A Seleção - A realeza de Illéa escrita por VaB


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal :3

Estou com 3 capítulos para postar atrasados /o/
Mas postarei dia pós dia para poder acompanhar o numero de visualizações que eu estou conseguindo para cada capítulo.
Estou feliz que tenham gostado do cap anterior.

Hoje que chega "A Escolha" aqui no Rio /o/



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Pov Christian

Já havia se passado um ano desde o desaparecimento da Sophie e todas as buscas que iam, voltavam sem um único rastro se quer de onde poderia ter sido o acampamento sulista. Como pessoas que se escondem em florestas e atacam com tanta frequência nosso palácio podem ficar escondidas a este ponto? E, falando em ataques, desde aquele dia não sofremos mais nenhum e isso desconcertava meus pais.

Todos tentavam seguir seu ritmo, viver a vida da melhor maneira que se pudesse para o país. Minha mãe nunca se recuperou e eu sempre, todos os dias, posso ouvir choros baixos vindos do andar em que se localiza o quarto deles. Ela estava com uma aparência horrenda, olhos para dentro com marcações fortes de olheiras, sua pele estava enrugada (sinal de que não vinha se cuidando), estava tão magra que podia se contar todos os ossos de sua costela.

Raramente saia do quarto que um dia pertenceu à pequena princesa perdida. Ficava horas, dias, naquele quarto, sentindo o cheiro do perfume das roupas, abraçando o grande urso rosa que ficava no canto do quarto, sentava na “cadeira de amamentação”, e acariciando aquele lugar vazio no meio do berço. Entrar naquele quarto me dava arrepios. Só de estar perto de meus pais eu conseguia ouvir cada momento, cada grito, cada choro que ela deu naquele dia. E ela não estava mais conosco por irresponsabilidade minha, porque eu não consegui protege-la, porque eu não previ que o primeiro lugar onde eles estariam nos esperando seria exatamente no abrigo real.

Meu pai havia se tornado uma pessoa nervosa, com cabelos sempre desgrenhados e barba por fazer. Veias vermelhas viviam aparecendo em seus olhos e ele passava mais tempo no escritório organizando material para o conselho e equipes de busca para a princesa. Eles nunca desistiriam de procura-la mas isso estava os deixando loucos e o governo deles estava decaindo pois não estavam sãos para governar.

Meu avô sugeriu que o sistema de castas voltasse, e dessa vez mais rigoroso, até o reaparecimento da princesa. Lógico que não aderimos a esse pensamento antiquado dele, mas o povo também sofria pelo desaparecimento dela; também foram pegas equipes para supervisionar todas as casas do país e todas os orfanatos e famílias que tinham uma menina recém nascida deviriam visitar o palácio com urgência pois uma delas poderia ser a nossa Sophie. Claro que isso não funcionou, os sulistas eram engenhosos e cautelosos, não deixariam que a princesa aparecesse a menos que quisessem.

Amanhã seria o dia em que ela completaria 1 ano e, mesmo que ela não estivesse conosco, esse dia deveria ser celebrado e memorável o bastante para dar forças a cada um da família. Não vestíamos preto ou qualquer outra cor escura, não estávamos de luto, estávamos esperançosos e eramos esperançosos para o reaparecimento dela um dia, e por isso vestimos branco.

Não havia um banquete ou coisa parecida, não era um dia feliz. Não havia um só sorriso em todo o salão e então o jornal começou.

Gavril:

– Espero que tenham todos uma boa noite meu povo de Illéa. Hoje estamos aqui com uma edição especial do nosso jornal. Hoje é o dia em que a nossa princesa desaparecida, Sophie, completa seu primeiro ano de vida e teremos uma programação diferente da normal. O meu rei gostaria de acrescentar alguma coisa?

Papai havia barbeado parte do rosto, usava um cavanhaque. Ele tomou o microfone de Gravril e falou para as câmeras:

–Hoje serão compartilhadas com vocês algumas fotos do dia tão feliz, quando ela nasceu, e o castelo estava em festa e vocês de casa também. Essas fotos nunca foram reveladas mas como hoje é uma data especial ,vamos compartilhar algumas delas com vocês. E espero que, quem quer que seja que esteja com ela, por favor que nosso sofrimento toque seus sentimentos e que vocês a devolvam. Não quero pensar em outra coisa, não quero mesmo ter que tomar outras atitudes. – e nessa hora ele ficou mais sério e tenso.

Então mamãe levou as mãos aos olhos para poder conter as lágrimas que começaram a cair descontroladamente pela face. Meu pai se pôs a seu lado, a aproximando dele, e também me puxou ao encontro deles e assim começou a exibição.

As fotos que apareciam eram alegres, todos tinham um brilho nos olhos. Mamãe grávida, todos segurando a barrigona, meus pais a segurando assim que ela nasceu, e depois eu, vovô e vovó também, a família da mamãe, ela em seu berço, papai no jardim, exatamente onde havia sido o casamento dele com mamãe, junto a mim e Sophie nos falando o significado daquele lugar, todos sempre sorrindo. Acabou.

Gavril:

– Então meu povo, espero que tenham ficado felizes com o compartilhamento de algumas poucas imagens que temos da nossa querida princesa. As poucas que se puderam ser obtidas em dois dias de vida dela conosco.

E assim acabou o jornal.

Fomos para o salão principal, parecia que ele não chegava nunca. Ficamos entre familiares e amigos todos se dando força. O palácio estava cheio e eu não queria ficar entre eles.

Saí para pegar um ar, andar no jardim e foi quando eu vi uma menina sentada no banco onde meus pais haviam se conhecido. Ela usava botas, calças e jaqueta de couro preto, seu longo cabelo loiro com aquelas famosas tranças embotida e olhos de congelantes de safira. Ela não devia ter mais do que uns 10 anos. Sentava descontraída, com as pernas balançando e as mãos ao lado do corpo. Como se soubesse que ninguém a notaria nessa noite. E tinha um envelope em seu colo.

– Boa noite vossa alteza. Eu estava mesmo te esperando.

– Ah?! Me esperando? Por que? E quem é você? Como entrou aqui?

– Sabia que não iria conseguir ficar lá dentro, em toda aquela lamentação. Parece até que alguém morreu. Hahaha! A propósito eu sou sua esperança. Pode me chamar assim se quiser: Esperança. Até que me cai bem. – ela disse e levantou seus olhos para o céu e suspirou.

– Você veste essa roupa como se fosse uma sulista. Se alguém te ver, você vai ser presa imediatamente como suspeita, mesmo que seja ainda uma criança.

– E você não deve se preocupar porque hoje eu não estou aqui para atacar o palácio. – me encarando com aquelas safiras ela me petrificou. Ela era mesmo uma sulista, e ainda era uma criança. O que ela queria aqui? Já não haviam estragado demais as coisas? – E não vão ficar sabendo que eu estou aqui. A menos que você grite e seja o mesmo covardão que foi há um ano atrás quando não conseguiu esconde-la de nós. Ah, e não estou aqui para te culpar, muito menos para ser pega. Estou aqui para mostrar a você que somos pessoas legais, lutando por um propósito há tempos desejado por todos desse país e que só poucos corajosos lutam para conseguir. – ela sorriu.

– E por que então você está exatamente aqui?

– Para lhes entregar isso. – ela me ofereceu o envelope.

– Mas o que é isso? – perguntei ainda olhando para o envelope, mas ela não estava mais lá. E nem em lugar nenhum.

Como era possível? Foquei em abrir o envelope e nele haviam 5 fotografias e uma carta impressa. Lágrimas rolaram dos meus olhos. Em todas as fotos havia uma pequena menina ruiva com os mesmos olhos azuis que eu tão bem conhecia. Era uma miniatura de minha mãe. E na carta:

Meus caros governantes, gostaria de lhes comunicar que nossa princesa vive e passa bem. Está sendo criada por um dos melhores, huh?

Vocês receberam um castigo e tanto no ano passado, hã?! Perder a princesinha. E imagina a minha dor? Ao atacar o castelo naquela noite, fomos homens e mulheres todos lutando por um mesmo ideal, acabar com as castas eliminando logo a primeira e mais problemática delas.

Vocês, tiranos, com esse modo egoísta, simplório e arcaico de governar acham que estão fazendo um bem para nação quando na verdade nem tentam resolver o problema, por quê? Porquê o problema vem de dentro dos muros do castelo.

E por que tudo isso? Ódio, revanche e vingança. Minha esposa foi violentada e morta por um de seus soldados enquanto estava comprando mantimentos em uma feira local. E ela estava grávida. Meu filho. Já matei o porco imundo que fez essa atrocidade e adivinha? Ele estava no mercado, a mando do rei, fiscalizando nada e só criando discórdia. E minha companheira, sendo fiel, se recusou a aceitar a proposta dele e sofreu com isso. E por que eu não posso me vingar do tirano que nomeou um porco desses como soldado? Qual é a pior forma que esse tirano pode sofrer? Morrer? Fácil de mais. Nosso plano inicial era fazer o mesmo com nossa querida rainha, mas ela não merecia isso e então a nossa princesa nasceu. Sabíamos como nossa rainha sofreria e que isso o deixaria louco, então assim fizemos. Genial não?

Quanto a sua princesa, ela viverá. E será a melhor. Ah, e você devia me dar os parabéns pois agora eu sou pai. Pai de uma linda menina ruivinha. Aqui vão algumas fotos dela para que você me deseje e compartilhe a mesma felicidade. E olha que coincidência, hoje ela também faz um ano. Que dia feliz. Vamos comemorar!

Abraços, Dois.

Corri para o castelo, e cheguei arfando e chorando. Trombei direto com May que queria saber por que eu estava assim. E eu não a escutei, tinha que chegar à meus pais.

– Papai! Mamãe! – disse aos soluços. – Ela está viva.


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Notas finais do capítulo

:3
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