar pela estrada e me preparei caso ele não cumprisse sua parte do trato.

– Como o convenceu a nos ajudar? – Kate perguntou erguendo uma sobrancelha.

– Bem. – suspirei sabendo que não poderia mentir. – Três gotas de sangue em troca do caminho.

– Sangue? De quem?

Fitei-a.

– O que querem com meu sangue Nicolas?

– Não faço ideia, mas não irá mata-la. – me sentei no sofá ligando a TV. – Pelo menos chegaremos ao templo.

– Que importância tem isso? – ela se sentou ao meu lado. - Você mesmo disse que o templo nem deve existir. Por que iremos ate lá?

– O templo pode ser uma ruína, mas o poder que o lugar deve ter é imenso. – me virei para ela. – Talvez Kira tenha uma mensagem para nós quando chegarmos lá Kate.

Ela soltou o ar e cruzou os braços.

– Às vezes acho que estamos perdendo tempo Nick.

Revirei os olhos e estiquei a mão virando seu rosto para me olhar.

– Por favor... Confie em mim.

– Acha que não confio? Estou aqui, só pode ser confiança ou loucura.

Não evitei sorrir e ela me fitou com aquela cara que sempre faz quando eu sorrio como se fosse ou a coisa mais rara do mundo ou a mais bela.

– Estamos nessa ruiva. – sorri.

– Eu sei. – ela sorriu mostrando os dentes brancos como se fossemos loucos. – Eu sei.

– Que bom.

Aproximei-me tomando seus lábios nos meus e senti o doce e excitante arrepio na nuca. Puxei-a para mais perto e deixei o beijo leve me levar lentamente à vontade de querer mais. Mordi seu lábio inferior e ela me apertou juntando seu corpo ao meu.

Fechei os olhos controlando meus instintos quando ela apertou os seios no meu peito e suas unhas deslizaram pelo meu braço, soltei um suspiro e num movimento a deitei no sofá e tomei o controle da situação.

Sorri com sua expressão e estiquei a mão tirando alguns fios vermelhos do seu rosto e ela sorriu esticando as mãos e levantando meu cabelo dos olhos.

– Acho que precisa cortar. - falou.

– Também acho. – sorri. – E que preciso de um banho.

– Oh! Nem me fale. – ela sorriu. - Eu também.

– Eu adoraria te ajudar com isso. – falei dando meu melhor sorriso malicioso.

Ela corou instantaneamente e eu comei a rir.

– Foi só uma piada Kate.

– Claro que sim. – ela suspirou e em seguida me fitou curiosa com seus grandes olhos verdes.

– O que foi?

– Por que me beijou?

Franzi o cenho e me sentei ajudando-a.

– Porque eu gosto de você e tenho certeza que você gosta de mim. – dei de ombros. – Não sou só seu guardião.

– Como assim?

Desviei o olhar me dando conta de que falei demais.

– Nick?

– Mayara da às previsões dos guardiões e ela decretou que o seu seria eu. – engoli em seco. - Mas eu sei que ela viu algo mais, porem omitiu.

– Talvez tenha visto um beijo. – ela sorriu abaixando os olhos.

– Ou algo mais. – ergui as sobrancelhas.

Ela ficou de pé e balançou a cabeça.

– Quem sabe... - suspirou - Posso ir primeiro?

Assenti soltando sua mão e a observei entrar no banheiro e fechar a porta.

Recostei-me no sofá e prestei atenção na TV, mas um pensamento passou pela minha mente: O que os feiticeiros estavam repetindo sem parar?

– Et videt caelum modo aliquid filiam deam. – sussurrei me lembrando.

Procurei na minha mente as velhas aulas de latim dadas por minha mãe a mim, Maggie e Lucas.

– Mostre seu poder filha da deusa dos céus. – falei tentando traduzir cada palavra.

Não fazia sentido, se fizesse... Kate era a segunda filha de Kira.


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Notas finais do capítulo

Um último recado: minha amiga escreve uma fanfic e se quiserem dar uma olhada
https://fanfiction.com.br/historia/683529/Long_may_she_reign/



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